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Há robôs a fazer notícias, alerta autor norte-americano

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Há robôs a fazer notícias, alerta autor norte-americano

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Segundo o livro de Ford, a Narrative Science Inc. é usada por "meios de comunicação destacados", incluindo a revista Forbes, para produzir artigos automatizados, numa variedade de áreas, incluindo desporto, negócios e política.
Público/arquivo

Uma quantidade significativa dos textos de conteúdo jornalístico publicados em páginas de Internet norte-americanas são elaborados por programas de computador, revela Martin Ford, autor do livro Robôs: A Ameaça de um Futuro sem Emprego, publicado pela Bertrand Editora e lançado nesta sexta-feira, em Portugal.

"Trata-se de software com capacidade de produzir um conteúdo jornalístico. Isto já se verifica em muitas empresas nos Estados Unidos. A maior parte das histórias que se lêem na Internet são na verdade escritas por máquinas", declarou Martin Ford, acrescentando que "notícias desportivas ou de âmbito económico são também produzidas por máquinas, ainda sem grande impacto".

"Mas a tecnologia vai ser aperfeiçoada e, qualquer dia, as máquinas acabam por ganhar um Prémio Pulitzer de jornalismo", ironizou o autor, acrescentando que actualmente os jornais não mostram preocupação em aprofundar os assuntos e procuram sempre a repetição de matérias superficiais, como relatos de competições desportivas.

No livro, que aborda a questão do desemprego provocado pela aplicação cada vez mais rápida da tecnologia, o autor explica que o programa informático StatsMonkey, criado por estudantes da Universidade Northwestern, nos EUA, foi concebido para automatizar relatos desportivos pela transformação de dados objectivos sobre um determinado jogo e que vai muito além da simples listagem de factos.

"Em vez disso, escreve uma história que incorpora os mesmos atributos essenciais que um jornalista desportivo quereria incluir no seu texto. Efectua uma análise estatística para discernir os factos notáveis ocorridos no jogo e depois gera um texto em 'linguagem natural' e que sumariza a dinâmica geral do jogo, ao mesmo tempo que foca as jogadas mais importantes e os jogadores-chave que contribuíram para a história", explicou Martin Ford.

Mais tarde, os estudantes aperfeiçoaram o programa de computador através da empresa Narrative Science, Inc., que criou uma "máquina de inteligência artificial muito mais poderosa e abrangente, a Quill".

Segundo o livro de Ford, a Narrative Science Inc. é usada por "meios de comunicação destacados", incluindo a revista Forbes, para produzir artigos automatizados, numa variedade de áreas, incluindo desporto, negócios e política.

"O software da empresa gera uma nova história aproximadamente a cada 30 segundos e muitas delas são publicadas em páginas de Internet largamente conhecidas, mas que preferem não reconhecer o uso desse serviço", denunciou Martin Ford.

A escrita, "que afinal, tem no mínimo, tanto de arte como de ciência, poderia parecer uma das mais improváveis tarefas a automatizar já o foi e os algoritmos estão a ser rapidamente aperfeiçoados", acrescentou Ford.

O autor refere também que a escrita é uma área em que "patrões se queixam constantemente" que os licenciados universitários não são eficientes e que um estudo indica que cerca de metade dos universitários, com três anos de curso, recentemente contratados pelos jornais, apresentam aptidões muito pobres em escrita e em alguns casos de leitura.

Desta forma, se o software inteligente começar a rivalizar com os analistas humanos mais qualificados, o crescimento futuro do emprego baseado no conhecimento está em causa para os jornalistas e licenciados universitários, especialmente os menos preparados, conclui.

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