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Chegou ao fim. Panamá e Tunísia já sabiam os seus destinos antes desta partida, mas procuraram pontuar antes do regresso a casa. A seleção africana era favorita e conseguiu confirmar o favoritismo com o triunfo por 1x2, mas foi obrigada a uma reviravolta num jogo em que o Panamá esteve muito perto de fazer história.
Numa competição onde se olha para as grandes seleções, importa realçar também aquilo que o Panamá trouxe para a Rússia. A nível futebolístico foi pouco, mas a paixão com que jogadores e adeptos viveram estes dias lembram aquilo que o desporto tem de especial. Uma seleção que vai deixar saudades.
Como se esperava, Tunísia e Panamá chegaram à última jornada do Mundial já eliminadas. Ainda assim, este não era um jogo qualquer. A Tunísia procurava a primeira vitória em 40 anos, o Panamá tentava, pelo menos, o primeiro ponto em Mundiais.
A seleção panamiana tem vindo a fazer história nos últimos jogos. Depois do apuramento inédito para o Mundial, a derrota com a Inglaterra trouxe o primeiro golo na história e os panamianos, sempre com muita emoção, acreditavam que também era possível pontuar pela primeira vez. Para a Tunísia esta era a derradeira oportunidade de fazer pontos, naquele que seria o último jogo de uma seleção africana neste Mundial.
A Tunísia surgia com favoritismo claro e entrou bem na partida. Com algumas alterações no onze, os tunisinos chegavam rápido a zonas de ataque, sempre com profundidade e à procura da velocidade de Khazri. Ben Youssef esteve perto do golo, mas o desvio não surgiu e o Panamá começou a crescer.
Sem medos, a seleção centro-americana avançou no terreno, assumiu o jogo e procurou aproveitar as falhas defensivas que a Tunísia tinha demonstrado nos últimos jogos. O equilíbrio instalou-se e o Panamá foi demonstrando capacidade para trocar a bola com qualidade. Pouco depois da meia hora, Puma Rodriguez protagonizou um grande momento. O médio, que estava a ser dos melhores, com um desvio pelo meio, bateu o guardião tunisino e as bancadas entraram em ebulição.
O Panamá chegou ao intervalo em vantagem pela primeira vez, mas Hernán Gomez decidiu mudar o esquema tático para segurar o resultado. A decisão não podia ter sido mais errada.
Não foi só com a vantagem que o Panamá regressou dos balneários. Hernán Gomez mexeu na equipa e no esquema tático, alterou várias peças na sua estratégia e a equipa panamiana ficou descoordenada. Uma situação bem aproveitada por Ben Youssef para empatar o encontro.
Arrependido, o técnico colombiano, selecionador do Panamá, voltou ao plano inicial, mas a Tunísia tinha crescido com o golo. Sempre com facilidade para chegar ao ataque, Khazri apareceu solto para fazer a reviravolta, ele que já tinha assistido para o golo do empate. As diferenças entre uma e outra seleção ficaram claras nos dois golos, mas no Panamá não se desiste.
Agarrado pelo sonho de sair da Rússia com um ponto, o Panamá tentou, com mais coração do que cabeça, chegar ao empate e voltou a subir linhas. Houve muito esforço, mas faltou sempre algum discernimento para decidir melhor no último terço. Apesar da vontade, o Panamá deixa o seu primeiro Mundial sem qualquer ponto conquistado. A Tunísia também volta para casa, tal como todas as seleções africanas, mas foi mais feliz na despedida.
ZeroZero