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O campeonato mais polémico de sempre faz 60 anos

Lordelo

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Foi há 60 anos, o campeonato mais polémico (e mais dramático…) da história, decidido 12 minutos após o último minuto em Torres Vedras - pois aquele golo de António Teixeira, marcado a 30 segundos do fim só não deixaria o título no FC Porto, se, na Luz, o Benfica fizesse mais dois golos à CUF, os dois golos que não conseguiu fazer no tempo que se foi arrastando, com Inocêncio Calabote a dizer que tinha o seu relógio acertado pela Sé de Évora…


À entrada para a última jornada, se o FC Porto vencesse o Torreense, o Benfica só poderia ser campeão se ganhasse à CUF por mais de seis golos de diferença. No Campo das Covas, aos 14 minutos, António Manuel e Noé saltaram a bola alta, chocaram cabeça com cabeça - e o defesa teve de dar saltinho à enfermaria, regressando à liça aos 26 de cabeça ligada. Por essa altura, já Perdigão pusera o FC Porto a ganhar por 1-0. Na Luz, o Benfica vencia por 2-0 - com dois golos de José Águas, ambos de penálti (e, em A BOLA, Alfredo Farinha revelava-o: «O primeiro indiscutível, o segundo algo forçado: pois Cavém não foi derrubado por um adversário, antes foi ele próprio que se descontrolou e desequilibrou.»)



Inocêncio Calabote ainda assinalou mais um penálti a favor do Benfica - e foi assim que aos 56 minutos Águas pôs o placard em 5-1. O 7-1 marcou-o Mendes, aos 83 minutos. Seria o bastante para o Benfica saltar para o primeiro lugar se Noé não tivesse feito em Torres o 2-0 para o FC Porto aos 88. A 30 segundos do fim, saiu, o 3-0 fulgurante da cabeça de António Teixeira (que se fizera jogador no Benfica e ao Benfica fizera o golo do 1-1 na Luz que deixara o campeonato assim dependente do goal-average).



Na Luz, os minutos passavam e Inocêncio Calabote tardava em apitar para o fim - sem que aparecessem os dois golos mais que, num piparote, pintassem de vermelho a festa que ainda não era azul. Os jogadores foram-se deixando ficar em ânsias pelo pelado das Covas, alguns procurando adeptos com rádios para lhe encostarem os ouvidos. E o que mais se escutava era o espanto a largar-se dos corações cada vez mais agitados: «Mas afinal, nunca mais acaba… nunca mais acaba…»



Quando acabou com o Benfica a 7-1 - foi, enfim, a explosão, o delírio, a festa. A António Teixeira, logo se lhe apanhou o clamor, com ele de olhos atirados ao céu: «Foi terrível, isto… Em virtude do que passou na Luz e da maneira como o Torreense se bateu. Foi vergonhoso como abusaram de violência contra nós. Mas Deus encarregou-se de dar o campeonato à melhor equipa.»

IN:A BOLA
 
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