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Os Grandes Revolucionários de todos os Tempos

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Um grupo de mais de 50 especialistas elegeram os homens que mudaram os rumos da humanidade, oferecendo novos modelos em vários campos do conhecimento. Alguns vieram para tirar tudo do lugar; outros deitaram por terra o que era tido como base solida da ciência durante séculos. Enquanto outros deixaram os seus rastos de beleza e precisão ou mesmo destruição. No campo religioso foi escolhido como importantes personalidades, Jesus Cristo, Maomé, Buda, Martinho Lutero, Papa João XXIII e Madre Teresa de Calcutá.

 
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Jesus Cristo "O Salvador"

Jesus Cristo, também chamado Jesus de Nazaré, nasceu entre 7-2 A.C e morreu por volta de 30-33 D.C., sendo a figura central do Cristianismo e aquele que os ensinamentos de maior parte das denominações cristãs, além dos judeus messiânicos, consideram ser o Filho de Deus.
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Jesus Cristo revolucionou a religião, fundando uma nova vertente
do monoteísmo, baseado no culto ao amor, a tendência igualitárias
e pacifistas. O seu pensamento religioso influenciou profundamente
a mentalidade europeia.

O Cristianismo e o Judaísmo messiânico consideram Jesus como o Messias aguardado no Antigo Testamento e referem-se a ele como Jesus Cristo, um nome também usado fora do contexto cristão. Segundo o Novo Testamento, Jesus foi um pregador judeu da Galileia, baptizado por João Baptista, e crucificado por ordem do governador romano Pôncio Pilatos. Os académicos construíram vários perfis do Jesus histórico, que geralmente o retractam como o líder de um movimento apocalíptico, o Messias, um curandeiro carismático, um sábio e filósofo, ou um reformista igualitário.
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Algumas linhas cristãs acreditam que Jesus foi concebido pelo Espírito Santo, nasceu de uma virgem, praticou milagres, fundou a Igreja, morreu crucificado como forma de expiação, ressuscitou dos mortos e ascendeu ao Paraíso, do qual regressará. A grande maioria dos cristãos venera Jesus como a encarnação de Deus, o Filho, a segunda das três pessoas na Santíssima Trindade. Alguns grupos cristãos rejeitam a Trindade, no todo ou em parte.

No contexto islâmico, Jesus é considerado um dos mais importantes profetas de Deus e o Messias. Para os muçulmanos, Jesus foi aquele que trouxe as escrituras e é filho de uma virgem, mas não é divino, nem foi vítima de crucificação. O judaísmo rejeita a crença de que Jesus seja o Messias aguardado, argumentando que não corresponde às profecias messiânicas do Tanach (Bíblia judaica).
 

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Teoria do Mito de Jesus

A teoria do Mito de Jesus refere-se à ideia de que Jesus não era uma personagem histórica, mas fazendo parte da mitologia criada pela comunidade cristã primitiva. Alguns alegam que os eventos ou frases associados com a figura de Jesus no Novo Testamento podem ter sido elaborados a partir de uma ou mais pessoas que realmente existiram, mas que nenhum deles era em nenhum sentido o fundador do cristianismo.

Muitos estudiosos envolvidos no estudo do Jesus histórico acreditam que sua existência pode ser estabelecida usando documentos e outras evidências, embora a maioria sustenta que muito do material sobre ele no Novo Testamento não deve ser levado a sério. Argumentos utilizados para apoiar a teoria da sua não existência, refere-se a ausência de referências existentes sobre a vida de Jesus e da escassez de referências não cristãs no século I. Por outro lado, há quem aceite a teoria de o cristianismo ter surgido a partir do judaísmo helenístico, um movimento que existiu durante a diáspora judaica que procurava estabelecer uma tradição religiosa hebraico-judaica na cultura e língua helénica. Um produto literário importante do contacto do judaísmo com a cultura helenística foi a tradução da "Septuaginta", da versão da Bíblia hebraica para o grego koiné, traduzida em etapas entre o terceiro e o primeiro século A.C. em Alexandria. O declínio do judaísmo helenístico no século II é obscuro, podendo ter sido marginalizado ou absorvido pelo cristianismo primitivo.
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Outros fazem o paralelo entre a vida de Jesus com os deuses egípcios, gregos, entre outros, onde existe um denominador comum: o mito sobre a morte e a ressurreição.
Sugerindo que a vida de Jesus foi inventada por alguns primitivos cristãos que inspiraram nos mitos de outros deuses importantes da Antiguidade.

A Palavra Messias

Não faltavam candidatos a revolucionário na Judeia do século I. A palavra Messias tinha um sentido diferente da conotação mística que os cristãos aprenderam a associar a ela. O Messias seria quem por métodos certamente violentos, expulsaria os romanos e restituiria a independência a Israel. Nesse sentido, Jesus não podia ser contado entre eles. Toda a tragédia de origem do Cristianismo depende do facto de Jesus não ser revolucionário, mas um inocente condenado à morte na cruz.
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Jesus nasceu num mundo dominado pelo Império Romano, uma potência escravocrata, guiada por ideias de glória expansionista. Na Judeia, onde se prestava culto ao Deus único, predominavam os sentimentos de profundo rancor e vingança contra os romanos, e o ódio fratricida aos judeus que se aproximavam dos dominadores. Foi nesse contexto que surgiu aquele homem dizendo aos judeus que deveriam oferecer a outra face quando agredidos por um centurião. Ou para "Dar a César o que é de César". Ou "Meu reino não é deste mundo". O prometido Messias não trazia mudanças políticas. Em vez disso, oferecia uma mensagem de paz radical, e subversiva aos valores da época, tanto dos judeus quanto dos romanos. Também era um profeta dos pobres, que afirmou que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha que um rico entrar no reino dos céus.

Não há registo de Jesus ter existido, a sua testemunha são as fontes sobre sua vida contadas nos Evangelhos, escritos pelos seus discípulos. Após a sua morte, os cristãos que no início pertenciam a camadas mais baixas da população, como escravos e soldados de baixa patente, foram perseguidos durante quase três séculos pelos romanos. Até que o imperador Constantino converteu-se ao cristianismo, e a partir daí esta tornou-se a religião oficial do império romano.

A respeito de Jesus, o escritor e religioso dominicano Frei Betto, afirma que este homem não fundou uma religião, mas apenas terá proposto um modelo de civilização diferente, baseado na relação amorosa e partilha de bens. Ao mesmo tempo, lutava por um mundo livre da escravidão, pela libertação da mulher, a assistências aos mais necessitados e ao voto universal. Estas ideias eram estranhas na sua época.
 

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Maomé: Profeta do Islão

Maomé é o profeta e a figura mais importante do Islamismo. Nascido em Meca no ano 570 como Mohammad, passou a maior parte da vida como mercador analfabeto, mas aos 40 anos, teria recebido suas primeiras revelações do arcanjo Gabriel. O fenómeno se repetiu durante 23 anos e deu origem ao Corão, livro sagrado dos islâmicos.
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Maomé pregou a devoção a um Deus único (Alá), lutou contra o infanticídio e defendeu a divisão de terras dos ricos com os pobres, contrariando a classe dominante de Meca. Foi perseguido e mudou-se para Medina, onde estruturou uma poderosa tropa. Regressou dois anos depois e ascendeu como líder político. Naquele tempo, a sociedade árabe era dividida em tribos e clãs, e pode-se dizer que Maomé proporcionou uma unidade nacional por meio da religião, ajudando a posicionar a nação árabe como pioneira cultural e científica 200 anos depois.

