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O barril já custa três vezes mais que o petróleo para enchê-lo

kokas

GF Ouro
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Set 27, 2006
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Brent cai para mínimo de 2003 e afunda bolsas de valores. Um barril vazio de aço custa 99 dólares; o crude caiu para 27 dólares. Venezuela pede reunião de emergência da OPEP
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Parece mentira, mas é verdade. Comprar um barril vazio de aço já custa três vezes mais do que os 159 litros de petróleo que o encheriam. Em queda livre desde o arranque do ano, devido ao excesso de oferta, resultado do arrefecimento da economia mundial e da guerra de produção EUA/Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), os preços do Brent, a qualidade-referência das importações de Portugal, caíram ontem para a casa dos 27 dólares, o valor mais baixo dos últimos 13 anos. E, com a entrada do Irão no mercado, já se fala que a meta dos 10 dólares poderá não ser uma miragem. Resultado: as bolsas mundiais, temendo uma nova crise financeira, afundaram para níveis de 2013."Este já é o terceiro ano consecutivo em que assistimos a um excesso de oferta", afirmou Fatih Birol. Em declarações à Bloomberg TV, o diretor da Agência Internacional de Energia (AIE) avisou que "os preços vão continuar sob pressão. Não vejo qualquer razão para que sejamos surpreendidos com uma subida dos preços em 2016". As declarações surgem um dia depois de a própria AIE ter reiterado o aviso de que o mercado poderá "afogar-se" em 2016 no excesso de oferta da matéria-prima, que poderá cair até aos 10 dólares.Além do excesso de produção e de uma procura cada vez mais reduzida, sobretudo depois de a China - um dos maiores consumidores da matéria-prima - ter confirmado o crescimento económico mais lento dos últimos 25 anos, o fim das sanções internacionais ao Irão decidido no fim de semana passada veio pôr maior pressão nos preços do petróleo, tendo em conta que Teerão já ameaçou pôr no mercado de forma imediata mais 500 mil barris por dia.Este cenário foi o rastilho necessário para provocar ontem nova queda de 3% nos preços do petróleo, que chegou a negociar a 27,59 dólares o barril, o valor mais baixo desde novembro de 2003. Desde o pico no verão de 2014, altura em que negociava acima do patamar dos 100 dólares o barril, o petróleo já sofreu uma quebra de 76%. Mas o preço atual do ouro negro ganha dimensão quando comparado com o custo da compra do barril que lhe serve de medida: 99 dólares. Ou seja, um barril vazio comprado no mercado já custa três mais do que o petróleo que nele poderia ser transportado.Bolsas em mínimos de 13 mesesSe o pânico investidor já existia perante o abrandamento económico mundial, a queda do petróleo está a exercer ainda mais pressão vendedora nos mercados acionistas.As bolsas europeias afundaram ontem para mínimos de 13 anos, com o Stoxx 600 - índice que reúne as maiores empresas cotadas europeias - a tombar 3,5%. Wall Street também não escapou à sangria, baixando para níveis de outubro de 2014. Apesar de periférica, a Bolsa de Lisboa não passou incólume e o índice PSI 20 chegou a tocar em mínimos de 2012, arrastado, sobretudo, pelas ações da Galp e dos bancos, pressionados estes pelos inúmeros alertas de casas internacionais sobre o agravar do risco da dívida pública portuguesa (ver página 22)."Neste momento não estou a investir, porque penso que a situação poderá ficar ainda pior. Num cenário pior poderemos assistir a uma nova desvalorização de 10%", afirmou Michael Woischneck, gestor na alemã Lampe Asset Management, à Bloomberg.No mercado cambial, o efeito mais visível surgiu com o rublo. A divisa russa afundou quase 3% e fixou um novo mínimo histórico, nos 0,0124 dólares. Com esta desvalorização, o rublo arrecada a maior perda entre as divisas dos mercados emergentes desde o arranque do ano: 10%. Mas os impactos não ficam por aqui.Venezuela pede reunião urgenteAs gigantes petrolíferas mundiais, como a britânica Shell, já começaram a anunciar quebras de lucros e milhares de despedimentos, enquanto os principais produtores estão a avançar com medidas para colmatar perdas com as receitas fiscais resultantes das exportações de petróleo.A Rússia está já em recessão, refletindo o colapso dos preços do petróleo, que representam em conjunto com o gás natural metade das receitas orçamentais do país; Angola avisou que poderá ter de elaborar um orçamento retificativo, devido à forte quebra nas receitas de divisas. "Estamos atentos ao evoluir da situação. No entanto, qualquer abordagem neste sentido ainda é prematura pois estamos no primeiro mês do ano, o preço pode vir a recuperar ao longo do ano", afirmou fonte oficial do Ministério das Finanças angolano.Já a Venezuela quer pôr um ponto final na queda dos preços e ontem avançou com um pedido de reunião de emergência da OPEP. No entanto, não é de esperar que a Arábia Saudita concorde com um aumento da produção - o objetivo de Riade é eliminar a concorrência do petróleo de xisto dos EUA, forçando milhares de pequenas petrolíferas norte-americanas a fechar as portas.



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