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1° de maio, Dia do Trabalhador

Amorim goncalves

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Mar 13, 2018
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1 de maio é o Dia do Trabalhador, data que tem origem a primeira manifestação de 500 mil trabalhadores nas ruas de Chicago, e numa greve geral em todos os Estados Unidos, em 1886.

Três anos depois, em 1891, o Congresso Operário Internacional convocou, em França, uma manifestação anual, em homenagem às lutas sindicais de Chicago. A primeira acabou com 10 mortos, em consequência da intervenção policial.
Foram os factos históricos que transformaram o 1 de maio no Dia do Trabalhador. Até 1886, os trabalhadores jamais pensaram exigir os seus direitos, apenas trabalhavam.
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No dia 23 de abril de 1919, o Senado francês ratificou as 8 horas de trabalho e proclamou o dia 1º de maio como feriado, e uns anos depois a Rússia fez o mesmo.
No Brasil é costume os governos anunciarem o aumento anual do salário mínimo no dia 1 de maio.
No calendário litúrgico celebra-se a memória de São José Operário por tratar-se do santo padroeiro dos trabalhadores.
Em Portugal, os trabalhadores assinalaram o 1.º de Maio logo em 1890, o primeiro ano da sua realização internacional. Mas as ações do Dia do Trabalhador limitavam-se inicialmente a alguns piqueniques de confraternização, com discursos pelo meio, e a algumas romagens aos cemitérios em homenagem aos operários e ativistas caídos na luta pelos seus direitos laborais.
Com as alterações qualitativas assumidas pelo sindicalismo português no fim da Monarquia, ao longo da I República transformou-se num sindicalismo reivindicativo, consolidado e ampliado. O 1.º de Maio adquiriu também características de ação de massas.
Até que, em 1919, após algumas das mais gloriosas lutas do sindicalismo e dos trabalhadores portugueses, foi conquistada e consagrada na lei a jornada de oito horas para os trabalhadores do comércio e da indústria.
Mesmo no Estado Novo, os portugueses souberam tornear os obstáculos do regime à expressão das liberdades. As greves e as manifestações realizadas em 1962, um ano após o início da guerra colonial em Angola, são provavelmente as mais relevantes e carregadas de simbolismo.
Nesse período, apesar das proibições e da repressão, houve manifestações dos pescadores, dos corticeiros, dos telefonistas, dos bancários, dos trabalhadores da Carris e da CUF. No dia 1 de Maio, em Lisboa, manifestaram-se 100 000 pessoas, no Porto 20 000 e em Setúbal, 5000.
Ficarão como marco indelével na história do operariado português, as revoltas dos assalariados agrícolas dos campos do Alentejo, com o grande impulso no 1.º de Maio de 62.
Mais de 200 mil operários agrícolas, que até então trabalhavam de sol a sol, participaram nas greves realizadas e impuseram aos agrários e ao governo de Salazar a jornada de oito horas de trabalho diário.
Claro que o 1.º de Maio mais extraordinário realizado até hoje, em Portugal, com direito a destaque certo na história, foi o que se realizou oito dias depois do 25 de Abril de 1974.
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O Dia do Trabalhador também tem sido tubulento na Turquia, muitas vezes violento e mortal. O ano de 2015 ficou marcado por uma originalidade: o regime não quis proibir diretamente a manifestação tradicional na Praça Taksim, mas impediu a concentração de trabalhadores e intelectuais naquele local emblemático.
No Japão, o 1° de maio é comemorado a 23 de novembro, desde 1948. É chamado de Kinrou Kansha no Hi ( きんろうかんしゃのひ / 勤労感謝 の日), que traduzindo seria “Dia da Ação de Graças ao Trabalho“.
Muito antes de ser considerado o Dia do Trabalhador, 1 de maio foi dia de outros factos históricos.
 

Amorim goncalves

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Hoje, 1º de maio, grande parte do mundo comemora o Dia do Trabalhador, em homenagem à luta dos trabalhadores de Chicago, nos Estados Unidos, em defesa das oito horas diárias.

