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Ekaterina Tikhonova foi identificada por várias fontes como a filha mais nova do presidente russo.
Através dos altifalantes, Jermain Jackson canta "vou apanhar-te se caíres, nunca terás de perguntar porquê". No palco, os russos Ekaterina Tikhonova e Ivan Klimov mostram as piruetas e os passos de dança no campeonato mundial de rock and roll acrobático de 2014. O público no pavilhão em Cracóvia, na Polónia, não sabe que aplaude uma jovem milionária que está à frente de vários projetos de investigação na Universidade Estatal de Moscovo. Mas esse não é o segredo que Ekaterina esconde. De facto, o seu apelido verdadeiro pode não ser Tikhonova, mas Putin.
Apesar de estar há mais de 15 anos no poder, a vida privada do presidente russo, Vladimir Putin, continua a ser tabu. Uma das raras exceções foi o anúncio, em 2013, do fim do seu casamento de três décadas com Lyudmila, mãe das suas duas filhas: Maria e Ekaterina. Ambas figuras misteriosas, nunca tendo sido vistas em público junto da família. Mas, no início do ano, um bloguer russo revelou que a mais nova das filhas de Putin é, na realidade, uma figura bem conhecida dos meios académicos e das competições de dança. Para evitar ligações ao presidente, esconde-se atrás do apelido da avó materna à qual também deve o primeiro nome: Ekaterina Tikhonova Shkrebneva.A identidade foi confirmada pela Reuters, com base em três fontes diferentes - a única delas a dar a cara, Andrey Akimov, vice-presidente do Gazprombank, voltou atrás na palavra um dia depois da publicação do trabalho. Em resposta às perguntas sobre Ekaterina, o Kremlin disse à agência de notícias internacional não ter qualquer informação sobre ela: "Nos últimos anos, houve uma enorme quantidade de rumores sobre as ligações familiares de Putin e, em especial, das suas filhas. A proporção de informações corretas em todas estas publicações é ridiculamente pequena."OrigemEkaterina nasceu a 31 de agosto de 1986 em Dresden, na então Alemanha de Leste, onde Putin estava destacado como agente do KGB. O presidente disse em 2011 numa entrevista à televisão russa que ela tinha estudado Estudos Orientais, especializando-se em Japonês e História, na Universidade de São Petersburgo (onde Putin foi vice-reitor). Mas pouco mais se sabia até o bloguer Oleg Kashin revelar que em vez do apelido Putin usa o de Tikhonova.Na altura, os vídeos de Ekaterina a participar nas competições de rock and roll acrobático - é vice-presidente da Federação Mundial desta disciplina - tornaram-se um sucesso nas redes sociais. Segundo a Reuters, a filha de Putin é também presidente de dois comités organizadores da federação russa, cujos patrocinadores incluem as empresas Sibur, Novatek e Gazprombank, que são controladas por amigos e associados do líder russo.
No âmbito académico, o seu trabalho também é apoiado pelos amigos mais ricos do presidente. Ekaterina dirige duas iniciativas ligadas à Universidade Estatal de Moscovo - a Fundação Nacional de Desenvolvimento Intelectual e o Centro Nacional de Reserva Intelectual. Em conjunto, estas lançaram o Innopraktika, um projeto que apoia jovens cientistas. Todas estas iniciativas são financiadas ou têm projetos apoiados por empresas estatais ou amigos de Putin. Entre eles, dois antigos nomes ligados ao KGB, Sergei Chemezon e Nikolai Tokarev, que viviam no mesmo bloco de apartamentos em Dresden que o futuro líder russo e a família.
A fundação, que desde que Ekaterina assumiu a direção em 2013 já ganhou contratos no valor de 2,8 milhões de dólares de várias companhias estatais, está também por detrás do plano de 1,7 mil milhões de dólares para duplicar o tamanho da universidade com novos laboratórios, dormitórios e até um museu. "Não há indicações de que tenha tido algum ganho financeiro pessoal a partir destes trabalhos", escreve contudo a Reuters.FortunaMas isso não significa que não tenha fortuna. Segundo a agência, Ekaterina é casada com Kirill Shamalov (filho de um acionista do banco pessoal da elite russa, o Bank Rossiya). O casal detém uma fortuna estimada em dois mil milhões de dólares, em parte por causa de uma participação de 17% de Shamalov na empresa de processamento de gás e petroquímica Sibur. O marido de Ekaterina é também o proprietário de uma mansão no valor de 3,5 milhões de euros em Biarritz, França. Tanto as ações como a mansão pertenciam antes a Gennady Timchenko, amigo de Putin desde os anos 1990, diz a Reuters.Tal como Shamalov e Ekaterina, outros filhos do círculo de amigos próximos do presidente têm vindo a ganhar influência. "Hoje, na Rússia, é absolutamente normal que os conselhos de administração dos bancos estatais sejam liderados por filhos de oficiais dos serviços de segurança, que ainda nem têm 30 anos quando são nomeados", disse à agência Reuters Alexei Navalny, líder da oposição russa."É mais do que uma sucessão dinástica. Os filhos não se limitam a herdar os cargos dos pais, mas também o direito de escolher outros cargos que gostem. O perigo é que, muito em breve, todos os recursos- -chave vão acabar nas mãos de cinco ou seis famílias", acrescentou, denunciando um sistema que apelida de "neofeudal".
dn
Através dos altifalantes, Jermain Jackson canta "vou apanhar-te se caíres, nunca terás de perguntar porquê". No palco, os russos Ekaterina Tikhonova e Ivan Klimov mostram as piruetas e os passos de dança no campeonato mundial de rock and roll acrobático de 2014. O público no pavilhão em Cracóvia, na Polónia, não sabe que aplaude uma jovem milionária que está à frente de vários projetos de investigação na Universidade Estatal de Moscovo. Mas esse não é o segredo que Ekaterina esconde. De facto, o seu apelido verdadeiro pode não ser Tikhonova, mas Putin.
