• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

Schäuble em entrevista: "Não existe qualquer supremacia alemã"

kokas

GF Ouro
Entrou
Set 27, 2006
Mensagens
40,723
Gostos Recebidos
3
ng4465830.jpg



A crítica ao papel da Alemanha nas recentes negociações sobre o futuro da Grécia tem sido feroz. A "Spiegel" falou com o ministro das Finanças Wolfgang Schäuble. Leia a entrevista no DN.

Sr. ministro, o senhor tem uma conta privada no Twitter?




Não. Em regra, as mensagens do Twitter têm vida curta, razão pela qual as acho desinteressantes.
No entanto, ultimamente, os utilizadores do Twitter têm estado extremamente interessados em si. Na semana passada, o senhor estava entre os mais mencionados no Twitter. Dezenas de milhares de pessoas acusaram-no de ter organizado um golpe contra a democracia grega com o novo programa de resgate. Sente-se magoado com essas acusações?
Reagi com muita calma. A minha caixa de email ficou também completamente cheia e 90% das mensagens eram expressões de opinião que me apoiavam. Nunca tinha experimentado uma tal onda de concordância. Ainda assim, quando se trata de Grécia, há questões altamente complexas para as quais não há respostas simples.
A Europa pretende resolver o problema com um novo pacote de empréstimos no valor de mais de 80 mil milhões de euros. Será essa a resposta certa?
Há meio ano, a Grécia estava a preparar-se para regressar aos mercados de capitais. Hoje, a economia do país está em ruínas. Isso é responsabilidade do governo grego. Mas não podemos abandonar o povo da Grécia. É por isso que era necessário um novo programa, mesmo que tal signifique novas dificuldades para a população. Porém, mais do que qualquer outra, a pergunta é: Terá sido a melhor solução para a Europa?
O economista americano Paul Krugman tem uma posição clara sobre isso. Ele escreveu recentemente numa coluna no 'New York Times' que o novo programa de ajuda à Grécia é "pura vingança" e uma "completa destruição da soberania nacional". O senhor partilha a opinião dele?
Krugman é um economista proeminente que ganhou um prémio Nobel pela sua teoria do comércio. Mas ele não sabe nada sobre a arquitetura e o fundamento da união monetária europeia. Ao contrário dos Estados Unidos, não há um governo central na Europa e todos os 19 membros da zona euro devem chegar a um acordo. Parece que o Sr. Krugman não tem conhecimento disso.
Durante as negociações do passado fim de semana apareceu um documento vindo do seu ministério a propor que a Grécia deixe a zona euro por um período limitado de tempo. O que é que esperava conseguir com esta proposta?
Nós nunca dissemos que a Grécia deve sair da zona euro. Apenas chamámos a atenção para a possibilidade de a própria Atenas poder decidir um afastamento temporário. O alívio da dívida não é possível dentro da união monetária. Os tratados europeus não o permitem.
Os governos da França e da Itália parecem ter uma opinião diferente. Eles criticaram duramente a sua proposta, porque querem manter a Grécia na zona euro a todo o custo. Terá o senhor ido demasiado longe?
O seu retrato não é consistente com os factos. Até o meu colega italiano Pier Carlo Padoan admitiu: nas reuniões decisivas, 15 membros da zona euro apoiaram a posição alemã. Só França, Itália e Chipre tinham uma opinião diferente.
Itália e França, no entanto, são membros fundadores da União Europeia. A Alemanha não deveria dar uma atenção particular à prossecução de uma posição comum com esses países?
Não é invulgar as posições da França e da Alemanha não serem completamente similares. Por vezes, também se dá o caso de a minha mulher e eu não sermos inteiramente da mesma opinião. Nós nem sequer estamos casados com a França, mas a Alemanha e a França, no entanto, superaram as suas diferenças no final. Sem a Alemanha e a França, a coisa não funciona. Isso é o que importa.



dn
 
Topo