Segundo a religião islâmica, Maomé é o mais recente e último profeta do Deus de Abraão. Como figura política, unificou várias tribos árabes, o que permitiu as conquistas árabes daquilo que viria a ser um império islâmico que se estendeu da Pérsia até à Península Ibérica. Maomé não é considerado pelos muçulmanos como um ser divino, mas sim, um ser humano; contudo, entre os fiéis, ele é visto como um dos mais perfeitos seres humanos.
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Alcorão ou Corão é o livro sagrado do Islão. Os muçulmanos acreditam que o Alcorão é
a palavra de Deus Alá revelada ao profeta Maomé ao longo de um período de 23 anos. É
um dos livros mais lidos e publicados no mundo. É prática generalizada na maioria das
sociedades muçulmanas que o Alcorão não seja vendido, mas sim dado.

Maomé não rejeitou completamente o Judaísmo e o Cristianismo, duas religiões monoteístas já conhecidas pelos árabes. Em vez disso, declarou que é necessária proteger estas duas religiões, e informou que tinha sido enviado por Deus para restaurar os ensinamentos originais destas religiões.

Hégira

Em 622 Maomé foi obrigado a abandonar Meca, numa migração conhecida como a Hégira (Hijra), tendo-se mudado para Yathrib (actual Medina).
A fuga de Maomé de Meca para Medina, marca o ano inicial do calendário islâmico.
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Nesta foto mostra a representação da Hégira.

O Calendário Islâmico

O calendário islâmico ou calendário hegírico é um calendário lunar composto por 12 meses de 29 ou 30 dias ao longo de um ano com 354 ou 355 dias. A contagem do tempo deste calendário começa com a Hégira - a fuga de Maomé de Meca para Medina, em 16 de Julho de 622. O mês começa quando o crescente lunar aparece pela primeira vez após o pôr-do-sol.
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O calendário islâmico tem cerca de 11 dias a menos que o calendário solar. Este calendário baseado no ano lunar não corresponde aos calendários do ano solar. Os meses islâmicos retrocedem a cada ano que passa em relação aos calendários baseados no ano solar, como o Calendário Gregoriano, por exemplo. Uma vez que o calendário islâmico é cerca de 11 dias mais curto que o calendário solar, os feriados muçulmanos acabam por circular por todas as estações. O ano 1436 para os islâmicos representa no nosso calendário cristão gregoriano: 15 de Novembro de 2014 a 4 de Novembro de 2015. Normalmente, a notação utilizada é AH 1436, do latim Anno Hegirae ("Ano da Hégira").

O Grande Profeta

Maomé tornou-se o chefe da primeira comunidade muçulmana. Seguiram-se uns anos de batalhas entre os habitantes de Meca e Medina, que resultaram na vitória de Maomé e de seus seguidores. A organização militar criada durante estas batalhas foi usada para derrotar as tribos da Arábia. Um ano antes da sua morte, Maomé dirigiu-se pela última vez aos seus seguidores naquilo que ficou conhecido como o sermão final do profeta. A sua morte em Junho de 632 em Medina, com a idade de 62 anos, deu origem a uma grande crise entre os seus seguidores. Na verdade, esta disputa acabaria por originar a divisão do islão nos ramos dos sunitas e xiitas. Os xiitas acreditam que o profeta designou Ali ibn Abu Talib como seu sucessor, num sermão público na sua última Hajj, num lugar chamado Ghadir Khom, enquanto os sunitas discordam.
 
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Meca: Centro importante do Islão

Meca situada na Arábia Saudita, junto ao Mar Vermelho, é a cidade mais sagrada do Islão, por ter sido aí o local de nascimento e morte do profeta Maomé.
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Fazer uma peregrinação à cidade sagrada de Meca, pelo menos uma vez na vida, é considerado uma obrigação de todo o muçulmano, que depois recebe o título de «hadj», ou santo. A «hadjdj», peregrinação ou romagem a um lugar santo, ilustra a «umma», a comunidade muçulmana onde se faz a abolição das distinções sociais, étnicas ou raciais, simbolizada pela mesma veste usada por todos, uma túnica de tecido branco não cosido.

Na Grande Mesquita de Meca, fica o santuário de Kabah, construído no segundo milénio antes de Cristo. Segundo a tradição islamita, Kabah é o único local da Terra tocado pelas forças celestes. O peregrino tem de dar sete voltas completas em torno da Kaaba, sempre a orar, antes de entrar no recinto por uma única porta a dois metros do solo, descendo por uma escada móvel de madeira. No ângulo leste de Kaaba está a famosa Pedra Negra, engastada num bloco de prata que mantém unidos os seus fragmentos estilhaçados. Esta Pedra Negra teria sido entregue pelo anjo Gabriel a Abraão e a seu filho, é beijada pelos peregrinos de forma devota.
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A Caaba é uma construção cúbica de 15,24 metros de altura, e é cercada por muros de 10,67
metros e 12,19 metros de altura. Esta construção em foram de cubo está permanentemente
coberta por uma manta escura com bordados dourados que é regularmente substituída.
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No seu exterior, encravada numa moldura de prata, encontra-se
a Hajar el Aswad ("Pedra Negra"), uma pedra escura, de cerca
de 50 centímetros de diâmetro, que é uma das relíquias mais
sagradas do islão.

Situada na Arábia Saudita, Meca já era ponto de parada de caravanas e centro comercial muito antes do nascimento do profeta. Mas os maometanos, também chamados de muçulmanos a converteram na sua capital. Pelos preceitos da religião, todo fiel tem o dever de visitar a cidade ao menos uma vez antes de morrer. Além disso, onde quer que esteja, tem que rezar cinco vezes por dia voltado para Meca. Há também a oração do meio-dia de sexta-feira, que precisa ser feita na mesquita, sempre construída apontando para a Meca.
 

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Buda: O Iluminado!

Buda, que em hindu significa "Iluminado", foi o título dado ao líder religioso Siddhartha Gantama, que viveu na Índia entre os séculos VI e V A. C.
É considerado o fundador do Budismo.

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Buda nasceu por volta de 563 A. C. em Lumbini, na Índia, sendo criado no principado de Kapilavastu, uma região montanhosa que hoje faz parte do Nepal. Filho do rei da dinastia Sakia recebeu educação requintada, sendo preparado para ser um guerreiro e líder político. Muito inteligente, era chamado de "Sakia Míni" (O Sábio de Sakia). Desapontado com os problemas da maior parte dos hindus, que viviam sofrendo com a fome e a miséria e acreditando numa existência melhor, que viria depois da morte, praticava toda sorte de mortificações. Siddhartha, que já vivia meditando, resolve partir para uma vida de vagabundo em busca de explicações para o enigma da vida.
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Meditando durante 49 dias sob a sombra de uma figueira, árvore sagrada para os hindus, conta a lenda que Siddhartha despertou para um novo entendimento de todas as coisas da vida e rumou para a cidade de Benares, à margem do rio Ganges, a fim de transmitir seus ensinamentos. Passou a ser tratado por Buda, e durante 45 anos pregou sua doutrina por todas as regiões da Índia.
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Buda queria servir de exemplo para outras pessoas em busca da salvação do espírito e do caminho para atingir o Dharma – processo de amadurecimento e plena realização espiritual. Buda faleceu em Mallas, Kushinagar, na India, por volta de 483 A. C.

Buda revolucionário?


O Buda foi descrito como um dos maiores líderes de todos os tempos. A sua missão era liderar todos os seres conscientes para fora do ciclo samsárico (ciclo de reencarnação) do sofrimento. Foi essa visão que definiu os seus 45 anos de ensinamento e moldou o seu papel como líder de uma ordem (sangha) e seguidores. A sua missão era baseada na compaixão e amor, espalhando o bem e a felicidade a todos.

Buda foi um revolucionário exibindo grande coragem ao apoiar a emancipação das pessoas que pertenciam as quatro castas, a sua negação aos brâmanes (sacerdotes) que eram a autoridade suprema, e a admissão de mulheres na sua ordem (sangha).

