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Entre o encantamento e o pânico dos pais: crianças e jovens passam cada vez mais tempo “agarrados” a ecrãs

Feraida

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Do televisor aos telemóveis, passando pelos tablets e computadores portáteis, as crianças e jovens portugueses passam cada vez mais tempo “agarrados” a ecrãs e meios electrónicos. Estes são muitas vezes usados como baby-sitter ou para acalmar e distrair as crianças durante a refeição.

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Em casa, mas também na escola e noutros espaços, é frequente vermos as crianças com a atenção dominada por um qualquer ecrã, que funciona quase como um íman que atrai a vista e capta o tempo dos mais novos. Encantamento de um lado, preocupação e até pânico do outro, ou seja, dos pais e educadores.

Entre televisão, internet e jogos, resta muitas vezes pouco tempo para outras actividades, principalmente o estudo e os desportos ou brincadeiras de socialização, um problema que já foi apontado múltiplas vezes por vários especialistas e pedopsiquiatras, e que se estende para a adolescência e a idade adulta. Mas nem tudo é negativo.

Um estudo realizado no ano passado pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas para a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) traça um retrato fidedigno do ambiente de ecrãs em que vivem as crianças e jovens entre os 3 e os 8 anos de idade, o modo de acesso aos equipamentos e a forma como os pais orientam essa utilização.

O estudo “Crescendo entre Ecrãs: Usos de meios electrónicos por crianças (3-8 anos)”, que deverá ser publicado em breve e ao qual o TeK teve acesso, partiu de um inquérito nacional realizado face a face em 656 lares, com questionários para pais e crianças, e ainda entrevistas e observação em casa de 20 famílias de diferentes perfis e com crianças utilizadoras da internet.

Em termos gerais, as conclusões não diferem da realidade com que nos deparamos habitualmente: todas as crianças veem televisão, metade joga jogos digitais e 38% usam a internet, uma contabilização que os autores do estudo usam para contrariar a imagem de ‘nativos digitais’ como condição actual de ser criança. “A utilização dos equipamentos é muitas vezes meramente instrumental e falta a componente social, com a gestão da comunicação e das frustrações”, explica ao TeK Cristina Ponte, uma das investigadoras da FCSH que liderou o estudo.

Novos cenários e enquadramento

Nos últimos dez anos muito mudou em termos de cenário tecnológico e de uso dos equipamentos e por isso a investigadora explica que era importante actualizar os números e a análise do uso de equipamentos electrónicos por parte dos mais novos. “Mudou a paisagem de aparelhos electrónicos que usamos. Hoje dominam os smartphones e os tablets, mas também mudaram as tecnologias e mercados, as redes sociais e todos os conteúdos que são mais visuais”, justifica.

Segundo o estudo, o telemóvel e o televisor são os ecrãs mais presentes nos lares, seguidos de tablets e portáteis, e cerca de metade das crianças que acede à internet tem o seu próprio tablet, concluindo-se que as que estão integradas em famílias com estatuto socioeconómico alto são as que acedem mais e usam mais a internet. Esta utilização é sobretudo lúdica, com domínio dos desenhos animados e filmes, jogos e músicas.

Os dados indicam que dois terços das crianças entre os 6 e 8 anos acedem à internet, o dobro do número registado no grupo dos 3 aos 5 anos.

Apesar da televisão ser mais dominante entre os ecrãs que captam a atenção dos mais novos, os pais mostram maiores preocupações em relação ao uso da internet, enquanto as questões com o consumo televisivo estão mais relacionadas com interdição de conteúdos violentes do que sobre o tempo gasto em frente ao televisor.

Das entrevistas e observação realizadas pela equipa em casa de 20 famílias, a ideia mantém-se: o contacto das crianças com a televisão é frequente e intenso, em espaços comuns e em televisores partilhados que muitas vezes monopolizam. A televisão está presente em ‘pano de fundo’ enquanto as crianças se ocupam com outras coisas e como baby-sitter. Este ecrã também é usado para distrair a criança, quando está a ser vestida ou alimentada, ou para ajudar a adormecer ou a acordar.

Também os tablets e smartphones são usados como “pacificadores” para acalmar ou distrair as crianças no momento da refeição, ou como moeda de troca por bom comportamento ou desempenho escolar. O estudo mostra que a maioria das crianças usa a internet numa base diária, sobretudo através de ecrãs portáteis e individualizados, com preferência pelo tablet.

E o que devem as famílias fazer? O estudo aponta ainda algumas recomendações dirigidas às famílias, mas também às escolas, empresas e comunidade, referindo que as famílias estão a aprender a lidar com uma tecnologia desafiante e que as estratégias devem ser sobretudo flexíveis, ajustando-se à idade, interesse e necessidade das crianças. “Estratégias restritivas resultam numa limitação do acesso a oportunidades, pelo que a mediação deve privilegiar a capacitação para a resolução de problemas e a resiliência”, refere-se.


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maior38

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Por vezes a vida profissional dos pais, assim o faz. Estamos numa sociedade extremamente competitiva e stressada, em que certos valores, como a família, sao relegados para segundo plano. Mas e certo que cada vez mais a sociedade valoriza só bens materiais.

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