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Terramoto de corrupção no Brasil ameaça abalo em Portugal

Feraida

GF Ouro
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Brasil pediu ajuda para investigar esquema de lavagem de dinheiro que envolve a petrolífera Petrobras.

Caso tem ligações a decisores de empresas que operam em Portugal.




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O maior escândalo de corrupção, que está a agitar o Brasil, chegou a Portugal.

A Procuradoria Geral da República (PGR) vai ajudar a investigar a teia de ligações de empresas envolvidas num esquema de luvas que envolve a Petrobras, após um pedido de cooperação da justiça brasileira.

Ao certo não se sabe quais são as informações e diligências pretendidas pelo Ministério Público Federal, que conduz as investigações da operação ‘Lava Jato'.

Mas são várias as empresas e os intervenientes com ligações ao nosso país, como é o caso da construtora Odebrecht, que integrou consórcios que venceram concursos do TGV e PPP lançados por Sócrates.

Nessa teia de ligações empresariais, o caso mais recente, para apurar o envolvimento de ex-governantes, accionistas e gestores, tem agora como epicentro o negócio da venda da posição da Vivo na Portugal Telecom (PT) à Telefónica e a compra da Oi, segundo noticiou, ontem, o jornal ‘Público', dando conta que a PGR investiga possíveis ligações entre a PT e o caso de corrupção ‘Lava Jato' no Brasil, centrado no desvio de dinheiro público na petrolífera brasileira Petrobras.

O Ministério Público (MP) confirmou, ontem, que "existem investigações em curso relacionadas com a PT", depois de o jornal ter avançado que as autoridades suspeitam da venda da brasileira Vivo pela operadora portuguesa à espanhola Telefónica, em 2010, em troca de 7,5 mil milhões de euros.

O MP não forneceu mais detalhes, remetendo as investigações a esse processo para o segredo de justiça.

Segundo o ‘Público', a Justiça analisa se houve "benefícios económicos" no valor de "várias dezenas de milhões de euros" para governantes portugueses e brasileiros, accionistas e quadros de topo das operadoras envolvidas naquela operação.

A PT respondeu à venda da Vivo à Telefónica com a compra de 25,6% da também brasileira Oi, por 3,6 mil milhões de euros.

Nas negociações realizadas, então, para desbloquear a venda - inicialmente rejeitada pelo Executivo de Sócrates que chegou a usar a ‘golden share' (acção de ouro com poder de veto) para travar a operação - participou José Dirceu, ex-ministro do governo Lula da Silva, condenado por outro escândalo de corrupção e envolvido no caso ‘Lava Jato'.

Mas não foi o único.

Otávio Azevedo, presidente da construtora Andrade Gutierrez, maior accionista da Oi, também se empenhou na parceria com a PT.

Otávio Azevedo, ex-administrador da PT, foi detido, em Junho, no âmbito do esquema de corrupção da Petrobras.

Para já, não há confirmação oficial de ligação entre os casos ‘Lava Jato' e o da venda da Vivo pela PT.

É, no entanto, mais um exemplo de ligações perigosas entre empresas e poder político sob investigação.

A PGR confirmou igualmente que recebeu um pedido de cooperação judicial internacional por parte das autoridades brasileiras através de carta rogatória, cujo "objecto e diligências realizadas ou a realizar não podem ser divulgados".

Odebrecht e Lula na mira da justiça nacional e brasileira

A Odebrecht é uma das empresas que estava já na mira do procurador Rosário Teixeira no âmbito da ‘Operação Marquês', que investiga o ex-primeiro-ministro, tendo como foco as relações de José Sócrates com a construtora - ligada entretanto ao ex-presidente brasileiro Lula da Silva.

Os brasileiros da Odebrecht são os donos da Bento Pedroso Construções, que integrou vários consórcios que venceram obras públicas durante os anos em que Sócrates foi primeiro-ministro.

Também o caso ‘Lava Jato' tem várias ramificações e uma delas afecta directamente Lula da Silva por alegado tráfico de influência junto de políticos de outros países para que fossem atribuídos contratos à construtora Odebrecht, cujo presidente está detido.

Esta é uma das companhias investigadas no Brasil, e que também opera em Portugal.

"Está em curso uma investigação que envolve exploração de prestígio [tráfico de influências] por parte de Lula, nomeadamente o seu papel em negócios da Odebrecht em África e na América Latina", avançou ao Económico um procurador do Ministério Público do Paraná onde está sediada a investigação da operação ‘Lava Jato'.

O mesmo responsável dá conta que na mira da justiça brasileira estão as obras que teriam financiamento em condições preferenciais do Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social, o banco de fomento brasileiro.

