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História de Portugal

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Introdução à História de Portugal

Este pequeno trabalho não tem pretensões, e só pretende divulgar na Internet a História de Portugal, de forma simples, agradável e concisa, aproveitando as facilidades das novas tecnologias de suporte, e aconselha-se a quem pretender mais e melhores esclarecimentos, a ler ou consultar a bibliografia que se indica nesta página.

A História de Portugal não começou com o 25 de Abril de 1974, nem sequer com a independência de Leão e Castela conseguida por D. Afonso Henriques. Viriato que lutou e morreu pela defesa destas terras e destas gentes, foi assassinado cerca de 1.250 anos antes do nascimento do nosso primeiro rei !

Quando ainda não existiam os reinos medievais com as suas peculiariedades nem os Estados modernos com a sus história nacional, Portugal e Espanha constituiam um todo, uma paisagem e uma mesma gente capaz de fazer da Península a sua casa e de enfrentar junta as intempéries e formas de vida extremamente duras. à margem de fronteiras, estabelecidas ao acaso com o passar dos séculos ou o esquadro da política, a história portuguesa e espanhola era então - e foi até à entrada na Idade Média - uma única história peninsular.

( História de Espanha por Fernando G. de Cortázar e José Manuel G. Vesga )

Dedicatória - Dedico este pequeno trabalho ao Pdre. Franciscano José Maria da Cruz Amaral, tio e grande amigo do autor deste site, missionário, professor e grande homem de letras, e infelizmente já falecido.


Quando o Homem chegou à Península

O homem chegou à Península Ibérica bem cedo na história. As estações arqueológicas mais antigas localizam-se no litoral da Estremadura e no sudoeste do Algarve, ocupadas por culturas acheulenses ou mesmo abbevillenses, com quase 1 milhão de anos. Tratava-se de seres humanos do grupo homo erectus. Recolectores, subsistiam, em formas já mais desenvolvidas, nos começos da última glaciação.

Sucederam-lhes os caçadores e ao homo erectus o homem do Neandertal ( homo sapiens neanderthalensis ) aparecido há mais de 100.00 anos. Todas as culturas dos chamados Paleolítico Inferior, Paleolítico Médio, Paleolítico Superior e Mesolítico se acham representadas em Portugal, com maior ou menor intensidade.

Períodos da Pré-História no território onde hoje é Portugal

Paleolítico antigo - É representado até 100.00 A.C. por várias indústrias líticas de que se destacam o Abbevillense, o Clactonense. o Achelense, o pré-Musturiense e o Languedocense. Vestígios nas praias quaternárias do litoral, arredores de Lisboa, Trás-os-Montes, Beira e Alentejo.
Paleolítico médio - Desde 100.000 a 40.000 anos A.C. Vestígios nos estratos da Mealhada, sul de Peniche, bacia do Tejo, Columbeira ( Bombarral ), Furninha ( Peniche ), Ribeira da Laje ( Oeiras ), litoral do Minho.

Paleolítico superior - Desde 40.000 a 8.000 anos A.C. Tribos de caçadores instalaram-se nas várias regiões do Ocidente Ibérico. Tinham instrumentos de pedra e de osso mais aperfeiçoados que os das culturas anteriores. Práticas funerárias generalizadas e manifestações artísticas com fins mágicos. Vestígios no Rossio do Cabo ( Torres Vedras ), grutas das Salemas ( Ponte de Lousa ),

Epipaleolítico - 8.000 a 5.000 anos A.C. Populações que viveram em cabanas junto às margens. Usavam objectos de adorno e enterravam os seus mortos na posição fetal.

Neolítico - 5.000 a 2.000 anos A.C. Povos de origem mediterrânica, introduziram a agricultura e a pastorícia na orla marítima e em algumas regiões do interior. Já no período do Calcolítico em meados do terceiro milénio antes de Cristo, grupos de mercadores vieram abastecer-se de cobre aos centros metalúrgicos da orla mediterrânica. Vestígios quase em todo o território português.

Idade do Bronze - 2.000 a 700 anos A.C. No sudoeste da Península Ibérica floresceu, de meados do segundo milénio até 700 anos A.C.. uma civilização dada à metalurgia de que se identificaram duas fases: o Bronze I (1500-1100) e o Bronze II (1100-840) ambas representadas por necrópoles de cistas e mobiliário cerâmico e metálico, de cobre, ouro e bronze.

Canada do Inferno


As gravuras de Foz Côa

As gravuras mais antigas conhecidas no vale do Côa (até Março de 95) eram identificáveis com o Solutrense médio antigo, ou seja, teriam sido feitas há mais ou menos 20 000 anos. Parece serem a prova mais marcante da presença humana mais antiga, no território português.

( A cultura Solutrense situa-se entre 18 000 a. C. e 15 000 a.C.)

As Origens humanas mais antigas

As origens humanas mais antigas, achadas em Portugal, são ossadas tipo Neanderthal em Furninhas. A maioria das indústrias Paleolíticas peninsulares estão aí representadas, mas uma cultura distinta surge nos meados do Mesolítico nas zonas baixas do Vale do Tejo, datadas de cerca de 5.500 AC. As culturas Neolíticas chegaram da Andaluzia.

No primeiro milénio AC os povos Celtas entraram na Península pelos Pirinéus, e por pressão natural, muitos grupos dirigiram-se para ocidente. As culturas de Hallstatt trouxeram a fundição do ferro e a fabricação de armas e outros objectos do mesmo metal, ao Vale do Tejo. Os Fenícios e mais tarde os Cartagineses influenciaram fortemente o sul de Portugal no mesmo período.


Chegada do Fenícios ( Século X A.C. )

O aparecimento do ferro nas regiões do Mediterrâneo oriental teve projecção na Península Ibérica. Ao redor do século X, os Fenícios estabeleceram feitorias para aumento do comércio, buscando metais em troca de produtos do seu fabrico ( tecidos, estatuetas, objectos de barro). A sua vinda à Ibéria deu origem à fundação de Gadir ou Gades ( Cádis), de Hispalis (Sevilha) e talvez de Malcarteia (Algeciras).

No território português teriam visitado a zona terminal do Tejo, e também a foz do Sado e região costeira do Mondego ao Douro. Deixaram alguns vocábulos na fala peninsular , como ippo - Olisipo(Lisboa) e Collipo(leiria), assim como o étimo saco. Pouco se conhece sobre a contribuição fenícia no nosso território.

Chegada dos Gregos ( Século VII A.C. )

Chegaram no século VII A.C. Fundaram colónias no Mediterrâneo, como Massilia (Marselha), Dianium (Dania), Zacunthos (Sagunto). Em vários pontos da costa portuguesa acharam-se encontraram-se objectos e ferro, ânforas, esculturas de marfim e outros de origem helénica, como por exemplo na necrópole de Alcácer do Sal.

Não influenciaram directamente a língua portuguesa, pois foi pela via romana que se introduziu a quase totalidade do helenismos na nossa língua. Quanto à criação de Lisboa por Ulisses e Santarém pelo seu filho Abidis, não pasam de histórias muito em moda no Renascimento.


Chegada dos Ligures ( Século VI A.C. )

Chegaram por volta do século VI, mas há poucas referências nos autores clássicos. Introduziram as práticas agrícolas e o fabrico do bronze. Era gente baixa, de pele morena, de forte compleição e que vivia em cabanas de madeira, e muitas vezes em covas. Quase tudo se ignora a seu respeito. Introduziram o sufixo arco, que se aplicava a nomes geográficos.

Chegada dos Celtas e Celtiberos ( Século VI A.C. )

Na primeira metade do século VI A.C. chegaram à Península vários povos a que se dá o nome genérico de Celtas e cuja origem tem dado larga discussão. Encontraram uma terra despovoada e os seus habitantes a viver ainda na Idade do Bronze. enquanto os invasores já utilizavam o ferro. Provinham da cultura de Adlerber, no centro da Europa. As cinco tribos célticas que se instalaram na zona portuguesa da Península Ibérica, foram:

Cinetes - Na parte do Algarve e extendendo-se pelo Guadiana

Sempsos - Que se fixaram no rio Sado e chegaram à foz do Tejo

Sepes - Fixaram-se na área ao norte do Tejo, que abrange a actual Estremadura até ao cabo Carvoeiro

Pernix Lucis - Que se fixaram ao longo da costa até à região do Vouga. Os Pernix Lucis podem identificar-se com a família Túrdula.

Draganes - Que se fixaram entre o rio Douro e o rio Minho


Chegada dos Cartagineses ( Século III A.C. )

.A passagem dos Cartagineses pelo ocidente Peninsular, no século III A.C., quando da Segunda Guerra Púnica, deixou poucas marcas. Mas já antes tinham feitorias na zona de Gades, mantendo estreitas relações comerciais com a zona do Levante. A exploração das minas era o seu principal objectivo, mas não há provas que as tenham buscado no território português.

Foi durante o governo de Amílcar Barca, quando Cartagena se tornou a capital da Hispânia Púnica (238-229), que foram submetidas pelos cartagineses algumas tribos de lusitanos. Há vestígios da sua influência em Ossnoba (Faro)e, no tempo de Aníbal, teriam funddaddo Portus Hannibalis, que devia localizar-se em Portimão ou Alvor.

Investigações recentes puzeram a descoberto um par de arrecadas do tesouro de Gaio em Sines, de feitura ou influência cartaginesa. Também em Monsanto e no Golegã se encontraram arrecadas de ouro do mesmo tipo. A língua portuguesa guarda alguns termos de origem púnica, como mappa (toalha), matta (esteira) e nata (capa). É ainda possivel que certos nomes náuticos, como galera , barca e galeota, tenham raiz fenícia por via cartaginesa. Mas sendo um povo que apenas passou pelo território português, a sua influência nos nossos usos e costumes é praticamente nula.


Marcas da presença humana

As marcas da presença humana neste período da História do território onde hoje é Portugal, são imensas e por todo o País se encontram ruínas de Antas, Menires, Cromeleques ( Conjuntos de Menires ) castros, citânias, desde 4.000 A.C. até Séc. IV e Séc. III A.C.

Cerca de 500 AC, as culturas da Idade do Ferro predominavam no norte. Povoações Célticas, entrincheiradas no alto dos montes ( castros, citânias) conservaram a sua vitalidade depois da conquista Romana

Após a Primeira Guerra Púnica ( 264-241 AC ), os Cartagineses decidiram conquistar a Península Ibérica . Mas o seu domínio , aliás incompleto no quadro geográfico hispânico, foi efémero. Com a Segunda Guerra Púnica ( 218 - 201 AC ) Roma dominou as costas este e sul da península, e os povos célticos que tinham sido absorvidos pela população indígena ocuparam o oeste.


Uma federação céltica, a Lusitania, resistiu à penetração romana sob o brilhante comando de Viriato. Depois do seu assassinato ( cerca 140 AC ), Decius Junius Brutus pôde marchar para o norte, através do centro de Portugal, atravessou o rio Douro e subjugou a Galiza.

Julio César esteve na Lusitania em campanhas militares de pacificação, e governou o território por algum tempo. A mais famosa das campanhas foi a batalha de Munda contra Pompeu ( 45 AC ), no comando da sua veterana e famosa 10ª Legião.
 
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Primeira Guerra Púnica

Após a Primeira Guerra Púnica ( 264-241 AC ), os Cartagineses decidiram conquistar a Península Ibérica . Mas o seu domínio , aliás incompleto no quadro geográfico hispânico, foi efémero. Com a Segunda Guerra Púnica ( 218 - 201 AC ) Roma dominou as costas este e sul da península, e os povos célticos que tinham sido absorvidos pela população indígena ocuparam o oeste.

Uma federação céltica, a Lusitania, resistiu à penetração romana sob o brilhante comando de Viriato. Depois do seu assassinato ( cerca 140 AC ), Decius Junius Brutus pôde marchar para o norte, através do centro de Portugal, atravessou o rio Douro e subjugou a Galiza. Julio César governou o território por um tempo.



Resistência Lusitana - Campanhas de Viriato contra os romanos

Em 147 AC opôe-se à rendição dos lusitanos a Caio Vetílio, que os tinha cercado no vale de Betis , na Turdetânia. Derrota os romanos no desfiladeiro de Ronda, que separa a planície do Guadalquivir da costa marítima da Andaluzia, fazendo nas fileiras inimigas uma espantosa chacina, tendo sido morto o próprio Vetílio.

Seguidamente os lusitanos destroçam as tropas de Cayo Pláucio, tomando Segóbriga e as de Cláudio Unimano, que em 146 AC era o governador da Hispânia Citerior. Em 145 AC os lusitanos voltam a derrotar as tropas romanas de Caio Nígidio.


Em 145 AC Quinto Fábio Máximo, irmão de Cipião "O Africano" é nomeado cônsul na Hispania Citerior e é encarregado da campanha contra Viriato ao comando de duas legiões. Ao princípio tem algum êxito mas Viriato recupera e em 143-142 AC volta a derrotar os romanos em Baecula e obriga-os a refugiar-se em Córdova.

Simultaneamente, seguindo o exemplo do chefe lusitano, as tribos celtibéricas revoltavam-se contra as prepotências romanas, acendendo uma luta que só terminaria em 133 AC com a queda de Numância.

Em 140 AC Viriato derrota o novo cônsul Fábio Máximo Servilliano, matando mais de 3.000 romanos, encurralando o inimigo e podendo destroçá-lo, mas deixou Servilliano libertar-se da posição desastrosa em que se encontrava, em troca de promessas e garantias de os Lusitanos conservarem o território que haviam conquistado. Em Roma esse tratado de paz foi depois considerado humilhante e vexatório e o Senado romano volta atrás, e declara-lhe guerra.


Viriato tinha agora um exército desfalcado e fatigado das lutas. Apagava-se a sua estrela. O novo governador Quinto Servílio Cipião reforçado com tropas de Popílio Lenas, dispunha de forças muito superiores. Viriato foi compelido a pedir a paz, tendo que entregar aos romanos os principais revoltosos, entre os quais se encontrava Astolpas, o seu próprio sogro.

Teve que entregar também muitos outros, aos quais os romanos cortaram as mãos, costume lusitano, que os romanos não desdenhavam adoptar noutras ocasiões. Enviou a Servílio três emissários, Audax, Ditalkon e Minuros, que Viriato considerava dos seus melhores amigos.

Estes foram subornados por Servílio que lhes prometeu honras e dinheiro em troca do assassinato do seu chefe. Estes assim procederam, e o glorioso caudilho foi por eles morto quando se encontrava a dormir na sua tenda.



Sertório

Quinto Sertório mal sucedido como pretor da Hispânia Citerior, cargo que assumiu em 83 AC, refugiou-se na Mauritânia, A convite dos lusitanos regressa à Península Ibérica em 80 AC para os comandar.