O seu estilo de vida simples e humilde é um reflexo de seus ensinamentos. Na sua rotina diária, o Buda não perdia tempo com futilidades e frivolidades, devotando o seu tempo e esforços para o bem dos outros, começando seu dia antes da aurora e trabalhando até meia-noite.
 

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Martinho Lutero: Figura da Reforma Protestante

Martinho Lutero (1483-1546), monge agostiniano e professor de teologia alemão, tornou-se uma das figuras centrais da Reforma Protestante. Revoltou-se contra alguns dogmas da Igreja católica, não aceitando que o perdão de Deus poderia ser obtido através do comércio das indulgências. O comércio das indulgências era um negócio lucrativo para a Igreja. Mesmo o próprio Papa arrecadava dinheiro para finalizar a construção da Basílica de São Pedro, em Roma.
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Comércio da venda de perdão para construir a Basílica de São Pedro em Roma.

Alegando que as indulgências era uma forma de a Igreja católica tirar proveito da fé das pessoas, Lutero escreveu uma carta ao seu arcebispo, onde formulou "95 Teses" que criticava essas práticas da Igreja.
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Martinho Lutero afixou as "95 Teses" na porta da igreja em Wittenberg, na Alemanha,
a 31 de Outubro de 1517.
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A recusa de Lutero em retractar-se de seus escritos, a pedido do Papa Leão X em 1520 e do Imperador Carlos V na Dieta de Worms em 1521, resultou na sua excomunhão da Igreja Romana e na sua condenação como um fora-da-lei pelo imperador do Sacro Império Romano Germânico. Lutero propôs com base na sua interpretação das Sagradas Escrituras, especialmente da Epístola de Paulo aos Romanos, que a salvação não poderia ser alcançada pelas boas obras ou por quaisquer méritos humanos, mas sim através da fé em Jesus Cristo, único salvador dos homens, sendo gratuitamente oferecida por Deus aos homens. A sua teologia desafiou o poder Papal em termos doutrinários, pois defendia que apenas as Escrituras (sola scriptura) seriam fonte confiável de conhecimento da verdade revelada por Deus. Essas suas ideias levaram a criação da Igreja Luterana.

Sola Scriptura (cujo significado é "somente a Escritura") trata-se de um dogma protestante que reivindica ser a Bíblia a única regra de fé e conduta para o cristão.
Princípio formal da fé protestante, tal princípio se contrapõe ao catolicismo romano, por rejeitar a autoridade normativa da Sagrada Tradição.

Crenças no Luteranismo

Os ensinamentos da Igreja Luterana estão reunidos no Livro de concórdia, o qual contém preces e documentos que explicam a fé, incluindo o documento chamado Confissão de Augsburgo, que traz as crenças básicas do Luteranismo. Como todos os protestantes, os luteranos acreditam que a Bíblia é a palavra de Deus escrita. Para eles, ela contém a única fonte de verdade sobre como as pessoas devem levar sua vida. Os luteranos também acreditam que as pessoas serão salvas pela sua fé em Deus, e não pelas coisas que fizeram. Excomungado, Lutero mudou-se para uma área onde lhe era permitido praticar suas crenças. Naquela época, a Alemanha era parte do Sacro Império Romano-Germânico, e em 1546 o imperador católico Calos V declarou guerra aos territórios que apoiavam Lutero. Saiu vencedor, mas o conflito continuou até 1555.
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Em 1555, uma assembleia especial do império se reuniu e fez um acordo chamado Paz
de Augsburgo, segundo o qual a nova religião seria permitida.
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A Igreja Luterana logo se espalhou pela maior parte da Alemanha e pela Escandinávia, onde foi estabelecida por lei. Com a conquista de novos territórios pelos europeus e a fundação de colónias nas terras conquistadas, o Luteranismo também se espalhou. Hoje, mais de 65 milhões de pessoas seguem o Luteranismo em todo o mundo.
 
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Papa João XXIII (1958-1963)

O Papa João XXIII, nascido Angelo Giuseppe Roncalli (1881-1963), foi Papa de 28 de Outubro de 1958 até à data da sua morte, no dia 3 de Junho de 1963.
Pertencia à Ordem Franciscana Secular e escolheu como lema papal: Obediência e Paz.

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Considerado inicialmente um Papa de transição, depois do longo pontificado de Pio XII, o Papa João XXIII convocou para surpresa de muitos, o Concílio Vaticano II, que visava a renovação da Igreja e à formulação de uma nova forma de explicar pastoralmente a doutrina católica ao mundo moderno.

Concílio Vaticano II

O Concílio Vaticano II foi uma série de conferências realizadas entre 1962 e 1965, consideradas o grande evento da Igreja Católica no século XX. Com o objectivo de modernizar a Igreja e atrair os cristãos afastados da religião, o Papa João XXIII convidou bispos de todo o mundo para diversos encontros, debates e votações no Vaticano.
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Dessas discussões constavam temas como os rituais da missa, os deveres de cada padre, a liberdade religiosa e a relação da Igreja com os fiéis e os costumes da época. O Concílio tocou em temas delicados, que mudaram a compreensão da Igreja sobre sua presença no mundo moderno. Foram repensadas, por exemplo, as relações com as outras igrejas cristãs, o judaísmo e crenças não-cristãs.

Após três anos de encontros, as autoridades católicas promulgaram 16 documentos como resultado do Concílio.
Muitas novidades apareceram nas questões teológicas e na hierarquia da Igreja:
- O Papa aceitou dividir parte de seu poder com outros cardeais.
- As missas passaram a ser rezadas na língua de cada país: antes eram celebradas em latim!
Na questão dos costumes, porém, o encontro foi pouco liberal. A Igreja continuou condenando o sexo antes do casamento e defendendo o celibato (proibição dos padres de se casar).

Conferência realizada entre 1962 e 1965 gerou transformações profundas na Igreja católica. Os assuntos discutidos no Concílio Vaticano II:

Missa:


Antes do Concílio: Rezada em latim, com o padre voltado para o altar, de costas para os fiéis. Apenas membros do clero comandavam a celebração.

Depois do Concílio: Rezada no idioma de cada país, com o padre de frente para o público. Mulheres e homens leigos (que não são do clero) podem ajudar na celebração.

Sexo:

Antes do Concílio: Doutrina rígida, contrária ao sexo antes do casamento e ao aborto, mesmo em caso de violação.

Depois do Concílio: Manteve a mesma posição.

Relacionamento com outras religiões:

Antes do Concílio: Desconfiança em relação aos ensinamentos de religiões não cristãs.

Depois do Concílio: Aceita a ideia de que por meio de outras religiões, também é possível conhecer Deus e a salvação.

Culto aos Santos:

Antes do Concílio: Proliferação de santos criados pela crença popular e não canonizados pela Igreja.

Depois do Concílio: Os Santos não canonizados são abolidos. Cristo volta a ser o centro das atenções na missa.

Comportamento do Sacerdote:

Antes do Concílio: Uso obrigatório da batina e de outros símbolos da Igreja. Casamento e relações sexuais são proibidos.

Depois do Concílio: Cai o uso obrigatório da batina: agora os padres podem usar trajes sociais. Segue a proibição ao casamento e ao sexo.

Questões Políticas:

Antes do Concílio: Condenação do capitalismo e esforço para evitara contaminação do catolicismo por ideias comunistas.

Depois do Concílio: Continua a condenação ao capitalismo e ao comunismo, mas aumenta um pouco a liberdade dos teólogos para interpretar a Bíblia.

