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[h=2]“Por outras palavras, Portugal tem de decidir se odeia mais a austeridade do que ama o euro. Os dois são inseparáveis”, escreve esta segunda-feira o jornal americano Washington Post.
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Um artigo publicado esta segunda-feira no Washington Post, sob o título ‘Portugal poderá ser a próxima paragem na crise do euro’, refere que “os governos europeus podem sobreviver a tudo menos à austeridade, ou seja não conseguem sobreviver a muito”.
O jornalista que escreveu o artigo fez questão de notar que “Portugal foi o último país a descobrir isso mesmo” e explicou a atual situação política do país, com o governo ainda incerto por causa do resultado das eleições.
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Um artigo publicado esta segunda-feira no Washington Post, sob o título ‘Portugal poderá ser a próxima paragem na crise do euro’, refere que “os governos europeus podem sobreviver a tudo menos à austeridade, ou seja não conseguem sobreviver a muito”.
O jornalista que escreveu o artigo fez questão de notar que “Portugal foi o último país a descobrir isso mesmo” e explicou a atual situação política do país, com o governo ainda incerto por causa do resultado das eleições.
“Não era suposto isto acontecer. Era suposto Portugal ser, pelo menos, uma história de sucesso da austeridade, se não ‘a’ história de sucesso, que pudesse ser usada como exemplo pelos cortadores de orçamentos”, lê-se no artigo.
Findo o programa de assistência financeira, explica o Washington Post, Portugal tinha pontos a seu favor: recuperação do acesso aos mercados “e com taxas muito baixas de 2,5% a 10 anos”, regresso do crescimento, “ainda que a um ritmo de apenas a 1,5%”.
Apesar do crescimento apresentar um valor baixo, “não é passo pequeno para um país que só cresceu 8%, no total, nos passados 15 anos” e que viu o desemprego cair “de uns catastróficos 17,5% há dois anos” para a taxa atual de 11,9%.
“Mas o problema de Portugal é que a austeridade não acabou quando acabou o resgate – e não vai acabar por pelo menos uma geração. A dívida portuguesa ainda é 129% do PIB portanto, de acordo com as regras europeias, tem que apresentar excedentes orçamentais até baixar para os 60%. (…) Isto requer um nível de contenção fiscal que quase nunca foi conseguido na história. Aliás, Portugal pode mesmo ter chegado já ao seu limite, politicamente falando”, sustenta o jornal americano.
Se Portugal quiser tentar parar a austeridade, “o melhor é [Portugal] estar preparado para deixar de usar o euro”, avisa o artigo, indicando que a banca depende dos empréstimos do BCE e o banco central poderá estancar o fluxo “se o governo não fizer o que é suposto”.
“Por outras palavras, Portugal tem de decidir se odeia mais a austeridade do que ama o euro. Os dois são inseparáveis. Se se quiser usar a moeda europeia, então tem que se jogar de acordo com as regras orçamentais europeias”, termina.
nm
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