Obteve várias vitórias sobre os romanos, mas mesmo contando com com as forças de Perpena e com o apoio de Mítridades, rei de Ponto, Sertório começou a perder terreno quando os generais romanos adoptaram novas estratégias de luta. Considerado o primeiro organizador dos povos hispânicos, morreu assassinado durante um banquete, em Osca, por oficiais liderados por Perpena.

Octavio César Augusto

No ano 25 AC , governando já Augusto, a conquista da Hispânia ( Península Ibérica ) pelos romanos, estava terminada. A Hispânia foi dividida em três Províncias; Bética, Hispânia Citerior ou Tarraconense, e Lusitânia. O actual território português cabia dentro da Tarraconense até ao rio Douro. Para Sul, entrava nos limites da Lusitânia.


Conimbriga




Augusto mandou edificar Augusta Emerita ( Mérida ) e tornou-a capital da Lusitania. A Galiza ao Norte do Douro, tornou-se uma província separada sobe os Antoninos. Nos tempos Romanos a região de Beja e Évora foram um farto celeiro de trigo.

O vale do Tejo foi famoso pelos seus cavalos e quintas, e havia minas importantes no Alentejo. Ruínas romanas notáveis incluem o "Templo de Diana" em Évora e a cidade de Conimbriga (Condeixa-a-Nova ).

Augusta Emerita ( Mérida ) - Capital da Lusitânia

A data provável da fundação da Colónia Augusta Emerita, capital da Lusitânia, é 25 A.C. , depois da conquista de Lancia pelos exércitos romanos na guerra travada contra "cântabros e astures". Foi fundada pelo legado imperial Publio Carisio, por ordem de Augusto, para assentar os legionarios veteranos “veterani legionari”.

Augusta Emerita era era um enclave estratégico, junto do rio Anas e que punha em comunicação a província da Bética com as do noroeste peninsular e as terras da franja mais meridional da Hispania com o Oeste ( Olisipo ). A nova colónia organizou-se seguindo os parâmetros romanos de planificação urbana, organização territorial e administrativa, donde se desenvolveu a romanização do extenso território do ocidente peninsular.



Expansão máxima do Império Romano - Para fins judiciais a província da Lusitânia ( 16-15 A.C. )estava dividida em três unidades mais pequenas, chamadas "conventus". Pacensis (da sua capital Pax Julia) hoje Beja, Scallabitanus ( de Scallabis) hoje Santarém, e Emeritensis ( de Emerita, que era a capital de toda a província) hoje Mérida.

Comentário - As marcas dos seis séculos ( desde a chegada de Decimus Julius Brutus a Conimbriga em 139 A.C. e a sua destruição pelos suevos em 468 D.C. ) em que o território que hoje é Portugal, pertenceu às províncias romanas da Hispânia - Lusitânia ( do Douro até ao Algarve ) e Tarraconense, ( do Douro até ao Minho - são imensas.
Poderá no entanto dizer-se dizer-se que o vínculo administrativo da Lusitânia com Roma termina em 411 quando o imperador Honório, após um prolongado período de guerra civil, estabeleceu um pacto com os Alanos concedendo-lhes a Lusitânia. . Entre 415-417, os Alanos são expulsos pelos Visigodos que impõem o seu domínio no território da Lusitânia a sul do Tejo


Desde o próprio nome do País - Portugal deriva de Portus Cale - Portucale .- à língua - o português actual deriva do latim vulgar falado pelos soldados e colonos romanos e do latim literário utilizado na administração - até às leis e organização administrativa e eclesiástica do país.

Também são inúmeras as ruínas de vilas, cidades, monumentos, aquedutos para abastecimento de água, fortificações, estradas e pontes romanas espalhadas por todo o Portugal. Algumas, como uma antiga cidade romana perto de Óbidos, já descrita por Plínio, só recentemente foram encontradas nas escavações para a construção de uma auto-estrada, quase na entrada do terceiro milénio.


Esta cidade romana chamava-se Eburobrittium , e deve ter sido construída e ocupada entre os séculos I A.C. e V D.C. Foi descoberta em 1995 quando da construção da auto-estrada A8.

O próprio D. Afonso Henriques, mais de um milénio depois da chegada dos romanos, utilizou a antiga estrada romana e muçulmana que o levou com facilidade para o Sul, distante mais de 200 km do seu castelo de Leiria, até Ourique no Alentejo, no famoso fossado por terras muçulmanas, que ficou conhecido pela batalha de Ourique.


Podemos portanto dizer que Octávio César Augusto foi o primeiro Chefe de Estado - politicamente organizado - do território onde hoje é Portugal.


Desde Augusto e até D. Afonso Henriques, o território onde hoje é Portugal foi governado por cerca de:

58 Imperadores Romanos , 37 Reis Visigodos , 23 Príncipes Muçulmanos e 30 Reis de Leão e Castela. No total cerca de 148 governantes em perto de 1.200 anos. Como Nação independente Portugal tem só cerca de 850.

Lisboa, a capital de Portugal esteve debaixo do domínio romano 614 anos, desde 205 A.C. até 409 D.C. Júlio César deu-lhe a dignidade de de "mucipium" com o nome de Felicitas Julia. Em 409 D.C. foi conquistada pelos Alanos, que foram expulsos pelos Suevos e depois reconquistada pelos Visigodos.
O Cristianismo chegou à Lusitânia no século III e à Galiza somente no século IV onde os ensinamentos heréticos e ascéticos de Gaul Priscillian, bispo de origem belga, foram mais influentes e retardaram a sua penetração.
 
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Primeiras invasões

Ano de 255 D.C., notícia da primeira invasão germânica .Atacam cidades do Norte de Hispânia, Tarragona, Clunia, e no Mediterrâneo em geral. As cidades reduzem-se e fortificam-se. Não se perde o tempo com monumentos. Pode considerar-se o fim da Hispania romana.

Anos 407-409 D.C. chegam em massa os invasores germânicos. Os vândalos vão para o Sul, os Suevos para Noroeste e os Alanos para nordeste. Os invasores germânicos são considerados às vezes como libertadores do jugo romano, outras vezes como invasores. Os efeitos imediatos das invasões são a insegurança e a anarquia. Sucedem-se os saques e as emigrações em massa . Perde-se a estabilidade imperial. Bandas incontroladas de gente que perdeu as suas terras dedicam-se ao roubo. Roma pactua com os visigodos para restabelecer a ordem na Hispania.



Vándalos

Eram um povo guerreiro de origem germânica, que mantiveram um reino no norte de África desde 429 até 534 DC., e que saquearam Roma em 455 DC. O seu nome (vandalismo), é sinónimo de maldade e destruição. Fugindo dos Hunos no começo do século V, invadiram e destruíram parte da Gália e estabeleceram-se na Hispania em 409. Fixaram-se a Este da Gallaecia e no ocidente da Bética. Em 429 D.C. passaram para África e chegaram a dominar todo o norte do continente. A sua religião era o Arianismo.

Compreendiam o ramo do Asdingos que foi para a Gallaecia, e o dos Silingos que se localizaram na Bética (Andaluzia), tendo sido destroçados em 418 D.C. pelo rei visigodo Valia e acolhendo-se os raros sobreviventes à protecção de Gunderico, rei vândalo da Gallaecia. Com o seu último rei, Gaiserico, passaram em 429 D.C. para a África.. Tornaram-se federados de Roma em 435, mas quatro anos mais tarde saíram da tutela romana, tomaram Cartago e formaram uma autocracia independente.

Chegaram a ter um grande poder naval. Estabeleceram-se firmemente no noroeste da Tunísia e nordeste da Algéria e evntualmente anexaram a Sardenha, Córsega e a Sícilia. As suas frotas piratas controlaram muito do Mediterrâneo ocidental. Sob o mando de Gaiserico, os Vândalos invadiram a Itália e capturaram Roma em Junho de 455 DC. Ocuparam a cidade durante 14 dias saqueando e pilhando todas as obras de arte valiosas.

Eram ardentes cristãos arianos, e as suas perseguições à igreja Católica Romana foram ferozes, particularmente durante os últimos anos do reinado de Huneric ( reinou de 477-484), que tinha sucedido a Gaiserico. Em 533 os Bizantinos debaixo do comando de Belisário invadiram o Norte de África derrotaram e destruíram o reino Vândalo para sempre, restaurando as igrejas da Igreja católica Romana.


Alanos

Povo de origem iraniana, guerreiro e nómada que chegaram do Irão à costa Este do Mar Negro. Os alanos apareceram mencionados na literatura romana no 1º século DC, e eram descritos como um povo guerreiro especializado na criação de cavalos.

Em 370 DC, empurrados pelos Hunos, tiveram que emigrar para Oeste, atravessando as Gálias com os Vândalos e os Suevos ( 406 DC) até chegar à Hispania e assentaram-se no centro da península. Misturaram-se com os Vândalos e passaram da península Ibérica para África. Os reis vândalos tinham o título oficial de "Reis dos Vândalos e ddos Alanos".

Suevos

Povo germânico, também chamado Suebi ou Suevi. No século I DC, a maioria dos Suevos viviam à volta do rio Elba. Desalojados pelos Hunos, alguns Suevos atravessaram o Reno e em 409 DC entraram na Hispania, assentando-se principalmente no noroeste ( Gallaecia). Em 447 DC, sob o mando do seu rei Rechila, os Suevos espalharam-se pelas províncias Romanas da Lusitania e Baetica.

Apesar dos Suevos terem entrado em Hispania como pagãos, o seu rei Rechiar subiu ao trono como cristão em 448. Foi mais tarde derrotado pelos visigodos comandados por Teodorico II em 456. Um pequeno número de Suevos sobreviveram debaixo do comando de Maldras ( reinou de 456-460) e alguns reis rivais até 585, quando o seu reino foi anexado pelo estado Visigodo.



Visigodos

Um dos dois grupos em que se dividiu o povo Godo, um dos mais importantes povos germânicos. Os Visigodos separam-se dos Ostrogodos no século IV DC, e invadiram os territórios Romanos, estabelecendo grandes reinos na Gália e na Hispania. Os Visigodos eram agricultores na Dácia ( actual Roménia ) quando foram atacados pelos Hunos em 376 e dirigiram-se através do rio Danúbio invadindo o Império Romano_O Império permitiu-lhes a sus entrada mas os exageros tributários das autoridades Romanas levou-os à revolta e ajudados pelos Ostrogodos derrotaram o exército Romano em 378 matando o próprio imperador Valente, em Andrinopla.

Andaram 4 anos procurando sítio para estabelecer-se, mas em 382 Teodósio I deixou-os instalar em Mesia ( nos Balcãs) dando-lhes terras, aceitando-os como federados de Roma, com a obrigação de defender as fronteiras. Foi nesse período que se converteram ao Cristianismo Ariano. O seu bispo Wulfila traduziu a Bíblia em gótico. Permaneceram em Mesia até 395, mas sob a liderança de Alarico, abandonaram essas terras e dirigiram-se para a Grécia, onde saquearam Atenas, Corinto e Esparta e seguiram para a Itália, onde saquearam Roma em 410. Morre Alarico, e o seu sucessor Ataulfo leva os visigodos para o sudeste da Gália, e invadem a Hispania em 415.

Desde 418 a 475, os Visigodos foram federados de Roma, chamados por Constantino II, que necessitou da sua ajuda militar. Estabeleceram-se na província da Aquitania. O rei visigodo Teodorico I morreu lutando contra Átila na batalha de Catalaunian, e pode considerar-se como o primeiro monarca Visigodo. O seu filho Eurico, declarou-se independente de Roma, e fundou o reino Gálico com capital em Toulouse, que se extendia de do Loire aos Pirinéus e incluia uma grande porção da Hispania.

Seu filho Alarico II, foi derrotado e morto por Clovis e os seus Francos na batalha de Vouillé perto de Poitiers ( 507). Como resultado desta derrota perderam todas as suas possessões na Gália, excepto a Septimania, tira de terra ao longo da costa dos Pirinéus, com Narbona por capital, que os francos nunca foram capazes de conquistar. Acabaram por ser derrotados e destruídos pelos Muçulmanos em 711. Os visigodos governaram Septimania e grande parte da Hispania, tendo Toledo como capital.,

Chegada do Cristianismo à Lusitânia

O Cristianismo chegou à Lusitânia no século III e à Galiza somente no século IV onde os ensinamentos heréticos e ascéticos de Gaul Priscillian, bispo de origem belga, foram mais influentes e retardaram a sua penetração.

Com o colapso da fronteira do Reno, ( 406 DC ), os povos bárbaros forçaram a sua entrada na Gália e atravessaram os Pirinéus. Uma tribo germânica, os Suevos, instalou-se na parte sul da Galiza ( 411 DC ) e os seus governantes residiram em, ou perto de, Bracara Augusta (Braga) e Portucale. Anexaram a Lusitânia, e por um tempo dominaram o resto da Península, mas os Visigodos dominaram e extinguiram a sua monarquia (469 DC)

Pouco se sabe até cerca do ano 550, quando a monarquia Sueva foi restaurada e convertida ao Cristianismo por São Martinho de Dume ( S. Martin, natural da Pannonia, actual Hungria ).


Braga é portanto famosa por ser o lugar onde os Visigodos renunciaram ao Arianismo e às heresias Pricilianistas contra a divindade de Cristo.



Braga - Bom Jesus do Monte


O Visigodo Leovigildo derrotou outra vez a monarquia Sueva e anexou o território, mas permaneceu distinto da Espanha Gótica. A igreja de São Martinho agrupou à sua volta os bispos do território Suevo, até cerca do ano 660, a partir do qual, as divisões eclesiásticas foram ajustadas ao antigo sistema provincial romano e a região do sul do Douro foi restaurada como Lusitânia.


Invasão Muçulmana

Com a invasão Muçulmana de 711, e a derrota de Roderico ( Rodrigo) em Guadalete, a única resistência gótica séria, foi feita em Mérida. Com a sua queda todo o noroeste foi submetido. Tropas Berberes ( povos oriundos do Norte de África) foram colocadas no centro de Portugal e Galiza., mas com a revolta dos Berberes e a grande fome na região (740 - 750), estas foram evacuadas.

Braga foi abandonada, mas a população rural aí permaneceu ou foi depois restaurada. Quando ‘Abd ´ar-Rahmän I criou a dinastia Umayyad em Córdova (756), houve alguma resistência no oeste, e talvez tenha colocado algumas tropas Berberes em Mérida e Coimbra. Lisboa foi independente por alguns anos ( cerca de 805).