Papa da Bondade

Devido à sua bondade, simpatia, sorriso, jovialidade e simplicidade, João XXIII era aclamado e elogiado mundialmente como o "Papa bom" ou o "Papa da bondade". Mas mesmo assim, vários grupos minoritários de católicos tradicionalistas acusavam-no de ser maçom, radical esquerdista e herege modernista por ter convocado o Concílio Vaticano II e promovido a liberdade religiosa e o ecumenismo.

Curiosidades:

O Papa João XXIII foi declarado Beato pelo Papa João Paulo II no dia 3 de Setembro de 2000.

O Papa João XXIII é considerado o patrono dos delegados pontifícios e a sua festa litúrgica é celebrada no dia 11 de Outubro.

João XXIII foi canonizado em 27 de Abril de 2014, domingo da Divina Misericórdia, juntamente com o também Papa João Paulo II. A missa de canonização foi presidida pelo Papa Francisco e concelebrada pelo Papa Emérito Bento XVI.
 

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Madre Teresa de Calcutá

Anjezë Gonxhe Bojaxhiu (1910-1997), conhecida mundialmente como Madre Teresa de Calcutá, de etnia albanesa, nasceu ainda no tempo do Império Otomano, na capital da actual República da Macedónia e naturalizou-se indiana. Foi considerada a missionária do século XX, tendo fundado a congregação "Missionárias da Caridade".
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Madre Teresa começou a fazer os seus votos aos 18 anos de idade, nas Irmãs de Nossa Senhora do Loreto (Instituto Beatíssima Virgem Maria), na Irlanda, onde vivia. Já na Índia, esteve ao serviço desta congregação como professora, onde fundou em 1952 o Lar dos Moribundos, em Kalighat. Em 1965, a Santa Sé aprovou a Congregação Missionárias da Caridade; e entre 1968 e 1989, Madre Teresa estabeleceu a sua presença missionária em países como Albânia, Rússia, Cuba, Canadá, Palestina, Bangladesh, Austrália, Estados Unidos, Ceilão, Itália, China, e na antiga União Soviética.
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Estátua da Madre Teresa em Skopje, na República da Macedónia.

O reconhecimento mundial pelo seu trabalho mereceu o Prémio Templeton em 1973, e mais tarde, no dia 17 de Outubro de 1979, recebeu o Prémio Nobel da Paz.
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Local de nascimento da Madre Teresa em Skopje, na República da Macedónia.

Madre Teresa morreu em 1997, aos 87 anos de idade, de ataque cardíaco. Nessa altura, preparava um serviço religioso em memória da Princesa Diana de Gales, sua grande amiga, que faleceu no acidente de automóvel em Paris. Tratada como um funeral de Estado, vários representantes do mundo estiveram presentes para prestar homenagem. O seu funeral foi transmitido pelas televisões do mundo inteiro durante uma semana. Madre Teresa de Calcutá encontra-se sepultada em Motherhouse Convent, em Calcutá, na Índia. No dia 19 de Outubro de 2003, o Papa João Paulo II beatificou Madre Teresa.
 
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Defensores dos Direitos Humanos

Direitos Humanos são os direitos básicos de todos os seres humanos:

- Direitos civis e políticos (exemplos: direitos à vida, à propriedade, liberdades de pensamento, de expressão, de crença, igualdade formal, ou seja, de todos perante a lei, direitos à nacionalidade, de participar do governo do seu Estado, podendo votar e ser votado, entre outros, fundamentados no valor liberdade);

- Direitos económicos, sociais e culturais (exemplos: direitos ao trabalho, à educação, à saúde, à previdência social, à moradia, à distribuição de renda, entre outros, fundamentados no valor igualdade de oportunidades);

- Direitos difusos e colectivos (exemplos: direito à paz, direito ao progresso, autodeterminação dos povos, direito ambiental, direitos do consumidor, inclusão digital, entre outros, fundamentados no valor fraternidade).

A Declaração Universal dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas afirma:

"Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade".

Artigo 1º Declaração Universal dos Direitos do Homem.

Cerca de 27 milhões de pessoas vivem na escravatura, mais do dobro do que no auge do comércio de escravos. E mais de mil milhões de adultos são incapazes de ler. Dada a magnitude das violações dos direitos humanos não é de surpreender que 90% das pessoas sejam incapazes de nomear mais de 3 dos seus 30 direitos.

Com tantos a ignorarem os seus direitos mais básicos, quem assegurará que os direitos humanos sejam promovidos, protegidos e se tornem realidade?

Para responder a essa pergunta podemos inspirar-nos naqueles que fizeram a diferença e ajudaram a criar os direitos humanos que temos hoje em dia. Estes humanitários defenderam os direitos humanos porque reconheceram que a paz e o progresso nunca podem ser alcançados sem eles. Cada um deles, de um modo significativo, mudou o mundo.

Nomes eleitos pelos seus gestos humanitários que contribuíram para um mundo melhor, são Martin Luther King, Mahatma Gandhi, Nelson Mandela, César Chávez e Muhammad Yunus.
 

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Martin Luther King: "I have a dream" (Eu tenho um sonho)

Martin Luther King Jr. (1929-1968), pastor protestante e activista político norte-americano, tornou-se um dos mais importantes líderes do movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos, e no mundo, com uma campanha de não-violência e de amor ao próximo.
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Martin Luther King nasceu em Atlanta (E.U.A.), em 1929. Aos 19 anos foi ordenado pastor da Igreja Baptista, e algum tempo depois se formou como Teólogo, pelo Seminário Teológico de Crozer. Para fazer uma pós-graduação, mudou-se para Boston, onde conheceu Coretta Scott, com quem se casou em 1953. No ano seguinte, King se tornou pastor da Igreja Baptista de Montgomery, no Alabama.

Em 1955, aconteceu o incidente que levou a figura de King a ser conhecida como sinónimo de luta pelos direitos civis, conhecido como boicote aos autocarros de Montgomery. O boicote aconteceu por causa da prisão de uma negra que se recusou a ceder lugar no autocarro a passageiros brancos. Luther King liderou o boicote aos autocarros de Montgomery, que durou um ano. Como uma represália ao boicote, King teve sua casa bombardeada várias vezes e recebeu várias ameaças. Mas a Suprema Corte deu fim ao boicote, ao proibir qualquer tipo de discriminação racial.

Caso Rosa Parks

Ao anoitecer do dia 1 de Dezembro de 1955, Rosa Parks, uma costureira negra, entrou no autocarro na Avenida Cleveland, no centro da cidade de Montgomery. Ela pagou a passagem e se sentou na primeira fila de assentos reservados para negros. O motorista, James Blake, seguiu viagem na sua rota tradicional. O autocarro ia enchendo até que na terceira paragem, em frente ao Teatro Empire, vários passageiros entraram.
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Rosa Parks (1913-2005), costureira, tornou-se um ícone do movimento dos direitos civis dos
negros nos Estados Unidos.

Blake notou que umas duas ou três pessoas brancas estavam em pé. Para resolver o problema ele mudou o sinal de "colored" ("pessoa de cor", termo usado nos Estados Unidos para se referir a afro-americanos) para atrás da fila onde Rosa Parks estava. O motorista exigiu que os passageiros negros sentados levantassem para que os brancos pudessem sentar. Enquanto os outros três negros levantaram, Rosa se recusou e moveu-se para o assento da janela. Perante a sua recusa, o motorista chamou a polícia que prendeu Rosa Parks. Foi acusada de violar o capítulo 6, secção 11 da lei de segregação do código da cidade de Montgomery, apesar de ela não estar sentada no assento reservado para brancos. Edgar Nixon, presidente da sede local do NAACP, e seu amigo Clifford Durr, pagaram a fiança de Rosa Parks e ela deixou a prisão no dia seguinte.

