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GF Ouro
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O documento papal sobre as alterações climáticas, que foi alvo de uma fuga de informação, fala em "capitalismo selvagem".
O Papa Francisco considera "injusto" que se acuse a Igreja de ser "comunista" quando fala da pobreza. "Muitas vezes ouvimos dizer que este sacerdote fala demasiado de pobreza, este bispo fala de pobreza, este cristão, esta freira falam de pobreza. São um pouco comunistas, não? Pelo contrário, a pobreza é o eixo do Evangelho", sublinhou ontem o Papa na missa na sua residência, em Santa Marta, já como resposta às reações à sua nova encíclica, a primeira que olha nos olhos as empresas multinacionais. Aborda as alterações climáticas impostas pelo homem, com custos para os mais pobres, criticando o que designa de "capitalismo selvagem".
A primeira encíclica do Papa Francisco será apresentada apenas amanhã, mas já há "estilhaços" pelo mundo, após a revista italiana L"Espresso, ter divulgado uma versão do documento que não será a final, segundo o próprio Vaticano, que seria surpreendido por uma alegada fuga de informação, que classificou de "ato de sabotagem contra o Papa". Chegou mesmo a pedir aos jornalistas para que não divulguem detalhes da carta papal, que, segundo a informação disponível, convergem no sentido de apelar à mudança dos estilos de vida e de consumo de energia, ambicionando evitar a "destruição inédita do ecossistema" até ao final deste século. O Papa alerta ainda que se nada for feito as consequências vão ser graves.
As grandes multinacionais chegam a ser apontadas como "predadoras da natureza" no documento escrito em seis línguas (português, italiano, francês, inglês, alemão e espanhol), que pede à humanidade para agir depressa contra os excessos cometidos pelo homem no planeta. O Papa que vem sendo considerado um progressista em assuntos sociais foi acusado pelos conservadores americanos de ser "marxista" por se insurgir contra o capitalismo, embora Francisco já tenha dito que até tem "muitos amigos marxistas", mas considera que essa ideologia "é equivocada".
dn