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Danos e fragilidades numa zona específica do cérebro podem ser responsáveis por mais de 40 por cento dos casos de morte súbita do bebé, uma das síndromes que mais assusta os pais.
A anormalidade foi detetada por investigadores no hipocampo, a parte do cérebro que influencia a respiração, o ritmo cardíaco e a temperatura corporal. Quando há uma debilidade, esta pode afetar o controlo cerebral destas funções durante o sono ou nos breves momentos em que o bebé acorda durante a noite.
“Esta condição tem capacidade para colocar as crianças em risco de morte súbita, considera Hannah Kinney, catedrática de patologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard (EUA). Porém, a mesma especialista mostra-se reticente em afirmar que se trata de uma causa direta. “Ainda não podemos fazer essa afirmação, já que são necessários mais estudos”.
O próximo passo será determinar o que causa as lesões no hipocampo e descobrir se, sozinhas, têm capacidade para causar a morte súbita. Mas, aqui, a dificuldade reside no facto de, por agora, ser impossível analisar o cérebro dos bebés que aparentemente são saudáveis.
Para chegar a estas conclusões, a equipa liderada por Kinney examinou o hipocampo de 153 bebés vítimas da síndrome de morte súbita entre 1991 e 2012 e também de crianças que morreram vítimas de infeções, acidentes, homicídio e falta de oxigénio.
Os investigadores de Harvard descobriram que 41,2 por cento dos bebés vítimas de morte súbita apresentavam mutações no hipocampo, contra apenas 7,7 por cento dos casos de mortes com outras causas. Algumas hipóteses apontam para problemas no desenvolvimento do feto durante a gestação ou nas primeiras semanas após o nascimento.
Até que seja criada uma metodologia que permita saber mais sobre esta alegada relação entre o hipocampo e a morte súbita, Hannah Kinney recorda que os pais devem seguir rigorosamente as indicações para a prevenção da síndrome, nomeadamente deitar os bebés sozinhos, de costas e sem brinquedos ou almofadas a servirem de apoios laterais.