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O abandono do patrimonio nacional

Antonio A Alves

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Desde o 25 de Abril de Abril de 1974, que as câmaras municipais têm sido as grandes impulsionadoras da preservação, valorização e animação do património de Portugal.


Muitas realizaram um trabalho excepcional, mas outras, sobretudo quando tem à sua frente dirigentes ignorantes, incompetentes ou corruptos contribuíram de foram decisiva para empobrecerem o país, degradando a nível local tudo o que encontraram.

Lisboa


O riquíssimo património de Lisboa está a ser brutalmente delapidado, em resultado da acção de dirigentes autárquicos que revelam uma profunda ignorância e incompetência para os lugares que ocupam. A cidade está a ser empobrecida e a qualidade de vida dos seus habitantes degradada. É certo que existem alguns exemplos que parecem desmentir esta afirmação, mas a verdade é que o panorama geral é deprimente. O mais grave de tudo é que não se apuram responsabilidades e a continua a total impunidade

Maus Exemplos

Quinta de Nossa Senhora da Paz (Lumiar, Lisboa)
LumiarPaz01.jpg


A quinta e respectivo Palácio é propriedade da CML. Neste magnifico palácio esteve em tempos instalado um serviço camarário. Hoje ilustra de forma clara a maneira como a autarquia trata o património que lhe está confiado. Tudo está votado ao abandono. Delinquentes vandalizaram o edifício e os seus magníficos painéis de azulejos estão a ser destruídos ou roubados para serem vendidos antiquários



 

Antonio A Alves

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Lumiar
Um dos mais importantes núcleos urbanos do século XVIII/XIX ao abandono

A zona histórica do Lumiar está votado ao mais completo abandono. A CML não cumpre aqui as suas mais elementares obrigações. O património que lhe está confiado está arruinado. A maioria dos novos moradores - fechados em condomínios - , mostram-se totalmente indiferentes perante a degradação do bairro. Os antigos moradores são por si sós incapazes de inverteram a situação.


Lumiar12.jpg


Fotografia da entrada do Palácio. É visível a destruição dos painéis de azulejos. O estado das placas da CML é revelador da forma como esta autarquia trata o património que lhe está confiado.
 

Antonio A Alves

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Cesário Verde

Nasceu junto à Sé, em 1855, e passou os últimos anos da sua vida no Lumiar, também em Lisboa. Ninguém que conheça estes lugares pode deixar de ficar incomodado com o desleixe a que os mesmos estão votados.

Cesario03.jpg



Fotografia da casa onde faleceu, em 1886, no Lumiar. O estado de ruína do edifício ilustrada a pouca importância que a cultura tem para os actuais dirigentes da CML. Esta zona histórica do Lumiar, alvo de uma intensa especulação imobiliária, está em adiantado estado de degradação.

Cesário Verde nasceu em Lisboa, no seio de uma família burguesa. Frequentou durante alguns tempo, o Curso Superior de Letras. Morreu em 1886, no Lumiar. No ano seguinte, o seu amigo, Silva Pinto, edita o Livro de Cesário Verde.
 

Antonio A Alves

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Quinta da de Nossa Senhora da Paz.
A quinta é propriedade da CML. Possui um palacete e amplos jardins, mas em breve nada restará. Os magníficos painéis de azulejos do século XIX foram, na sua maioria vandalizados ou roubados.

Ermida de S. Sebastião
(Largo de S. Sebastião). Portal manuelino, no interior azulejos datados de 1628.

Palácio do Paço do Lumiar
(Estrada do Paço do Lumiar)
Lumiar10.jpg


Quinta dos Azulejos. Todo o espaço envolvente, da competência da CML, está completamente degradado.

Quintas dos Azulejos
(Rua Esquerda). Construção do século XVIII, alterada no século XIX. Possui um notável conjunto de azulejos do 3º. quartel do século XVIII. Os azulejos da fachada
são do século XIX.

Palácio de Monteiro-Mor ( Museu do Traje e Museu do Teatro )

Igreja de S. João Baptista do Lumiar

Lumiar11.jpg

Os sinais de abandono são visíveis por todo o núcleo histórico do Lumiar. As únicas excepções a este panorama desolador são os condomínios fechados.
 

Antonio A Alves

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RafaelBord01.jpg


Durante seis (6 ) longos anos, os lisboetas assistiram à impune destruição do Museu Rafael Bordalo Pinheiro (Campo Grande). As fissuras no painel de azulejos da sua fachada do Museu, demonstravam claramente o estado de ruína em que entrou o edifício após o início das construções envolventes autorizadas pela CML.



