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GF Ouro
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"Muitas coisas" podem acontecer na etapa cubana, antecipa o Vaticano. A Igreja é atualmente uma "referência" na ilha.
O presidente cubano afirmou em maio não excluir a hipótese de "voltar a rezar e voltar à Igreja Católica. E não estou a brincar!". A afirmação de Raul Castro surgiu após um encontro com o Papa Francisco no Vaticano, em que os dois conversaram a sós (afinal não precisam de tradutor) durante mais de uma hora. A longa duração do encontro - rara pelos padrões da Santa Sé - e as palavras de Castro refletem a atmosfera que se vive entre o Vaticano e Havana após o papel ativo do Papa no restabelecimento das relações diplomáticas EUA-Cuba.É sob esta atmosfera de aproximação e cumplicidade que o Papa argentino chega hoje às 16.00 (21.00 em Lisboa) à capital cubana numa deslocação de quatro dias (ver infografia). Viagem em que "tantas coisas poderão suceder", dizia ontem o secretário para os Assuntos Gerais da Secretaria de Estado, arcebispo Angelo Becciu numa entrevista à TV2000 italiana. Becciu, que foi núncio apostólico em Cuba entre 2009 e 2011, considera que a visita do Papa Francisco "será a confirmação do novo clima criado nas relações entre a Igreja e o Estado" cubano.O novo "clima", nota o arcebispo Becciu, resulta do papel de "garante" da vontade dos EUA e Cuba "falarem, dialogarem e reunirem-se" assumido por Francisco, a quem as "partes pediram expressamente que as ajudasse" e o Papa não hesitou, "recorrendo a algumas pessoas para concretizarem o desejo de diálogo e encontro" de americanos e cubanos, afirmou o antigo núncio apostólico em Havana. Alguns desses encontros decorreram no próprio Vaticano, além dos realizados no Canadá.
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