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A experiência do primeiro ocidental a estudar na Coreia do Norte

kokas

GF Ouro
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Set 27, 2006
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O jovem Alessandro Ford esteve na Coreia do Norte durante seis meses e pensa-se que terá sido o primeiro ocidental a estudar naquele que é considerado o país mais fechado do mundo. Era vigiado pelos colegas, tinha de se curvar perante a estátua do "querido líder" e só podia contactar a família uma vez por semana, através de um telefonema de dez minutos O estudante de 18 anos, da Bélgica, contou à BBC e ao The Guardian a sua experiência neste país.

A sua passagem pela Coreia do Norte ocorreu entre agosto e dezembro do ano passado. Alessandro decidiu fazer um “ano zero”, isto é, tirar um ano para viajar e conhecer outras culturas antes de ingressar na universidade. Algo que é, de resto, muito frequente entre os estudantes no estrangeiro. O que já é raro é escolher um país tão peculiar como a Coreia do Norte. E graças à ajuda do pai, um antigo membro do Partido Trabalhista britânico, Glyn Ford, que efetuou várias viagens diplomáticas a este país, conseguiu mesmo concretizar a sua ideia.

Viveu com outros jovens norte-coreanos que estavam encarregues de o vigiar. Os colegas não podiam, por exemplo, deixá-lo sair da escola sozinho.
“Jogávamos futebol juntos, bebíamos juntos, comíamos juntos. Passava bons momentos com pessoas que me monitorizavam por isso era uma relação estranha.”

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Uma das suas obrigações era demonstrar respeito pelo "querido líder" Kim Jong-un. Quando ele e os colegas passavam pela sua estátua, a caminho da escola, tinham de ficar quietos durante uns momentos e tinham de se curvar perante a mesma.

Os retratos de Kim e do pai estavam presentes em todos os quartos da residência, incluindo o seu.
“Havia retratos dos dois líderes em cada quarto, incluindo o meu. O meu colega tinha de os tirar e limpar todos os dias. Uma vez estava a atirar uma bola de ténis e ela voou para muito próximo de um dos retratos. Ele pegou logo na bola, atirou-a para fora da porta e disse-me que não podia fazer aquilo.”

O entretenimento ocidental era proibido. Apesar de ter partilhado algumas músicas estrangeiras com os colegas, estes não gostavam de cantores como Eminem ou Linkin Park. “Preferiam músicas sobre o estado, o país ou a família”.


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As notícias são controladas pelo Estado e, por isso, Alessandro só sabia o que se passava no mundo pela ótica norte-coreana.
“Toda a gente no meu dormitório acreditava nas notícias que diziam que o Ébola tinha sido criado pela CIA como uma arma para destruir um país que ainda não tinha nome e que a CIA tinha perdido o controlo sobre o vírus. Perguntei aos meus amigos se acreditavam naquilo e e eles responderam 'Claro, se as noticias dizem que sim, por que é que as noticias iam mentir'"?

O contato com o exterior só acontecia uma vez por semana: durante 10 minutos podia falar com a mãe ao telefone.

Para o jovem belga, os direitos humanos dos norte-coreanos são violados e o resto do mundo devia tentar comunicar com a Coreia do Norte porque o isolamento não funciona.
“Aqui na Europa e no Ocidente, a imagem que temos da Coreia do Norte é a que vemos em filmes como Team America ou The Interview e nunca percebemos o outro lado da historia."

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