kokas
GF Ouro
- Entrou
- Set 27, 2006
- Mensagens
- 40,723
- Gostos Recebidos
- 3
Juiz decidiu impor a Ricardo Salgado a prisão domiciliária. Procuradores declararam no processo que não concordavam. No caso de José Sócrates, magistrado também deixou muitas indiretas à atuação do MP
Ao decidir colocar Ricardo Salgado em prisão domiciliária - quando o Ministério Público apenas pediu que o ex-presidente do BES ficasse proibido de se ausentar para o estrangeiro e de contatar outros arguidos do processo - o juiz Carlos Alexandre quis, segundo fonte judicial, deixar claro que não concorda com a estratégia que tem sido seguida pelos procuradores, sobretudo a relacionada com as medidas de coacção a aplicar aos suspeitos em processos com forte repercussão pública. Certo é que agora Carlos Alexandre terá contra si a defesa de Ricardo Salgado - que já anunciou recurso da decisão - e o próprio Ministério Público que, durante o interrogatório do ex-banqueiro, considerou a medida como desproporcionada.
Esta não é a primeira vez que o juiz de instrução e procuradores do DCIAP divergem quanto ao sentido das investigações em curso. Segundo informações recolhidas pelo DN, a partir do momento em que o procurador Rosário Teixeira decidiu promover substituição da prisão preventiva de José Sócrates pela domiciliária, Carlos Alexandre terá deixado no processo várias "indiretas" ao procurador, sobretudo depois do último interrogatório de José Sócrates no DCIAP, cujo teor foi divulgado pela revista "Sábado". Carlos Alexandre, num despacho, terá feito várias referências ao comportamento de José Sócrates no processo e a uma falta de respeito pelas autoridades. Depois de o Ministério Público ter proposto a substituição da preventiva pela domiciliária, Sócrates recursou utilizar a pulseira eletrónica. O que fez com que o juiz decidisse manter o ex-primeiro ministro em preventiva. Resta saber qual será a posição do procurador quando ocorrer a próxima revisão da prisão preventiva, a 9 de setembro.
dn