Boicote aos autocarros de Montgomery

Nixon, Jo Ann Robinson e outros activistas de direitos civis decidiram usar o caso de Rosa Parks para chamar atenção do público para a causa da segregação racial nos Estados Unidos. Três dias depois do evento, a 4 de Dezembro, foi convocado um boicote aos autocarros de Montgomery. Nos eventos que se seguiram, alguns líderes religiosos e activistas se destacaram, como os reverendos Ralph Abernathy e Martin Luther King. Os mais de 40.000 negros que usavam os autocarros da cidade e arredores prosseguiram com o boicote por 381 dias. Em 1956, a Suprema Corte americana julgou inconstitucional a segregação racial em transportes públicos. Rosa Parks tornou-se então um ícone do movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos.
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O autocarro da National City Lines nº 2857, no qual Rosa Parks viajava antes de ser
presa, está em exibição no Museu Henry Ford.

O boicote aos autocarros de Montgomery foi um boicote político e social, realizado entre 1955 e 1956, na cidade de Montgomery, no Alabama, com o objectivo de se opor à política de segregação racial vigente no transporte público da cidade. O movimento causou grave prejuízo no sistema de transporte público de Montgomery, devido a falta de uma grande percentagem de pessoas que usavam o transporte público, especialmente negros.
 
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Vitória de King e do Pacifismo.

Em 1957, Luther King ajudou a fundar a Conferência da Liderança Cristã no Sul (SCLC), organização de igrejas e sacerdotes negros, que consagra King seu líder.
O objectivo da organização era acabar com as leis de segregação, usando apenas métodos pacíficos.

Inspirado pelo método pacífico de Gandhi, Luther King viajou até a Índia para compreender melhor esses métodos e aprimorar suas manifestações. Contribuiu amplamente para o reconhecimento dos direitos civis dos negros no seu país, em protestos como a campanha a favor dos direitos civis em Birmingham, no Alabama, em 1963; a realização do censo para aprovação dos votos dos negros; o fim da segregação racial e a melhoria da educação e de moradia para os negros nos estados do sul.
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Além disso, foi responsável por dirigir a histórica marcha para Washington, em Agosto de 1963. Foi nessa ocasião que fez o famoso discurso "I have a dream" (Tenho um sonho). E em 1964 recebeu o Prémio Nobel da Paz.

Marcha sobre Washington (I have a dream)

A Marcha sobre Washington por Trabalho e Liberdade foi uma manifestação política de grandes proporções ocorrida em 28 de Agosto de 1963, organizada e liderada por Martin Luther King, que reuniu mais de 250.000 pessoas na capital do país, para clamar, discursar, orar e cantar por liberdade, trabalho, justiça social e pelo fim da segregação racial contra a população negra do país.
[video=youtube;NOCJKCENFOA]https://www.youtube.com/watch?v=NOCJKCENFOA[/video]
Foi nesta manifestação de massas que Luther King fez o discurso com a frase que entraria para a história
da oratória americana e seria adaptada e copiada a partir dali por oradores de todo tipo de causas em todas
as partes do mundo: "Eu tenho um sonho!" (I Have a Dream!).
 
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Assassinato de Martin Luther King Jr.

Martin Luther King era odiado por muitos segregacionistas do sul, o que culminou no seu assassinato no dia 4 de Abril de 1968, momentos antes de uma marcha, no hotel da cidade de Memphis. James Earl Ray confessou o crime, mas anos depois, negou sua confissão. Martin Luther King encontra-se sepultado no Centro Martin Luther King Jr., Atlanta, Fulton County, na Geórgia.
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James Earl Ray (1928-1998) assassinou Martin Luther King, por acreditar que Martin era um traidor, e que movia as pessoas nas suas marchas para parar e enfraquecer o país, política e economicamente. James Earl Ray faleceu em 23 de Abril de 1998, devido aos problemas de hepatite C e insuficiência hepática. Seu corpo foi cremado e suas cinzas enterradas na Irlanda.

Teoria da conspiração do assassinato de Luther King

O Assassinato de Martin Luther King ocorreu em 4 de Abril de 1968 às 6 horas da manhã. King foi alvejado no Lorraine Motel, em Memphis, no Tennessee. Meses após o ocorrido, James Earl Ray, um fugitivo da Penitenciária Estadual do Missouri, foi capturado no Aeroporto de Londres e extraditado para os Estados Unidos, onde foi acusado pelo assassinato de Martin Luther King.
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Motel Lorraine, onde Martin Luther King foi assassinado, em Memphis, no Tennessee.

Em 1969, Ray assumiu o crime e recebeu uma sentença de 99 anos de prisão no Tennessee. Após inúmeras tentativas de negar o crime novamente, Ray morreu na prisão em 1998, aos 70 anos de idade. A família King e um amplo sector da sociedade norte-americana apoiam a teoria de que Martin Luther King teria sido vítima de uma conspiração do próprio Governo; e que James Earl Ray teria sido um bode expiatório.

O escândalo Loyd Jowers

A viúva de King, Coretta Scott King, venceu um processo civil contra Loyd Jowers, um homem que armou um escândalo ao dizer que lhe tinham oferecido 100.000 dólares pelo assassinato de King.
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Loyd Jowers (1926-2000) era o proprietário
de um restaurante, o "Jim's Grill", próximo
ao Lorraine Motel, em Memphis, onde Martin
Luther King Jr. foi assassinado em 1968.

Em Dezembro de 1993, Jowers apareceu no canal de televisão ABC News (no programa Prime Time Live), e relatou os detalhes de uma suposta conspiração que envolvia a Máfia e o governo dos Estados Unidos para matar Luther King. De acordo com Jowers, ele recebeu 100.000 dólares de Frank Liberto para acertar os detalhes do assassinato de King. Ele disse ainda que James Earl Ray não estava envolvido no assassinato, e serviu apenas como bode expiatório no caso.

Sob pressão da família King, a justiça de Memphis deu início a um processo contra Jowers em 1998. Após julgamento realizado no ano seguinte, foi considerado culpado do envolvimento, juntamente com pessoas desconhecidas, numa conspiração para matar Martin Luther King. A Divisão de Direitos Civis do Departamento de Justiça dos Estados Unidos começou a investigar as alegações de Jowers em Agosto de 1998. A investigação foi concluída em Junho de 2000, e não encontrou provas que suportam esta teoria de conspiração. Jowers morreu em 2000, vítima de um ataque cardíaco.

Curiosidades:


Em 1986 foi estabelecido um feriado nacional nos Estados Unidos para homenagear Martin Luther King, o chamado Dia de Martin Luther King, sempre na terceira segunda-feira do mês de Janeiro, data próxima ao aniversário de King. Em 1993, pela primeira vez, o feriado foi cumprido em todos os Estados do país.
 

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Mahatma Gandhi: A Grande Alma

Mohandas Karamchand Gandhi (1869-1948) é amplamente reconhecido como um dos maiores líderes políticos e espirituais do século XX. Honrado na Índia como o pai da nação, foi pioneiro e praticou o princípio de Satyagraha: resistência à tirania através de desobediência civil massiva, não violenta.
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Enquanto liderava campanhas a nível nacional para mitigar a pobreza, expandir os direitos das mulheres, criar harmonia religiosa e étnica e eliminar as injustiças do sistema de castas, Gandhi aplicou de forma suprema os princípios da desobediência civil não violenta para libertar a Índia do domínio estrangeiro. Foi frequentemente feito prisioneiro pelas suas acções, às vezes durante anos, mas realizou o seu objectivo em 1947 quando a Índia adquiriu a sua independência da Grã-Bretanha.
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Devido à sua grandeza, Gandhi é chamado Mahatma, que significa "Grande Espírito". Os líderes de direitos civis desde Martin Luther King, Jr., a Nelson Mandela reconheceram Gandhi como fonte de inspiração na sua luta para conseguir direitos iguais para os seus povos. Gandhi revolucionou toda a acção anti-imperialista, com sua campanha exclusivamente pacífica; o pacifismo e humanismo em geral, injectando novos ideais de tolerância, vindos de um país não ocidental; a forma como se faz protestos no mundo.