Por essa época, a conquista do norte da África estava consolidada pelos Árabes e o governador de Ceuta, Juliano ( o conde Julião dos cronistas), que outrora fora fiel ao monarca Visigodo havia cedido seu apoio aos Árabes (apesar de ser Cristão). Mas por quê? O rei Witza, da Hispania, tinha morrido e não foi permitido ao seu filho, Áquila, assumir o trono; os nobres Visigóticos elegeram Rodrigo, para o trono. Segundo Juliano disse aos Árabes, ele odiava Rodrigo, pois este havia desonrado sua filha ( lenda não provada ) , por isso, queria vê-lo derrotado e humilhado.

Os Árabes, que já vinham atacando, por meio de navios, as costas da Espanha há muito tempo, viram nessa inimizade sua chance para invadir e anexar a região que eles conheciam como al-Andalus. Em Junho de 711, Musa ibn Nuçair, o governador do norte da África, enviou à Hispania um exército composto por cem cavaleiros, quatrocentos guerreiros e sete mil Berberes. Os navios para o ataque foram fornecidos por Juliano, governador Visigótico de Ceuta.

Rapidamente, os Muçulmanos tomaram a cidade de Algeciras e os rochedos da costa (hoje conhecidos como Rochedo de Gibraltar). Depois disso, marcharam para Córdoba. O rei da Espanha, Roderico, estava ocupado combatendo os Vascónios, no norte, e demorou certo tempo para conseguir mobilizar seus exércitos para combater os invasores. Enquanto as tropas reais não chegavam, Djabal al-Tariq assolava o sul da península.

Enfim, em 19 de Julho de 711, o Rei Roderico finalmente alcançou a região onde os Árabes estavam e a batalha iniciou-se. Esta iria durar sete dias, ou seja, até o dia 26 e ser decidida pela inteligência do general Árabe.

Numericamente superiores e providos da motivação de defenderem seus domínios, os Visigodos estavam a ponto de derrotar os Árabes. Foi quando Tariq convidou dois irmãos do Rei Witza (o Rei que havia morrido), e fez com eles um pacto: se estes desertassem com suas tropas, seriam poupados e recompensados.

Sendo assim, no dia 26, dia do combate derradeiro, as duas principais frentes da cavalaria Visigótica debandaram e os flancos do exército Hispanho ficaram desguarnecidos. Avisados de antemão que isso iria ocorrer, os Muçulmanos atacaram pelos flancos e trucidaram a infantaria Visigótica. Foi um massacre no qual tombou, inclusive, Roderico.

Ficando sem rei, a Hispania não conseguiu reagrupar-se para a defesa e, sendo assim, em dois meses, Tariq havia conquistado totalmente o sul da Hispania e preparava-se para marchar em direcção ao centro.

Musa, na África, ao saber dos sucessos de seu general, reuniu um exército e desembarcou na costa leste da Hispania, formando agora duas frentes de invasão Muçulmana que atacavam a península.

Os nobres Visigóticos que não tinham sido subornados pelos Mouros (nome pelo qual os Europeus, chamavam os Islâmicos), começaram a ser exterminados e, ao procurarem auxílio nas cidades, não eram bem recebidos, pois os Judeus (que dominavam o comércio e, sendo assim, a vida urbana) estavam cansados das perseguições Cristãs impostas a eles pelos Visigodos e preferiam a liberdade de culto (mediante o pagamento de impostos) oferecida pelos conquistadores.

Dessa forma, os partidários de Rodrigo, agora sob o comando de Pelágio, foram isolar-se nas montanhas do extremo norte da Hispania, onde, devido ao posicionamento estratégico, esperavam resistir ao extermínio da mesma maneira que os Bascos vinham fazendo contra eles. Formou-se assim, o primeiro dos Reinos Hispânicos pós-conquista Árabe: o Reino de Astúrias.

Entre 711 e 714, os dois generais Árabes conquistaram toda a Hispania, excepto o Reino das Astúrias, que devido à sua localização de difícil acesso, pode resistir e se tornar, mais tarde, no século IX, o berço da Reconquista da Hispania, reconquista esta que teve o apoio, militar e financeiro, de Carlos Magno (pelo menos em sua fase embrionária).

Quanto a Tariq, foi mais um dos conquistadores esquecidos de nossa História, só não foi totalmente esquecida porque, em homenagem a ele, foi erigida uma cidade (na parte Europeia do estreito), e esta cidade foi baptizada com seu nome, cujas corruptelas futuras tornaram Gibraltar, o mesmo nome com o qual foram rebaptizadas as Colunas de Hércules, pois, se no passado o Semi-Deus havia afastado os perigosos Berberes da Europa por meio da separação dos dois continentes, agora, um general (que nada tinha de Semi-Deus conseguia quebrar a vontade dele e impor a sua, em outras palavras, o Islão ganhava terreno dentro da Cristandade.


Comentário - Como poderemos observar, depois de lermos O Império Islâmico, e embora nos possa surpreender um pouco, durante a dinastia Abássida, o Califado de Bagdad estendia-se desde o Sul da França até às fronteiras da China !

O que em palavras simples, significa que o território onde hoje ficam Portugal e Espanha, já pertenceram durante séculos a esse Califado, e os nossos antepassados que viveram nesses tempos, já foram súbditos do Califa de Bagdad !
 
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Pelo século X o condado de Portugal ( norte do Douro ) foi governado por Mumadona Dias seu marido Hermenegildo Gonçalves e os seus descendentes, um dos quais era tutor e sogro do rei Leonês Alfonso V. Mas quando a sua dinastia foi destronada pela casa Navarra - Castelhana de Sancho III o Grande, o condado ocidental perdeu a sua autonomia.

O filho de Sancho III, Fernando I de Castela, reconquistou Coimbra em 1064 mas entregou o seu governo a um moçarabe. Quando os Almorávidas Africanos anexaram a Espanha Muçulmana, Alfonso VI de Leão (1065-1109) e Castela (1072-1109) tomaram providências para a defesa do Oeste, solicitando a ajuda de Henrique, irmão do Duque de Eudes ( Odo ) de Borgonha, casando-o com a sua filha ilegítima Teresa, e fizeram-no conde de Portugal.


Teresa, Portucalensis Regina

Desde 1095, portanto, Henrique e Teresa ( que usava o título de rainha - " Portucalensis Regina" - , governaram Portugal e Coimbra. Com a morte de Alfonso VI as suas possessões passaram para a sua filha legítima Urraca e para o seu neto Alfonso VII. Henrique de Borgonha, o bom gaulês, sonhou com o poder, mas tinha muito pouco quando morreu em 1112, deixando Teresa com o seu filho ainda criança, Afonso Henriques.

As intrigas de Teresa com o seu favorito Galego, Fernando Peres de Trava, perderam o favor dos barões portugueses, que em 1128 a derrotaram na Batalha de S. Mamede, e a exilaram. Assim Afonso Henriques tornou-se conde de Portugal.



Batalha de S. Mamede

Combate travado a 24 de Junho de 1128 no lugar de São Mamede, nas vizinhanças de Guimarães. Assinala a afirmação da independência portuguesa face à Galiza, pela vitória do jovem D. Afonso Henriques contra as tropas de sua mãe, D. Teresa, e do conde Fernão Peres de Trava. Afonso Henriques comandava um exército de nobres do Condado Portucalense, descontentes com a hegemonia galega sobre os destinos do território de Entre-Douro-e-Minho, personificada na família dos Travas.



O Conde D. Henrique foi o quarto filho de Henrique de Borgonha, neto do Duque Roberto, bisneto de Roberto I de França, irmão dos Duques Hugo e Eudes de Borgonha, sobrinho-direito da rainha Constança de Leão, sobrinho-neto de S. Hugo, abade de Cluny, e primo co-irmão de Henrique IV de Alemanha. Parece ter casado en finais de 1095 com a jovem e formosa Teresa, filha de Afonso VI e de Ximena Moniz. Durante os primeiros anos de matrimónio viveram em Toledo. Morre em 30 de Abril de 1112 na cidade de Astorga e está sepultado em Braga.


Camões disse do Conde D. Henrique:
( Henrique de Borgonha )

"Destes Anrique, dizem que segundo
Filho de um Rei de Ungria exprimentado,
Portugal houve em sorte, que no mundo
Então não era ilustre nem prezado;
E, para mais sinal d'amor profundo,
Quis o Rei Castelhano, que casado
Com Teresa, sua filha, o Conde fosse;
E com ela das terras tornou posse.
 
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1ª Dinastia ( Dinastia De Borgonha )

D.Afonso I - (1139 - 1185 ) -" O Conquistador"

Ainda que no principio do seu reinado, D. Afonso Henriques fosse obrigado a submeter-se a seu primo Alfonso VII, começou a usar o título de rei, depois da sua vitória sobre os Muçulmanos em Ourique ( 25 de Julho de 1139 ).

Em 1143 o seu primo aceitou a sua autonomia, mas o título de rei só foi formalmente concedido em 1179, quando Afonso Henriques colocou Portugal sob a protecção directa da Santa Sé ( no pontificado de Alexandre III ), prometendo um tributo anual.



Tratado de Zamora - Acordo de paz celebrado, em 1143, entre D. Afonso Henriques e o seu primo, D. Afonso VII de Leão. Após cerca de três anos sem hostilidades entre os dois territórios vizinhos, o encontro de Zamora serviu para definir as cláusulas da paz e, possivelmente, os limites de cada Reino.

Ao mesmo tempo, foi reconhecido o título de rei a D. Afonso Henriques, reafirmando-se os seus laços de vassalagem em relação a Leão, porque Afonso VII considerava-se Imperador e portanto podia ter reis como vassalos.


Conquistou Santarém (Março de 1147) e Lisboa (Outubro de 1147), esta com a ajuda de cruzados Ingleses, Franceses, Alemães e Flamengos que iam para a Palestina. Um padre inglês, Gilbert of Hastings, tornou-se o primeiro bispo ( depois da reconquista ) da restaurada sé de Lisboa.



Fundou o mosteiro de Santa Cruz de Coimbra (1131), propiciando assim a reunião das dioceses portuguesas à metrópole de Braga, e mandou erigir numerosos castelos fronteiriços, datando de 1135 a fundação do castelo de Leiria, um dos pontos estratégicos para o desenvolvimento da Reconquista.

Tomaria ainda Almada e Palmela, que se entregaram sem luta, conquistando posteriormente, em 1159, Évora e Beja, que perderia pouco depois a favor dos mouros. A reconquista de Beja foi de novo possível em 1162, reocupando-se também Évora, com a ajuda de Geraldo Sem-Pavor, em 1165.


D. Afonso Henriques convoca as primeiras cortes em Lamego em 1143 ( Lendárias)



Portugal Reino Independente ( 1179 ) - Ainda que realmente Afonso VII de Leão, primo de D. Afonso Henriques, aceitasse em 1143 pelo tratado de Zamora, que D. Afonso Henriques usasse o título de Rei de Portugal, só em 1179 a autonomia ou independência de Portugal foi reconhecida pela Santa Sé com a bula "Manifestis Probatus".


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Ainda que a dinastia Marroquina dos Almohads voltaram a atacar ( 1179-84 ), quando Afonso I morreu, a fronteira Portuguesa estava firmemente estabelecida no Tejo.

As novas ordens militares, Templários , Calatrava (desde 1156), e Santiago ( desde 1170), etc., governaram castelos e territórios na fronteira, e os Cistercienses foram responsáveis pela introdução da agricultura e arquitectura no centro de Portugal (Alcobaça).


D. Afonso Henriques , filho do conde D. Henrique e de D. Teresa, nasceu provavelmente na alcáçova de Coimbra nos fins de 1108 ou princípios de 1109. Casou em 1146 com Mafalda de Sabóia, filha de Amadeu III de Sabóia, e do matrimónio tiveram pelo menos sete filhos, um dos quais o futuro rei Sancho I. Morreu em 6 de Dezembro de 1185 e está sepultado na igreja de Santa Cruz em Coimbra. D. Afonso Henriques foi armado cavaleiro na antiga Igreja de São Salvador em Zamora.



A Figura de D. Afonso Henriques

D. Afonso Henriques foi pedra fundamental na fundação da nacionalidade portuguesa. Embora Oliveira Martins o tenha considerado "um Pelágio" lusitano, corajoso e valente, mas actuando mais como um guerrilheiro do que como general experimentado, é mais merecedor do elogio de Alexandre Herculano, que pede aos portugueses que quando passarem por Coimbra, visitem o seu túmulo na Igreja de Santa Cruz, e lhes prestem homenagem, porque se não fosse ele, não só não existiria a Nação com não existiria o próprio nome de Portugal.

Realmente D. Afonso Henriques foi um brilhante guerreiro e comandante militar e conquistou mais território aos muçulmanos que qualquer outro rei da Península

Camões diz de D. Afonso Henriques:

...Vede o primeiro Afonso, cuja lança
Escura faz qualquer estranha glória;



D.Sancho I
O reino e a reconquista.

.D.Sancho I (1185-1211) - "O Povoador"

Nos últimos anos do seu reinado, Sancho envolveu-se numa disputa com o Papa Inocêncio III sobre o pagamento do tributo devido à Santa Sé e com o Bispo do Porto, que recebia apoio de Inocêncio III. Mas a paz foi feita depois da sua morte, e deixou ao seu filho Afonso II, o Gordo (1211-1223), o esforço de aumentar o poder do trono à custa da Igreja.

Sancho I casou em 1174 com Dulce de Aragão, irmã do seu soberano reinante Afonso II.



Conquista a importante cidade de Silves, a 3 de Setembro de 1189. No entanto a conquista dura pouco, e Silves que já tinha sido anteriormente conquistada por Fernando Magno de Leão em 1060 e depois perdida, volta a cair nas mãos dos árabes em Abril de 1191, conquistada por Ibne Juçufe.

Durou pouco o título que D. Sancho I tinha adoptado de :" Sancius, Dei Gratia, Portugallis Rex, Silvis et Algarbii Rex". Concedeu diversos forais, em especial a localidades da região da Beira e de Trás-os-Montes, entre as quais Gouveia, Covilhã, Viseu, Avô, Bragança, Pontével e a futura cidade da Guarda. Doou terras e castelos às ordens militares (Hospitalários, Templários, Calatrava, Santiago) reconhecendo e reforçando o papel militar e económico que estas últimas desempenharam.


O Foral da Guarda foi concedido em 27 de Novembro de 1199.



A Conquista de Silves



D. Sancho I nasceu a 11 de Novembro de 1154, em Coimbra, filho de D. Afonso Henriques e de D. Mafalda. Casou em 1174 com D. Dulce de Aragão e morreu também em Coimbra em 26 de Março de 1211.


D. Afonso II - "O Gordo" ou o "Gafo" (1211 - 1223)

Ainda que Afonso II não fosse um rei com ardor guerreiro, os seus homens de armas estiveram ao lado dos Castelhanos comandados por Afonso VIII de Castela, na grande victória Cristã de Navas de Tolosa em 1212, e novamente com a ajuda dos cruzados, reconquistou Alcácer do Sal em 1217.



