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Rosetta revela ciclo de água e gelo no cometa

Furabilhas

GF Prata
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Ainda não deu para ver o gelo de água directamente, mas a sua assinatura molécular foi detectada por meio de um espectrómetro.
[Imagem: ESA/Rosetta]​

Gelo espacial​
A sonda espacial Rosetta encontrou indícios da ocorrência de um ciclo diário de água e gelo na superfície do cometa 67P, em torno do qual a sonda orbita há mais de um ano.
Antes da chegada da Rosetta ao 67P acreditava-se, que os cometas eram "bolas de gelo sujo", mas o que se viu foi um pedregulho duro e aparentemente seco, uma espécie de "sujeira gelada", já que tudo no rigor do espaço é gelado, e os sinais de gelo de água e de outras substâncias eram escassos até ao momento.
À medida que a luz do Sol aquece o núcleo frio do cometa, ele expele substâncias voláteis, incluindo as tão procuradas moléculas de água, mas também monóxido e dióxido de carbono, tudo transformado diretamente em gás, que sai devidamente acompanhado de poeira.
Juntos, o pó e o gás constituem a cabeleira e a cauda características de um cometa.
Esse processo, pôde ser bem estudado a partir da altura em que o cometa atingiu o seu ponto mais próximo do Sol na sua órbita de 6 anos e meio - o periélio foi alcançado em 13 de agosto de 2015.
Antes disso, o instrumento VIRTIS (Espectrómetro Térmico e de Infravermelhos) identificou uma região na superfície do cometa, em que gelo de água aparece e desaparece em sincronismo com o período de rotação do cometa.
"Descobrimos um mecanismo que preenche a superfície do cometa com gelo fresco em cada cada rotação mantendo assim o cometa 'vivo'," disse Maria Cristina de Sanctis do INAF-IAPS na Itália, principal autora do estudo.

Ciclo da água no cometa​
A equipa trabalhou com um conjunto de dados recolhidos em Setembro de 2014, concentrando-se numa região com um quilómetro quadrado no pescoço do cometa, uma das áreas mais activas, quando o 67P ainda estava a cerca de 500 milhões de quilómetros do Sol.
À medida que o cometa gira - ele leva pouco mais de 12 horas para completar uma rotação - as várias regiões passam por iluminação diferente, o que altera a sua temperatura.
"Vimos a assinatura da água gelada no espectro da região em estudo, mas apenas quando certas partes estavam na sombra," diz Maria Cristina.
"Por outro lado, quando o Sol estava brilhando nessas regiões, o gelo desaparecia.
Isto indica um comportamento cíclico da água gelada durante cada rotação do cometa."
Os dados sugerem, que o gelo na superfície e a alguns centímetros abaixo sublima quando iluminado pela luz solar, transformando-o em gás que se afasta do cometa.
Depois, à medida que o cometa gira e a mesma região fica às escuras, a superfície rapidamente arrefece novamente.
Para comparação, a leitura do espectro de água no cometa é uma medição mais directa do que os indícios de água em Marte, que a NASA anunciou há poucos dias, baseados na leitura da assinatura química de sais hidratados.
 
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