Às vezes a causa não é tão importante quanto o método. A maior causa de Mahatma Gandhi foi a independência da Índia, dominada pelo Império Britânico desde 1858. Isso conseguiu em 15 de Agosto de 1947, ainda que com uma amarga frustração. O país acabou partido em dois, Índia e Paquistão, por causa de diferenças religiosas. E unir hindus e islâmicos foi uma de suas grandes causas de vida.

Outra, a abolição do sistema de castas na Índia, está na Constituição do país, mas ainda hoje sites de relacionamento mencionam a casta dos candidatos, e pessoas de castas inferiores continuam a ocupar a escala mais baixa da sociedade. A luta pela paz e seu exemplo de resistência passiva mudaram a história de seu país e nos serve para repensar todas as formas de violência ainda perpetradas por nações bélicas e neo-imperialistas pelo mundo contemporâneo.

Vivendo entre três continentes e três religiões, Gandhi acabou conciliando as ideias de cada uma para criar um novo tipo de humanismo. O mais central é a ahimsa, o princípio da não-violência. Inspirado no anarquista cristão russo Liev Tolstói, com quem se correspondeu na juventude, Gandhi decidiu que o que quer que fizesse seria por meios pacíficos.
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Nascido na Índia sob domínio britânico, Gandhi estudou Direito em Londres e tentou se estabelecer como advogado na Índia, sem sucesso. Conseguiu emprego na África do Sul, outra colónia do Império britânico, em 1893. Conheceu uma sociedade segregada, onde brancos, negros, indianos e mestiços tinham espaços e leis próprios. Assim começou sua carreira de activista político.

Em 1915, voltou para a Índia, onde se filiou ao Congresso Nacional Indiano, do qual se tornaria líder. Em 1930, convenceu o país inteiro a fabricar sal ilegalmente, quebrando o monopólio britânico. Logo, toda a Índia estava se recusando a pagar impostos e desafiando outras leis abertamente, um gigantesco acto de desobediência civil. Quando confrontados pela polícia, os manifestantes simplesmente aceitavam apanhar ou ser alvejados. Gandhi foi preso, e nenhuma concessão foi feita. Mas as imagens e notícias do protesto, e a nobreza de seus manifestantes, correram o mundo. Moralmente, o império britânico havia sido derrotado, e seria questão de tempo até o domínio ruir de vez.

 

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Nelson Mandela: Pai da Nação Africana

Nelson Mandela (1918-2013), um dos símbolos dos direitos humanos mais reconhecidos do século XX, é um homem cuja dedicação às liberdades do seu povo inspira os defensores dos direitos humanos de todo o mundo.

Nascido em Transkei, na África do Sul, Mandela era filho de um chefe tribal, e obteve uma educação universitária com uma licenciatura em Direito. Em 1944 tornou-se membro do Congresso Nacional Africano (CNA), conhecido na sigla inglesa por ANC, e trabalhou activamente para abolir as políticas do Apartheid do Partido Nacional no poder. Ao ser julgado pelas suas acções, Mandela declarou: "Lutei contra a dominação branca e lutei contra a dominação negra. Tenho cultivado o ideal de uma sociedade livre e democrática na qual todas as pessoas vivem juntas em harmonia e com oportunidades iguais. É um ideal que eu espero viver e alcançar. Mas se for preciso, é um ideal pelo qual estou preparado para morrer".
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Sentenciado a prisão perpétua, Mandela converteu-se num poderoso símbolo da resistência para o crescente movimento de antiapartheid, negando-se repetidamente a comprometer a sua posição política para conseguir a liberdade. Mandela passou 27 anos na prisão, inicialmente em Robben Island, e mais tarde, nas prisões de Pollsmoor e Victor Verster.

Luta Antiapartheid

Depois da eleição de 1948 dar a vitória aos afrikaners (Partido Nacional), que apoiavam a política de segregação racial, Mandela tornou-se mais activo no ANC, tomando parte do Congresso do Povo (1955) que divulgou a Carta da Liberdade: documento contendo um programa fundamental para a causa antiapartheid. Comprometido de início apenas com actos não violentos, Mandela e seus colegas aceitaram recorrer às armas após o massacre de Sharpeville, em Março de 1960, quando a polícia sul-africana atirou em manifestantes negros, matando 69 pessoas e ferindo 180.

Massacre de Sharpeville

No dia 21 de Março de 1960, ocorreu na cidade de Sharpeville, na província de Gauteng, na África do Sul, um protesto, realizado pelo Congresso Pan-Africano (PAC). O protesto pregava contra a Lei do Passe, que obrigava os negros da África do Sul a usarem uma caderneta na qual estava escrito aonde eles poderiam ir. Cerca de 20.000 manifestantes reuniram-se em Sharpeville, uma cidade negra nos arredores de Johannesburg, e marcharam calmamente, num protesto pacífico. A polícia sul-africana conteve o protesto com rajadas de metralhadora. Morreram 69 pessoas, e cerca de 180 ficaram feridas.
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Pintura retractando o Massacre de Sharpeville, em 1960.

Após esse dia, a opinião pública mundial focou sua atenção pela primeira vez na questão do Apartheid. No dia 21 de Novembro de 1969, a ONU implementou o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial, que passou a ser comemorado todo dia 21 de Março, a partir do ano seguinte. Em 1961, Mandela tornou-se comandante do braço armado do ANC, o chamado "Lança da Nação", ou MK, fundado por ele e outros militantes. Mandela coordenou uma campanha de sabotagem contra alvos militares e do governo e viajou para o Marrocos e Etiópia para treino paramilitar. Em Agosto de 1962 Nelson Mandela foi preso após informações da CIA à polícia sul-africana, sendo sentenciado a cinco anos de prisão por viajar ilegalmente ao exterior e incentivar greves. Em 1964 foi condenado a prisão perpétua por sabotagem (o que Mandela admitiu) e por conspirar para ajudar outros países a invadir a África do Sul (o que Mandela nega). No decorrer dos 27 anos que ficou preso, Mandela se tornou de tal modo associado à oposição ao Apartheid que o clamor "Libertem Nelson Mandela" se tornou o lema das campanhas Antiapartheid em vários países.

Apartheid

O Apartheid foi um regime de segregação racial adoptado de 1948 a 1994, pelos sucessivos governos do Partido Nacional na África do Sul, no qual os direitos da maioria dos habitantes foram cerceados pelo governo formado pela minoria branca.
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Mapa racial-demográfico da África do Sul, publicado pela CIA em 1979, com
dados do censo sul-africano de 1970.

A segregação racial na África do Sul teve início ainda no período colonial, mas o Apartheid foi introduzido como política oficial após as eleições gerais de 1948.
A nova legislação dividia os habitantes em grupos raciais: negros, brancos, de cor, e indianos, segregando as áreas residenciais, muitas vezes através de remoções forçadas.
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A Lei de Reserva dos Benefícios Sociais de 1953 possibilitou
a divisão de locais públicos por raça. Esta placa encontrada
numa praia de Durban, em 1989, indica em inglês, africâner
e zulu, se tratar de uma "área de banho reservada para uso
exclusivo por integrantes do grupo racial branco".

A partir de finais da década de 1970, os negros foram privados de sua cidadania, tornando-se legalmente cidadãos de uma das 10 pátrias tribais autónomas chamadas de Bantustões (territórios reservados à população negra na África do Sul e na Namíbia de acordo com sua etnia pelo governo racista sul-africano). Nessa altura, o governo já havia segregado a saúde, a educação e outros serviços públicos, fornecendo aos negros serviços inferiores aos dos brancos.