Entretanto Afonso II não aceitou as doações de grandes terras e propriedades feitas pelo seu pai aos seus irmãos, aceitando só as dadas às suas irmãs, depois de uma guerra com Leão, e com a condição, garantida pelo papa, de que lhe reconheceriam a sua soberania.


No primeiro ano do seu reinado, Afonso II convocou as cortes em Coimbra, para as quais só foram citados a nobreza e o clero ( os representantes do povo não apareceram nas Cortes até 1254). Ambos os estados obtiveram grandes concessões; de facto, a posição da igreja e das ordens religiosas era agora tão forte que Afonso II e os seus sucessores viram-se envolvidos em constantes conflitos com Roma.


O próprio Afonso II instituiu ( desde 1220) AS INQUIRIÇÕES, ou comissões reais, para investigar a natureza das concessões e retomar tudo aquilo que tinha sido ilegalmente tomado à coroa. Nos seus últimos anos, Afonso II que sofria de lepra e obesidade, teve problemas com o arcebispo de Braga, que era apoiado pelo papa Honório III, desafiou o papado e foi excomungado.


D. Afonso II era filho de D. Sancho I e de D. Dulce, nasceu em Coimbra 1185 e morreu na mesma cidade ( provavelmente de lepra ) em 1223. Casou com D. Urraca filha de D. Afonso VIII de Castela.


D. Sancho II " O Capelo" (1223-1248)

Pouco se sabe do reinado de Sancho II (1223-talvez 1246), mas no seu reinado efectuou-se a reconquista total do Alentejo e de algumas partes do Algarve. Na sua subida ao trono, Sancho II encontrou a igreja em grande ascendência, devido às concessões feitas pelo seu pai antes de morrer



Existem alguns documentos do próprio governo de Sancho II relatando os conflitos, mas os últimos anos do seu reinado parecem ter deslizado em pura anarquia.
Bula "Carissimus in Christo" de Gregório IX

Durante estes acontecimentos, ao seu irmão mais novo Afonso, que se tornou conde de Bolonha por casamento (1238) com Matilde, filha do conde Conde Raynald I de Dammartin, foi apresentada uma comissão enviada pelo papa (1245) pedindo-lhe que tomasse o poder em Portugal, e depondo Sancho II por uma bula papal.

Quando Afonso chegou a Lisboa ( finais de 1245 ou princípio de 1246), recebeu o apoio da Igreja e dos habitantes de Lisboa e outras cidades. Depois de uma guerra civil que durou dois anos, Sancho II retirou-se para Toledo, morrendo ali em Janeiro de 1248.



D. Sancho II, quarto rei de Portugal, nasceu em Coimbra em 1209, e morreu em Toledo em 4 de Janeiro de 1248. Era filho de D. Afonso II e de Urraca, neto, pelo lado materno do rei de Castela, Afonso VIII, e de Leonor de Inglaterra. Subiu ao trono em Março de 1233.

Herdou o trono com 13 anos e embora sendo bom guerreiro, digno continuador de D. Afonso Henriques, foi fraco administrador e político, completamente incapaz de resolver os problemas do reino, deixados pelo seu pai e vítima da sua falta de habilidade política acabou por ser deposto pelo Papa, a favor de seu irmão D. Afonso III.

Casou em data incerta, mas não antes de 1240, com D. Mécia Lopes neta de Afonso IX de Leão. Não teve filhos.




D. Afonso III

D. Afonso III ( 1248- 1279 ) - O Bolonhês

Á sua chegada o conde de Bolonha ( por ser casado com D. Matilde condessa de Bolonha ) tinha-se auto-proclamado rei como Afonso III, mas a morte de Sancho II sem descendentes deu a esta usurpação um manto de legalidade.

D. Afonso foi regente ( visitador, procurador ou defensor do reino de 1245-1248)



Uniu o reino dividido, completou a reconquista do Algarve, transferiu a capital de Coimbra para Lisboa em 1256, e, fortificou-a com a edificação de torres, convocou as Cortes em Leiria nas quais foram convocados pela primeira vez em Portugal os representantes das municipalidades ( Representantes do Povo).

A sua conquista do Algarve provocou a inveja de Castela. Travaram-se duas campanhas, nas quais seguramente Afonso III foi perdedor, porque a paz foi feita através do seu pacto de casamento com a filha do rei de Castela.

Ainda que marido de Matilde de Bolonha, Afonso III casou com Beatriz, filha ilegítima de Afonso X de Castela, mantendo-se o território em disputa do Algarve como um feudo de Castela até ao momento em que o filho mais velho do matrimónio atingisse a idade de sete anos, altura em que o Algarve passaria para Portugal.

Este casamento levou-o a uma disputa com a Santa Sé, na qual Afonso III foi declarado interdito. Apesar da sua ligação inicial com Roma, recusou-se a obedecer ao Papa; e em 1263 o seu casamento bígamo foi legalizado, e o seu filho mais velho, Dinis, foi legitimado. Afonso III lançou INQUIRIÇÕES, que resultaram com que a igreja fosse privada de muitas propriedades.

Os prelados protestaram contra estas acções das comissões reais, e a maioria deles abandonou seguidamente o país. Ainda que Afonso III fosse excomungado e ameaçado com a deposição, continuou a desafiar a igreja até pouco antes da sua morte em 1279.

Os logros conseguidos no reinado de Afonso III foram principalmente

Completar a reconquista
Assegurar o poder real perante a igreja
Incorporar os representantes do povo nas Cortes
indicando para a época, importantes avanços institucionais.

Em 1254, D. Afonso III convocou representantes das três ordens estatais (clero, nobreza e povo) para a realização de um conselho magno, em Leiria. A partir dessa data, a velha cúria de nobres e clero deu origem a uma nova instituição, surgindo o conceito de “pacto político” entre o monarca e os seus súbditos.

Com o passar dos séculos, as Cortes que se realizaram na igreja de São Pedro, dentro da muralha do Castelo de Leiria, deram origem ao moderno Parlamento.

D. Afonso III era o segundo filho de D. Afonso II e de D. Urraca, e nasceu provavelmente em Coimbra em 5 de Maio de 1210. Casou inicialmente com D. Matilde, condessa de Bolonha em 1238, e o seu segundo casamento com D. Beatriz filha ilegítima de D. Afonso X - O Sábio, só foi legalizado em 1263. Morreu a 16 de Fevereiro de 1279 e está sepultado em Alcobaça. ,



D. Dinis I



D. Dinis I (1279 - 1325) - "O Lavrador"

O rei D. Dinis I , que foi mandado educar esmeradamente pelo seu pai, foi modelar como soberano, no domínio da politica. Fomentou a agricultura; incentivou a distribuição e circulação da propriedade, favorecendo o estabelecimento de pequenos proprietários. ; mandou enxugar pântanos para distribuir a terra a colonos; semeou pinhais (Leiria etc.); concedeu várias minas e mandou explorar algumas por sua conta; desenvolveu as feiras.

Reorganizou a marinha, contratando para isso o almirante genovês Emmanuele Pesagno (1317); resolveu habilmente o problema dos Templários ( perseguidos por Filipe o Belo rei de França, que conseguiu do Papa a sua extinção), criando para isso a Ordem de Cristo.



Finalmente fundou a Universidade de Coimbra em 1290 (primeiro em Lisboa) e foi ele próprio um protector da literatura. No entanto ficou famoso como "o rei lavrador" pelo seu interesse pela terra. O português torna-se a língua oficial do país. A corte régia era um centro de cultura, distinguindo-se o próprio monarca pelos seus dotes de poeta. D. Dinis preocupou-se também com a defesa do reino, promovendo a construção de castelos e novas muralhas em redor das cidades.


A Ordem de Cristo e os Templários

Apesar do seu apego às artes e à paz, Portugal esteve muitas vezes envolvido em lutas durante o seu reinado. Em 12 de Setembro de 1297 o Tratado de Alcañices com Castela confirmava-lhe a posse do Algarve e dava-lhe uma aliança entre Portugal e Castela.

O acordo fixava os limites fronteiriços de Portugal, e estabelecia que a Portugal pertenciam as povoações de Campo Maior, Olivença e territórios vizinhos, em troca de Aroche e Aracena.

O rei de Castela abandonou ainda todas as pretensões sobre o Sabugal, Castelo Rodrigo, Almeida, Castelo Melhor, Monforte, Valência, Ferreira e Esparregal. O tratado estabelecia ainda dois casamentos reais entre portugueses e castelhanos: D. Constança (filha de D. Dinis) com D. Fernando IV, e D. Beatriz (irmã do rei castelhano) com o herdeiro do trono português, o futuro D. Afonso IV.

D. Dinis convoca as suas primeiras cortes em Évora ( 1282).

Nos últimos anos do reinado de Dinis I, o seu filho, o futuro Afonso IV, rebelou-se contra o pai mais do que uma vez, sendo persuadido a submeter-se pela influência da sua mãe D. Isabel, filha de Pedro III de Aragão.




Santa Isabel

Esta mulher extraordinária, depois canonizada como Santa Isabel de Portugal, e popularmente conhecida como a Rainha Santa, exerceu sucessivamente a sua influência a favor da paz.

Por ironia do destino, e talvez um pouco pela divulgação do Milagre das Rosas atribuído à Rainha Santa Isabel. sua mulher, onde o Rei foi retratado como avarento, tornou possível que um dos melhores soberanos portugueses, fosse retratado e imortalizado por Dante na sua Divina Comédia, enfileirando-o como um dos grandes avarentos daquele tempo.

( Dante, Divina Comédia, Paradiso, XIX, 139 )



D. Dinis era filho de D. Afonso III e de D. Beatriz de Castela nasceu a 9 de Outubro de 1261. Casou com D. Isabel de Aragão. Morreu a 7 de Janeiro de 1325. Está sepultado em Odivelas.




D. Afonso IV

Disputas com Castela.

D.Afonso IV " O Bravo" ( 1325 - 1357 )

Afonso IV (125-57) esteve envolvido em várias disputas com Castela. D.Isabel, que se tinha retirado para o Convento de Santa Clara em Coimbra, continuou a intervir a favor da paz, mas com a sua morte em 1336 a guerra rebentou de novo, e o problema não foi resolvido até 1340, quando o próprio Afonso IV à frente dum exército Português se juntou a Alfonso XI de Castela na grande vitória sobre os muçulmanos no Salado na Andaluzia.


A batalha do Salado

O filho de Afonso IV, Pedro, tinha-se casado (1336) com Constança (morreu em 1345), filha do infante castelhano Juan Manuel; mas logo a seguir ao seu casamento enamorou-se duma das suas damas de sua mulher, Inês de Castro, de quem teve vários filhos.

Filho de D. Dinis e de D. Isabel de Aragão, D. Afonso IV nasceu em Lisboa a 8 de Fevereiro de 1291. Casou em 1309 com D. Beatriz filha de Sancho IV de Castela. Faleceu em Lisboa a 28 de Maio de 1357 e está sepultado na capela-mor da Sé de Lisboa.

D. Afonso IV convoca as suas primeiras cortes em Évora (1325).


D.Pedro I

D.Pedro I (1357-1367) - "O Cruel ou O Justiceiro"

Afonso IV foi convencido pelos seus conselheiros a autorizar o assassínio de Inês em 1355, e um dos primeiros actos de Pedro I quando subiu ao trono, foi vingar-se de forma selvagem dos seus assassinos.

Durante o seu curto reinado, (1357-1367), Pedro que é lembrado principalmente por esse amor trágico com Inês de Castro, teve alguns actos de grande importância, como o de reduzir os abusos de poderosos, e aumentar o poder real.
 
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Reformou a administração da Justiça, (1361), e fez muito para tornar a igreja Portuguesa, numa igreja nacional, insistindo no beneplácito régio, que era a aprovação real prévia, das bulas papais e cartas antes que elas pudessem ser publicadas em Portugal.

É interessante salientar que esse beneplácito régio se manteve em vigor até ao advento da República, sendo abolido em 1918, tendo apenas um interregno entre 1487 e 1495 no reinado de D. João II. Em assuntos externos seguiu sempre uma politica neutral.

D. Pedro I convoca cortes em Elvas (1361).



Fernando I - (1367-1383) "O Formoso"

O filho de Pedro I e Constança, Fernando (1367-83), herdou um trono saudável, isento de problemas com vizinhos, mas a disputa entre Pedro o Cruel e Henrique de Transtamara (mais tarde Henrique II) para o trono de Castela trouxe-lhe problemas; com a morte (1369) do primeiro,. Muitas cidades castelhanas ofereceram a sua obediência a Fernando I, e este foi pouco avisado em aceitá-la.

Henrique II invadiu Portugal em 1369, e pela paz de Alcoutim (1371) Fernando foi obrigado a renunciar a esse pedido, e a casar-se com a filha de Henrique. Mas não cumprindo a palavra dada, Fernando I tomou uma portuguesa, ("louçã, aposta e de bom corpo") Leonor Teles, sendo ela ainda casada e apesar dos protestos do povo de Lisboa.

Fez também uma aliança com a Inglaterra na pessoa de Jonh of Gaunt, duque de Lancaster, que era casado com a filha mais velha de Pedro o Cruel, e reclamava o trono de Castela. Em 1372 Fernando I provocou Henrique II, que invadiu Portugal e cercou Lisboa. Incapaz de resistir, Fernando I foi obrigado a repudiar a sua aliança com Jonh of Gaunt e a actuar como um aliado de Castela, deixando vários castelos e pessoas como reféns.

Só com a morte de Henrique (1379) voltou Fernando I a desafiar abertamente Castela. Em 1380 voltou à ligação com Inglaterra, e no ano seguinte o irmão de Jonh of Gaunt, Edmund of Langley, depois duque de York, embarcou um exército para Portugal para a invasão de Castela e combinou o casamento do seu filho Eduardo com a única filha legítima de Fernando II, Beatriz.

No meio da campanha, Fernando I chegou a acordo com o inimigo ( Agosto de 1382), concordando em casar a filha com Juan I de Castela; e quando morreu prematuramente decrépito, Leonor Teles tornou-se regente e Castela reclamou o trono português.

Entre 1383 e 1385 D. Beatriz foi rainha tendo D. Leonor Teles como regente, seguida por D. João, Mestre de Avis, regedor e defensor do reino.


Leonor Teles era agora amante de João Fernandes Andeiro, conde de Ourém, que tinha intrigado com Inglaterra e Castela e cuja influência era odiada pelos patriotas portugueses que se reuniram em Coimbra ( Março - Abril de 1385) e declararam rei o Mestre de Aviz como João I e fundador de uma nova dinastia.
 
