• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

Estados Unidos confirmam recuperação e sobem juros

kokas

GF Ouro
Entrou
Set 27, 2006
Mensagens
40,723
Gostos Recebidos
3
Reserva Federal norte-americana segue todas as previsões e sinaliza primeira subida das taxas em nove anos. Medida pode afetar exportações e atividade económica em Portugal
ng5438027.JPG


A Reserva Federal norte-americana (Fed) confirmou todas as expectativas e subiu a taxa de juro de referência para o patamar entre 0,25% e 0,5%. O anúncio foi feito após a última reunião deste ano do Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC), que durou dois dias, e confirma a recuperação da maior economia do mundo.O ponto de viragem na política monetária da Fed ocorreu precisamente sete anos depois da última descida na taxa diretora. A 16 de dezembro de 2008, a instituição norte-americana, então liderada por Ben Bernanke, colocou a taxa de juro entre os 0% e os 0,25%. Estávamos no pico da crise financeira.Os EUA vivem, atualmente, uma situação muito mais favorável. A taxa de desemprego está em 5%, ou seja, em "valores mínimos", nota Paula Carvalho, economista-chefe do BPI. Ao mesmo tempo, a "criação robusta de postos de trabalho e o aumento progressivo, embora lento, dos salários" são os outros fatores que justificam a medida.A decisão também poderá ter efeitos deste lado do Atlântico. O euro "poderá perder algum terreno face ao dólar caso o mercado percecione que a Fed pretende prosseguir a normalização de política, embora a um ritmo muito moderado", diz a economista-chefe do BPI.Mas o cenário de paridade (um euro, um dólar) está, para já, afastado. "Grande parte desta situação já está descontada", lembra Filipe Garcia. O economista da IMF considera que "só se houver uma mudança nas expectativas, através da aceleração da subida das taxas de juro da Fed e/ou um maior alargamento do expansionismo do BCE", é que se podem aproximar o euro e o dólar.O efeito cambial será, indiretamente, o mais notado pela economia e pelas empresas portuguesas. "Será um fator adicional de suporte à atividade económica, na medida em que potencia o ritmo de crescimento das exportações e estimula a substituição de importações", lembra Paula Carvalho.A economista-chefe do BPI refere, no entanto, que "existe algum risco" de que a nova política monetária possa causar "perturbações adicionais nas economias emergentes, sobretudo as mais vulneráveis, e que precisam de capitais externos e/ou aquelas em que se verificam maiores níveis de desequilíbrios", como a Rússia e o Brasil, que podem ver o rublo e o real a valerem ainda menos no mercado cambial.As mexidas cambiais também deverão afetar as empresas cotadas na Bolsa nacional. As importadoras, por um lado, as energéticas - Galp, EDP e REN - poderão ser afetadas pela descida da cotação das matérias-primas, lembra Pedro Ricardo Santos. O gestor da XTB prevê a "queda do preço do petróleo".Há empresas, por outro lado, que poderão sair vencedoras desta situação. Portucel, Altri e Semapa, que têm "grande fatia da sua faturação feita em dólares", poderão beneficiar, nas suas contas, com um maior registo de euros, diz Pedro Ricardo Santos. A EDP Renováveis também pode sair vencedora, com as operações nos EUA a beneficiarem a empresa do grupo liderado por António Mexia.Início da inversãoA decisão de ontem da Fed era largamente antecipada pelos analistas. Desde junho de 2013 que a instituição tem retirado, gradualmente, as medidas de expansão monetária iniciadas em setembro de 2007.Primeiro, um conjunto de dez cortes consecutivos de taxas de juro, de 5,25% para entre 0% e 0,25%. Seguiram-se depois três rondas de programas de compra de ativos. Na fase mais crítica, em dezembro de 2012, a reserva federal chegou a adquirir, mensalmente, 85 mil milhões de dólares em ativos.O quantitative easing, como ficou conhecido, só terminou em outubro de 2014, com as "compras" mensais de ativos no patamar dos 15 mil milhões de dólares.Agora, no final de 2015, a economia norte-americana cresce em níveis anteriores à crise financeira de 2007 e Janet Yellen, a presidente da Fed, acredita que a taxa de inflação ao longo do próximo ano vai continuar a aproximar-se do objetivo a longo prazo dos 2%, abrindo a porta a mais subidas das taxas de juro.


dn

 
Topo