O Apartheid trouxe violência e um significativo movimento de resistência interna, bem como um longo embargo comercial contra a África do Sul. Uma série de revoltas populares e protestos causaram o banimento da oposição e a detenção de líderes antiapartheid. Conforme a desordem se espalhava e se tornava mais violenta, as organizações estatais respondiam com o aumento da repressão e da violência. Reformas no regime durante a década de 1980 não conseguiram conter a crescente oposição, e em 1990, o presidente Frederik Willem de Klerk iniciou negociações para acabar com o Apartheid, o que culminou com a realização de eleições multirraciais e democráticas em 1994, que foram vencidas pelo Congresso Nacional Africano, sob a liderança de Nelson Mandela.

Como presidente do CNA (Julho de 1991 a Dezembro de 1997), e primeiro presidente negro da África do Sul (Maio de 1994 a Junho de 1999), Mandela comandou a transição do regime de minoria no comando, o Apartheid, ganhando respeito internacional por sua luta em prol da reconciliação interna e externa. Nelson Mandela e Frederik de Klerk dividiram o Prémio Nobel da Paz em 1993.
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Após o fim do mandato de presidente, em 1999, Mandela voltou-se para a causa de diversas organizações sociais e de direitos humanos. Em Junho de 2004, aos 85 anos, Mandela anunciou que se retiraria da vida pública. Nelson Mandela faleceu em 2013 aos 95 anos na sua casa na África do Sul.
 
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César Chávez: Defensor dos Oprimidos Mexicanos

O trabalhador agrícola, líder sindical e activista pelos direitos civis americanos de ascendência mexicana, César Chávez (1927-1993), conseguiu melhores condições para os trabalhadores agrícolas mexicanos. Nascido na fazenda da sua família perto de Yuma, no Arizona (E.U.A.), Chávez testemunhou as duras condições que suportavam os trabalhadores do campo. Os trabalhadores mexicanos eram rotineiramente explorados pelos seus patrões norte-americanos, com frequência sem pagamento, vivendo em barracos em intercâmbio pelo seu trabalho, sem instalações médicas nem outras instalações básicas. Sem uma voz unida não tinham meio algum de melhorar a sua posição.

Milhares trabalhadores agrícolas mexicanos viajavam para a Califórnia para a colheita das culturas de proprietários rurais: uvas, alface, beterraba e muitas outras culturas. Trabalhavam duramente e recebiam pouco dinheiro. Estes trabalhadores imigrantes não tinham casas permanentes. Viviam em campos lotados, sujos. Não tinham casas de banho, electricidade ou água corrente. Chávez mudou isso quando dedicou a sua vida a conseguir reconhecimento dos direitos dos trabalhadores agrícolas mexicanos, inspirando e organizando-os na Associação Nacional de Trabalhadores do Campo, que mais tarde se converteu em Trabalhadores Agrícolas Unidos. Através de marchas, greves e boicotes, Chávez forçou os empregadores a pagar salários adequados e proporcionar outros benefícios e foi responsável por legislação que instituía a primeira Carta de Direitos para os trabalhadores da agricultura.
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Pela sua dedicação à justiça social e a sua dedicação de toda a sua vida a melhorar
as vidas dos seus semelhantes, Chávez foi reconhecido de forma póstuma com a
honra civil mais elevada, a Medalha Presidencial da Liberdade.
 

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Muhammad Yunus: O Banqueiro do Microcrédito

O economista e vencedor do Prémio Nobel da Paz, Muhammad Yunus, foi internacionalmente reconhecido pelo seu sistema revolucionário de microcrédito: a concessão de pequenos empréstimos a empreendedores demasiado pobres para se qualificarem para empréstimos de banco tradicionais, o que ajudou milhões de pessoas a escapar da pobreza.
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Nascido na cidade portuária de Chittagong em Bangladesh, a vida de Yunus é motivada pela sua visão de um mundo sem pobreza. Isso começou em 1976 quando viu cesteiras da vila a viver em pobreza abjecta apesar da sua habilidade. Considerados como altos riscos para crédito, os artesãos viam-se obrigados a pedir dinheiro emprestado a altas taxas de juro para comprar bambu e não obtinham nenhum lucro depois de devolverem o dinheiro às pessoas que lhes emprestavam o dinheiro. Do seu próprio bolso, Yunus fez um empréstimo a um grupo de mulheres que devolveram os fundos, e pela primeira vez, fizeram um pequeno lucro. Yunus percebeu que por meio de pequenos empréstimos e serviços financeiros poderia ajudar os pobres a libertarem-se da pobreza.
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Em 1983 estabeleceu o Grameen Bank (Banco do Povo), baseado na sua convicção de que o crédito é um direito humano fundamental. Em 25 anos, o Banco ergueu-se como a mais importante de uma rede de instituições similares em 100 países, permitindo a milhões sair da pobreza através da concessão de autonomia económica individual. O professor Yunus é membro do conselho do Fundação das Nações Unidas e receptor de numerosos prémios internacionais pelos seus esforços humanitários.

Criador do conceito de microcrédito

A palavra "Microcrédito" não existia até à década de 1970. Yunus cunhou-o para designar um tipo muito específico de crédito, que ele concebera, e cujo objecto principal, não são os pequenos produtores, mas sim as populações pobres, que não têm absolutamente, acesso a qualquer outro tipo de crédito. Yunnus concebeu, e conseguiu implantar, a mais conhecida e bem-sucedida experiência de microcrédito do mundo. Yunus a iniciou em 1976, concedendo empréstimos de pequena monta, com seus próprios recursos, para famílias muito pobres de produtores rurais, focalizando principalmente nas mulheres. Os bons resultados obtidos nessa primeira fase do projecto levaram-no a expandir essas operações com recursos de terceiros.

Em 2006, Yunus e o Grameen Bank ganharam o Prémio Nobel da Paz. De acordo com o comité responsável pelo Prémio Nobel, a distinção é um reconhecimento aos seus esforços para gerar desenvolvimento económico e social a partir de baixo. O desenvolvimento a partir da base também contribui para o avanço da democracia e dos direitos humanos.

Características gerais do Microcrédito:

a) Promove o crédito como um dos direitos humanos;

b) Sua missão principal é auxiliar as famílias pobres a se ajudarem a superar a pobreza. É dirigido aos mais pobres, especialmente às mulheres pobres;

c) Uma das características que mais destaca é que o "Grameencredit" não é baseado em qualquer garantia real, nem em contratos que tenham valor jurídico. É baseado exclusivamente na confiança, e não no direito ou em algum outro sistema coercitivo.

d) É oferecido no intuito de gerar auto-empregos, fomentando actividades que criem rendas para os pobres, ou ainda para a construção de sua habitação, ao contrário dos empréstimos destinados ao consumo;

e) Foi criado para enfrentar os bancos tradicionais, que rejeitam os pobres: para eles considerados "indignos de crédito". Em consequência disso, o "Grameencredit" rejeita a metodologia bancária tradicional e criou sua metodologia própria;

f) Oferece seus serviços na porta da casa dos pobres, adoptando o princípio de que as pessoas não devem ir ao banco mas sim o banco às pessoas;

g) Para obter um empréstimo um tomador tem que se reunir a um grupo de tomadores, que ficam moralmente responsáveis por seu pagamento;

h) Os empréstimos podem ser obtidos numa sequência sem fim. Novos empréstimos tornam-se disponíveis se os anteriores estiverem sendo pagos;

i) Todos os empréstimos devem ser pagos em pequenas prestações, semanais ou bi-semanais;

j) Mais de um empréstimo pode ser concedido, simultaneamente, ao mesmo tomador;

k) Os empréstimos são sempre vinculados a planos de poupança para os tomadores, obrigatórios e voluntários;

l) Geralmente esses empréstimos são concedidos por instituições sem fins lucrativos, ou por instituições cuja propriedade é controlada, na sua maioria, pelos próprios tomadores.

