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Cadetes deixados no mato só com dois dias de recruta

kokas

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Set 27, 2006
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Marinha enviou os instruendos para casa dois dias depois de terem iniciado o curso de oficiais fuzileiros.
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Os cadetes fuzileiros enviados segunda-feira para um exercício de orientação entre a Lagoa de Albufeira e a base, em Coina (Barreiro), tinham apenas dois dias de recruta com pouca ou nenhuma formação e treino para aquele efeito, soube o DN junto de fontes militares.Isso pode explicar o porquê de a Marinha - dizendo que é frequente haver alunos a chegar várias horas atrasados à base nesses exercícios de orientação - ter lançado uma operação de busca ainda na segunda-feira, que se prolongou por terça-feira e envolveu um pedido de apoio por parte da GNR."Riscos e sacrifícios que são desnecessários não se correm", quando os jovens do curso de oficiais fuzileiros (no regime de contrato) "não tinham conhecimentos básicos nem a endoutrinação e aculturação adequadas para serem sujeitos àquelas provas", observou uma das fontes, ouvidas na condição de não serem identificadas.Os candidatos a militares "primeiro aprendem e depois praticam", considerou outra das fontes, manifestando também estranheza por a Marinha iniciar um curso e, dois dias depois, enviar os formandos para casa.Note-se que, nestes cursos para integrar forças especiais (comandos, fuzileiros, paraquedistas), os alunos perderem-se constitui um dos objetivos para testar as suas capacidades de autocontrolo, sobrevivência, iniciativa, liderança, ficar invisível, reação às adversidades, gestão do stress e das emoções (medo) ou, por exemplo, trabalho em equipa, explicaram várias das fontes."Faz parte do treino perderem-se", enfatizou um oficial.Coisa diferente é a da segurança dos alunos, aparentemente posta em causa quando os instrutores da Marinha desconheciam a localização dos instruendos, admitiram várias fontes, com uma delas a alertar também que "a função controlo" do exercício "não existiu".Além de os cadetes não terem formação básica em matéria de orientação e topografia com apenas dois dias de recruta, há meios tecnológicos para esse efeito e, nestes exercícios, os instruendos podem - em vez de estarem desaparecidos - "ter um acidente, partir uma perna" e ficar impossibilitados de estabelecer qualquer contacto, assinalou uma das fontes.Alunos do curso de fuzileiros desaparecidos estão bem [Atualizada]
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Marinha em silêncioA Marinha não respondeu aos contactos telefónicos nem às questões colocadas por escrito pelo DN.O porta-voz do ramo, Rodrigues Vicente, informou terça-feira a Lusa sobre o desaparecimento dos dois jovens, que as fontes do DN disseram ser de Lisboa e de Arruda dos Vinhos. Horas depois, quando os cadetes foram encontrados, o porta-voz disse que eles "foram alimentados, agasalhados" e transportados para a Escola de Fuzileiros, em Coina (Barreiro).Este curso de oficiais fuzileiros iniciou-se no dia 21 de dezembro passado com 12 alunos - que dois dias depois foram enviados para casa, no âmbito da quadra natalícia e porque se tinham iniciado "as bordadas" - dispensa de parte dos efetivos - na Marinha, precisou outra das fontes.Os jovens foram para casa com a indicação de regressarem à Escola de Fuzileiros no dia 3 de janeiro, domingo. Contudo, só regressaram 10 porque dois desistiram, acrescentou a mesma fonte.O exercício de orientação iniciou-se logo nessa noite, pouco depois das zero horas de domingo: os alunos foram acordados ao som dos megafones e dos gritos dos instrutores, levados por vários locais da base escola e depois metidos numa camioneta coberta com lona para garantir a sua desorientação espacial.A seguir foram largados aos pares numa zona de mato na Lagoa de Albufeira, Sesimbra, sem quaisquer ajudas tecnológicas (como bússolas ou GPS) nem alimentos. Objetivo: chegarem à Escola de Fuzileiros, a dezena e meia de quilómetros e através de áreas urbanas sem serem vistos."Andar à noite num terreno não preparado tem sempre um risco elevado", concluiu um operacional.


dn

 
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