Apesar de estar há mais de 15 anos no poder, a vida privada do presidente russo, Vladimir Putin, continua a ser tabu. Uma das raras exceções foi o anúncio, em 2013, do fim do seu casamento de três décadas com Lyudmila, mãe das suas duas filhas: Maria e Ekaterina. Ambas figuras misteriosas, nunca tendo sido vistas em público junto da família. Mas, no início do ano, um bloguer russo revelou que a mais nova das filhas de Putin é, na realidade, uma figura bem conhecida dos meios académicos e das competições de dança. Para evitar ligações ao presidente, esconde-se atrás do apelido da avó materna à qual também deve o primeiro nome: Ekaterina Tikhonova Shkrebneva.A identidade foi confirmada pela Reuters, com base em três fontes diferentes - a única delas a dar a cara, Andrey Akimov, vice-presidente do Gazprombank, voltou atrás na palavra um dia depois da publicação do trabalho. Em resposta às perguntas sobre Ekaterina, o Kremlin disse à agência de notícias internacional não ter qualquer informação sobre ela: "Nos últimos anos, houve uma enorme quantidade de rumores sobre as ligações familiares de Putin e, em especial, das suas filhas. A proporção de informações corretas em todas estas publicações é ridiculamente pequena."OrigemEkaterina nasceu a 31 de agosto de 1986 em Dresden, na então Alemanha de Leste, onde Putin estava destacado como agente do KGB. O presidente disse em 2011 numa entrevista à televisão russa que ela tinha estudado Estudos Orientais, especializando-se em Japonês e História, na Universidade de São Petersburgo (onde Putin foi vice-reitor). Mas pouco mais se sabia até o bloguer Oleg Kashin revelar que em vez do apelido Putin usa o de Tikhonova.Na altura, os vídeos de Ekaterina a participar nas competições de rock and roll acrobático - é vice-presidente da Federação Mundial desta disciplina - tornaram-se um sucesso nas redes sociais. Segundo a Reuters, a filha de Putin é também presidente de dois comités organizadores da federação russa, cujos patrocinadores incluem as empresas Sibur, Novatek e Gazprombank, que são controladas por amigos e associados do líder russo.
No âmbito académico, o seu trabalho também é apoiado pelos amigos mais ricos do presidente. Ekaterina dirige duas iniciativas ligadas à Universidade Estatal de Moscovo - a Fundação Nacional de Desenvolvimento Intelectual e o Centro Nacional de Reserva Intelectual. Em conjunto, estas lançaram o Innopraktika, um projeto que apoia jovens cientistas. Todas estas iniciativas são financiadas ou têm projetos apoiados por empresas estatais ou amigos de Putin. Entre eles, dois antigos nomes ligados ao KGB, Sergei Chemezon e Nikolai Tokarev, que viviam no mesmo bloco de apartamentos em Dresden que o futuro líder russo e a família.
A fundação, que desde que Ekaterina assumiu a direção em 2013 já ganhou contratos no valor de 2,8 milhões de dólares de várias companhias estatais, está também por detrás do plano de 1,7 mil milhões de dólares para duplicar o tamanho da universidade com novos laboratórios, dormitórios e até um museu. "Não há indicações de que tenha tido algum ganho financeiro pessoal a partir destes trabalhos", escreve contudo a Reuters.FortunaMas isso não significa que não tenha fortuna. Segundo a agência, Ekaterina é casada com Kirill Shamalov (filho de um acionista do banco pessoal da elite russa, o Bank Rossiya). O casal detém uma fortuna estimada em dois mil milhões de dólares, em parte por causa de uma participação de 17% de Shamalov na empresa de processamento de gás e petroquímica Sibur. O marido de Ekaterina é também o proprietário de uma mansão no valor de 3,5 milhões de euros em Biarritz, França. Tanto as ações como a mansão pertenciam antes a Gennady Timchenko, amigo de Putin desde os anos 1990, diz a Reuters.Tal como Shamalov e Ekaterina, outros filhos do círculo de amigos próximos do presidente têm vindo a ganhar influência. "Hoje, na Rússia, é absolutamente normal que os conselhos de administração dos bancos estatais sejam liderados por filhos de oficiais dos serviços de segurança, que ainda nem têm 30 anos quando são nomeados", disse à agência Reuters Alexei Navalny, líder da oposição russa."É mais do que uma sucessão dinástica. Os filhos não se limitam a herdar os cargos dos pais, mas também o direito de escolher outros cargos que gostem. O perigo é que, muito em breve, todos os recursos- -chave vão acabar nas mãos de cinco ou seis famílias", acrescentou, denunciando um sistema que apelida de "neofeudal".
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