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A Dinastia de Avis

1ª Parte - De D. João I ao Infante D. Henrique

D.João I (1385-1433) - "O de Boa Memória"


A declaração de Coimbra, que declarava rei o Mestre de Avis, como João I e fundador de uma nova dinastia. tinha os seus fundamentos, porque a maioria da nobreza e clero ainda consideravam a rainha de Castela a sua herdeira de direito; mas o sentimento popular era mais forte, e João I tinha fortes e dedicados aliados em Nuno Álvares Pereira, " o Santo Condestável", o seu campeão militar, e em João das Regras, o seu chanceler e jurista.



Independência assegurada. Muitas cidades de cidades e castelos permaneceram fiéis a Castela, quando Juan I apareceu com um forte exército no centro de Portugal. Ainda que em muito menor número, os portugueses ganharam a grande batalha de Aljubarrota ( 14 de Agosto de 1385), na qual a cavalaria Castelhana foi totalmente destroçada e Juan de Castela escapou dificilmente.

A vitória seguida por êxitos posteriores de Nuno Álvares, asseguraram o reino a João I e fizeram dele um aliado desejável. Uma pequena força de arqueiros ingleses estiveram presentes em Aljubarrota. O tratado de Windsor (9 de Maio de 1386) estabeleceu a aliança Anglo-Portuguesa, aliança até hoje permanente entre os dois reinos



A Ínclita Geração

Jonh of Gaunt, Duque de Lencastre, veio à Península (Julho de 1386) e tentou uma invasão de Castela conjuntamente com João I. Não teve êxito, mas os portugueses casaram com o rei a filha de Jonh of Gaunt, Filipa de Lancaster (1387), que introduziu vários usos ingleses em Portugal .

A corte portuguesa falava em francês como na Inglaterra aristocrática e oficial, os príncipes tomam nomes ( Eduardo - Edward, Henrique-Henry) e títulos de duque, à inglesa, nascendo com notáveis dotes e sendo primorosamente educados no ambiente criado por D. Filipa, preceptora da corte, constituída por gente nova.


Arranjaram tréguas com Castela em 1387, mas a paz só foi finalmente concluída em 1411. A vitória de João de Avis pode ser vista como uma vitória do espírito nacional contra a ligação feudal da ordem estabelecida. Como muita da antiga nobreza tinha aderido a Castela, João I recompensou os seus seguidores à custa daquela e não da coroa.




Em 22 de Agosto do ano da Era Juliana de 1460, o Decreto Régio de D. João I, ordenou que daí em diante se passasse a usar o ano do nascimento de Cristo como ano do começo ou referência, substituindo assim a era de César. Assim, o dia a seguir ao decreto régio, deixaria de ser o: 16 de Agosto de 1460 da Era Juliana para ser o 16 de Agosto de 1422 Era de Cristo.

O comércio prosperou e o casamento de Isabel, filha de João I, com Filipe o Bom de Borgonha foi seguido pelo crescimento das estreitas relações comerciais com o seu condado da Flandres. Com a conclusão da paz com Castela, João I necessitou de uma saída para entreter os seus homens de armas e os seus próprios filhos e organiza a conquista de Ceuta (1415), a partir da qual começa a grande era das expansão dos Portugueses.



A Figura de D. João I - Filho bastardo de D. Pedro I e de uma dama galega de nome Teresa Lourenço, D. João I nasceu em Lisboa aos 11 de Abril de 1357. Casa-se em Fevereiro de 1387, na cidade do Porto, com D. Filipa de Lencastre filha de Jonh of Gaunt, Duque de Lencastre. D. João I foi de facto um Rei de Boa Memória. Foi pai, foi avô e deixou a filhos e filhas, assim como aos netos, casa opulenta. A mulher satisfê-lo ao ponto de não se lhe registarem aventuras galantes para lá do matrimónio.

Vivendo numa época europeia turbulenta e devassa, plena de mortandades políticas e questões sangrentas entre familiares, oscilando entre o misticismo mais exagerado e o prazer mais desregrado, coeva da Guerra dos Cem Anos e dos desmandos das Duas Rosas, este rei pôde deixar de si Boa Memória e, sendo um homem, conseguiu realizar a divisa " Por Bem".

( Condensado de História de Portugal de A.H. de Oliveira Marques )


D. Duarte I " O Eloquente"(1433- 1438)


Durante o curto reinado do seu filho mais velho Duarte I, este tentou sem sucesso a conquistar Tanger mandando aí o terceiro filho de João I, o príncipe Henrique o Navegador, e o seu irmão mais novo Fernando, mas a expedição falhou, e Fernando foi capturado pelos Mouros e aí morreu(1443).

Depois da morte de D. Duarte e até à maioridade de D. Afonso V, foram regentes D. Leonor de Aragão e Pedro, Duque de Coimbra de 1438-1439. D. Pedro foi regedor de 1438-1439. O príncipe D. João foi regente e efemeramente rei, de 1476-1477.




D. Duarte I nasceu em Viseu a 31 de Outubro de 1391, filho de João I e de Filipa de Lencastre. Casou com D. Leonor de Aragão. Morreu em Tomar a 9 de Setembro de 1438.



D. Afonso V ( 1438 -1481 ) - "O Africano"


Com a morte de Duarte I, o seu filho Afonso V ainda era uma criança, e o seu irmão Pedro, duque de Coimbra, tomou a regência (1440) em vez de o fazer a viúva, Leonor de Aragão. Mas a regência de D. Pedro foi mais tarde desafiada pela poderosa família de Bragança, descendente de Afonso, filho ilegítimo de João de Aviz, e Beatriz, filha de Nuno Álvares Pereira.

Esta família continuou a voltar o rei contra seu tio, que foi forçado a deixar a regência, e tomar as armas, morrendo em Alfarrobeira (Maio 1449). Afonso V (1438-81) provou não ser capaz de resistir aos Braganças, que se tornaram a família mais rica e poderosa de Portugal.




Conquistas de D. Afonso V em África


Após terem tomado Constantinopla, os Turcos cercam Belgrado em 1456. O papa manda pregar uma nova cruzada contra os infiéis. Quase todos os soberanos europeus fazem orelhas moucas. Só D. Afonso V corresponde ao apelo do papa e promete ir combater os Turcos com um exército de doze mil homens, iniciando logo os preparativos.


Mas, em 1458, o papa Calisto III morre, a ameaça turca perde força, e a cruzada cai no esquecimento. As tropas que o rei português prometera conduzir aos Balcãs estão prontas para defender a Cristandade. Tinham-se feito grandes despesas e para que todo esse esforço não aparecesse como inútil, o rei resolve utilizar esses meios numa expedição ao Norte de África.


E conquista a pequena praça de Alcácer-Ceguer, no estreito de Gibraltar, em 1458. Em 1463-1464 há nova expedição a Tânger, mas que não resulta. Em 1471, Arzila é conquistada e Tânger ocupada. Nesta última campanha participa o príncipe D. João que, com 16 anos, se bate corajosamente e é armado cavaleiro. São estas expedições a África que valem o cognome de o Africano a D. Afonso V e que lhe conferem prestígio entre a nobreza europeia.



Como tinha casado com Joana, filha de Henrique IV de Castela, Afonso V reclamou o trono Castelhano e envolveu-se numa larga disputa com Fernando e Isabel, e foi derrotado na região de Zamora e Toro em 1476. Embarcou para França para pedir ajuda a Luís XI, mas não o conseguiu.


No seu regresso assinou com Castela o tratado de Alcáçovas (1479), abandonando os direitos da sua esposa Joana. Afonso V nunca recuperou deste seu fracasso, e durante os seus últimos anos de vida, o seu filho João administrou o reino.




D. Afonso V nasceu em Sintra em 15 de Janeiro de 1432, filho de D. Duarte e de D. Leonor de Aragão, e casou em 6 de Maio de 1447 com a sua prima D. Isabel, filha de D. Pedro, Duque de Coimbra. Em 1475, D, Afonso V casa com Joana de Castela ( Joana a Beltraneja), sua sobrinha. Este segundo casamento foi dissolvido pelo Papa Sisto IV, devido à sua consanguinidade. Faleceu em Sintra em 28 de Agosto de 1481.



D. João II - O Príncipe Perfeito


Consolidação da monarquia.

D. João II (1481-1495)- "O Príncipe Perfeito"


João II era tão cauteloso, firme, e zeloso do poder real como o seu pai tinha sido um mãos largas e negligente. Nas primeiras Cortes do seu reinado, detalhou exactamente como os grandes vassalos lhe deviam prestar homenagem.

Uma suspeita de conspiração levou-o a prender Fernando II, duque de Bragança, e a maioria dos seus seguidores; o duque foi condenado à morte e executado (1484) em Évora, e o próprio João II apunhalou, Diogo duque de Viseu (1484).

Ao mesmo tempo que atacava o poder da nobreza, João II atenuava os efeitos do desfavorável tratado com Castela. Calculista e resoluto, recebeu mais tarde o cognome de "o Príncipe perfeito". João II morreu depois da morte do seu filho legítimo o infante D. Afonso, e assim foi sucedido por seu primo, o duque de Beja, como Manuel I (1495-1521), conhecido como "o Afortunado".



Consolidação do poder real

D. João II, consolidou o poder real. Constrói assim os alicerces de um estado moderno. E na ordem externa lança as bases de uma empresa colonial cujos frutos virão a ser colhidos nos reinados seguintes. Porém, o sonho da união dos reinos peninsulares sob uma mesma coroa, acalentado por seu pai, não o abandona completamente.
Sabe que, com propósitos semelhantes de hegemonia peninsular, aos reis de Castela e de Aragão agrada a ideia de casar a sua herdeira, a infanta Isabel, com o infante D. Afonso de Portugal. D. João II desenvolve uma estratégia conducente à realização desse casamento, que virá a verificar-se, por entre festejos de grande fausto, em Novembro de 1490.

Pouco tempo irá, no entanto, durar o sonho. Em Julho de 1491 o príncipe D. Afonso morre numa queda de cavalo, à beira-rio, perto do paço de Almeirim. Todo o projecto se desfaz. Dominado por uma profunda dor, D. João II ainda tenta legitimar em Roma D. Jorge, um filho bastardo.

Mas a oposição da rainha e as influências dos seus inimigos prevalecem. D. Manuel, duque de Beja, irmão do duque de Viseu que o rei assassinara por suas mãos, sobrinho-neto de D. Afonso V, está agora na primeira linha da sucessão.


A Figura de D. João II - Filho primogénito do rei D. Afonso V e de D. Isabel, D. João II nasceu em Lisboa a 5 de Maio de 1455. Casa em 16 de Setembro de 1473 com D. Leonor ( A Fundadora das Misericórdias ).

Morreu em Alvor em Outubro de 1495, no meio de pavorosa agonia, correndo vozes no tempo, do que fazem ecos os cronistas, de que a morte foi devida a peçonha misturada com a água.

D. João II foi uma das maiores figuras da nossa história, não tanto pelas qualidades pessoais, como pelos métodos de governo, sobretudo pela obra que realizou no fortalecimento do poder régio.

Ainda que a nobreza portuguesa chamava "Tirano" a D. João II, o melhor elogio da sua figura foi o de sua prima Isabel a Católica rainha de Espanha, que disse quando soube da sua morte : "- Murió el Hombre !"



D. Manuel I (1495-1521) "O Afortunado"


D. Manuel I, que assumiu o título de :

" Rei de Portugal e dos Algarves e senhor da conquista, navegação, e comércio da Índia, Etiópia, Arábia e Pérsia,"
Herdou uma monarquia autocrática firmemente estabelecida e uma rápida expansão do império do ultramar, graças ao trabalho de João II.

Pela necessidade de defender os interesses do ultramar, tratou com Espanha o Tratado de Tordesilhas (1494) ao qual juntou o desejo de juntar a península sob a Casa de Avis, casando com Isabel, filha mais velha de Fernando e Isabel a Católica, que no entanto, morreu (1498) ao dar à luz o seu filho Miguel da Paz.

Esta criança foi reconhecida como herdeira de Portugal, Castela e Aragão mas morreu na sua infância. Manuel I casou então com a irmã de Isabel, Maria (morta em 1517) e a terceira vez com Leonor, irmã do Imperador Carlos V.



Como condição do seu casamento com Isabel, foi-lhe pedido para "purificar" Portugal dos Judeus. João II tinha recebido muitos refugiados judeus expulsos da Espanha (1492) cobrou-lhes pesadas taxas, mas forneceu-lhes barcos para deixarem Portugal. Como isto não se fez, Manuel I, em Outubro de 1487, ordenou aos judeus que abandonassem Portugal, num prazo máximo de 10 meses.

Quando se juntaram em Lisboa, foram feitos grandes esforços para conseguir a sua conversão com promessas e pela força. Alguns resistiram à ideia dessa conversão e foram autorizados a sair, mas os restantes foram "convertidos" com a promessa de que nenhum inquérito seria feito às suas crenças, antes de passarem 20 anos.

Como "Cristãos", não podiam ser obrigados a emigrar, e foram até proibidos de deixar Portugal. Em Abril de 1506, um grande número desses "novos Cristãos, ou marranos," foi massacrado em Lisboa durante uma desordem, mas Manuel I protegeu-os, e permitiu que emigrassem para a Holanda, onde puseram a experiência adquirida do comércio dos Portugueses ao serviço dos Holandeses



D. Manuel I era o nono filho do infante D. Fernando ( filho de D. Duarte ) e de D. Brites, nasceu em Alcochete em 31 de Maio de 1469 e faleceu em Lisboa a 13 de Dezembro de 1521estando sepultado na capela-mor do Mosteiro dos Jerónimos em Belém. Casou a primeira vez em 1497 com a viúva do infante D. Afonso, D. Isabel filha dos Reis Católicos. Com a morte de D. Isabel em 1498, voltou a casar em 1500 com a infanta D. Maria, irmã da sua primeira mulher. Viuvo de novo em 1517, volta a casar com D. Leonor, irmã de Carlos V, e que fora primeiramente destinada ao seu filho.
 
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Espanha E Portugal - Dois Reinos - Um SÓ Rei (1580-1640)

Depois de Filipe II de Espanha ter ocupado Portugal em 1580, a ilha Terceira nos Açores estava controlada pelo António Prior do Crato, que pensava, só ele, em alianças com a Inglaterra e França. Em 1582 uma expedição francesa para o estabelecer nos Açores foi derrotada, e em 1589 falhou uma tentativa inglesa para tomar Lisboa, liderada por Drake e Jonh Norris.

Mas ainda que António morreu em Paris em 1595, o verdadeiro símbolo da independência Portuguesa não era o prior do Crato mas o próprio rei Sebastião I. O povo português recusava-se a acreditar na sua morte e nutria uma fé messiânica pelo seu regresso, afirmando alguns que o tinham visto em 1600 em Veneza.

