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GF Ouro
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Caracas deportou mais de mil colombianos e outros quatro mil atravessaram voluntariamente por temerem perder tudo o que têm. Embaixadores já foram chamados
Rocío Angarita vivia há 13 anos em San Antonio, na Venezuela junto à fronteira com a Colômbia, mas o tempo não contou para as autoridades que, há dez dias, entraram na sua casa a meio da noite. "Só nos disseram que nos deportavam por sermos colombianos", contou à agência EFE, dizendo que só conseguiu calçar os filhos antes de partir e teve que deixar todos os seus bens. "Até o cão teve que ficar." A sua casa, tal como a de mais de mil compatriotas, foi marcada com um D, para demolição. Rocío é uma das vítimas da crise fronteiriça entre Caracas e Bogotá, que a comunidade internacional está a tentar solucionar.
A tensão começou na semana passada quando o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, resolveu fechar a fronteira em vários municípios do estado de Táchira, depois de três militares e um civil terem ficado feridos num ataque. Os ferimentos ocorreram durante uma operação contra o chamado "contrabando de extração", que ocorre quando são comprados produtos subsidiados no lado venezuelano (como o combustível, por exemplo) para depois serem vendidos do lado colombiano, onde o preço é mais alto. O presidente considerou o ataque uma "emboscada" e culpou os paramilitares colombianos na região.
Maduro decretou então o estado de exceção, reforçou a fronteira com mais de 2500 militares e ordenou o início de uma operação que já resultou na deportação de 1088 colombianos, entre os quais 244 menores. Acusa-os de serem paramilitares, contrabandistas ou delinquentes. Segundo o gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), outros 4200 que temiam ser expulsos e perder todos os bens optaram por sair voluntariamente, carregando o que possuíam e cruzando a pé o rio Táchira, que marca a fronteira.
dn