Museu Rafael Bordalo Pinheiro.
A CML começou licenciar obras particulares junto deste Museu Municipal, sem que ninguém nesta autarquia se questionasse sobre o impacto das mesmas nas fundações do seu edifício (Prémio Valmor). O edifício do museu começou a ruir e teve que ser encerrado. Como é normal na CML não se apuraram responsabilidades, e os incompetentes continuaram alegremente a destruírem o património a cidade. Passaram vários anos desde que estes factos ocorreram. A CML parecia querer manter o museu fechado e por reabilitar no ano em que se comemorava os 100 anos da morte deste artista (2005). Depois da publicação desta notícia, alguém terá acordado na CML e resolveu trabalhar. O Museu só foi reaberto no dia 5 de Outubro de 2005.

nora01.jpg


A primeira imagem que os visitantes ficam do Museu é de um amontoado de caixotes do lixo e das ruínas de um antiga nora (Fevereiro de 2005)

Museu da Cidade de Lisboa. Era suposto que o Museu de Lisboa servisse para promover e sensibilizar os visitantes para o património da cidade, assumindo uma clara vertente pedagógica. A verdade é que serve para tudo, menos para isso. O próprio património que deveria preservar está a ser abandonado e lentamente vai desaparecendo. Neste caso, como em muitos outros, ninguém apura responsabilidades. O desleixe é completo.
A nora do Museu da Cidade, por exemplo, foi durante longos anos um dos seus motivos mais interessantes. Testemunhava a dimensão rural dos palacetes nos arredores da cidade, mas também mostrava aos visitantes um dos engenhos mais utilizados para tirar água nesta região do país. Neste sentido a nora foi sempre cuidadosamente preservada, mas actualmente encontra-se num estado de completa ruína, rodeada de lixo por todos o lados. Facto que só por si espelha a incompetência como o património da cidade está a ser tratado


 

Antonio A Alves

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AquedutoSecXVIII.jpg

Gravura do Aqueduto das Águas Livres. Século XVIII. Museu da Cidade de Lisboa.

Aqueduto das Águas Livres.
O traçado do último troço da CRIL, acabou por receber um parecer favorável da CML e do IPPAR, em fins de 2004, sancionado assim a destruição de 185 metros do Aqueduto Principal e de 55 metros do Aqueduto das Francesas. A destruição era inevitável ? A existência de várias alternativas demonstra que o crime podia ser evitado, mas não foi isto que aconteceu. O património nacional foi mais uma vez gravemente lesado.

Nos últimos anos, a CML tem autorizado a destruição de troços do aqueduto que passam em zonas histórica da cidade, como aconteceu em São Bento.



Casa de Almeida Garrett
A CML, por iniciativa da inqualificável vereadora Eduarda Napoleão (reinado de Santana Lopes /Carmona Rodrigues) autorizou, em 2004, mais um crime contra o património de Portugal: a destruição da casa onde viveu nos últimos o célebre escritor Almeida Garrett. A Casa acabou por ser demolida em Janeiro de 2006.
 

Antonio A Alves

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Sintra

Sintra está seguir o exemplo da capital de Portugal na destruição do património edificado. Em breve nada restará da Casa de Ribeiro Carvalho.

ribeiro04.jpg



Sintra (Cacém). Palacete de Ribeiro de Carvalho, conhecido por Quinta da Bela Vista, cuja autoria é atribuída ao arquitecto Raul Lino. Em cima no seu estado actual, onde as marcas da degradação são bem visíveis. Em baixo numa imagem antiga.

Ribeiro01.jpg


Joaquim Ribeiro de Carvalho nasceu em 1880 e faleceu em 1942.

Foi jornalista, dramaturgo, romancista e poeta. Foi um dos obreiros da implantação da Iª. República (1910-1926), tendo sido um activo carbonário. Durante a República foi eleito várias vezes deputado entre 1911 e 1925. Foi membro da Academia das Ciências.

Exerceu a actividade de jornalista ainda muito jovem, tendo colaborado em diversos jornais, nomeadamente no jornal República de que foi director.

Entre as obras que publicou destacam-se: Livro de um Sonhador, Maria Salomé, O Mar dos Náufragos, etc.

 

Antonio A Alves

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Sesimbra

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Sesimbra foi em tempos uma das vilas mais belas de Portugal. Hoje as suas ruas oferecem ao visitante imagens de um verdadeiro caos urbanístico povoado de construções abarracadas.
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Sesimbra é um exemplo gritante de como uma sucessão de presidentes de câmara ignorantes e incompetentes podem delapidar um rico património histórico e paisagístico, transformando uma vila com enormes potencialidades turísticas num nova Amadora.