3ª Dinastia - Casa de Áustria



Filipe I " O Prudente" ( Filipe II de Espanha)1580-1598

Filipe chegou a Lisboa e foi aceite como Rei Filipe I (1580-98) pelas cortes em Tomar (1581). Garantiu a autonomia Portuguesa, por considerar a união como uma união pessoal, da mesma forma que tinham feito Isabel e Fernando com Castela e Aragão, indicar só Portugueses para a administração, convocar as cortes com frequência, e ser acompanhado por um conselho Português em Madrid.

Filipe I, nasceu em 1527 filho de Carlos V e de Isabel de Portugal. O seu primeiro casamento foi em em 13 de Novembro de 1593 com D. Maria Manuela de Portugal, filha de D. João III e de D. Catarina. Morreu em1598. Casou depois em 1554 com Maria Tudor, raínha de Inglaterra que faleceu em em 1558 . Casou depois com Isabel filha do rei de França e de Catarina de Médicis que morre em 1568. Volta a casar com Ana de Áustria ilha de Maximiliano II. Ana de Áustria morre em 1580.


Cortes de Tomar


Assembleia convocada por Filipe I em 1581 com vista a fazer-se jurar rei de Portugal pelos três estados do reino. Em troca, o monarca comprometia-se a manter e respeitar os foros, costumes e privilégios dos portugueses.

O mesmo aconteceria com os ocupantes de todos os cargos da administração central e local, assim como com os efectivos das guarnições e das frotas da Guiné e da Índia.

Era o princípio da monarquia dual, que vigoraria sem grandes alterações até cerca de 1620. Nas cortes, estiveram presentes todos os procuradores das vilas e cidades portuguesas, excepção feita às açorianas, fiéis ao rival derrotado de Filipe II, D. António, prior do Crato.

Calendário Gregoriano - Em 24 de Fevereiro de 1582,o Papa Gregório XIII, pela sua Bula Inter Gravissimas ordenava a reforma do Calendário, para um ano trópico de 365,2425 dias.


Filipe II " O Piedoso" (1598-1621)- Filipe III de Espanha

Esta garantias foram, no entanto, esquecidas por Filipe II ( III de Espanha 1598-1621) e completamente violadas por Filipe III (IV de Espanha, 1621-40).

Os ressentimentos dos Portugueses contra o governo Espanhol aumentaram pela falha desses reis em visitar Portugal, e indicarem Espanhóis para os assuntos Portugueses, e a diminuição do comércio consequente das guerras estrangeiras da Espanha, e no aumento dos impostos para pagar essas mesmas guerras.

Em 1624 os holandeses tomaram a Baía no Brasil, mas foram expulsos numa expedição Portuguesa e Espanhola (1625). Mas em 1630 ocuparam Pernambuco e as suas terras do açúcar, que mantiveram quase uma geração.



Visitou Portugal no final do seu reinado, em 1619, e quis assistir aqui a touradas e autos de fé. Casou com D. Margarida da Áustria, também conhecida por Margarida de Gratz ou Graetz, de quem nasceu o seu sucessor. Governou Portugal e a Espanha desde 1598 até 1621.


O Amazonas passa a domínio Português


Imensa zona florestal de cerca de 5 milhões de Km2. A maior parte da amazónia situa-se no Brasil mas também faz parte de outros países como a Venezuela, Colômbia, Peru, Equador e Bolívia. Esta enorme mancha florestal é composta por zonas de floresta virgem, tornando-se numa importante reserva ecológica conhecida como o pulmão do mundo.

Indissociável da história da amazónia está o seu rio, o Amazonas, que, desde cedo, despertou o interesse dos europeus, nomeadamente dos espanhóis e portugueses. Os primeiros europeus que o alcançaram foram provavelmente marinheiros espanhóis. Sabe-se que os portugueses chegaram ao estuário do amazonas por volta de 1503, uma vez que este foi assinalado nas cartas de J. Reinel e Lopo Homem.

Em 1616 foi construído pelos portugueses o Fortim do Presépio, tendo estes começado, a partir de então, a ocupar esta zona.


Filipe III " O Grande" (1621-1640) - Filipe IV de Espanha

O golpe final, foi o plano de Conde Duque de Olivares (1640), de usar tropas portuguesas contra os Catalães que estavam igualmente descontentes. Duas revoltas Portuguesas, em 1634 e 1637, não chegaram a ter proporções perigosas, mas em 1640 o poder militar Espanhol ficou reduzido pela guerra com a França e a revolta na Catalunha.

O ministro Francês, Cardeal de Richelieu, tinha agentes em Lisboa, e encontrou um líder em João II, duque de Bragança, neto da duquesa Catarina (sobrinha de João III), cujas reclamações ao trono tinham sido vencidas em 1580 por Filipe II de Espanha.

Aproveitando-se da vantagem da falta de popularidade do governador, Margarida de Sabóia, Duquesa de Mantua e do seu secretário de estado Miguel de Vasconcelos, os líderes do partido da independência conduziram uma revolução nacionalista em 1 de Dezembro de 1640. Vasconcelos foi praticamente a única vítima; as guarnições espanholas saíram para Espanha; e em 15 de Dezembro de 1640 o duque de Bragança foi coroado rei como D. João IV ( 1640-56).
 
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A Dinastia De BraganÇa, 1640-1910

D. João IV (1640 - 1656)

Ainda que as cortes confirmaram a ascensão da dinastia de Bragança e a coroação de João IV em 28 de Janeiro de 1641, o sucesso do novo regime não foi assegurado senão em 1668 quando a Espanha reconheceu a independência de Portugal.

Par poder enfrentar o perigo das invasão Espanhola, João IV mandou emissários a todas as cortes da Europa para conseguir alianças. A França recusou um tratado formal, Os Holandeses que se tinham apoderado do nordeste do Brasil, aceitaram tréguas na Europa mas capturaram Angola aos Portugueses.

João IV fez um tratado (1641) com Carlos I de Inglaterra, que foi cancelado devido à sua execução (1649). Entretanto, os portugueses bateram os espanhóis no Montijo (26 de Março de 1644) e defenderam-se de várias invasões. Em 1654 negociaram um tratado com a Inglaterra, conseguindo ajuda para concessões comerciais.



Os Holandeses foram finalmente expulsos do Pernambuco no nordeste do Brasil . Num artigo secreto do Tratado dos Pirinéus (1659), a França prometeu à Espanha não dar mais ajuda a Portugal, mas em 1661 Portugal assinou um tratado com a restaurada monarquia Inglesa. Em 1662 Charles II de Inglaterra casou com a filha de João IV, Catarina de Bragança que levou como dote Bombaim e Tanger, e os ingleses forneceram homens e armas para a guerra com a Espanha.

A defesa de Portugal foi organizada por um soldado alemão Friedrich Hermann von Schönberg (mais tarde duque de Schönberg); em Junho de 1663 Sancho Manuel, conde de Vila Flor, derrotou Don Juan de Austria no Ameixial, e em Junho de 1665 von Schönberg ganhou a importante batalha de Montes Claros. A paz foi finalmente feita pelo tratado de Lisboa em 1668.


Afonso VI (1656 -1683)

Quando morreu João IV, o seu filho Afonso VI (1656-83) tinha 13 anos de idade. A mãe de Afonso, Luísa de Gusmão, actuou como regente até que, em Junho de 1662, ele começou a governar. Afonso VI era de mente e espírito fraco, mas o país foi bem governado por Luís de Vasconcelos e Sousa, conde de Castelo Melhor, até 1667.

A princesa francesa Maria Francisca de Sabóia, (mademoiselle D`Aumale e neta de Henrique IV) que tinha casado com Afonso VI no ano anterior, apaixonou-se pelo irmão do rei, Pedro (depois Pedro II) que era senhor de uma personalidade muito mais forte e normal, e juntos começaram a intrigar contra o rei.
Conseguiram demitir Castelo Melhor e anular o casamento de Maria Francisca, que fugindo do marido, tinha ido para um convento, e intentou contra ele um processo escandaloso. A rainha , obtida do Papa a anulação do casamento, casou com Pedro e este declarou-se regente. Afonso VI foi preso e permaneceu encarcerado até à sua morte.

D. Afonso VI, nasceu em Lisboa filho de D. João IV e de D. Luísa de Gusmão. Casou por procuração em 27 de Junho de 1666 com Maria Francisca Isabel, Mademoiselle de Aumalle. Morreu em Sintra em 12 de Agosto de 1683.


Pedro II ( 1683 - 1706)

Durante o reinado de Pedro II, Portugal recuperou do esforço das guerras contra Espanha e começou a beneficiar da descoberta de ouro e pedras preciosas no Brasil. O primeiro embarque de ouro em Minas Gerais fez-se em 1693, e nos últimos anos do século XVII foram extraídas consideráveis riquezas; contudo, foi só em 1728 , já no reinado de D. João V, que os diamantes foram descobertos. Portanto, a riqueza mineral do Brasil fornecia a coroa Portuguesa da parte substancial das suas entradas.

Os diamantes, propriedade da coroa, e vendidos por conta da Fazenda Nacional em Amsterdão, rendiam por ano milhão e meio de cruzados.

O Século XVIII.

A Guerra de Sucessão de Espanha (1701-13) viu os aliados recentes de Portugal, França e Inglaterra, em lados opostos; e ainda que Pedro II pensou em princípio permanecer neutral, Portugal juntou-se à Grande Aliança Austro-Inglesa em 1703, que foi a base para que o arquiduque Carlos (mais tarde imperador como Carlos VI) conduzisse a sua guerra para o trono de Espanha.

No mesmo ano (27 de Dezembro) o enviado Inglês Jonh Methuen, concluiu também o tratado de Methuen , pelo qual as trocas de vinho do porto por tecidos de lã ingleses, foram a principal base deste tratado. Este tratado assegurou também grandes privilégios, aos comerciantes ingleses.

O general português António Luís e Sousa, marquês das Minas entrou em Madrid em 1706; mas os franceses e espanhóis saíram vitoriosos em Almansa (1707), e em !771 o almirante francês René Duguay-Trouin saqueou o Rio de Janeiro. . Com a conclusão da guerra, Portugal negociou um tratado de paz com a França (Abril de 1713) mas não concluiu a paz com Espanha até 1715.

D. Pedro II que nasceu em Lisboa em 6 de Janeiro de 1668 e faleceu no Palácio de Palhavã a 21 de Outubro de 1690, foi casado primeiramente com a sua cunhada D. Maria Francisca Isabel de Sabóia de quem teve uma filha. Casou depois com D. Maria Sofia de Newburg ( 1666-1699) de quem teve 8 filhos.

D.João V - O Magnífico (1706 - 1750)

No reinado de D.João V , Portugal atingiu um grau de prosperidade ainda nunca conseguido desde a restauração. O imposto real de um quinto sobre o ouro, e as pedras preciosas do Brasil, - só os diamantes, propriedade da coroa, e vendidos por conta da Fazenda Nacional em Amsterdão, rendiam por ano milhão e meio de cruzados - davam assim ao monarca uma fonte de riqueza forte e independente.

Michel Chevalier estima em 1.342.300 quilos a produção de ouro do Brasil até 1848. Soetbeer, Alexandre del Mar , Humbolt e outros, calcularam a produção aurífera do Brasil no valor monetário de 160.000.000 libras.

Embora o ouro do Brasil fosse controlado por Portugal e embarcado para Lisboa, ele não permanecia aqui. A Inglaterra, de acordo com o Tratado de Methuen, de 1703, supria Portugal com produtos têxteis e outros, que eram pagos com o ouro das minas brasileiras. O ouro brasileiro que ia para Londres ajudou a financiar a Revolução Industrial Inglesa e a criar, a hoje famosa Bolsa de Londres.


( Hoje, e apenas como exercício mental, e aceitando como certos os números indicados, ao preço de 2 contos o grama, teríamos cerca de 3.000 milhões de contos). A coroa recebia um quinto deste valor.

As Cortes, que tinham sido reunidas raras vezes desde 1640, nunca mais foram convocadas, e o governos e os ministros eram indicados pelo próprio rei. João V desejava a autoridade absoluta que desfrutava em França, Luís XIV.




Como converteu parte das suas riquezas em dignidades papais, o arcebispo de Lisboa tornou-se patriarca (1716), vestindo paramentos como os do papa ( excepto a cor ), e de seguir uma liturgia como as dos cardeais de Roma, e de ostentar, ele soberano, o título de " fidelíssimo ", dado pelo papa Benedito XIV em 1749 .

Inaugurou academias reais, palácios ( Convento de Mafra e outros) e livrarias, mas nos anos finais do seu reinado os ministros foram incompetentes, e o reino estagnou.

Auxiliou Veneza e o papa Clemente XI, na sua defesa contra os Turcos, onde o conde do Rio Grande, comandando a armada portuguesa (os franceses tinham-se retirado) derrotou os turcos na batalha naval do cabo de Matapan.




D. José I (1750 -1777)

Com a morte de João V, o seu filho José foi nomeado primeiro ministro Sebastião José de Carvalho e Melo, mais tarde conde de Oeiras e marquês de Pombal. , que rapidamente ganhou uma ascendência total sobre o rei e convenceu-o a substituir o absolutismo estático da monarquia por um tipo de despotismo ilustrado que, com algumas reservas, merece o epíteto assinalado.

Os seus poderem totais datam desde que conseguiu manejar com eficiência a crise provocada pelo desastroso terramoto de Lisboa; mas antes disto tinha reformado o comércio do açúcar e dos diamantes (1750), e formado uma companhia com privilégios para controlar a indústria da sardinha e do atum no Algarve e outras para comerciar com o nordeste do Brasil.


Os métodos de Pombal eram arbitrários, e os seus inimigos numerosos. A sua reforma da indústria do vinho, provocou uma desordem no Porto (1757) que foi selvaticamente reprimida; mas as principais vítimas foram os Jesuítas, expulsos em 1759 de todos os domínios portugueses, e a nobreza, em particular José Mascarenhas, duque de Aveiro, e a família Távora, que foram acusados de um ataque contra o Rei (3 de Setembro de 1758), condenados, e executados ( 12 de Janeiro de 1759).

Como Pombal eliminou os Jesuítas do sistema de educação, aplicou princípios régios na reforma da Universidade de Coimbra (1772) e o conselho real de censura (1768), que supervisava o sistema da educação básica desde 1771. Pombal tinha conseguido cortar regalias aos comerciantes ingleses, mas mesmo assim, invocou a aliança com Inglaterra em 1762, quando a Espanha, que tinha renovado a aliança da família Bourbon com França, invadiu Portugal.

O exército português foi reformado por Wilhelm von Schaumburg-Lippe, e reforçado por uma força inglesa comandada por James O`Hara e Jonh Cambell. A paz foi assinada em em Fevereiro de 1763 em Fontainebleau.



