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Noruega projeta estrada que 'perfura' fiordes com túneis submarinos e pontes flutuantes

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GF Prata
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Nov 8, 2014
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O túnel ficará a 30 metros de profundidade e vai permitir que os veículos atravessem os fiordes que actualmente só pode ser feito através de barco.

É um projecto monumental, ambicioso e polémico que alguns consideram uma revolução da engenharia e outros o chamam de "fantasia".
O projecto é a rodovia costeira E39 da Noruega, uma rodovia que combinará pistas tradicionais com túneis submarinos e pontes flutuantes percorrendo 1,1 mil quilómetros.
A nova rodovia quer cobrir um trajecto de grande beleza natural, mas nada fácil de ser transposto, por causa dos famosos fiordes (os estreitos vales formados pela água do mar em montanhas rochosas que caracterizam a costa oeste do país).
"O objectivo é unir, de norte a sul, as cidades de Trondheim e Kristiansand", disse à BBC Mundo Kjersti Kvalheim Dunham, que dirige o projecto na Administração Pública de Vias da Noruega.
"Normalmente os carros e camiões para efectuarem estas ligações demoram cerca de 20 horas ", acrescentou.
No entanto com a execução desta ligação E39 os engenheiros esperam reduzir o seu tempo para 10 horas.

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Os engenheiros projectaram dois túneis flutuantes

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As estruturas que vão segurar os túneis submarinos terão esta aparência quando vistas de cima

Além disso, a rodovia poderá agilizar a economia do país já que 57% das exportações norueguesas vem da região oeste.
O governo estima que, graças à nova rodovia, os custos de transporte de mercadorias deverão cair para metade.


O seu preço


O projecto deverá custar cerca de 26 biliões € (30 biliões US$), uma verdadeira fortuna até para um país rico como a Noruega.
O prazo para a conclusão da obra está estimado para 2035.
O governo espera recuperar parte do investimento com a cobrança de portagens para o uso desta rodovia.
Dunham disse à BBC que esta é uma "obra única no mundo".
"A maior parte da rota é de estradas comuns, mas o que torna este projecto extraordinário são as pontes e os túneis especiais que planeamos construir; pois são a melhor solução que encontrámos para atravessar esta grande quantidade de fiordes, que têm os relevos mais variados que alguém pode imaginar", explicou Dunham.

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As pistas serão elevadas quando for necessário

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Também serão submersas para 'perfurar' algumas barreiras geográficas

De acordo com os planos da Administração Pública de Vias da Noruega, os túneis submarinos ficarão a cerca de 30 metros de profundidade e serão formados por dois cilindros paralelos de cimento armado, um para cada direcção da rodovia.
Cada um destes cilindros terá duas pistas: uma para o trânsito comum e outra para veículos de emergência e reparações.
Em locais onde os túneis não forem viáveis, serão construídas pontes com pilares flutuantes - alguns deles suspensos com cabos de aço.
Noutros locais, a E39 vai "perfurar" montanhas e rochas com túneis tradicionais.


Será este um sonho impossível?


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Noutros locais as pontes flutuantes serão suspensas por cabos de aço

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Os pilares flutuantes serão fixados ao fundo do mar com cabos

Não é a primeira vez que se apresenta um projecto de estradas para terrenos acidentados como os fiordes noruegueses.
Países como a Itália, os Estados Unidos e o Japão já avaliaram projectos parecidos com acessos difíceis, mas em menor escala.
Nenhum destes projectos avançou.
Muitos questionam se esta não será uma ideia muito ambiciosa, enquanto outros acham que ela é extremamente insensata.
Dunham disse à BBC Mundo que o projecto já é uma realidade, pelo menos numa pequena parte.
"Já começámos a construir alguns trechos na região de Berben, no meio do trajecto e, no próximo ano, esperamos completar o primeiro túnel que terá 27 quilómetros de extensão", contou.
No entanto Dunham admite que eles ainda não têm toda a verba para a construção das maiores e mais complexas estruturas.
Ele espera conseguir o resto do dinheiro nos próximos anos.
Também não nega a dificuldade dos grandes desafios técnicos de um projecto como este.
"Os ventos fortes, as ondas e as fortes correntes (marítimas) são grandes desafios."

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Muitos temem os impactos ambientais do projecto

Para além de tudo isto, o projecto ainda enfrenta a oposição de parte da população do oeste do país.
"Alguns perguntam se vale a pena gastar tanto dinheiro na E39, outros afirmam que (o país) não precisa de estradas melhores e há aqueles que temem o possível impacto ambiental", resumiu Dunham à BBC Mundo.
"Temos que ouvir todas as opiniões." Finalizou.


BBC
 
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