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Para a vossa análise - Como a tecnologia é usada para abusos contra as mulheres

Furabilhas

GF Prata
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Nov 8, 2014
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Em tempos de constante conectividade, a tecnologia tornou-se a ferramenta (arma) mais utilizada para atacar mulheres e meninas, alertou a ONU

Quando a actriz britânica Emma Watson fez campanha a favor da igualdade entre sexos na Organização das Nações Unidas (ONU), ela não sabia que se estava a tornar um alvo da perseguição global.
Tão pouco sabia a desenvolvedora de jogos Zoe Quinn, que seria vítima de abusos por entrar num mundo predominantemente masculino, onde a campanha de ódio (chamada Gamergate) começou, quando o seu ex-namorado a acusou de ter conseguido uma boa cobertura dos mídia para um dos seus jogos, ao oferecer favores sexuais.
O que veio depois foi um assédio misógino de outros jogadores online, inclusive com ameaças de estupro e morte.
De forma similar, a actriz americana Jennifer Lawrence tornou-se vítima de um "crime sexual", depois de terem sido distribuídas e expostas fotos pelo mundo digital, onde se apresentava nua.
Como estes, há muitos outros exemplos, onde a tecnologia virou uma ferramenta para atacar mulheres e meninas, alertou a ONU.
Milhões de mulheres no mundo são alvo de violência doméstica só por serem o que são, mulheres.
A popularização das tecnologias de comunicação e redes sociais viabilizaram novas formas de violentá-las.
Está na hora de o mundo despertar para a importância deste assunto, disse a ONU.
A organização estima que 95% de todos os comportamentos agressivos e difamadores na internet tenham as mulheres como alvos.
"A violência online subverteu a premissa original positiva da liberdade na internet e, com demasiada frequência a tornou, um espaço arrepiante que permite crueldade anónima e facilita ataques contra as mulheres e meninas", diz Phumzile Mlambo-Ngcuka, da ONU Mulher, agência da organização dedicada à igualdade de géneros.
A violência de género no mundo digital não é mais que um problema do primeiro mundo, dizem especialistas em tecnologia, e vem na esteira da popularização global dos smartphones e tablets e mesmo da internet.
Também não é fácil combatê-lo, já que as tecnologias digitais são uma faca de dois gumes, que podem ser usadas tanto para perpetuar a violência de género, quanto, para fazerem as mulheres se sentirem seguras e mais independentes.

Pandemia digital


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A desenvolvedora de jogos Zoe Quinn foi vítima de abusos na internet

Com uma em cada três mulheres já sofreu com isto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a violência contra a mulher, como um problema global de saúde de proporções epidémicas", que varia desde abusos domésticos a assédio na rua, tráfico sexual, estupro e feminicídio.
Os mídia impulsionaram ainda mais esta pandemia.
A internet está disponível para todos, assim como a violência.
“Os seus perpetradores não se encontram limitados por fronteiras geográficas ou físicas”, diz a baronesa Patricia Scotland, ex-procuradora-geral do Reino Unido e fundadora da organização Aliança Corporativa Contra a Violência Doméstica.
O centro de estudos da Associação pela Comunicação Progressiva estabeleceu os quatro As que distinguem a violência de género relacionada à tecnologia:

- Anonimato,
- Acessibilidade,
- Acção à distância (exercendo assim uma forma de violência menos aparente sem contacto físico)
- Automação (menos tempo e esforço são necessários para perpetuar o ataque).

Este comportamento violento online vai desde o assédio virtual e aviltamento público, ao desejo de agressão física, onde a internet pode ser a ferramenta para transformar a violência virtual em violência real.
"Intimidação, ameaças e acesso a informações da vítima não são tácticas novas dentro do contexto da violência doméstica.
“O uso desta tecnologia significa que o assédio e abuso podem-se tornar muito mais invasivos, intensos e traumatizantes", diz Kaofeng Lee, da organização (sem fins lucrativos) Rede Nacional pelo Fim da Violência Doméstica (NNEDV, na sigla em inglês).

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Uma pesquisa realizada pela NNEDV, que está sediada nos Estados Unidos, descobriu que 89% das vítimas inscritas em programas relacionados à violência doméstica, sofreram algum tipo de abuso por meio de tecnologias, muitas das vezes em diferentes plataformas, onde as vítimas são cada vez mais jovens, segundo mostram os números.

Nada de trotes

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As mulheres têm-se unido em todo o mundo para conter e expor estes casos de violência

A reacção nas redes sociais de mulheres famosas contra esta violência, tem ajudado a consciencializar sobre o problema, dizem especialistas.
Não foram apenas Jennifer Lawrence e Emma Watson.
Há também Caroline Criado-Perez, por exemplo, que por algum tempo se tornou o principal alvo de abuso online na internet (que fala inglês), após pedir ao governo britânico para colocar mais mulheres entre os rostos estampados nas notas.
Ela foi vítima de uma intensa perseguição nos mídia sociais, através de insultos, provocações e ameaças por outros utilizadores.
Alguns acreditam, que a falta de regulamentação na maioria dos países precisa ser resolvida, além do simples facto, que a intimidação digital não é sempre levada a sério.
Danielle Citron, professora da Universidade de Maryland e autora de Hate Crimes in Cyberspace (Crimes de ódio no ambiente cibernético, em inglês), analisou as reacções mais comuns,(a ameaça de morte e estupro na internet) e descobriu que, a maioria das vezes, estas mensagens são consideradas "inofensivas" ou "trotes juvenis".
As ferramentas de denúncia criadas por redes sociais, para ajudar os seus membros a notificar abusos são apenas um paliativo, para um problema do mundo real potencialmente perigoso.

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Actrizes famosas também têm sido alvo de violência virtual, através de casos de pornografia por vingança

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As campanhas têm ganho repercussão, e alguns países já introduziram medidas legais para punir os agressores

Citron tem feito uma campanha nos Estados Unidos por leis que criminalizem a pornografia por vingança, onde a publicação de imagens sexualmente explícitas, sem o consentimento da pessoa fotografada é uma forma de violência doméstica na era digital, que já é penalizada em alguns países.
Mas estas leis têm enfrentado críticos poderosos, principalmente entre os activistas online, que argumentam que uma legislação assim feriria a liberdade de expressão.
Jillian York, directora da Electronic Frontier Foundation, organização internacional que advoga por direitos civis na rede, acredita que plataformas de mídia social não deveriam filtrar os conteúdos para monitorizar casos de violência.
"Isto estabelece um precedente perigoso para que determinados grupos exijam a censura do Facebook a assuntos do seu interesse", escreveu ela no site Slate.

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Jonathan Bishop, especialista em assédio online, afirma que na maioria dos sites, os utilizadores são capazes de controlar o comportamento colectivo, apesar de considerarem, que deveriam existir leis, quando esta autorregulação falha.
Um estudo recente da ONU pede, que integrantes deste mercado, que vão desde provedores e empresas de serviços de comunicações, a companhias de redes sociais, até aos videojogos e todos os tipos de sites, exerçam esta vigilância.
"As empresas de tecnologia precisam reconhecer explicitamente a violência contra as mulheres como um comportamento criminoso" e fornecerem "apoio para vítimas/sobreviventes", afirma o relatório.
Mas o cenário é bem desanimador, pois as estatísticas revelam, que um em cada cinco utilizadores da internet, vivem em países onde a violência de género, tem poucas chances de ser punida por meio de leis.

In BBC
 

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