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Plutão tem superfície rica e luas estranhas

Furabilhas

GF Prata
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As cores foram reforçadas por computador para ilustrar as diferenças na composição e na textura da superfície de Plutão.
[Imagem: NASA/JHUAPL/SwRI]​

Riqueza distante​
A revista Science publicou o primeiro artigo científico apresentando detalhes das informações iniciais de Plutão recolhidas pela sonda espacial New Horizons.
A NASA vem divulgando algumas imagens ao longo das últimas semanas, mas esta é a primeira vez que dados detalhados são divulgados.
Lembrando que, devido à distância e à pouca energia disponível a bordo, a sonda New Horizons possui uma conexão muito lenta com a Terra, o que significa que somente em meados do ano que vem todos os dados recolhidos pela sonda durante o sobrevoo a Plutão chegarão às mãos dos cientistas.
Mas estes dados preliminares foram suficientes para revelar, que Plutão é um corpo celeste com uma diversidade impressionante, muito mais rico do que o eventualmente chato e sem graça "bloco de rocha gelado nos confins do Cinturão de Kuiper", que alguns já usaram para descrevê-lo.

agua-plutao.jpg
Os sinais que parecem ser gelo de água em Plutão, marcados em azul, ficam a oeste do "coração" do planeta.​
[Imagem: NASA/JHUAPL/SwRI]​

Luas de Plutão​
A começar pelos satélites de Plutão, a missão caracterizou o formato, tamanho e direcção de rotação das suas cinco luas; a enorme Caronte ou Charon, quase do tamanho de Plutão, Nix e Hidra, Stix e Kerberos, descobertas com imagens do telescópio Hubble em 2012.
Os dados praticamente descartam a possibilidade de existirem outras luas, ou pelo menos outros satélites com dimensões suficientes para serem classificados como luas.
Nix e Hidra surpreenderam, primeiro por revelarem juntamente com Plutão, indicações de gelo de água.
Elas também apresentam uma superfície surpreendentemente brilhante, sendo que se esperava que vários processos tivessem escurecido as luas.
Ainda está por esclarecer o complexo comportamento das órbitas das cinco luas, que dá suporte ao conceito de que Plutão poderia ser classificado como um sistema binário, juntamente com sua lua Caronte.
A isto soma-se o facto de que a New Horizons mostrou que o diâmetro de Plutão é menor do que se calculava (2.360 km), o que significa que a sua densidade deve ser maior e, portanto, mais próxima à de Caronte.
"Nós acreditamos que Nix e Hidra estejam girando muito rápido, e de uma forma bastante estranha, podendo ser as únicas luas regulares, no sentido de satélites que estejam próximos de seus planetas hospedeiros, que nem sempre apontam a mesma face para o seu hospedeiro," disse Douglas Hamilton, membro da equipa.
Os dados confirmaram que Nix e Hidra têm dimensões similares - respectivamente, 48 km por 32 km e 43 km por 32 km - e que a composição superficial de ambas é semelhante.
Dados recolhidos pelo LEISA, um espectrómetro na faixa do infravermelho próximo, ainda serão transmitidos à Terra, e deverão dar maiores informações sobre essa composição.

azul-plutao_1.jpg
Outra surpresa revelada recentemente é que Plutão tem uma atmosfera rarefeita, mas com um leve tom azulado.
[Imagem: NASA/JHUAPL/SwRI]​

Cores de Plutão​
A grande surpresa com Plutão, além do coração no seu hemisfério Sul, veio com uma grande diversidade de cores e brilhos ao longo de sua superfície.
Podem ser vistas desde regiões escuras e avermelhadas na região do equador, até regiões brilhantes e azuladas nas latitudes mais altas, sendo este colorido somente interrompido pelo "coração de Plutão".
A oeste do coração há uma região rica em gelos de metano e de monóxido de carbono, enquanto as regiões equatoriais mais escuras parecem não ter quase nenhum gelo volátil.
As regiões avermelhadas têm indícios fortes de gelo de água em Plutão, mas a confirmação dependerá de novos dados a serem recebidos.
"Gelo de água é um novo elemento que nós deveremos considerar conforme tentamos juntar as peças da complexa composição superficial de Plutão," disse Silvia Protopapa, membro da equipa do instrumento LEISA.
A região contendo nitrogénio congelado é interessante porque não apresenta nenhuma cratera de impacto, levando os astrofísicos a calcularem que a formação tem menos de 100 milhões de anos de idade.
Se todos estes gelos se confirmarem, a região pode ter verdadeiras geleiras a se deslocarem pela superfície, uma vez que, as temperaturas de Plutão (uma média de -230º C), o nitrogénio congela como uma substância mole, sobre a qual o gelo de água pode escorregar facilmente.
As cores vermelhas indicam a presença de compostos orgânicos conhecidos como tolinas, que resultam da irradiação das misturas de metano, nitrogénio e monóxido de carbono.
No entanto, os pesquisadores afirmam não entender ainda, a relação entre o gelo de água e as tolinas na superfície de Plutão, sobretudo porque o gelo de água aparece especificamente no lugar indicado pelos dados, e quais os diferentes tipos de tolinas presentes.
 
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