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Luvuéi – Emboscada Sofrida Pelos Comandos

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Este livro representa um importante testemunho dos trabalhos, esforços, sacrifícios e perigos vividos pelas nossas Forças Armadas nas campanhas de África e faz jus ao orgulho e à mágoa que nós, antigos combatentes, sentimos ao recordar os nossos caídos e os nossos mutilados, por um sonho de grandeza que não se realizou.”

1222Excerto do Prefácio, pelo Coronel Tirocinado Comando Raul Folques: A pedido de Antero Pires, camarada que prezo, considero e admiro, escrevo este pequeno texto. Resolvi, assim, como leitor que também fui, dar neste apontamento testemunho do quanto LUVUÉI me agradou, emocionou e impressionou, porque na sua leitura senti-me transportado ao tempo em que militei em Angola como comandante de companhia de comandos.

Revi uma descrição realista, imparcial, enfim, correcta, duma instrução dura que procurava transformar recrutas em combatentes bem preparados, fiáveis, rústicos, abnegados e solidários. Palmilhei, novamente, as fechadas florestas do Norte com o seu terreno íngreme e áspero, defrontei, mais uma vez, um inimigo ardiloso e perigoso que atacava sempre de surpresa, emboscado, tirando o melhor partido do ambiente em que vivia.

Revisitei as matas e chanas do Leste, os seus espaços esplêndidos, as noites claras, cheias de beleza e calma, em que o planeta Marte aparecia baixo no horizonte, um ponto vermelho, lindo de olhar. Tive, como noutro tempo, sede, medo, aquela ansiedade que seca a palma da mão, dá um aperto no estômago e que nos torna mais atentos, com os sentidos mais apurados e que se desvanece face ao inimigo.

Chorei, como sempre, os nossos caídos em combate, acompanhei como minhas as baixas da «emboscada». Ah! a propósito da «emboscada», considero esta descrição muito vivida e do mais realista, contudo contida e sofrida, desenrolando-se sem extremismos, com clareza, conseguindo dar-nos uma excelente visão de como um combatente a sofreu e viveu as suas reacções e de seus camaradas, a intrepidez de uns, a solidariedade e o espírito de sacrifício de outros, a coragem de todos.

É interessante, também, seguir o percurso de uma companhia que, considerada quase como inoperacional depois das baixas importantes sofridas, renasce, como Fénix e, sob o comando do excepcional militar Manuel Isaías Pires, então tenente, se torna uma das melhores subunidades que combateu em Angola.

Este livro representa um importante testemunho dos trabalhos, esforços, sacrifícios e perigos vividos pelas nossas Forças Armadas nas campanhas de África e faz jus ao orgulho e à mágoa que nós, antigos combatentes, sentimos ao recordar os nossos caídos e os nossos mutilados, por um sonho de grandeza que não se realizou.

Antero dos Inocentes Pires nasceu em Bragança, em 1951, onde estudou até ao antigo 7.º ano (incompleto). Com 19 anos veio para Lisboa, ingressando no Ministério das Finanças como Aspirante Provisório. Em 10.10.1972 iniciou o serviço militar obrigatório no RI5 – Caldas da Rainha, onde concluiu o 1.º ciclo do CSM, tendo sido convocado para fazer provas de ingresso no curso de comandos. Em 17.01.1973, ainda soldado miliciano, embarcou para Angola. De 25.01 a 17.05.1973 frequentou o 26.º curso de comandos no CIC – Centro de Instrução de Comandos – Angola, no final do qual recebeu o crachá e foi graduado em furriel miliciano.

De 17.05.1973 até 03.01.1975 integrou a 2042.ª companhia de comandos, tendo operado na Zona Militar Norte e na Zona Militar Leste, ambas da Região Militar de Angola, integrando também o recém-formado Batalhão de Comandos 11 – Amadora a partir de 09.08.1974. Foi louvado pelo Exmo. Comandante do CIC em O. S. n.º 170 de 23.07.1974. Em 07.02.1975 regressou ao Ministério das Finanças, onde exerceu funções até 31.05.2006, data em que passou à situação de aposentação. Colecciona pedras que recolhe na Natureza, valorizando exclusivamente a vertente estética dos exemplares. Sito na aldeia de Montesinho, e aberto ao público em horário sazonal, tem um espaço expositivo onde mostra os mais belos exemplares da sua colecção.


fonte:instrutiva
 
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