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Coligação muda de estratégia e já ataca petróleo do Estado Islâmico

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Milionário grupo jihadista mantém os seus cofres cheios com atividades como extorsão, sequestros e roubos a bancos
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Os ataques aéreos da coligação internacional liderada pelos EUA atingiram no último mês, pelo menos, 177 alvos na maior aérea de produção de petróleo nas mãos do Estado Islâmico. Este tipo de alvos eram até agora considerados "zona proibida" pela coligação para evitar baixas civis e limitar os estragos nas infraestruturas petrolíferas que poderão vir a ser úteis a um novo governo sírio. Segundo o Pentágono, estas ações na Síria infligiram "danos significativos" na capacidade de financiamento do grupo.Estes bombardeamentos incluem 116 camiões-cisterna atingidos no início da semana, uma novidade na estratégia da coligação. Segundo uma pesquisa publicada pelo 'Financial Times', a venda de petróleo no mercado negro rendeu aos jihadistas 1,5 milhões de dólares por dia, quando o preço médio do barril era de 45 dólares.As novas ofensivas também tiveram como alvo instalações industriais, plataformas de petróleo e tanques de armazenamento, segundo uma recolha feita pela Reuters tendo por base dados disponibilizados pelo Pentágono desde 22 de outubro. Os ataques têm-se concentrado nas instalações petrolíferas perto de Dayr Az Zawr e Abu Kamal, que fornecem, estima-se, cerca de dois terços das receitas de petróleo dos jihadistas.O objetivo parece ser deixar os campos petrolíferos fora de serviço durante um ano ou mais, mas sem os destruir. O que privaria os terroristas de uma importante fonte de receitas, mas permitiria que outras forças acedessem aos recursos petrolíferos quando o Estado Islâmico for expulso dos territórios que ocupa atualmente. "Eles não têm os meios necessários, a perícia e os materiais para reparar os poços de petróleo", afirmou à Reuters Matthew Levitt, um antigo oficial do Departamento do Tesouro norte-americano.
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Infografia DN

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Os camiões-cisterna civis atingidos nesta semana são vistos como um meio crucial para o negócio petrolífero do grupo terrorista, pois são usados para transportar petróleo pelo território controlado pelo Estado Islâmico para ser vendido. Os aviões que bombardearam os camiões, estacionados junto de um campo petrolífero, primeiro lançaram folhetos a avisar os condutores para fugirem, depois sobrevoaram os camiões a baixa altitude antes de abrir fogo, explicou na quarta-feira o porta-voz da coligação, o coronel Steve Warren. "O petróleo é algo que lhes queremos tirar", sublinhou a mesma fonte. Mas a nova estratégia da coligação internacional liderada pelos Estados Unidos acarreta riscos. Uma campanha agressiva de bombardeamentos pode inutilizar de forma permanente os poços de petróleo e outras instalações, impedindo a sua utilização por um futuro governo da Síria. Há ainda uma grande probabilidade de a coligação matar civis que trabalham no comércio do petróleo, bem como dificultar a vida a uma população que já luta para sobreviver.Como os jihadistas se financiamUm relatório publicado a 27 de fevereiro pela Financial Action Task Force (FATF) - uma organização fundada em 1989 por iniciativa do G7 e que atualmente tem como membros 34 países, a União Europeia e Conselho de Cooperação do Golfo - mostra que a maior parte das receitas do Estado Islâmico vêm da extorsão e cobranças que fazem nas áreas que controlam, e não do petróleo, como se poderá achar à primeira vista."O EI gere um sofisticado sistema de extorsão roubando, pilhando e exigindo uma parte dos recursos económicos das áreas onde opera, e que é semelhante à forma como alguns grupos de crime organizado geram fundos", refere o documento da FATF. Sistema que vai desde taxas sobre veículos e combustíveis a propinas nas escolas, tudo em nome da "proteção" às populações.Grande parte da riqueza do Estado Islâmico vem do controlo dos balcões bancários das zonas que dominam no Iraque. "Como se vê como um órgão governativo local, o EI trata os bancos estatais e privados de maneira diferente. O dinheiro nos bancos estatais é visto como propriedade do EI, enquanto a maior parte do dinheiro dos privados se mantém-se nos cofres, mas é taxado pelo EI quando levantado", explica o mesmo relatório. Os EUA estimam que o Estado Islâmico tenha gerado, ou tenha tido acesso, ao equivalente a cerca de 470 milhões de euros só em dinheiro ao tomar o controlo dos balcões dos bancos estatais localizados nas zonas iraquianas de Ninevah, Al-Anbar, Salah Din e Kirkuk na segunda metade de 2014.O tráfico humano é outra das fontes de receitas. Várias mulheres yazidi, uma minoria do Norte do Iraque, entrevistadas pela BBC em dezembro, contaram que foram compradas e vendidas no que chamaram de "leilões de escravos do Estado Islâmico". A maior parte das vezes estas escravas são vendidas por baixo preço - cerca de 12 euros - a combatentes do próprio grupo. "Dado os baixos valores citados, é difícil encarar o tráfico humano como uma fonte de receitas lucrativa para o EI, mas terá mais importância como sendo uma forma de ir ao encontro das necessidades dos seus combatentes", pode ler-se no documento da FATF.A agricultura na Síria e, mais recentemente, no Iraque também tem sido vista pelo Estado Islâmico como uma fonte de receitas, nomeadamente através da extorsão. O grupo jihadista retira aos agricultores parte das suas culturas dizendo que é o pagamento do zakat, um contributo que é o terceiro dos cinco pilares do islão. E ao mesmo tempo confisca-lhes os instrumentos e as máquinas agrícolas com o propósito de os alugar aos mesmos agricultores.O Estado Islâmico ocupa cerca de 4500 locais de importância arqueológica, muitos deles considerados Património da Humanidade pela UNESCO, o que levanta suspeitas sobre a possibilidade de os jihadistas lucrarem também com a venda ilegal de objetos de arte. "O EI faz dinheiro de duas maneiras com as antiguidades: vendendo bens saqueados e cobrando taxas aos traficantes que movimentam peças pelo território ocupado pelo EI. No entanto, é difícil calcular quanto o EI ganha", descreve a FATF. Contas feitas pelo The Wall Street Journal apontam para que os jihadistas poderão ter lucrado cerca de 94 milhões de euros com a venda de obras de arte oriundas do Iraque e da Síria.Na lista de formas de extorsão levadas a cabo pelo Estado Islâmico há ainda mais duas a destacar. "O EI alegadamente impôs taxas específicas para a circulação de bens nas zonas do Iraque que controla, incluindo uma taxa de 200 dólares no Norte do Iraque e uma taxa alfandegária de 800 dólares para os camiões que entram no Iraque através das fronteiras da Síria e da Jordânia", adianta o mesmo relatório. O outro método, também só aplicado no Iraque, é uma taxa que ronda os 50% aplicada aos salários dos funcionários públicos iraquianos das zonas controladas pelos jihadistas. Salário esse que é pago através dos bancos estatais... também eles controlados pelo grupo.UE e Rússia endurecem combateO presidente russo declarou na última segunda-feira que pelo menos 40 países financiam o Estado Islâmico. "Entre eles vários do G20", disse numa conferência de imprensa no final da cimeira das 20 maiores economias, que se realizou na cidade turca de Antália.Já na quarta-feira, o Kremlin anunciou a criação de uma comissão para combater o financiamento ao terrorismo. A 31 de outubro o Estado Islâmico fez explodir um avião russo no Sinai. Morreram 224 pessoas.


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