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"Francisco quer ações, não meras palavras na questão do ambiente"

kokas

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Austen Ivereigh, autor Francisco - O Grande Reformador, num encontro na Praça de São Pedro com o Papa após a publicação do livro, em 2014




Autor de uma biografia fundamental sobre o Papa, Austen Ivereigh falou ao DN sobre a primeira encíclica de Francisco, o seu percurso, preocupações e o concílio em que foi eleito.
Começar a encíclica Laudato Si" (Louvado Sejas) com uma frase de São Francisco de Assis, como fez o Papa Francisco, é por si só todo um programa?
Sim. Louvado Sejas é um lamento por uma ligação perdida entre os seres humanos com Deus, com eles próprios e com o planeta. Uma ligação cujo expoente máximo, penso, foi precisamente São Francisco de Assis e, por isso, ele é o santo patrono da encíclica e daquilo que nela o Papa chama ecologia integral. Quanto à encíclica em si, em minha opinião, é o documento mais importante sobre a doutrina social da Igreja da primeira encíclica social, a Rerum Novarum (1891). Representa uma mudança importante no entendimento da Igreja do que é o seu ensinamento social.
De que forma?
Antes da publicação da Rerum Novarum, muitos autores católicos tinham escrito sobre questões sociais. Por exemplo, o cardeal inglês Henry Manning, que pode possivelmente ser considerado o autor do conceito de salário justo, mas sem ser um papa a falar através da autoridade de uma encíclica, podia sempre dizer-se que não passava de uma opinião pessoal. O que uma encíclica faz é, a partir de ensinamento comum, erguer este a um novo nível e afirma que isto é aquilo em que todo o católico deve acreditar. Assim, com Louvado Sejas passou a ser uma obrigação para todo o católico preocupar-se com o ambiente, já não é uma opção. Gostava ainda de referir que, como em 1891 muitos empresários católicos na Europa disseram "mas o que é que o Papa sabe sobre salários e sindicatos", hoje muitos conservadores americanos estão a dizer "mas porque é que o Papa está a imiscuir-se na questão" do ambiente. Mas ambas as encíclicas mostram que as duas questões são também questões morais.
Os católicos devem mudar de atitude na questão do ambiente?


dn

 
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