Os contratos em investigação foram formalizados entre 2011 e 2014 - já depois de Lula da Silva ter terminado o seu mandato de presidente.

O mesmo responsável garante ainda que esta investigação a Lula - que é autónoma da ‘Lava Jato' - não tem qualquer ligação a Portugal .

In:económico
 
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Feraida

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Revista “Veja” compara "Lava-Jato" e "Face Oculta"

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A influente revista brasileira estabelece pontos de contato entre as investigações dos dois lados do Atlântico. Lula, José Sócrates, José Dirceu, Marcelo Odebrecht e Miguel Horta e Costa são citados.

Paulo de Morais, candidato à presidência da República, é entrevistado


A revista “Veja”, que imprime 1,5 milhões de exemplares por semana, dedica oito páginas da sua última edição a traçar um paralelo entre a operação "Lava-Jato", que investiga o escândalo de corrupção em torno da petrolífera estatal Petrobrás, e a operação "Face Oculta".

A reportagem abre com uma foto em que Lula da Silva e José Sócrates conversam com aparente cumplicidade e refere-se a figuras de relevo de um lado e de outro do Atlântico.

Publicação abertamente anti-governo do Partido dos Trabalhadores (PT), a "Veja" resume o caso Face Oculta: “Os investigadores portugueses estão diante do maior escândalo de corrupção da história do país."

Adianta ainda a revista que a investigação descobriu que "empresas amigas do governo socialista, liderado pelo popular ex-primeiro-ministro José Sócrates, eram beneficiadas com contratos em órgãos públicos e retribuíam pagando comissões a políticos".

E questiona: "Alguma semelhança com o caso brasileiro?”

O trabalho elenca oito pontos de contato curiosos, entre os dois processos.

Como a "Lava-Jato", cuja origem está nas contas de um discreto posto de gasolina, também a Face Oculta começou por investigar uma simples casa de câmbio.

As polícias portuguesa e brasileira começaram, a partir daí, a desfiar os respetivos novelos e chegaram às contas no estrangeiro dos protagonistas de um e outro casos.

Como no Brasil, onde o jovem juiz Sergio Moro, do Tribunal de Curitiba, comanda as investigações com "mão de ferro" e obstinação, também em Portugal o seu par, Carlos Alexandre, tem fama de “implacável e incorruptível”, de acordo com “Veja”.

Mais: a procuradoria-geral da República portuguesa é, defende a revista, acusada de parcialidade, na mesma medida em que o procurador recém reempossado no Brasil, Rodrigo Janot, está na mira dos acusados.

Por outro lado, quer "Face Oculta" quer "Lava-Jato", envolvem partidos - Partido Socialista e PT, no poder no momento dos factos. No caso brasileiro, o PT está ainda no poder.

A diferença, relembra a revista da Editora Abril, é o facto de José Sócrates ter sido detido - e, entretanto, colocado em prisão domiciliária - e Lula continuar solto, apesar de investigado por tráfico de influências.

O jornalista Rodrigo Rangel, editor da sucursal de “Veja” em Brasília, a editoria da revista que vem acompanhando a "Lava-Jato", foi enviado a Évora para acompanhar os passos de Sócrates e, a partir daí, desenvolver a sua reportagem.

O repórter vai descrevendo a "Face Oculta" classificando-a de “enredo (...) recorrente e familiar”. “Políticos agiam em conluio com grandes empresas em troca de comissão”, acrescenta, como se estivesse a referir à "Lava-Jato".

Contada a suposta participação de Sócrates no esquema de corrupção de que trata a "Face Oculta", são citados tanto Miguel Horta e Costa, cujo proximidade ao Governo Lula já levara a que fosse ouvido pelas autoridades brasileiras no âmbito do Mensalão; Marcos Valério, o principal operador desse caso e que foi o primeiro a citar a relação Portugal Telecom-Partido dos Trabalhadores em depoimento; o Grupo Lena, que, além de ser acusado de contratar os serviços de Sócrates como consultor, é parceiro do grupo Odebrecht, um dos envolvidos no escândalo do Petrolão; Otávio Azevedo, detido na "Lava Jato" e sócio, como presidente da Andrade Gutierrez, da PT na Oi; um português responsável pelas operações da Camargo Corrêa em África; e a Exergia, empresa com sede em Lisboa, de Taiguara Rodrigues, sobrinho de Lula, que não está sob investigação da "Lava Jato" mas que já foi tema de reportagens da “Veja”.

No final, o candidato à presidência da República Paulo de Morais conversa, em meia página, com a reportagem de “Veja”.

Morais defende que “quem deixa roubar, está roubando também” e que “há um triângulo de corrupção a envolver Portugal, Brasil e países de África, como Angola”.

In:rr

 
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