Família venerou sepultura vazia

Uma família descobriu que a sepultura onde há um ano tinham sido sepultados os restos mortais de quatro familiares estava vazia. Haviam sido informados, em outubro do ano passado, que as ossadas tinham sido transladadas da campa original da família (com cerca de 70 anos) para uma campa próxima, em São Romão do Coronado, Trofa. Quando
os coveiros abriram esse mesmo jazigo, esta terça-feira, descobriram que estava vazio.

Durante um ano, a família ‘venerou’ a campa que nunca conteve ossadas no seu interior. A revolta começou em finais de outubro do ano passado, quando a família reparou em obras que estavam a ser realizadas no cemitério.

"Quando nos apercebemos da movimentação das obras, tentámos falar com o presidente da junta e soubemos por um coveiro que os restos mortais iriam ser trasladados para uma outra campa três lugares ao lado. Pedimos para adiar até ao dia de Todos os Santos mas nada feito", contou Paulo Guimarães, que teme nunca mais descobrir o paradeiro das ossadas.

Este ano, a família, ainda revoltada, resolveu dar um outro destino às ossadas: deixá-las definitivamente no ossário do novo cemitério. Com a autorização da junta, três coveiros preparavam-se para iniciar o processo, na terça-feira, e descobriram que a sepultura estava vazia.

Atribuem a culpa a um coveiro, que já terá morrido, e que se terá esquecido de transladar os ossos, temporariamente colocados num jazigo que já não existe.

O CM tentou contactar o autarca, sem sucesso.

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