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Médica morreu de cancro, mas deixou conselhos: "A vida é hoje"

Lordelo

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Chamava-se Larissa Andressa Medeiros e morreu aos 40 anos. Larissa, de nacionalidade brasileira, era médica e não quis que o cancro da mama a levasse sem deixar uma lição de vida.

Morreu no dia 22 de dezembro, mas só agora foi tornada pública a carta que deixou com as aprendizagens, reflexões e agradecimentos.

Numa carta dirigida à família, começou por justificar que nos dias que antecederam a morte, andava mais "reflexiva e ausente". "Têm sido dias difíceis", justificou. A médica brasileira pedia "a Deus uma segunda oportunidade ou força para entender se ele tivesse outro propósito".

Mais adiante, deixou alguns pedidos, constatando que "as possibilidades de cura" eram "menores do que as de sucesso". "Luto por 10% de cura! Sem drama, é um facto!", constatou.

Se algo não corresse bem, e acabasse por morrer, Larissa queria, "com muito carinho", que se lembrassem das "coisas" que foi apreendendo. "Hoje ter um, dois, cinco ou 20 milhões num banco, ter um bilhete de viagem maravilhosa, um vestido lindo ou poder ir a restaurantes incríveis... um bom vinho, um doce delicioso… De NADA disso eu poderia usufruir agora. Não mudaria as minhas hipóteses ou o acesso aos remédios, não teria uma melhoria repentina nem disposição para viajar (não me posso ausentar por mais de 15 dias por causa da quimio, que tem dado muitas reações adversas), não posso beber, comer muitos doces… e não tenho ânimo físico para usar um lindo vestido com alegria…".

E quanto à "vaidade de crescer cientificamente, ganhar algo na profissão, prestígio?", Larissa respondeu: "Nada fica… perdi tanto tempo com isso… fui tão tola em vários aspetos… só o carinho dos amigos colegas e pacientes que o trabalho trouxe… Mas claro que não serei hipócrita: trabalhar, responsabilidades, ter economias… são coisas importantes, mas NÃO são mais do que viver o hoje… ter conforto, usufruir das boas coisas da vida que valem a pena… Já viver sempre à espera de um futuro que pode não chegar, isso é ir morrendo aos poucos".

Perante a situação, "o que ficou e o que mais me alegra?". Para a médica a resposta era clara: "As boas lembranças dos momentos e experiências que vivi… as risadas, os carinhos, a alegria das viagens que tanto gostava, da comida gostosa, fosse caseira ou de um bom restaurante… os sentimentos verdadeiros e o amor puro da família e tantos amigos queridos que redescobri".

Larissa pediu ainda à família que experimentasse um estilo de vida diferente, sem que fosse necessário "algo mau para fazer mudar". E esta nova vivência passa por evitar "brigas, reclamações, vaidades, conflitos", que "acontecem mas deixam o ar muito pesado, sugam a nossa energia e não levam a nada. Transformam a reunião alegre em algo desagradável. Amor, perdão, paz, alegria renovam tudo".

"Nós, sendo filhos, noras e genros, pais, irmãos, casais, todos iremos errar… escolher o caminho tem esse desfecho: de acertar ou errar. E errar tem uma aprendizagem, só o erro traz essa graça de aprender e mudar! Não aprendemos com os erros alheios infelizmente. Os acertos infelizmente também não trazem esse conhecimento todo, por ironia… ninguém sabe o que é certo… o certo para mim não é para os demais", escreveu ainda, como cita o G1.

Por isso, sugeriu ainda: "Vamos conviver em paz, respeitar a individualidade das pessoas, dos casais, mesmo não sendo a nossa opinião". Larissa pediu inclusive à família que celebrasse a "vida, tivesse prazer nos encontros, evitasse brigas ou assuntos pesados. Queria que todos que pudessem, começassem a passear, viajar, praticar a leveza no dia a dia. Quem quiser ir, voltar, sair, ficar, silenciar… siga seu coração… decida por si… não esperem permissão para serem felizes. Só quem nos pode autorizar somos nós mesmos".

Quando escreveu as linhas que agora se tornam virais, a brasileira tinha vontade de "gritar para todos": "Tomem as rédeas das suas vidas… viajem, namorem, comprem com responsabilidade o que vos dá prazer… a vida é HOJE!! Só hoje!!! Viagens, comer num lugar gostoso, comprem a roupa bonita que querem".

E esta lição de vida ganha ainda mais valor porque "não sabemos se viveremos até o futuro… se gozaremos da reforma… se teremos saúde e ânimo para aproveitá-la! Vivam, vivam, cada um é dono da sua trajetória… e a vida dará em troca, amor verdadeiro, grandes amigos que farão parte da família… e muito boas memórias”.

IN:NM
 
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