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Incrível! O Japão está nos oitavos de final do Campeonato do Mundo graças ao 'fair-play'. Confuso? Japão e Senegal terminaram no segundo lugar do Grupo H com os mesmos pontos, mesmos golos marcados e sofridos e foi preciso recorrer à disciplina para 'desempatar'. Os asiáticos, com quatro cartões amarelos, levaram a melhor sobre os africanos, com seis. Portanto, uma derrota sem sabor amargo frente à Polónia (0x1), mas com final... vergonhoso.
Vamos por partes. O Japão precisava de não perder para garantir a passagem aos oitavos de final e até podia perder, caso a conjugação de resultados no Grupo H fosse favorável, e o que é que fez o selecionador dos samurais? Mudou seis jogadores em relação ao onze apresentado no último jogo e a equipa ressentiu-se com tantas alterações. E sofreu até ao fim...
Depois de apresentar um futebol vistoso nas primeiras duas jornadas, o Japão revelou algumas dificuldades no duelo com o último classificado, a Polónia, talvez devido à falta de entrosamento entre os seus elementos, optando por mudar um pouco a sua ideia de jogo.
O futebol de posse deu lugar a um futebol mais retraído e vertical e no qual o Japão preocupou-se (muito) mais em não correr riscos do que propriamente atacar. As ações de Grosicki e Krychowiak foram controladas ao milímetro e complicaram a missão da Polónia: deixar uma boa imagem na despedida do Mundial.
Ainda assim, o Japão deu margem para os polacos ameaçarem a baliza de Kawashima, que enviou a sua candidatura a 'defesa' do Mundial, à passagem do minuto 32, com uma tirada impressionante a cabeceamento de Grosicki – metade da bola ultrapassou a linha de golo.
A Polónia surgiu na segunda parte com mais perigo e conseguiu chegar mesmo ao golo, aos 59 minutos, na sequência de um lance de bola parada, em que Bednarek desviou, com o pé direito, um livre marcado na esquerda por Kurzawa.
Por esta altura, à passagem da hora de jogo, o Japão estava com um pé e meio fora do Mundial, enquanto a Polónia estava mais perto de conquistar os primeiros pontos. Mas, da Cosmos Arena, chegava uma boa notícia para os nipónicos: Yerri Mina marcava para a Colômbia e deixava Japão e Senegal igual em todos os critérios, exceto na disciplina.
Com quatro cartões amarelos, o Japão tinha melhor registo face ao Senegal (seis) e era esse o critério a utilizar para apurar o segundo classificado do Grupo H.
Sabendo disso, e mesmo sabendo que um golo do Senegal mudaria tudo, o Japão passou os últimos minutos de forma apática, sem privilegiar o jogo, limitando-se a trocar a bola, algo que mereceu fortes assobios por parte dos adeptos presentes nas bancadas da Volgograd Arena.
A Polónia teve duas excelentes ocasiões para fazer o segundo, não conseguiu, muito por culpa de Kawashima, e depois disso entrou no 'baile' do Japão. Uma péssima imagem.
ZeroZero