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Todos - mas todos - os vinhos se bebem no Verão

Feraida

GF Ouro
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Já se sabia que todos os copos são bons na hora de beber vinho.

O que ainda não se sabia é que todos os vinhos também são bons para beber no verão.




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Ok. Não serão exactamente todos.

Como na realidade o tipo de copo interfere - e muito - com a experiência.

O ponto importante é que não se devem distinguir categorias de vinho por época do ano.

Isso dos tintos serem bons para o inverno e os brancos para o verão é tão coisa do passado como a frase "como não havia vinho bebeu-se branco".

Os vinhos são muito mais complexos do que isso, e ainda bem.

Definem-se pelo "carácter", não pela "cor" e nos nossos verdes e nos espumantes, brancos, rosés, tintos e fortificados encontramos, em todos, vinhos excelentes para beber nesta altura do ano.

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Mas atenção porque existem algumas normas a seguir.

É obviamente diferente beber um vinho numa esplanada, quando o calor aperta, de o beber no calor aconchegante do lar, nos meses mais frios.

Quando se trata de escolher vinhos no verão a palavra chave é "frescura".

Palavra abrangente, cheia de conotações e todas - se exceptuarmos o sentido que os brasileiros lhe dão - fazem sentido.

Comecemos pela temperatura, que não existem vinhos frescos se forem servidos quentes.

A temperatura máxima a que um vinho deve ser servido é de 18 graus e se olhar agora para um termómetro vê que está muito mais quente do que isso.

Regra geral os tintos e os Porto Vintage devem ser servidos entre os 16 e os 18, os Tawny entre os 12 e os 16 e os brancos, rosés e espumantes entre 7 a 10.

Muitos tintos inclusivamente dão-se bem com temperaturas mais baixas: 14, 13, 12 graus.

Ou seja, se não estiverem guardados num local de temperatura controlada será mesmo necessário recorrer ao frigorífico.

Convém mesmo apontar uns 3 graus para baixo da temperatura ideal, porque mal serve o vinho esta volta rapidamente a subir.

Pela mesma razão considere o uso de um frapé para manter o vinho fresco à mesa.

Cuidados a ter?

Não maltratar o vinho com oscilações demasiado rápidas de temperatura, razão pela qual o congelador dever ser evitado; nem passar a fronteira dos 6 graus, abaixo dos quais qualquer vinho está demasiado fechado para o desfrutar plenamente.

A presença de um termómetro de vinho é (quase) tão importante como o saca-rolhas.

Mas por "frescura" não se entenda apenas temperatura.

Não é por acaso que é usada com igual propriedade na gastronomia ou na perfumaria. Apela a todos os sentidos.

Ora na enologia entendem-se por frescos vinhos que tenham uma boa acidez, taninos suaves, não demasiado gordos ou com demasiada madeira.

O oposto de encorpados, portanto.

Mais uma vez características independentes do vinho ser tinto ou branco (onde também encontramos espécimens bastante encorpados) Por princípio serão vinhos mais novos mas está longe de ser uma regra absoluta.

E o mesmo se passa com as castas, onde algumas, como a Rufete por exemplo, apresentam características naturais mais dadas à criação destes vinhos, muito embora as técnicas empregadas pelos responsáveis pela vitificação e pelos enólogos revelam-se fundamentais para criar o carácter final.

Peguemos no exemplo da Quinta das Carvalhas, da Real Companhia Velha.

Ali se produz (além de um tinto Vinhas Velhas) o Carvalhas Branco e o Carvalhas Tinta Francisca (ambos a 40 euros), um tinto invulgar proveniente de uvas de uma casta muito antiga e autóctone do Douro mas muito pouco utlizada hoje em dia.

E se ambos são bons (óptimos na realidade) para beber em qualquer altura do ano, o Branco mais encorpado do que o habitual, não é propriamente aquilo que se classifica por um vinho de verão.

Já o Tinta Francisca apresenta-se com um final longo, macio e tão fresco (lá está) que é perfeito para esta altura do ano.

Neste caso aliás, a temperatura de servir recomendada é de 14 graus.

Não muito longe dali, fica o chamado Douro Verde, a sub região dos Vinhos verdes que toca o Douro e, se quisermos finalmente generalizar, não há vinho a quem o verão assente tão bem como os Verdes.

Nesta sub região, estes vinhos recebem mais o sol característico do Douro e por isso apresentam mais nuances aromáticas que juntam à mineralidade típica dos verdes.

Ali encontramos a Covela, pequeno produtor que lançou três verdes, um Avesso, um Arinto e um Rosé, muito sério, com uma forte presença aromática.



In:económico
 
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