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Oito desafios que esperam o futuro governo

kokas

GF Ouro
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O bipartidarismo em causa, a situação da Catalunha, a economia, a corrupção ou o terrorismo são alguns dos desafios que esperam o novo Executivo, seja ele qual for.
Catalunha, uma pedra no sapato
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A aposta separatista converteu a Catalunha num dos temas da campanha e o próximo governo terá de encontrar uma maneira de responder às exigências dos eleitores da região. Com maioria absoluta, o PP optou por travar qualquer tentativa independentista, mas isso só gerou mais contestação - os independentistas ganharam com maioria absoluta de deputados as eleições, mas com menos de 50% dos votos, e três meses depois ainda não há um novo presidente da Generalitat. Na campanha espanhola, os socialistas propuseram a criação de um Estado federal, o Podemos defendeu um referendo legal e o Ciudadanos (que nasceu na Catalunha) a redefinição das competências regionais.Governar em minoria com um Parlamento divididoO bipartidarismo acabou em Espanha e o futuro Executivo terá de governar em minoria num Parlamento que está mais fragmentado, com a irrupção dos partidos emergentes com os quais será preciso negociar. Depois de um governo de maioria absoluta do Partido Popular, é hora do diálogo e dos pactos, sob a ameaça de ingovernabilidade. Há até quem não exclua a hipótese de ser preciso convocar novas eleições caso não haja acordo e as estratégias partidárias impeçam a investidura do próximo primeiro-ministro espanhol. O Ciudadanos já disse que é a favor de abster-se para permitir a investidura do vencedor, mostrando-se contra a solução à portuguesa de os partidos que perderam se unirem para derrubar o mais votado.Apresentar um novo orçamento à EuropaAntes das eleições, o governo de Mariano Rajoy fez aprovar no Parlamento o orçamento de Estado para 2016, mas a UE não ficou contente com as contas, por causa do risco de incumprimento do pacto de estabilidade e crescimento. O governo espanhol prevê um défice público de 2,8%, mas a Comissão Europeia suspeita que este poderá ascender 3,6%. Em finais de novembro, após uma reunião dos ministros das Finanças dos 19 países da zona euro, o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, deixou claro que os europeus querem que haja mais cortes orçamentais. A tarefa terá por isso que recair sobre o novo governo que sair das eleições de ontem. O desafio será manter o crescimento económico, que o ministro das Finanças, Luis de Guindos, prevê que seja de 3,3% este ano, melhorando em 2016 caso se mantenha a atual política.Desemprego, o segundo mais elevado dos 28 A Espanha é o segundo país da União Europeia com maior taxa de desemprego (21,6%, equivalente a 6,2 milhões de pessoas), ficando só atrás da Grécia (24,6%), segundo os dados de outubro do Eurostat. Contudo, comparando com o mesmo mês de 2014, foi em Espanha que o desemprego mais baixou (2,4 pontos). Uma diminuição que o Partido Popular fez questão de frisar na campanha eleitoral. "Um milhão de empregos criados em dois anos" e "mais dois milhões de empregos até 2020", lia-se num dos cartazes do PP. O novo governo terá de apresentar novas propostas para lidar com aquele que 79,1% dos inquiridos pelo barómetro do Centro de Investigações Sociológicas (CIS) consideram ser o principal problema do país. A taxa de desemprego entre os mais jovens chega aos 46,7%.Ultrapassar o estigma da corrupção partidária Depois do desemprego, o segundo maior problema para os inquiridos do CIS é a corrupção (39,4%), que não poupou nenhum dos partidos tradicionais (PP e PSOE) mas também salpicou as formações políticas emergentes, Podemos e Ciudadanos. "Esse tema prejudicou-nos mais até que as próprias decisões que tomamos em política económica", reconheceu durante a campanha o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy. O PP foi um dos partidos mais afetados, com múltiplos escândalos como o Palma Arenas ou o Gürtel, que permitiu a descoberta da existência de uma contabilidade paralela dentro do partido. O esquema, que terá começado há duas décadas, atingiu o próprio Rajoy, que segundo o ex-tesoureiro do PP, Luis Bárcenas, terá também recebido fundos da chamada "Caixa B".Reforma constitucional nos planos de quase todosA reforma da Constituição ocupava uma parte central dos programas eleitorais do PSOE, Ciudadanos e Podemos, mas não do Parido Popular. Contudo, o primeiro-ministro explicou que está disposto a ouvir todas as propostas que sejam feitas para modificar a Constituição, mesmo não considerando que isso é uma prioridade para Espanha. Com dois terços de deputados (233) é possível modificar a parte central do texto fundamental, mas até uma maioria de três quintos (210 deputados) permitirá uma reforma mais suave. O PSOE quer uma reforma do modelo de Estado autonómico para lidar com a questão da Catalunha (ver foto), enquanto que a proposta do Ciudadanos é acabar com o Senado. Já o Podemos quer, entre outras coisas, uma reforma da lei eleitoral, porque "as pessoas querem mais democracia".

Luta contra o Estado Islâmico e o terrorismoDepois dos atentados terroristas em Paris, que fizeram 130 mortos a 13 de novembro, a França pediu para que a luta contra o Estado Islâmico seja endurecida. Mariano Rajoy disse que apoiava os franceses, mas recusou participar nos bombardeamentos na Síria. O primeiro-ministro indicou que um maior envolvimento espanhol dependeria de um acordo da comunidade internacional. Mas da parte da NATO insistia-se para que Madrid aumentasse a presença na luta contra o Estado Islâmico. O próximo governo terá que decidir o que fazer. Na campanha, o líder do Ciudadanos, Albert Rivera, disse que este grupo terrorista "não se vai render só porque pedimos", defendendo que se os aliados pedem ajuda, é necessário ajudar. O Podemos foi o único que não assinou o pacto anti-jihadista, que entre outras coisas prevê a alteração do código penal para redefinir o crime de terrorismo.O acolhimento de quase 18 mil refugiadosA crise dos refugiados na Europa é um desafio para todos os países europeus. Espanha comprometeu-se a aceitar quase 18 mil refugiados, dos 160 mil que a União Europeia prometeu distribuir pelos estados-membros. O problema é que, segundo a Organização para as Migrações, quase um milhão de migrantes chegaram este ano ao continente. E apesar de atualmente a porta de entrada ser a Grécia, Espanha continua a ter problemas nos seus enclaves no norte de África.


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