Lentes de Fresnel: Flexíveis e com olhos grandes

Inspirando-se nos olhos multifacetados dos insectos, engenheiros da Universidade de Wisconsin-Madison, nos EUA, criaram um novo tipo de lente com ampla faixa de visão.
As possibilidades de aplicação incluem endoscópios, câmaras médicas e câmaras de segurança, que capturam uma perspectiva ampla com um equipamento minúsculo.
As lentes, incorporadas numa matriz de plástico flexível, têm uma dimensão similar à de uma cabeça de alfinete.
Contudo, com um conjunto delas num arranjo hemisférico, é possível capturar uma imagem panorâmica, que abrange um campo de 170 graus de visão.
É possível reconfigurá-las livremente, uma vez que o conjunto não depende da óptica convencional para a sua focalização.


As lentes convencionais usam o fenómeno da refracção (o modo como a luz muda de direcção ao passar por diferentes substâncias, como o vidro), para concentrar a luz num único ponto.
Já as lentes de Fresnel (uma homenagem a Augustin-Jean Fresnel - 1788-1827), que as idealizou, manipulam a luz usando o fenómeno da difracção (o modo como a luz muda de direcção conforme passa pela borda de uma barreira ou por um orifício).
Diversas lentes de Fresnel têm sido construídas ao longo dos últimos anos, mas uma nova técnica permitiu que Mohammad Moghimi e seus colegas criassem as primeiras microlentes de Fresnel flexíveis com amplo campo de visão.


Cada uma das lentes compostas tem meio milímetro de diâmetro e assemelham-se a uma série de ondulações na água, como as geradas quando uma pedra cai num lago, com cada círculo concêntrico que se afasta, alterna entre o claro e escuro.
A distância entre os anéis determina as propriedades ópticas da lente, podendo os pesquisadores ajustar essas propriedades comprimindo ou esticando a lente, que é flexível.
Moghimi agora está a pesquisar formas de integrar estas lentes em detectores ópticos, podendo mesmo incorporar componentes eletrónicos diretamente nas próprias lentes, para criar sensores ultraminiaturizados.