Mas, nos Estados Unidos, que está na origem da data, o Dia do Trabalhador é comemorado na primeira segunda-feira de setembro. Estranho? Talvez não. A verdade é que antes dos acontecimentos de maio de 1886, em Nova Iorque já se comemorava o dia do trabalhador. A primeira vez foi a 5 de setembro de 1882 – uma terça-feira. E dois anos antes dos confrontos de Chicago, a primeira segunda-feira de setembro foi considerada feriado em Nova Iorque, com a central sindical local (“Central Labor Union”) a desafiar outras cidades e Estados americanos a seguirem o exemplo. Em 1894 todos os estados americanos comemoravam o dia do trabalhador em setembro. As tentativas posteriores de convencer os Estados Unidos a mudar o dia do trabalhador para o 1º de maio saíram todas goradas, embora nas grandes cidades tenha havido recorrentemente manifestações simbólicas.
E no entanto se quase todo o mundo comemora o dia do trabalhador a 1 de maio foi por causa de uma greve de trabalhadores americanos em Chicago que começou a 1 de maio de 1886, a que se seguiu uma manifestação, a 4 de maio, que redundou numa tragédia. A polícia interveio violentamente depois da explosão de uma bomba.
A manif no Haymarket Foi na manifestação da praça Haymarket, em Chicago, que, de facto, nasceu o espírito que iria levar à consagração do 1º de maio como dia do Trabalhador. A manifestação tinha sido convocada para protestar contra a brutalidade da polícia sobre os trabalhadores – na véspera, 3 de maio, uma pessoa tinha sido morta.
A maioria dos oradores da manifestação eram anarco-sindicalistas. Cerca de 1500 pessoas (ou 3000 em outras versões da história) concentraram-se na praça, que também era um mercado público. A concentração, que começou pacificamente, tornou-se violenta quando a polícia começou a querer dispersar a multidão.
Entretanto, uma bomba é lançada e instala-se o caos e o pânico. Os polícias lançam-se sobre a multidão e sete deles são mortos – provavelmente por balas disparadas por outros polícias. Quatro manifestantes também são mortos e há mais de 100 feridos. Há várias versões da história, incluindo a existência de um elevado número de feridos que não recorreram ao hospital por medo de serem presos e conotados com os anarco-sindicalistas, que serão publicamente os acusados da tragédia.
A culpa dos mortos e feridos recai no movimento dos trabalhadores. A imprensa é implacável com os anarco-sindicalistas. Por toda a América, os jornais apelam ao enforcamento dos promotores da manifestação da praça Haymarket. Oito homens são acusados – Albert Parsons, August Spies, Samuel Fielden, Oscar Neebe, Michael Schwab, George Engel, Adolph Fischer and Louis Lingg – sendo que a maioria deles não se encontrava na manifestação, embora fossem anarquistas. Sete dos acusados foram condenados à morte. Dos sete, um matou-se na prisão e quatro foram enforcados a 11 de novembro de 1887. Dois outros condenados viram a sua pena de morte ser alterada para prisão perpétua.
As dúvidas sobre se o julgamento do caso Haymarket foi justo foram imensas. E logo seis anos depois, em 1892, o governador do Illinois John Peter Altgeld aceitou os pedidos de clemência de três dos condenados que estavam presos, afirmando que o julgamento não tinha sido justo e o processo era um aborto jurídico.
Apesar de nos Estados Unidos o dia do trabalhador ter continuado a ser celebrado em Setembro, a Segunda Internacional Socialista, reunida em Paris a 20 de junho de 1889, três anos depois dos acontecimentos de Chicago, decidiu que haveria uma manifestação anual para lutar pelas oito horas de trabalho. Escolheram o primeiro dia de maio, para homenagear as lutas sindicais dos trabalhadores de Chicago em nome do mesmo objetivo.
O Congresso dos Estados Unidos conseguiu aprovar em 1890 – quatro anos depois da revolta dos trabalhadores de Chicago – a redução da jornada de trabalho de 16 para oito horas diárias. O senado francês aprovou as oito horas em 1919 e aprovou o primeiro de maio como feriado nacional de França.
 
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