Na vila as aberrações urbanísticas feitas nas últimas décadas alteraram por completo a traça da vila, dando-lhe o aspecto de um enorme bairro degradado. As fachadas dos edifícios desta vila piscatórica e turistica foram completamente adulteradas por marquises de alumínio

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Ao longo da falésia erguem-se construções faraónicas, revelando a mais completa ausência de planeamento urbanístico e sentido de integração na paisagem. O transito na vila tornou-se um inferno. As pessoas deixaram de ter passeios.
Por todo o concelho proliferam lixeiras, construções em ruína ou abarracadas. O desleixe é total. Na maior parte da localidades não existe o mais elementar princípio de planeamento urbanístico.
No Castelo a Câmara mostra-se incapaz de manter o recinto limpo e de acabar com os inúmeros postes que desfeiam o conjunto monumental.

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O gerador que aos fins de semana ilumina a igreja do Santuário do Cabo Espichel. A menos de 150 metros do local existe um poste de electricidade.
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O Santuário do Cabo Espichel, cujo conjunto está em ruínas, é um exemplo paradigmático da mais completa incompetência. Após o Estado ter investido uma soma considerável no restauro da Igreja, o visitante só pode contemplar o seu magnífico interior aos fins de semana quando a Câmara decide ligar o gerador energia eléctrica. Durante a semana os muitos visitantes que aí se dirigem andam às escuras no interior da Igreja. No local fomos informados de tão absurda situação: a razão porque a autarquia ainda não resolveu o problema é porque os seus funcionários não o querem. Se o fizesse estes deixariam de receber horas extraordinárias ao fim de semana !

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O Forte da vila de Sesimbra está ameaçado. Se a autarquia fizer com ele o mesmo que fez com o centro histórico da vila dentro de poucos anos torna-se numa amontoado de construções abarracadas.
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Apesar da Câmara dar continuas provas de uma total incompetência na gestão do património que lhe está confiado, reclama a gestão do belo Forte da vila. Teme-se o pior.


 

Antonio A Alves

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Nem tudo é mau

Vila do Conde

A cidade de Vila do Conde realiza um notável esforço de recuperação do seu património histórico e cultural. Visitamos esta cidade e ficamos impressionados.O nosso percurso começou pela parte alta da cidade, onde está situada o imponente Convento de Santa Clara, a seguir descemos para um lindíssimo jardim que bordeja o rio Ave. A seguir visitamos o núcleo urbano da cidade, onde se concentram importantes monumentos históricos e muitos outros locais de grande interesse cultural.

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Convento de Santa Clara.

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Alfandega Régia

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Capela de Nossa Senhora do Socorro

Capela de Nossa Senhora do Socorro. Erguida em 1603 por Gaspar Manuel, piloto-mor da carreira das Índias. A sua cúpula branca de influência oriental, destaca-se na silhueta da cidade. No interior, podemos observar o túmulo do seu fundador e magníficos azulejos do século XVIII. A vista desta capela sobre a foz do rio Ave é simplesmente soberba.

Museu de Renda de Bilros.

Igreja Matriz. A construção foi iniciada em 1496. Destaca-se o seu primoroso portal da autoria de João de Castilho. No interior observar a imagem de S. João Baptista em pedra ançã (séc. XVI), a pia baptismal (séc.XVII), os azulejos da Capela de Nossa Senhora da Boa Viagem (séc. XVIII), o púlpito e os retábulos de talha dourada.Igreja da Misericórdia.

Casa museu de José Régio. Está a ser alvo de enormes obras de requalificação. O contraste é brutal para quem saí de Lisboa, onde a Casa de Almeida Garrett estava a ser demolida.


 

Antonio A Alves

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Breve História de Vila do Conde

As mais antigas referências a Vila do Conde, datam de 953, quando já era conhecida por "Vila de Comte". No século XI regista-se nesta vila uma grande actividade piscatória e na exploração das salinas. No século XIV é fundado o Convento de Santa Clara, o qual é dotado de muitas casas, terras, foros e padroados. Durante os descobrimentos (séculos XV e XVI) Vila do Conde é um dos principais locais de construção naval de Portugal. A vila está ligada a todos os continentes através de um activo comercio marítimo. No século XVII é construída uma fortaleza, para defender a vila das incursões dos piratas e depois dos espanhóis. A partir de finais do século XVIII Vila do Conde adormeceu. A seguir à Iª. Guerra Mundial (1914-1918), relança-se a construção naval nesta cidade. Nos últimos anos a cultura tornou-se numa prioridade nesta cidade.
 
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