D. Maria I (1777 - 1816 )

À morte de José I (24 de Fevereiro de 1777), a sua filha Maria I (1777-1816), casada com, o seu tio ( Pedro III) subiu ao trono; Pombal foi demitido (1777) e eventualmente encontrado culpado de várias acusações. Os seus sucessores fizeram a paz com Espanha, pelo tratado de San Ildefonso (1777).



A França revolucionária e a Revolução Francesa.

Maria I sofria de melancolia desde a morte do seu marido (1786) e do seu filho mais velho João (1798). Em 1792 o seu equilíbrio mental ficou ainda mais perturbado pelas notícias da Revolução Francesa, e ficou impossibilitada de governar.


D. João VI ( 1816 - 1826 )

O seu filho, que à sua morte se tornou João VI (1816-26), governou em seu nome e em 1799 tornou-se príncipe regente. Em 1793 Portugal juntou-se à Inglaterra e Espanha contra França, mandando uma divisão naval para assistir à esquadra Inglesa no Mediterrâneo e um exército para a frente catalã. A paz de Basileia (Julho de 1795), na qual a Espanha abandonou os seus aliados, deixou Portugal ainda na guerra.



Ainda que sujeito a pressão do Directório Francês e do Ministro espanhol, Manuel de Godoy, Portugal não foi molestado até 1801, quando Godoy mandou um ultimato e invadiu o Alentejo. Pela paz de Badajoz (Junho de 1801), Portugal perdeu a cidade de Olivença e teve de pagar uma indemnização.

Desde a paz de Amiens(1802) até (1807) Portugal ficou mais uma vez imune de qualquer ataque, ainda que sujeito a constante pressão para quebrar os laços com a Inglaterra. Pelo decreto de Berlim de 21 de Novembro de 1806, Napoleão pensou fechar todos os portos continentais aos barcos ingleses.

Portugal foi convidado a permanecer neutro, mas o tratado secreto Franco-Espanhol de Fontainebleau em Outubro de 1807, considerava a divisão de Portugal entre Napoleão I e Godoy.
 
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A Invasão de Portugal

As Guerras Napoleónicas ou a Guerra Peninsular

A Guerra Peninsular, em que se empenharam as forças militares portuguesas entre 1807 e 1814, constituiu um evento de profunda repercussão em Portugal, Espanha, Grã-Bretanha e França, países europeus que a história, entretanto, aproximou.

A Nação armada repeliu os invasores franceses e o exército Português prosseguiu as campanhas de Espanha e de França até à vitória final em Toulouse a 10 de Abril de 1814.

O General Andoche Junot atravessou a Espanha com um exército francês para invadir Portugal, e o príncipe regente, a família real e corte embarcaram numa esquadra fundeada no rio Tejo e foram escoltados por barcos de guerra Inglesa até ao Brasil.

A corte permaneceu 14 anos no Rio de Janeiro.

1ª Invasão Francesa - Junot

Junot declarou que os Braganças tinham sido depostos, mas a sua ocupação foi desafiada em Agosto de 1808 pela chegada de Arthur Wellesley ( mais tarde duque de Wellington) e um exército inglês de 13.500 homens à baía do Mondego. Ganhando as victórias de Roliça (17 de Agosto) e Vimeiro (21 de Agosto), Wellesley permitiu aos seus superiores negociar a Convenção de Sintra (31 de Agosto), pela qual foi permitido a Junot abandonar Portugal levando todo o seu exército.

2ª Invasão Francesa - Soult

A segunda invasão francesa (1808-09) levou à morte Jonh Moore na Corunha (Janeiro de 1809) e ao reembarque das forças britânicas. Em Fevereiro, William Carr (depois visconde) Beresford foi posto no comando do exército Português, e em Março o Marechal N.J. de Dieu Soult avançou desde a Galiza e tomou o Porto.

Wellesley regressou a Portugal em Abril, afastou Soult do norte, e depois da victória de Talavera de la Reina (Julho). libertou Portugal.

3ª Invasão Francesa - Massena

A terceira invasão francesa seguiu-se em Agosto de 1810 quando o marechal André Massena, o Marechal Michel Ney e Junot entraram na província da Beira.

Derrotados por Wellington no Buçaco (27 de Setembro) perto de Coimbra, as forças francesas tiveram que enfrentar as linhas de defesa de Torres Vedras ao norte de Lisboa, muito bem preparadas, e tiveram que aí invernar no meio de grandes privações.

Na primavera de 1811 puderam retirar-se, e em 5 de Março começaram a evacuação de Portugal, hostigadas pelos ataques de portugueses e ingleses e atravessando a fronteira depois de terem sido novamente derrotadas no Sabugal (3 de Abril). Portugal fez a paz com França em 30 de Maio de 1814.

Portugal foi representado no Congresso de Viena mas teve pouco peso nas decisões aí tomadas. No tratado de 22 de Janeiro entre Portugal e a Inglaterra e na sua adicional convenção de 1817, foi reconhecido a Portugal o direito de considerável parte na África.



Constitucionalismo.

As campanhas Napoleónicas causaram grande devastação em Portugal, e a ausência da família real e a presença de comandantes estrangeiros ( Beresford ) combinadas com a agitação revolucionária e a influência de liberalismo espanhol, produziu uma atmosfera de descontentamento e desespero.

Em 16 de Dezembro de 1815, o Brasil fora elevado à dignidade de reino unido com Portugal, e João VI, que tinha sucedido a sua mãe em Março de 1816, não mostrava desejo de regressar a Portugal. Em 1817 Beresford suprimiu uma conspiração em Lisboa, e o líder maçónico General Gomes Freire de Andrade foi condenado e executado.

Quando Beresford foi ao Brasil para convencer João VI a regressar a Portugal. começou uma revolução constitucionalista no Porto (24 de Agosto de 1820), alastrou através do país, e levou à formação de uma Junta em Lisboa. Quando Beresford regressou a Lisboa, não se permitiu a sua entrada , e os oficiais ingleses tinham sido expulsos do exército.

Tinha sido aprovada uma assembleia constituinte, deixando assim João VI com um facto consumado. A relutância de João VI em regressar foi por fim vencida, e o seu filho mais velho Pedro ficou a governar o Brasil, chegando a Lisboa em 3 de Julho de 1821. Jurou manter a constituição, mas a sua mulher, Carlota Joaquina, e o seu segundo filho, Dom Miguel recusaram o juramento e foram condenados ao exílio, ainda que não o fizessem.




Pedro I - 1º Imperador do Brasil e Pedro IV de Portugal

Os constitucionalistas portugueses, não apreciaram a auto-determinação do Brasil pelo menos com o estatuto de reino, e ordenaram o regresso de Pedro; mas ele , antes de sacrificar o governo dos Braganças no Brasil, declarou a Independência do Brasil (7 de Setembro de !822), e tornou-se imperador do Brasil como Pedro I.

Abdicou de Imperador do Brasil em 7 de Abril de 1031..



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Os constitucionalistas portugueses, não apreciaram a auto-determinação do Brasil pelo menos com o estatuto de reino, e ordenaram o regresso de Pedro; mas ele , antes de sacrificar o governo dos Braganças no Brasil, declarou a Independência do Brasil (7 de Setembro de !822), e tornou-se imperador do Brasil como Pedro I.

Isto permitiu ao seu irmão Miguel apelar às forças absolutistas em Portugal para vencer os constitucionalistas, e a insurreição de Miguel foi bem sucedida ( 30 de Abril de 1824); mas devido à acção dos ministros estrangeiros, João VI foi restaurado com rei, e Miguel foi para o exílio em Viena (Junho de 1824).

Guerra do dois irmãos

João VI reconheceu a Independência do Brasil em 1825, assumindo ele "pró-forma" o título imperial e passando-o a Pedro; mas quando João VI morreu (10 de Março de 1826), não tinha deixado indicações sobre a sucessão ao trono excepto que a sua filha Maria Isabel seria nomeada regente. Pedro, como Pedro IV de Portugal, mandou do Brasil uma Carta para um regime parlamentar pela autorização da monarquia e não baseada na soberania do povo.

Então fez uma abdicação condicional para sua filha Maria da Glória, com sete anos de idade, com a condição de casar com o seu tio Miguel e que ele devia jurar a Carta. Este compromisso não podia ser efectivo. Os absolutistas esperavam que Pedro resignasse a todos os direitos à coroa portuguesa, e o conselho de regência hesitava em publicar a Carta até que o General João Carlos de Saldanha (mais tarde Marquês de Saldanha) os forçou a isso.



D. Miguel I

Em 1827 Miguel tomou o juramento e foi indicado como regente, chegando a Lisboa em 1828. Os seus apoiantes começaram imediatamente a perseguir os liberais. Uma espécie de cortes reuniu-se em Lisboa, e em Julho de 1828 repudiou os indicações de Pedro e declarou Miguel como rei de direito legítimo.



Só a ilha Terceira nos Açores susteve a causa liberal. Em Junho de 1829, portanto, uma regência representando Maria da Glória foi criada na Terceira; e em 1831, Pedro, tendo abdicado ao trono Brasileiro, foi para a Europa começando a angariar fundos e soldados para conquistar Portugal. Em Fevereiro de 1832 a expedição embarcou para a ilha Terceira, e em Julho os liberais, liderados por Pedro, desembarcaram em Mindelo perto do Porto, cuja cidade ocuparam rapidamente.

O resto do país, contudo, era mantido por Miguel, que cercou os liberais no Porto durante um ano (Julho 1832-Julho 1833). Nesta altura, o entusiasmo Miguelista já estava desvanecido; e António José de Sousa Manuel, duque de Terceira, e capitão Charles Napier, que tinha tomado comando da frota liberal, fizeram um desembarque com sucesso no Algarve (Junho de 1833).

Terceira avançou sobre Lisboa, que caíu em Julho de 1833, e Miguel capitulou em Évora-Monte em Maio de 1834.



D. Maria II ( 1834 - 1853 ) - D. Fernando II ( 1816 - 1885 )

A guerra dos dois irmãos terminou com o exílio de Miguel I (Junho) e a morte de Pedro IV (24 de Setembro de 1834). Maria da Glória tornou-se rainha como Maria II (1834-53) com a idade de 15 anos.

Ainda que Maria começou o seu reinado sob a influência dos generais vitoriosos da guerra civil, a sua principal preocupação foi a defender as cartas do seu pai ( as quias tinham sido garantidas pela coroa ) daqueles que pediam uma constituição mais democrática que a de 1822, afirmando mais a soberania da nação.



Em Setembro de 1836 ou mais tarde, os a partir daí chamados Setembristas, tomaram o poder. Os líderes cartistas rebelaram-se e foram exilados, mas cerca de 1842 os Setembristas perderam a sua união , e António Bernardo da Costa Cabral restaurou a Carta.

Em 1846 o movimento de Maria da Fonte, um levantamento popular contra o aumento dos impostos para melhorar as estradas e reformar a saúde pública no qual todos os partidos se juntaram, terminaram com o governo de Costa Cabral, mas deixaram Portugal dividido entre os Setembristas, que mantinham o Porto, e Saldanha, agora confidente da raínha Maria, em Lisboa.


Saldanha negociou a intervenção dos outros membros da Aliança dos Quatro (formada em Abril de 1834 pela Inglaterra, França, Espanha e Portugal), e uma força combinada de Espanhóis e Britânicos forçaram a rendição da Junta do Porto em Junho de 1847 e terminaram a guerra com a Convenção de Gramido (29 de Junho de 1847).

Saldanha governou até 1849, quando Costa Cabral regressou ao governo por cinco anos (1851-56), e o período de paz que permitisse o desenvolvimento do país. A "Regeneração" terminou o enfrentamento e estabeleceu um partido de governo.



A Figura de D. Maria II

Nasceu em 1819 e morreu em 1853, era filha de D. Pedro IV de Portugal (I do Brasil) e da arquiduquesa Leopoldina de Áustria. Casou em 1835 com o príncipe Augusto de Leuchtenberg, que morreu pouco depois. Desposou em segundas núpcias o príncipe D. Fernando Saxe-Coburgo-Gotha, em 1836.

Teve de se adaptar ao novo sistema da monarquia parlamentar e, durante o seu reinado, conheceu várias revoltas e golpes de Estado, tendo exercido com determinação a sua autoridade, demonstrando coragem e firmeza de espírito. Foi mãe dos reis D. Pedro V e D. Luís, dois dos seus 11 filhos.



D. Pedro V ( 1853 - 1861 )

Sucedeu a Maria II, o seu filho mais velho, Pedro V, (1853-61)filho do seu segundo matrimónio com Fernando de Saxe-Coburg, que casou com Stephanie of Hohenzollern Sigmaringen em 1858. ( Estefânia ).

Prometia ser um monarca capaz e consciencioso mas morreu de febre tifóide em 11 de Novembro de 1861.



D. Luís I ( 1861 - 1869 )

O seu irmão Luís (1861-1869) parecia ter herdado um país que estava recuperado das invasões napoleónicas e da guerra civil, levantamentos políticos, e pronunciamentos.

Mas ainda que os partidos principais eram agora definidos como Históricos (radicais) e Regeneradores (moderados), o alternar de governos deixou de reflectir o sentimento popular, e nos últimos anos do reinado de Luís I o republicanismo começou a ganhar terreno.



Pena de morte em Portugal

A Lei de 1 de Julho de 1867 aboliu em Portugal, a pena de morte para todos os crimes civis. Para crimes militares foi abolida em 16 de Março de 1911. Restabelecida durante a 1ª Grande Guerra em 28 de Setembro de 1916 . Foi completamente abolida pela Constituição de 1976.
A última execução de pena de morte por motivo de delitos civis ocorreu em Lagos, em Abril de 1846. Remonta a 1 de Julho de 1772 a data em que é executada pela última vez uma mulher.

No que se refere a crimes militares, a última execução terá ocorrido em França, na pessoa de um soldado do Corpo Expedicionário Português, condenado por espionagem



D. Carlos I ( 1889 - 1908 )

Políticas coloniais. Com a ascensão de Carlos I ao trono (1889-1908), começou uma séria disputa com a Grã-Bretanha.

As possessões de Portugal na África tinham sido reconhecidas pela Grã-Bretanha no tratado de 1815, mas recentemente a Bélgica e a Alemanha tinham entrado no campo colonial; e na Conferência de Berlim (1885), a ocupação efectiva foi adoptada como base para a possessão de territórios coloniais.

Em 1889 é licenciada a primeira mulher médica: Elisa Augusta da Conceição de Andrade - Faculdade de Medicina de Lisboa.

Em 1890 é autorizado o acesso das raparigas aos liceus públicos.



Um movimento colonial ganhou força em Lisboa, e um esquema Português, O Mapa Cor-de-Rosa , que reclamava como colónia todo o território através de África desde Angola até Moçambique., que estava reconhecido pela França e Alemanha.

