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Nada preparara os guardas Mário Craveiro e Paulo Pinto para o cenário que foram encontrar numa habitação, humilde, em Pardilhó, Estarreja: um homem de 77 anos esfaqueara-se no pescoço e estava sentado numa cadeira à espera de morrer, numa aparente tentativa de suicídio que os guardas interromperam, salvando-lhe a vida.
A história começa a contar-se quando a instituição social que apoia o idoso estranhou que ele não desse notícias durante a manhã de anteontem, nem respondesse quando o serviço de apoio domiciliário lhe foi levar o almoço. Contactaram o posto da GNR em Avanca, cerca das 16 horas.
Os guardas demoraram sete minutos a chegar ao local. "As portas e janelas estavam fechadas. Ouvimos um gemido, pedimos um pé de cabra a vizinhos e forçamos uma janela", diz Mário Craveiro, 33 anos.
Estancaram hemorragia
Paulo Pinto, 28 anos, entrou primeiro e alcançou a divisão onde o idoso guarda a roupa. "Estava sentado numa cadeira, todo cheio de sangue e com uma ferida grande no pescoço. Tinha a faca na mão e olhou para mim", descreveu, ao JN. Não lhe falou e, nos seus olhos, diz o guarda, não leu emoções. Nem desagrado, nem alívio.
Paulo Pinto deitou-o no chão e estancou a hemorragia com uma camisa. Entretanto, o colega (que em 2013 se estreara a salvar vidas, num resgate no mar) chamou o INEM e abriu caminho para a sua chegada, deitando abaixo a porta de entrada trancada.
Para ambos, o gesto de desespero do idoso, que mora sozinho, foi premeditado: "a habitação estava trancada por dentro e não havia sinais de terceiros". Já o gesto deles, expedito e metódico o suficiente para evitar que o idoso se esvaísse em sangue até à morte, não os faz perder a modéstia. "Mantivemos o sangue-frio e fizemos o nosso trabalho", resumem.
IN:JN
A história começa a contar-se quando a instituição social que apoia o idoso estranhou que ele não desse notícias durante a manhã de anteontem, nem respondesse quando o serviço de apoio domiciliário lhe foi levar o almoço. Contactaram o posto da GNR em Avanca, cerca das 16 horas.
Os guardas demoraram sete minutos a chegar ao local. "As portas e janelas estavam fechadas. Ouvimos um gemido, pedimos um pé de cabra a vizinhos e forçamos uma janela", diz Mário Craveiro, 33 anos.
Estancaram hemorragia
Paulo Pinto, 28 anos, entrou primeiro e alcançou a divisão onde o idoso guarda a roupa. "Estava sentado numa cadeira, todo cheio de sangue e com uma ferida grande no pescoço. Tinha a faca na mão e olhou para mim", descreveu, ao JN. Não lhe falou e, nos seus olhos, diz o guarda, não leu emoções. Nem desagrado, nem alívio.
Paulo Pinto deitou-o no chão e estancou a hemorragia com uma camisa. Entretanto, o colega (que em 2013 se estreara a salvar vidas, num resgate no mar) chamou o INEM e abriu caminho para a sua chegada, deitando abaixo a porta de entrada trancada.
Para ambos, o gesto de desespero do idoso, que mora sozinho, foi premeditado: "a habitação estava trancada por dentro e não havia sinais de terceiros". Já o gesto deles, expedito e metódico o suficiente para evitar que o idoso se esvaísse em sangue até à morte, não os faz perder a modéstia. "Mantivemos o sangue-frio e fizemos o nosso trabalho", resumem.
IN:JN