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Uma análise ao futebol português: "A bolha irá explodir"

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Fotografia: Pedro Rocha/Global Imagens

O futebol português vive uma "bolha" financeira e de poder erguida nos últimos anos pelo empresário Jorge Mendes, defende o investigador italiano Pippo Russo.

O futebol português vive uma "bolha" financeira e de poder erguida nos últimos anos pelo empresário Jorge Mendes e pelas suas inúmeras transferências milionárias para clubes estrangeiros, de acordo com o investigador italiano Pippo Russo.
Em entrevista à agência Lusa, o autor da obra 'A Orgia do Poder', publicada este mês sob a chancela da editora Planeta e que retrata "a história nunca contada de Jorge Mendes", alerta para os riscos que o futebol nacional pode correr caso o poder do agente entre em queda, como defende estar a ocorrer com as recentes polémicas em torno de alegadas irregularidades fiscais em Espanha.
"Este momento no futebol português é um momento de saúde. São campeões europeus e isso justifica-se, mas o futebol português não se pode esquecer que estas fases não são eternas. No longo prazo, o futebol português tem de ter consciência que este crescimento não é ilimitado", refere.
Citando dezenas de exemplos de transferências milionárias ao longo de mais de 400 páginas, numa investigação que durou mais de um ano, Pippo Russo entende que os clubes de pequena e média dimensão vivem já sob uma esfera de influência do empresário, apontando, nomeadamente, os casos de Rio Ave, Braga ou Paços de Ferreira como paradigmáticos.
"O crescimento é intensificado, não natural e torna-se uma droga em si mesma. As autoridades portuguesas do futebol devem estar cientes disso, pois o despertar pode ser realmente traumático quando tudo isto terminar. E penso que, num certo momento, isto irá acabar e a bolha irá explodir".
Todavia, o professor de Sociologia do Desporto da Universidade de Florença e colaborador de diversas publicações, como o La Reppublica e as revistas Panenka, Panorama e Soccer Illustrated, realça que nem os maiores emblemas portugueses estão livres do poder de Jorge Mendes, apontando mesmo o "Benfica como o mais mendesiano" dos três grandes.
"O sistema de transferências do Benfica tem a assinatura marcada de Jorge Mendes. Está dependente dos elevados montantes de dinheiro que Jorge Mendes garante com as transferências dos jogadores. Não sei por quanto tempo isto possa durar para o Benfica e quão saudável possa ser", declara.
Para Pippo Russo, que estabelece mesmo uma comparação entre Silvio Berlusconi e Jorge Mendes, a ascensão do empresário no futebol e na própria sociedade portuguesa deve-se à inteligência do agente em reconhecer o "potencial de atração" de jovens talentos para os clubes nacionais e à tolerância lusa em relação ao futebol.
"Em Portugal, quando falamos de futebol, falamos de um passatempo nacional, um campo em que praticamente tudo é permitido. O futebol é uma zona franca, na qual se consentem coisas que não acontecem noutras áreas. Isto está profundamente enraizado na cultura portuguesa", conclui.

Fonte: OJOGO
 
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