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Inspetor da PJ trata da sua defesa no processo da rede do ouro

kokas

GF Ouro
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João de Sousa manteve a advogada oficiosa porque prefere tratar da sua defesa. Pediu ontem adiamento ao coletivo mas foi negado
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Em prisão preventiva há quase dois anos, acusado de integrar a "rede do ouro" - que terá vendido 1500 quilos de ouro não declarado para a Bélgica- o inspetor da PJ de Setúbal, João de Sousa, foi o único dos principais arguidos que não dispensou a advogada oficiosa que lhe foi designada. Fê-lo porque quer ser ele a preparar a sua defesa num mega processo que envolve 30 arguidos, na maioria comerciantes de ouro.Ontem, na segunda sessão do julgamento, no tribunal do Seixal, o coletivo pronunciou-se sobre um pedido de adiamento da audiência por mais cinco dias, para o arguido João de Sousa ter mais tempo para preparar a defesa. A juíza presidente negou.O inspetor da PJ está acusado dos crimes de associação criminosa, recebimento indevido de vantagem, denegação de justiça e prevaricação, corrupção passiva, abuso de poder e violação de segredo de funcionário. Antes de ir para o julgamento, transportado pela guarda prisional, o inspetor ainda teve tempo de colocar um novo post no seu blogue "Dos dois lados das grades", atualizado às segundas-feiras. Nesse blogue chegou a publicar momentos vividos com o seu então colega recluso na cadeia de Évora, José Sócrates.Um blogue estilo garganta fundaNo texto de ontem, intitulado "os perigos da ignorância e da indiferença", João de Sousa orgulhava-se de o seu blogue já ter ultrapassado a marca dos 200 mil visitantes. No mesmo texto, revelou ter falado com o seu co-arguido (para o caso, Paulo Martinho, ex-presidente da Associação de Comerciantes de Ourivesaria e Relojoaria do Sul) na última sessão e que este lhe contou "que certo advogado tinha proposto a si uma nova "atitude" perante a investigação. A proposta era confirmar que o inspetor João de Sousa de facto realizava vigilâncias e era responsável pela sua segurança, confirmando, deste modo, a tese da acusação". Uma "atitude colaborativa que muito possivelmente seria recompensada com a alteração (desagravamento) da sua medida de coação e da sua mulher". João de Sousa remata assim: "Ainda estamos os dois presos preventivamente, assim como a companheira dele". Mesmo a propósito, o arguido Paulo Martinho quis ontem prestar depoimento em tribunal, refutando a acusação e ilibando, com as suas declarações, todos os outros co-arguidos no alegado esquema de fraude fiscal de 6,6 milhões de euros. "Se houver alguma irregularidade nas minhas empresas, sou eu que respondo por isso, mais ninguém", declarou.O dono da ouriversaria Alma de Ouro contou que conheceu o inspetor da PJ na sequência de um assalto à sua casa, em 2008. "Depois disso, entre 2008 e 2010, contactei com o João de Sousa cinco vezes. Ele não estava diariamente comigo como diz a acusação". Também adiantou que o inspetor o acompanhou uma vez numa deslocação. "Viajou uma vez comigo ao Porto, numa viagem. Catorze horas no Porto, sozinho, seria deveras monótono", justificou.Paulo Martinho contou ainda que trabalha desde os 12 anos e que "ignorava o regime geral das infrações tributárias". "Eu fui preso por trabalhar", disse. Está acusado dos crimes de associação criminosa, branqueamento, fraude fiscal, corrupção ativa , recetação, falsificação e detenção de arma proibida (uma "taser" e um revólver).Na sessão de ontem, criticou o Estado por estrangular em impostos o setor. "Estão aqui a imputar penas de oito anos por as pessoas trabalharem? São 23% de Iva, mais 28% de IRC, significa que são 51% para o Estado e 49% para a pessoa que trabalha".



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