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Reino Unido vai treinar Exército ucraniano para "fazer frente à Rússia"

kokas

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Set 27, 2006
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O Reino Unido surgiu nesta terça-feira como o porta-voz de uma posição mais dura contra os avanços dos separatistas pró-russos no Leste da Ucrânia, anunciando o envio de especialistas britânicos para Kiev com a missão de treinarem e aconselharem o Exército ucraniano.
O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro, David Cameron, em Londres, à mesma hora em que era conhecido o resultado de uma reunião entre os ministros dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, de França, da Rússia e da Ucrânia, que decorreu em Paris, e que teve como finalidade tentar manter vivo o frágil plano de paz assinado há quase duas semanas.
"Não estamos na fase de enviar equipamento letal", frisou Cameron no início de uma intervenção perante uma comissão do Parlamento britânico, apesar de ter deixado claro que não exclui essa possibilidade.
Lançando uma acusação directa à Rússia, o primeiro-ministro britânico afastou-se dos cuidados diplomáticos de Berlim e de Paris e endureceu o tom: "Se não fizermos frente à Rússia, todos nós sofreremos as consequências a longo prazo, porque assistiremos a mais desestabilização. A seguir, será a Molodova ou um dos Estados bálticos."
"Estamos a falar de uma agressão apoiada pela Rússia, em muitas situações com o envolvimento de soldados russos, de tanques russos, de mísseis Grad russos. Tal como eu já disse, não conseguimos comprar estas coisas no eBay. Vêm da Rússia, ninguém deveria ter dúvidas quanto a isso", afirmou Cameron. A NATO, os Estados Unidos e vários países da União Europeia dizem que Moscovo fomentou e está a apoiar militarmente os separatistas, mas o Presidente Vladimir Putin nega essas acusações.
Para além do envio de equipamento não-letal, como óculos de visão nocturna e coletes à prova de bala, a grande novidade da declaração do primeiro-ministro britânico foi o anúncio do destacamento de especialistas para a Ucrânia, "ao longo do próximo mês", para "prestarem aconselhamento e treino, desde operações de recolha de informação a cuidados médicos, passando por questões de logística".
De acordo com a agência Press Association, o Ministério da Defesa do Reino Unido especificou que serão enviados 75 especialistas de quatro áreas – serviços médicos, serviços secretos, logística e treino de infantaria. Sobre esta última área, David Cameron disse que "o programa de treino de infantaria com a Ucrânia" tem como objectivo "melhorar a durabilidade das suas forças".
"Esta operação vai envolver vários especialistas britânicos, que vão permanecer afastados da zona de conflito, sem se envolverem em combates", frisou ainda o primeiro-ministro.
Mariupol é a nova linha vermelha
Quase à mesma hora, em Paris, os ministros dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, de França, da Rússia e da Ucrânia apelavam à "implementação rigorosa de todas as determinações dos acordos de Minsk, começando por um cessar-fogo total e pela retirada de todo o armamento pesado".

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, estabeleceu uma nova linha vermelha para a guerra no Leste da Ucrânia, ao afirmar que um eventual ataque dos separatistas pró-russos contra a cidade de Mariupol "mudará completamente a base dos acordos de Minsk".
O fim dos combates e a criação de uma zona desmilitarizada com uma extensão mínima de 50 quilómetros e máxima de 140 quilómetros (de acordo com o tipo de armamento) são os dois principais pontos dos acordos negociados entre os dias 11 e 12 de Fevereiro, na capital da Bielorrússia. Para além destas medidas – que têm como objectivo travar os combates a curto prazo –, os acordos incluem outros pontos ainda mais sensíveis para as duas partes em conflito, como o futuro estatuto político do território conquistado pelos separatistas pró-russos.
Com as actuais autoridades de Kiev a não abdicarem do controlo das suas províncias de Donetsk e Lugansk, e com os separatistas a exigirem nada menos do que a independência para as suas autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e de Lugansk, é difícil imaginar uma solução que agrade a todas as partes num futuro próximo.
A expectativa mais realista é que o cessar-fogo seja efectivamente cumprido em todas as frentes, mas mesmo este cenário tem sido desmentido todos os dias no terreno – na semana passada, os combatentes pró-russos conquistaram a cidade de Debaltseve, no Leste da província de Donetsk, e as autoridades de Kiev acusam-nos agora de quererem lançar um assalto contra Mariupol, no Sul da mesma província, na costa do mar de Azov.
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