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Peru enfrenta “um golpe de Estado disfarçado”

kokas

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Set 27, 2006
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[h=2]O Presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, afirmou na quarta-feira que o país enfrenta “um golpe de Estado disfarçado” com o pedido da sua destituição, que vai ser debatido e votado hoje no Congresso.[/h]
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A Constituição e a democracia estão sob ataque. Estamos perante um golpe sob o disfarce de interpretações legais supostamente legítimas”, sustentou Pedro Pablo Kuczynski, numa mensagem transmitida pela televisão, acompanhado pelos vice-presidentes, Martín Vizcarra e Mercedes Aráoz.





O plenário do Congresso, dominado pelo partido ‘fujimorista’ Fuerza Popular, vai ouvir a defesa de Kuczynski, debatendo, de seguida, a moção para destituir o chefe de Estado peruano por “incapacidade moral permanente” por ter alegadamente ocultado as suas ligações à construtora brasileira Odebrecht que figura no centro do maior escândalo de corrupção da América Latina.


No discurso que proferiu na quarta-feira, Kuczynski exigiu ao Congresso “respeito pela decisão popular” que lhe deu a presidência nas eleições de 2016, nas quais obteve uma vantagem de pouco mais de 40.000 votos sobre Keiko Fujimori, a líder do partido Fuerza Popular.


O governante garantiu que durante a sua defesa no Congresso irá responder “com clareza” às acusações de que beneficiou de pagamentos da Odebrecht.


A acusação sustenta que o chefe de Estado peruano “faltou à verdade” ao negar, em repetidas ocasiões, qualquer ligação à Odebrecht que revelou, na semana passada, ter feito pagamentos de mais de 782.000 dólares entre 2004 e 2007 à Westield Capital, empresa de Kuczynski.


Durante esse período, Kuczynski desempenhou o cargo de ministro da Economia e de primeiro-ministro no Governo do Presidente Alejandro Toledo (2001-2006).


Tanto o Presidente peruano, como a Odebrecht argumentaram que os contratos são legais e foram negociados exclusivamente com o empresário chileno Gerardo Sepúlveda, que administrava a Westfield Capital enquanto Kuczynski era ministro.


Kuczynski tinha admitido também a prestação de outro serviço de assessoria à Odebrecht pelo projeto de irrigação H2Olmos quando deixou o Governo de Toledo. O ex-Presidente foi também acusado de receber um suborno de 20 milhões de dólares da construtora brasileira para a adjudicação de troços da estrada Interoceânica.


O Presidente peruano reconheceu na quarta-feira que cometeu erros ao explicar de forma confusa e dubitativa que a sua empresa fez esses trabalhos, algo que atribuiu à falta de jeito para se expressar.


“A verdade é que não sou um bom comunicador, mas sim sou uma pessoa transparente, alguém que jamais cometeu um ato de corrupção em toda a sua vida”, realçou.


Também afirmou que os seus compatriotas têm sido testemunhas da sua disponibilidade para dialogar durante o seu governo, mas que, a toda a hora, tem sido confrontado com a “atitude abusiva da maioria opositora que controla o Congresso”.


Recordou que o ‘fujimorismo’ já censurou e obrigou cinco dos seus ministros a renunciar em pouco menos de um ano e meio de gestão, algo que qualificou como um “verdadeiro recorde histórico”.


“Não somos perfeitos, claro, mas agora é evidente que desde o início se procurava chegar ao que está a acontecer hoje”, afirmou, numa alusão à moção para o destituir.


O chefe de Estado peruano assegurou ainda que vai apresentar-se diante do Congresso “com a consciência tranquila, firmeza de espírito e fé” nas instituições democráticas, “uma convicção” que, segundo afirmou, é partilhada pelos seus dois vice-presidentes.


Neste sentido, anunciou que nenhum deles “quer fazer parte de um governo que nasça de manobras injustas nem antidemocráticas”.


A ser aprovada a destituição, que requer o voto a favor de 87 dos 130 deputados, a chefia de Estado deverá ser assumida por Vizcarra ou, se este declinar, por Aráoz.


Se os dois vice-presidentes renunciarem, o líder do Congresso que, atualmente, é o ‘fujimorista’ Luis Galarreta, terá que assumir a presidência e convocar de imediato novas eleições gerais, as quais devem ser realizadas no prazo máximo de um ano.


“Temos que nos defender e fá-lo-ei com todo o meu empenho. Quero dizer-vos, do fundo do meu coração, que se vocês me apoiam, a vossa confiança não será defraudada”, sublinhou Kuczynski que, a fechar o discurso, pediu aos deputados “uma reflexão” antes de “darem um passo tão destrutivo como o que se propõe”.



A incapacidade moral permanente é uma figura consagrada na Constituição peruana que permite inabilitar o chefe de Estado por feitos extraordinários que não incorrem necessariamente em delitos, como sucedeu em 2000, quando o então Presidente peruano Alberto Fujimori renunciou ao cargo, por fax, a partir do Japão.







nm
 
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