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Dilma e Temer acordam cessar-fogo permanente

kokas

GF Ouro
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Set 27, 2006
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Vice-presidente aceitou não se referir ao impeachment e jurou lealdade institucional. Deputados agridem-se pela segunda vez.
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Michel Temer substituiu Dilma Rousseff como presidente do Brasil durante o dia de ontem mas o facto não teve nada que ver com o pedido de impeachment em curso e sim com a circunstância de a chefe do Estado ter ido à posse do vizinho Maurício Macri, na Argentina. Porque Temer, do PMDB, jurou lealdade a Dilma, do PT, logo após uma reunião de 50 minutos no Palácio do Planalto na noite de quarta-feira, que acordou um cessar-fogo entre as partes."Combinámos, eu e a presidente, que teremos uma relação pessoal e institucional o mais fértil possível", disse Temer aos jornalistas. Ao jornal Folha de S. Paulo acrescentou que "jamais" cometeria "qualquer ato de deslealdade institucional" e que "a carta era pessoal e não um manifesto político". Dilma soltou nota oficial em que sublinhou que "a relação com o vice-presidente será extremamente profícua, sempre considerando os altos interesses do país".As relações entre os dois estavam agitadas desde que no início da semana foi tornado público o teor de uma carta em que Temer se queixava de ter sido tratado "como figura decorativa" por Dilma, no que foi considerado como manifestação de rutura. Caso o impeachment contra a presidente prospere, o "vice" herda o cargo.Durante a reunião foi debatida também a situação de Leonardo Picciani, líder parlamentar do PMDB favorável ao governo, derrubado do cargo na quarta-feira e substituído por Leonardo Quintão, deputado pró-impeachmente próximo de Temer. Segundo os seus assessores, o vice-presidente do Brasil e presidente nacional do PMDB terá explicado ao núcleo duro da presidente que não interfere nas decisões dos deputados do seu partido, respeitando todas as suas múltiplas correntes, dos que apoiam a situação aos que estão do lado da oposição. Fiel da balança - ou infiel da balança, como se diz em Brasília -, o PMDB é decisivo para o futuro do impeachment, uma vez que é a maior bancada do Congresso.Briga parlamentarAtenuado o conflito com Michel Temer, o governo estimula o braço-de-ferro com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, também do PMDB. Com uma aprovação popular ainda mais baixa do que a de Dilma e também a braços com uma espécie de impeachment particular, já que corre no Conselho de Ética um pedido de perda de mandato contra si, Cunha sofreu ontem na pele os custos de enfrentar o Planalto. A presidente afastou de um cargo no banco público Caixa Federal um dos seus protegidos, Fábio Cleto."É bom para o currículo dele ser destituído por um governo acusado de tanta coisa", desafiou Cunha na Globo News.Ao mesmo tempo que o processo de impeachment corre na Câmara - ou não corre, porque o Supremo Tribunal suspendeu-o até quarta-feira para verificar se o regulamento está a ser cumprido - numa sala contígua, as reuniões do Conselho de Ética que analisam a perda de mandato de Cunha fervem.Dois deputados - um contrário ao presidente da Câmara e outro da chamada "Polícia de Choque de Cunha" - trocaram piropos e chegaram mesmo a agredir-se. Em causa, o sétimo adiamento da análise do processo por causa de manobras regulamentares dos aliados de Cunha. Fontes próximas do líder legislativo dizem acreditar que, de manobra em manobra, o afastamento de Cunha só seja analisado em 2017, ano em que termina o seu mandato.Eleições antecipadasUma proposta de Luciana Genro, quarta classificada nas eleições presidenciais de 2014 pelo PSOL, partido à esquerda do PT, agitou o país. Defende ela que em 2016, aproveitando a boleia das eleições municipais, deviam ser realizadas também eleições presidenciais para clarificar a situação política.Membros do PSOL, partido que apesar de não fazer parte da coligação governamental é contrário ao impeachment, consideraram a iniciativa um tiro no pé.Em paralelo, a operação Lava-Jato, cujo andamento pode influir em todos os planos da política brasileira, na medida em que cerca de meia centena de parlamentares está sob investigação, decidiu quebrar os sigilos bancários de Luís Cláudio Lula da Silva, um dos filhos de Lula, e de Gilberto Carvalho, ex-chefe de gabinete do antecessor de Dilma no Planalto. Ambos são suspeitos de se terem beneficiado de emendas a projetos de lei.



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