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Despedida quando estava prestes a dar à luz. Luta para voltar ao trabalho

Lordelo

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Devia ter sido um dos dias mais felizes na vida de Grace Fosu, de 33 anos, mas não foi. Estava na maternidade de Acra, no Gana, já em trabalho de parto quando recebeu um telefonema do seu empregador, os bombeiros ganeses. Disseram-lhe que tinha sido despedida.

“Estou em trabalho de parto e vocês estão a ligar-me para me dizerem isto, querem que eu morra?”, respondeu Grace ao seu chefe. Desligou e deu à luz a sua filha, Salamat. Mas o seu primeiro sentimento não foi alegria, mas sim tristeza, como recorda em declarações à CNN. “Depois de ser despedida passei um inferno… Fiquei muito, muito triste porque não esperei isto”.

O caso data de 2014. Depois do telefonema, Grace foi chamada pelos bombeiros, juntamente com o seu marido Abubakari, que trabalhava para a agência alfandegária. Entregaram uma carta de rescisão a Abubakari, que descrevia a gravidez de Grace como uma “ofensa”.

Abubakari, de 38 anos, lembra que a presença de Grace na sala foi ignorada. O despedimento era sustentado com a violação de um regulamento que proibia as bombeiras de engravidarem nos três primeiros anos de serviço. Uma regra estabelecida quando o serviço de bombeiros do Gana foi fundado em 1963.

No entanto, o caso de Grace Fosu tem uma dimensão diferente. Grace sabia que 11 mulheres que entraram consigo para os bombeiros ficaram grávidas durante esse período de três anos, mas foi a única que foi despedida.

Suspeita de que o seu despedimento tenha sido justificado por ter sido assediada por um dos seus superiores. Grace diz que este exigiu-lhe sexo e chegou a dar-lhe conselhos para como abortar o seu bebé.

Entrou em contacto com a Ghana Comission on Human Rights and Administrative Justice para processar os bombeiros. Grace ganhou o processo quando outra mulher, Thelma Hammond, 36 anos, apresentou uma queixa semelhante.

O processo chegou aos tribunais em 2017 e menos de um ano depois, em abril de 2018, a justiça ganesa deu-lhes razão considerando que o regulamento aplicado pelos bombeiros era “discriminatório, injustificado, ilegítimo e ilegal”. Foi o primeiro caso bem sucedido de discriminação do género na história do Gana.

Tanto Grace Fosu como Thelma Hammond deveriam ter sido reintegradas, como ordenou o tribunal. Também deveriam ter sido indemnizadas, recebendo os salários e os bónus que perderam. O caso foi uma grande vitória na luta pela igualdade de género no Gana.

Mas quase um ano depois, o serviço nacional dos bombeiros do Gana resiste ao veredicto. Mesmo depois de já ter perdido um recurso. Os bombeiros ainda não as reintegraram. E Grace Fosu até já teve de vender a sua aliança de casamento para comprar comida.

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