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Células estaminais podem ser chave para salvar rinoceronte

kokas

GF Ouro
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Cientistas querem aplicar técnicas das células estaminais e da fertilização in vitro para resgatar a espécie do fim anunciado.
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Sudan, Najin, Fatu. Quase todas as esperanças para o rinoceronte--branco-do-norte (Ceratotherium simum cottoni) residem nestes três nomes. Eles são os últimos exemplares da sua espécie: um macho e duas fêmeas, que vivem na reserva natural de Ol Pejeta, no Quénia, vigiados dia e noite por guardas armados, para prevenir ataques dos caçadores furtivos. Mas mesmo guardados à vista 24 horas por dia, sete dias por semana, o futuro parece muito sombrio, porque a possibilidade de eles se reproduzirem naturalmente é muito remota. Para salvar a espécie da extinção, a ciência vai ter de dar uma ajuda.Sudan está velho, tem 42 anos (a longevidades destes animais não vai em geral além dos 50 anos) e, das suas companheiras, uma tem um problema uterino e a outra nunca engravidou. Por isso, a possibilidade de reprodução natural não é favorável. E a fertilização in vitro tem de ser adaptada à espécie para poder funcionar. É então este o fim do rinoceronte-branco--do-norte? Talvez não. Existe ainda uma última hipótese, com a utilização de técnicas moleculares e de células estaminais, e há um grupo internacional que está apostado em tentar.Os investigadores, que vêm do Instituto Leibniz para a Investigação da Vida Selvagem, do Zoo Global de San Diego, nos Estados Unidos, do Tiergarten Schönbrunn, na Áustria, e do Jardim Zoológico Dvùr Králové, na República Checa, juntaram-se em Viena, este mês, para discutir o problema e, partindo das técnicas que já existem, incluindo as da fertilização in vitro, decidiram desenvolver as metodologias necessárias para permitir a sua aplicação à espécie e, assim, tentar salvá-la da morte certa.O plano é reproduzir rinocerontes-brancos-do-norte a partir dos gâmetas dos últimos animais ainda vivos e de outros recolhidos de animais que viviam em zoos e entretanto morreram, e que estão agora conservados em Dvùr Králové, na República Checa, em San Diego, nos Estados Unidos, e no Zoo de Berlim. Mas se isso não chegar, e é bem possível que não chegue, há ainda a possibilidade de utilizar células estaminais pluripotentes induzidas, as chamadas células ips. Essa é, afinal, a grande novidade deste plano.A ideia é justamente obter essas células estaminais ips a partir de células da pele dos rinocerontes ainda vivos, para depois as reprogramar e transformar em gâmetas, e assim aumentar as possibilidades de sucesso da fertilização in vitro. Obtidos desta forma, os embriões poderão ser depois implantados na única fêmea ainda disponível em idade reprodutiva na reserva natural de Ol Pejeta ou, em alternativa, em outras fêmeas de rinoceronte-branco.Embora a tentativa de utilização deste tipo de técnicas seja inédita em rinocerontes, as células ips produzidas a partir de células de pele já foram utilizadas com sucesso pelo cientista japonês Katsuhiko Hayashi, da Universidade de Kyushu, para fazer nascer ratinhos. As técnicas terão agora de ser adaptadas à espécie, mas esse sucesso anterior abre uma janela de esperança para o futuro deste rinoceronte.O rinoceronte-branco-do-norte, uma das duas subespécies do rinoceronte-branco-africano (Ceratotherium simum), tinha o seu habitat natural nas savanas de Chade, Sudão, Uganda, República Centro-Africana e República Democrática do Congo. Na década de 60 do século passado existiam ali cerca de dois mil destes animais em estado selvagem, mas a perda de habitat e, sobretudo, a caça furtiva dizimaram aquelas populações.Os caçadores furtivos matam estes animais e todas as outras espécies e subespécies de rinoceronte para lhes arrancar o *****, que vendem nos mercados ilegais para a China, onde o pó do ***** de rinoceronte é considerado um poderoso afrodisíaco. Em consequência da matança generalizada, em 2007 já só restavam três exemplares de rinoceronte-branco-do-norte em estado selvagem, que entretanto morreram.Mas se esta é a subespécie de rinoceronte em situação mais desesperada, as outras só estão um pouco melhor, como acontece com o rinoceronte-branco-do-sul (Ceratotherium simum simun), que tem uma zona de distribuição mais vasta em toda a região compreendida entre Angola e Moçambique, embora o número de efetivos também esteja já hoje muito reduzido. Os censos mais recentes dão conta de cerca de 1800 animais em estado selvagem desta subespécie africana do Sul. Se tudo correr como os investigadores esperam, algumas das fêmeas desta população poderão dar uma ajuda para salvar os seus primos do Norte.



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