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Dezenas de crianças e jovens ganham vida a tapar buracos em troços críticos da Estrada Nacional 7 (N7) , a estrada que liga Moçambique aos países do interior africano.
Enquanto uns empunham minúsculas enxadas na berma, outros "tapadores de buracos" carregam aquela terra, à mão, até encherem os buracos do troço entre Guro (Manica) e Changara (Tete), no centro de Moçambique.
"É um trabalho desgastante, mas os automobilistas recompensam-nos com algum dinheiro e frutas", disse Maximiano Olavo, 11 anos, mostrando as mãos carregadas de rugas.
A degradação da N7 levou os menores a criarem mais de 15 secções devidamente demarcadas para trabalharem a tapar buracos, em lugares geralmente arriscados, numa via movimentada e com trânsito de pesados.
Mas as crianças e jovens dizem que "o perigo é inexistente".
"Os carros abrandam e os condutores lançam moedas de agradecimento" explica à Lusa, Rui Sabão, 10 anos, empoeirado até as sobrancelhas.
Outro "tapador de buracos", reconhece que "há condutores que passam velozes", sobretudo os camionistas de longo curso, que fazem o maior volume de viaturas na rota, ligando o porto da Beira, no Oceano Índico, a países como Maláui, Zâmbia, Zimbábue, Tanzânia entre outros.
"Tem motoristas ingratos, que pensam que somos uma burla, porque tapamos os mesmos buracos todos os dias", critica Alves Canduza, 14 anos, o mais velho de todas as seções, justificando que o pó deitado nos buracos "é inconsistente para o peso e quantidade de carros que atravessam a via".
A maioria dos meninos, de comunidades pobres da região, chegam à estrada enviados para controlar o negócio da família, geralmente venda de carvão vegetal e malambe (fruta silvestre) e aproveitam para ter outro rendimento.
"Chegamos a ganhar até 50 meticais, quando dividimos o produto do dia", enfatiza em Nhungue (língua local), Lambane Viola, 11 anos, enquanto acena, num gesto de quem pede esmola, para um condutor "largar algum".
Os automobilistas apoiam a iniciativa das crianças, ao minimizar o estado daquele troço, enquanto o governo não fizer nenhuma reabilitação.
"O trabalho dos rapazes ajuda, apesar da falta de meios e sacrifício", disse Serrano Augusto, um transportador público no troço Guro-Changara, que se queixa dos atrasos nas viagens devido à degradação da via.
Um outro automobilista, o malauiano Stefan Mavuto, critica a falta de condições de circulação, que compromete o tempo limite exigido pelo patrão para ele cumprir cada viagem.
A estrada beneficiou de uma reabilitação de raiz em 2010, num troço de 155 quilómetros entre Vanduzi (Manica) e Changa (Tete), mas justificam-se novos investimentos.
Enquanto uns empunham minúsculas enxadas na berma, outros "tapadores de buracos" carregam aquela terra, à mão, até encherem os buracos do troço entre Guro (Manica) e Changara (Tete), no centro de Moçambique.
"É um trabalho desgastante, mas os automobilistas recompensam-nos com algum dinheiro e frutas", disse Maximiano Olavo, 11 anos, mostrando as mãos carregadas de rugas.
A degradação da N7 levou os menores a criarem mais de 15 secções devidamente demarcadas para trabalharem a tapar buracos, em lugares geralmente arriscados, numa via movimentada e com trânsito de pesados.
Mas as crianças e jovens dizem que "o perigo é inexistente".
"Os carros abrandam e os condutores lançam moedas de agradecimento" explica à Lusa, Rui Sabão, 10 anos, empoeirado até as sobrancelhas.
Outro "tapador de buracos", reconhece que "há condutores que passam velozes", sobretudo os camionistas de longo curso, que fazem o maior volume de viaturas na rota, ligando o porto da Beira, no Oceano Índico, a países como Maláui, Zâmbia, Zimbábue, Tanzânia entre outros.
"Tem motoristas ingratos, que pensam que somos uma burla, porque tapamos os mesmos buracos todos os dias", critica Alves Canduza, 14 anos, o mais velho de todas as seções, justificando que o pó deitado nos buracos "é inconsistente para o peso e quantidade de carros que atravessam a via".
A maioria dos meninos, de comunidades pobres da região, chegam à estrada enviados para controlar o negócio da família, geralmente venda de carvão vegetal e malambe (fruta silvestre) e aproveitam para ter outro rendimento.
"Chegamos a ganhar até 50 meticais, quando dividimos o produto do dia", enfatiza em Nhungue (língua local), Lambane Viola, 11 anos, enquanto acena, num gesto de quem pede esmola, para um condutor "largar algum".
Os automobilistas apoiam a iniciativa das crianças, ao minimizar o estado daquele troço, enquanto o governo não fizer nenhuma reabilitação.
"O trabalho dos rapazes ajuda, apesar da falta de meios e sacrifício", disse Serrano Augusto, um transportador público no troço Guro-Changara, que se queixa dos atrasos nas viagens devido à degradação da via.
Um outro automobilista, o malauiano Stefan Mavuto, critica a falta de condições de circulação, que compromete o tempo limite exigido pelo patrão para ele cumprir cada viagem.
A estrada beneficiou de uma reabilitação de raiz em 2010, num troço de 155 quilómetros entre Vanduzi (Manica) e Changa (Tete), mas justificam-se novos investimentos.
IN:NM