O "Grameencredit" procura operar a uma taxa de juros o mais próximo possível dos juros do mercado local, cobrando a taxa básica, não a taxa cobrada pelos emprestadores tradicionais. As operações do "Grameencredit" devem ser auto-sustentáveis.

m) A prioridade do "Grameencredit" é construir o "capital social". Isso é obtido pela criação de grupos e centros, destinados a desenvolver lideranças. O "Grameencredit" dá uma ênfase toda especial à "formação do capital humano" e à protecção do meio-ambiente.

 
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Personalidades que revolucionaram a Medicina

Na Medicina os antibióticos mudaram a vida das pessoas. Ao ser criado o primeiro antibiótico, tornou-se assim possível tratar as doenças bacterianas para as quais não havia cura anteriormente. É graças a Alexander Fleming, médico escocês, que desenvolveu antibióticos capazes de destruir bactérias e salvar um número maior de vidas, especialmente crianças.
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Até aos anos 40, mesmo os países ricos tinham altas taxas de mortalidade infantil, como 1 em cada 20 pessoas não chegava à idade adulta. Fleming tornou-se um revolucionário por acidente. Em 1928, o biólogo escocês, já perto dos 50 anos, estudava uma cultura de estafilococos, bactérias geralmente inofensivas, no seu laboratório no Hospital St. Mary, parte da Universidade de Londres. Em vez de arrumar tudo para evitar contaminações, Fleming empilhava as placas numa bancada no canto do laboratório, e notou que uma delas tinha mofo. Em vez de jogar fora o exemplo contaminado, como se faria no laboratório profissional, resolveu estudá-lo mais atentamente. Notou que o mofo estava matando as bactérias. O mofo era o Penicillium chrysogenum, que aparece em comida estragada. É parente de fungos usados há séculos para fazer salames e queijos azuis: a acção bactericida também serve para preservar comida.

Fleming descobriu que o truque funcionava com bactérias perigosas, isolou a substância com o fungo que estava liquidando os microrganismos e a chamou de penicilina. Mas não acreditou que ela pudesse ter utilidade prática, porque não pensou como poderia ser criada a nível industrial. Foi apenas no início dos anos 1940, com o trabalho de outros cientistas em laboratórios organizados, que a penicilina tornou-se viável.
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A penicilina, um antibiótico natural derivado do bolor produzido pelo fungo Penicillium chrysogenum fez a sua estreia na Segunda Guerra Mundial, ao salvar a vida de soldados e civis atingidos por armas inimigas, que poderiam ter sucumbido a infecções. Desde o surgimento dos antibióticos, vários horrores que assombraram a humanidade ficaram para os livros de história. Lepra e tuberculose, cujo tratamento era isolar o paciente em sanatórios, passaram a ter cura. Pneumonia deixou de ser o caminho do hospital ao necrotério. Coqueluche (doença respiratória altamente contagiosa), difteria e meningite pararam de matar crianças.

Foi graças ao seu papel no mundo dos antibióticos, que Alexander Fleming figura na lista preferida dos peritos como a personagem revolucionária do mundo da medicina.
Embora nomes importantes também constam nessa lista: Andreas Versalius, Louis Pasteur, Ferdinand Cohn, Robert Koch, Rosalind Franklin, Galeno e Hipócrates.
 

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Alexander Fleming: O Pai dos Antibióticos

Alexander Fleming (1881-1955), médico escocês, nasceu em Lochfield, no condado escocês de Ayr, no Reino Unido, no dia 6 de Agosto de 1881. Formou-se na escola de medicina do Hospital Saint-Mary, em Londres. Logo começou a pesquisar os princípios activos antibacterianos, que acreditava não serem tóxicos para o tecido humano. Durante a Primeira Guerra Mundial, serviu no corpo médico da Marinha, nas frentes de batalha, e viu muitas mortes por infecção. Terminada a guerra, foi nomeado professor de bacteriologia do Hospital Saint-Mary e mais tarde foi nomeado director adjunto. Em 1921, Fleming identificou e isolou a lisozima, uma enzima bacteriostática, que impede o crescimento de bactérias, presente em certos tecidos e secreções animais, como a lágrima e a saliva humanas, e na albumina do ovo.
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Em 1928 era professor do colégio de cirurgiões e estudava o comportamento da bactéria Staphylococcus aureus, quando observou uma substancia que se movia em torno de um fungo da espécie Penicillium notatum, demonstrando grande capacidade de absorção dos estafilococos. Fleming baptizou essa substancia com o nome de penicilina, e um ano mais tarde, publicou os resultados do estudo no British Journal of Experimental Pathology. Não pareciam então promissoras as tentativas de aplicar esse material ao tratamento das infecções humanas, devido a sua instabilidade e falta de potência. Anos depois, um grupo de médicos da Universidade de Oxford interessou-se pela possibilidade de produzir penicilina estável para fins terapêuticos.
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Uma década após a publicação da pesquisa de Fleming, os americanos Ernst Boris Chain e Howard Walter Florey conseguiram isolar a penicilina em estado anidro, ou seja, na ausência de humidade. Em 1941 o novo produto começou a ser comercializado nos Estados Unidos, com excelentes resultados terapêuticos no tratamento de doenças infecciosas. Fleming foi reconhecido universalmente como descobridor da penicilina e eleito membro da Royal Society em 1943. Um ano depois, foi sagrado cavaleiro da coroa britânica.
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Fleming, recebendo o Prémio Nobel do rei Gustavo V da Suécia.

Em 1945, Sir Alexander Fleming obteve novo reconhecimento por seu trabalho de pesquisa ao receber o Prémio Nobel de fisiologia e medicina, junto com os americanos Chain e Florey. O cientista teve oportunidade de acompanhar a repercussão de sua descoberta e a evolução dos antibióticos, medicamentos dos mais utilizados no mundo e responsáveis pela cura de doenças graves, como a tuberculose. Fleming morreu em Londres, em 11 de Março de 1955, de um ataque cardíaco.
 

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Louis Pasteur: O Fundador da Microbiologia

Louis Pasteur (1822-1895) é lembrado por suas notáveis descobertas das causas e prevenções de doenças. Entre seus feitos mais notáveis pode-se citar a redução da mortalidade e a criação da primeira vacina contra a raiva (anti-rábica). As suas descobertas tiveram enorme importância na história da química e da medicina.
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Ficou conhecido do público em geral por inventar um método para impedir que leite e vinho causem doenças, um processo que veio a ser chamado pasteurização (processo utilizado em alimentos para destruir microrganismos patogénicos ali existentes). A pasteurização consiste, basicamente, no aquecimento do alimento a uma determinada temperatura, e por determinado tempo, de forma a eliminar os microrganismos ali presentes.

Posteriormente, tais alimentos são selados hermeticamente por questões de segurança, evitando assim uma nova contaminação. O avanço científico de Pasteur melhorou a qualidade de vida dos humanos permitindo que produtos, como por exemplo o leite, pudessem ser transportados sem sofrerem decomposição. Pasteur também fez muitas descobertas no campo da química, principalmente a base molecular para a assimetria de certos cristais.
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O corpo de Pateur está enterrado sob o Instituto Pasteur em Paris, no mausoléu decorado por mosaicos em estilo bizantino que lembram suas realizações. O Instituto Pasteur fundado em 1888 pelo próprio Louis Pasteur é um dos mais famosos centros de pesquisa da actualidade. Louis Pasteur é considerado um dos três principais fundadores da microbiologia (ramo da biologia que estuda os microrganismos), juntamente com Ferdinand Cohn e Robert Koch.

 
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