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Irão ameaça manifestantes com a pena de morte

kokas

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Set 27, 2006
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Ayatollah Khamenei acusa "inimigos do Irão" de estarem por trás das manifestações. Trump define Teerão como um regime "brutal e corrupto" e critica acordo de Obama

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Ao sexto dia de manifestações, o líder supremo do Irão, ayatollah Ali Khamenei, quebrou o silêncio para acusar os inimigos do regime de Teerão de estarem por trás destes protestos, que já resultaram em pelo menos 21 mortos, e de quererem prejudicar o país. Presidente do Tribunal Revolucionário de Teerão já fala em aplicar a pena de morte aos manifestantes detidos.



Khamenei afirmou ontem que "nos últimos dias", "os inimigos do Irão uniram-se usando os seus meios, o seu dinheiro, as suas armas e os seus serviços de informações para criar problemas ao sistema islâmico", de acordo com o site oficial do líder supremo iraniano. "Eles estão apenas à espera de uma ocasião para se infiltrarem e atacarem o povo iraniano", acrescentou, sem elaborar quem são estes inimigos.



Ali Shamkhani, secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional, afirmou que Estados Unidos, Reino Unido e Arábia Saudita estão por trás dos protestos. "Os sauditas irão receber a inesperada resposta do Irão e sabem quão séria poderá ser", acrescentou Shamkhani, citado pela agência Tasnim.






Esta onda de protestos em várias cidades do Irão começaram na passada quinta-feira inicialmente focada nas dificuldades económicas e alegada corrupção, mas acabou por tornar-se em manifestações políticas viradas a liderança clerical que está no poder desde a revolução de 1979. O último balanço aponta para a existência de 21 mortos e 450 detidos. Segundo o ministro adjunto do Interior iraniano, Hossein Zolfaghari, 90% dos detidos têm menos de 25 anos, o que mostra como os mais jovens estão frustrados com as dificuldades económicas e a falta de liberdades sociais.



As autoridades iranianas ameaçaram ontem os manifestantes com acusações de delitos, alguns punidos com a pena de morte. "Cada dia que passa e as pessoas são detidas aumentará o seu crime e castigo e nós já não os consideramos manifestantes a defenderem os seus direitos, mas sim pessoas que querem prejudicar o regime", declarou o presidente do Tribunal Revolucionário de Teerão, Musa Ghazanfarabadí, de acordo com a Tasnim, citada pela Efe.


Os detidos poderão ser declarados culpados de diferentes crimes, entre os quais estão "atentado contra a segurança nacional" e "inimizade com Deus", ambos sujeitos à pena de morte, esclareceu Ghazanfarabadí. Podem ainda ser sujeitos à condenação por crimes de "destruição de bens públicos e destruição de bens pessoais", entre outros, prosseguiu o mesmo responsável.


"Os que forem detidos a partir do terceiro dia dos distúrbios, terão os seus crimes e castigos pesados após o anúncio do Ministério do Interior sobre a ilegalidade destas manifestações", referiu o presidente do Tribunal Revolucionário de Teerão.


Turquia pede fim da violência


O governo iraniano aconselhou ontem Donald Trump a ocupar-se "dos milhões de sem-abrigo e esfomeados" nos Estados Unidos, em vez de estar a tuitar sobre a situação no Irão. "Em vez de perder o seu tempo a enviar tweets inúteis e insultuosos contra os outros povos, [Trump] faria melhor se tomasse conta dos problemas internos no seu país, nomeadamente o assassínio de dezenas de pessoas todos os dias e os milhões de sem-abrigo e esfomeados", declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Bahram Ghassemi, citado pela imprensa local.


Ontem, no sexto dia de contestação, o presidente dos Estados Unidos voltou a atacar o regime "brutal e corrupto" no poder no Irão. "O povo do Irão está finalmente a agir contra o brutal e corrupto regime iraniano. Todo o dinheiro que o presidente Obama tão tolamente lhes deu foi para o terrorismo e para os seus "bolsos". O povo tem pouca comida, uma grande inflação e nenhuns direitos humanos. Os EUA estão atentos!", tuitou ontem Trump. Na segunda--feira, o líder norte-americano tinha escrito que "os tempos da mudança" tinham chegado ao Irão, um dos principais alvos das críticas de Trump.


Num tom mais conciliador, a Turquia apelou ontem às autoridades iranianas para que evitem a provocação e a violência, pedindo ainda ao resto da comunidade internacional para que não intervenha nesta crise. "Acreditamos que o presidente Rohani deve evitar a violência e as provocações. Deve ter em conta que as pessoas têm direito a manifestar-se pacificamente", afirmou em comunicado o Ministério dos Negócios Estrangeiros turco, que reconhece, no entanto, que "a lei não pode ser violada e a propriedade pública não deve ser prejudicada". "Desejamos que se garanta a paz no país e que prevaleça o senso comum para prevenir a escalada de acontecimentos, e que se evite a retórica provocadora e as intervenções externas", acrescentou o mesmo documento.






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