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Foi ao médico, mas morreu com palito na garganta. Caso é notícia lá fora

Lordelo

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O caso insólito de uma mulher que foi encontrada sem vida com um palito na garganta foi descrito no The Journal of Forensic and Legal Medicine e está a ser citado pela imprensa internacional. A vítima tinha recorrido às urgências, alegando sentir um desconforto.

A mulher de 50 anos e residente em Coimbra recorreu a um hospital local apresentando queixas de que sentia algo "preso na garganta" desde que tinha ingerido a sua última refeição, pão com salame. Perante o quadro, os médicos optaram por realizar um RX, examinando também a sua garganta, mas nada descobriram.

Perante a persistência dos sintomas, os médicos encaminharam a paciente para que fosse seguida pela especialidade de psiquiatria, acreditando que em causa pudesse estar uma situação de 'globus pharyngeus' - descrita pela comunidade médico-científica como a sensação de um nódulo na garganta devido à contração dos músculos da garganta. Saliente-se que a mulher tinha historial de doenças psicológicas sobretudo depois de ter ficado viúva. Os psiquiatras vieram porém a concluir que a paciente de 50 anos estava mentalmente saudável.

Depois, explica ainda a publicação científica, a paciente foi informada que estava com uma gripe comum. Os médicos prescreveram-lhe então antibióticos e pediram-lhe que regressasse às urgências para tratamentos complementares se os sintomas se mantivessem.

Cinco dias depois a mulher foi encontrada morta, deitada no chão da casa de banho da sua própria casa. Apresentava ferimentos na cabeça e no nariz e o seu pijama estava coberto de sangue.

A mulher vivia com o seu namorado e a família começou a considerar a possibilidade de este estar envolvido na sua morte. Porém, não resulta claro na publicação se foi apresentada queixa formal contra o suspeito.

"Causas de morte repentinas, inesperadas e desconhecidas, especialmente se houver sangue no local, podem dar azo a que surjam especulações prematuras", revelou César Lares dos Santos, patologista do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses.

De acordo com o especialista, o ferimento na cabeça foi causado pelo impacto da queda no chão da casa de banho, enquanto o sangramento nasal se deveu ao facto de a vítima estar a usar óculos no momento em que bateu com a cara.

Durante a realização da autópsia ficou claro que a pele à volta do pescoço estava com um tom esverdeado. Analisada a área, descobriu-se que o local estavam infectado com pus devido a um pedaço de palito que estava alojado no interior da garganta. Concluíram os médicos legistas que a inflamação motivada pelo palito interferiu nos nervos vitais que controlavam o cérebro, coração e pulmões, e resultou numa paragem cardiorrespiratória.

César Lares dos Santos explicou que, apesar de no passado terem sido registados casos de pessoas que acidentalmente engoliram palitos, de acordo com o conhecimento da sua equipa, neste casos o palito lesionou apenas a faringe, não havendo memória de ter causado perfurações na garganta.

O especialista salientou ainda que o palito não foi descoberto pelos médicos no hospital porque pequenos objetos, como até moedas, podem não ser vistos no RX. E é por este motivo, defende ainda, "que os médicos devem ser extra-vigilantes".

Para César Lares dos Santos, este caso deve representar um importante alerta para os clínicos. "Devem sempre manter um elevado nível de suspeita até para cenários patológicos menos comuns. Depois, devem evitar diagnósticos pré-concebidos como os que estão associados a alterações psiquiátricas".

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