Apesar do Marquês de Salisbury ter entregado um protesto (1888), o ministro português dos negócios estrangeiros Henrique de Barros Gomes enviou o major Alexandre Alberto da Rocha de Serpa Pinto para as montanhas do Shire (hoje o moderno Malawi), com vista à sua anexação.

Envolveu-se em luta com os Mokololos, que estavam debaixo da protecção Inglesa, e uma série de comunicações entre Lisboa e Londres terminou no ultimato Inglês de 11 de Janeiro de 1890, pedindo a retirada de Portugal do Shire.

O Ultimatum Inglês

Este incidente causou um profundo ressentimento em Portugal, não só contra o seu antigo aliado mas também contra a monarquia, que esteve ameaçada por uma tentativa de revolta no Porto ( 31 de Janeiro de 1891).

Durante os anos seguintes as colónias portuguesas de África foram definidas como resultado do tratado de Julho de 1891, mas as condições financeiras do país eram tão más que os esforços de Portugal para consolidar as colónias na África pareciam impossíveis.

Em 1897 tornou-se evidente que Portugal necessitaria de um grande empréstimo , e a Alemanha pediu para participar em qualquer assistência que lhe fosse oferecida. Em 30 de Agosto de 1898, A.J. Balfour, temporariamente no chefia do Ministério de Negócios Estrangeiros Inglês, concluiu um pacto secreto Anglo-Alemão repartindo a esfera de influência nas colónias portuguesas para a Grã Bretanha e a Alemanha no caso de realizar-se tal empréstimo.

No entanto, este pacto foi denunciado em Londres pelo primeiro ministro Lord Salisbury, e em 1899, quando os alemães tentaram convencer os portugueses a aceitar a oferta, a acção de Salisbury e o perigo eminente de conflito no Transval, causou uma aproximação Anglo-Portuguesa.

Em 14 de Outubro de 1899, os antigos tratados de aliança foram reafirmados numa declaração secreta, mais tarde tornada pública. ( o chamado Tratado de Winsor).

Entretanto a situação financeira mostrava pouca melhoria, e os republicanos continuavam a progredir. Em 1906 João Franco, antes um Regenerador, chegou ao poder como defensor da falhada causa monárquica. Incapaz de obter apoio dos outros monarquistas, começou a governar por decreto. Apesar de Franco ter enfrentado com bravura a reforma das finanças e da administração foi acusado de adiantar ilegalmente dinheiro ao rei.

Estes escândalos foram seguidos por rumores de golpes, e em 1 de Fevereiro de 1908, Carlos I e o seu filho herdeiro Luís Filipe, foram assassinados quando viajavam numa carruagem descoberta em Lisboa.

Não se sabe ao certo se os regicídios foram ou não organizados por fanáticos desconhecidos de sociedades secretas republicanas, como a Carbonária, mas foram vivamente aplaudidos pelos republicanos, que imediatamente começaram o ataque final contra a monarquia.



D. Manuel II ( 1908 - 1910 )

O rei Manuel II não encontrou unidade entre os políticos monárquicos. A eleição geral de Agosto de 1910 mostrou maioria republicana em Lisboa e Porto, e em 3 de Outubro o assassínio do distinto médico Miguel Bombarda por um louco, oficial do exército internado no Hospital de Rilhafoles, ofereceu o pretexto de um levantamento que já estava organizado.


Civis armados, soldados, e homens embarcados em alguns barcos no Tejo começaram a revolução em 4 de Outubro, vacilaram um pouco no seu movimento, mas a intervenção decisiva de Machado Santos fez suceder esse movimento.

Manuel escapou para a Ericeira e daí por mar para Gibraltar e Inglaterra. Na sua morte em 1932 o seu corpo foi trazido para Portugal.
 
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A República - 1ª REPÚBLICA (1910 - 1926)

A Revolução de 5 de Outubro de 1910

As revoluções não são factos que se aplaudam ou se condenem. Havia nisso o mesmo absurdo que em aplaudir ou condenar as evoluções do Sol. São factos fatais. Têm de vir. De cada vez que vêm é sinal que o homem vai alcançar mais uma liberdade, mais um direito, mais uma felicidade.

De certo que os horrores da revolução são medonhos, decerto que tudo o que é vital nas sociedades, a família, o trabalho, a educação, sofrem dolorosamente com a passagem dessa trovoada humana. Mas as misérias que se sofrem com as opressões, com os maus regimes, com as tiranias, são maiores ainda.

As desgraças das revoluções são dolorosas fatalidades, as desgraças dos maus governos são dolorosas infâmias.

Eça de Queiroz ( Distrito de Évora, 9 de Maio de 1867 )





Teófilo Braga



A Implantação da República

Nos dias 4 e 5 de Outubro de 1910 alguns militares da Marinha e do Exército iniciaram uma revolta nas guarnições de Lisboa, com o objectivo de derrubar a Monarquia. Juntamente com os militares estiveram a Carbonária e o as estruturas do PRP (Partido Republicano Português).

Na tarde desse dia, José Relvas, em nome do Directório do PRP, proclamou a República à varanda da Câmara Municipal de Lisboa. No dia 6 o novo regime foi proclamado no Porto e, nos dias seguintes, no resto do país. Em Braga foi-o no dia 7, tendo tomado posse da Câmara o Dr Manuel Monteiro.

O movimento revolucionário de 5 de Outubro de 1910 deu-se em natural sequência da acção doutrinária e política que, desde a criação do Partido Republicano, em 1876, vinha sendo desenvolvida. Aumentando contraposição entre a República e a Monarquia, a propaganda republicana fora sabendo tirar partido de alguns factos históricos de repercussão popular: as comemorações do terceiro centenário da morte de Camões, em 1880, e o Ultimatum inglês, em 1890, fora aproveitados pelos defensores das doutrinas republicanas que se identificaram com os sentimentos nacionais e aspirações populares.
Elias Garcia, Manuel Arriaga, Magalhães Lima, tal com o operário Agostinho da Silva, foram personagens importantes dos comícios de propaganda republicana, em 1880.




Arriaga


O novo regime formou provisionalmente governo debaixo da presidência de Teófilo Braga, um ilustre escritor.

Este por sua vez emitiu uma nova lei eleitoral dando o voto a todos os adultos do sexo masculino e presidiu à eleição de uma assembleia constituinte, que abriu em 19 de Junho de 1911.

A constituição foi aprovada pela assembleia em 20 de Agosto, e o governo provisional entregou a sua autoridade poucos dias depois (24 de Agosto) ao novo presidente, Manuel José de Arriaga.

Após o 5 de Outubro foi substituída a bandeira portuguesa. As cores verde e vermelho significam, respectivamente, a esperança e o sangue dos heróis. A esfera armilar simboliza os Descobrimentos, os sete castelos representam os primeiros castelos conquistados por D. Afonso Henriques, as cinco quinas significam os cinco reis mouros vencidos por este Rei e, finalmente, os cinco pontos em cada uma as cinco chagas de Cristo. O hino A Portuguesa , composto por Alfredo Keil tornou-se o hino nacional.





EVOLUCIONISTAS, UNIONISTAS E DEMOCRATAS.


Ainda que Henrique de Paiva Couceiro tentou uma invasão monárquica em Outubro de 1911, sem êxito, o principal perigo para o novo regime veio da sua própria divisão interna. Pelo momento estava apenas dedicado a perseguir os monárquicos e a igreja.
As ordens religiosas foram expulsas ( 8 de Outubro de 1910) e as suas propriedades confiscadas. O ensino da religião nas escolas primárias foi abolido e a Igreja Católica Romana foi separada do Estado.

Lei do Divórcio: o divórcio é legal pela primeira vez. A lei não faz distinção entre os conjugues no que respeita aos motivos de divórcio e aos seus direitos sobre as crianças. Novas disposições legais estabelecem a igualdade mulheres - homens no casamento e filiação.

As consequências legais do adultério passam a ser iguais para as mulheres e os homens. O acesso ao trabalho na administração pública é autorizado às mulheres.

Em 1910 a primeira mulher nomeada para um cargo na Universidade, foi Carolina Michaelis de Vasconcelos (Filologia). A escola torna-se obrigatória para crianças (meninas e meninos) de 7 a 11 anos. Em 1913 Regina Quintanilha é a primeira mulher a possuir uma licença em direito.






As condições em como monárquicos e Católicos foram presos e tratados com as maiores barbaridades, causaram um efeito muito negativo no estrangeiro, mas essa condições e legislações anti-religiosas, só foram modificadas depois, e muito lentamente.

Condensado de Enciclopédia Britânica


Foram fundadas novas Universidades em Lisboa e Porto; mas a tarefa de destruição provou ser mais fácil que a da construção, e em pouco tempo os republicanos estavam divididos em:

Evolucionistas ( moderados) , liderados por António José de Almeida

Unionistas ( centro), liderados por Manuel de Brito Camacho

Democratas ( ala esquerda), liderados por Afonso Augusto da Costa





Levantamento de 1915

Um grande número de republicanos proeminentes, não tinha partido específico. O governo dos políticos republicanos oferecia poucas melhorias em relação ao regime monárquico, e em 1915 no meio de tanta desordem, o exército mostrou sinais de impaciência.

O Gen. Pimenta de Castro formou um governo militar e permitiu que os monárquicos se reorganizassem, mas revolução Democrática (Maio 1914) levou à sua prisão e exílio nos Açores.




Major Doutor Sidónio Pais

O presidente Arriaga demitiu-se e foi substituído por Teófilo Braga e depois por Bernardino Machado (5 de Agosto de 1915 a 8 de Dezembro de 1917).

O regime Democrático, no qual Afonso Costa era a vedeta principal , terminou com a revolução do Major Sidónio Pais (Dezembro de 1917), que estabeleceu a"Nova Republica" de tendência à direita, que foi suportada ao principio pelos Unionistas.





Na sua retirada em (Março 1918), o novo Partido Nacional Republicano tomou o controlo.. O regime presidencialista de Sidónio Pais terminou brutalmente com o seu assassinato em Dezembro de 1918, e depois de uma presidência provisional do Almirante João do Canto e Castro, o poder voltou gradualmente para os Democratas.

Nota - O Doutor Sidónio Pais foi professor catedrático de matemática na Universidade de Coimbra e foi o primeiro presidente da República Portuguesa a ser eleito por sufrágio universal.



1ª Guerra Mundial ( 1914 - 1918 )


Durante este período, com o começo da 1ª Guerra Mundial, Portugal proclamou a sua adesão à sua aliança com a Inglaterra (7 de Agosto de 1914) e pediu para entrar nas operações militares contra a Alemanha.

Em 17 de Setembro partiu uma primeira expedição para reforçar as colónias em África, que lutaram no noroeste de Moçambique, na fronteira com o Tanganica, e no sudoeste de África, na fronteira com a África Sul-ocidental alemã.

Em Fevereiro de 1916 Portugal apresou os barcos alemães que estavam nos seus portos , e a Alemanha declarou-lhe guerra ( 9 de Março ). Um submarino alemão bombardeia a cidade do Funchal na ilha da Madeira em Dezembro de 1916, o que causou grande emoção em Lisboa.




Uma expedição portuguesa partiu para a frente ocidental em 1917, sob o comando do General Tamagnini de Abreu; em 9 de Abril de 1918, ficaram debaixo de forte ataque alemão na batalha de La Lyz. Pelo tratado de Versalhes (1919) Portugal recebeu 0,75 porcento das indemnizações pagas pelos alemães e o Quionga área de Moçambique capturada pelas forças portuguesas na África Oriental.



O total de efectivos portugueses enviados para a França, entre 1917 e 1918, foi de 55.083. Tivemos 2.086 mortos e 5.524 feridos, o custo do baptismo de fogo, que o governo da República insistiu dar a Portugal para defender o seu Império Colonial.



Foi nesta guerra ( 1917) que pela primeira vez, a aviação do " United States Marine Corps" utilizaram uma base na ilha dos Açores para missões de bombardeio de alvos inimigos e abastecimento das tropas aliadas.


Um avião NC-4 da U.S. Navy no porto de Lisboa, em 27 de Maio de 1919. Tinha completado a primeira travessia aérea do Atlântico. Biplanos deste tipo foram utilizados nos Açores para a luta anti-submarina.




Os "US Marine Corps" nos Açores - A Patrulha Anti-Submarina nos Açores
Em Janeiro de 1918, a "1st Marine Aeronautic Company" embarcou em Filadélfia para os Açores, para começar as operações de luta anti-submarina, como Base Naval 13., A unidade era comandada pelo então capitão Francis T. Evans. A unidade tinha 12 oficiais e 133 sargentos e praças. Tinham como equipamento inicial 10 Curtiss R-6s e dois N-9s.T. Mais tarde a companhia recebeu mais seis Curtiss HS-2Ls que melhoraram muito a sua intervenção.

Durante 1918, a companhia Aeronáutica operou na sua base em Ponta Delgada na ilha de São Miguel., Fazia patrulhas aéreas regulares para cortar aos submarinos inimigos o acesso fácil às rotas dos "convoy" de barcos aliados e qualquer outro tipo da actividade nos Açores.

As suas actividade não forjaram grandes heróis, mas a " First Aeronautic Company" foi a primeira unidade da aviação americana a desempenhar uma missão militar especifica..

As Aparições de Fátima - Ver Hist.Portugal de V.Serrão)



Santuário de Fátima

Desde 13 de Maio de 1917 que se criara o sentimento popular de que Nossa Senhora de Fátima, depois da festividade da Ascensão, aparecera a três jovens pastores em cima de uma azinheira no lugar da Cova Iria, perto de Fátima.

Numa linguagem serena, ter-lhes-ia anunciado uma nova aparição para ajudar a remir os pecados do mundo.
 
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Assassinato do Almirante Machado Santos

António José de Almeida terminou a sua presidência (5 de Outubro de 1919 a 5 de Outubro de 1923), mas, reinava a confusão económica, os ministérios sucediam-se uns após outros em rápida sucessão.

Na violência de 1921, o fundador da republica, Machado Santos, e muitos outros foram assassinados. o Partido Democrático, liderado por António Maria da Silva, governou por 28 meses, mas caiu em Novembro de 1923 e foi seguido por ministérios de curta vida.


Esta violência ocorreu a 19 de Outubro de 1921, apenas 11 anos após a implantação da República, quando, na sequência da demissão do governo presidido por Liberato Damião Ribeiro Pinto, o protector da Guarda Nacional Republicana, então a guarda pretoriana do regime, e a sua posterior condenação a um ano de detenção (confirmada a 10 de Setembro de 1921 pelo Conselho Superior de Disciplina do Exército), um conjunto de militares ligados àquela força policial, a que se juntaram militares do Exército e da Armada, se sublevou.
A sublevação desembocou na chamada Noite Sangrenta, o assassinato por um grupo de marinheiros e arsenalistas sublevados de algumas das principais figuras da República. O coronel Manuel Maria Coelho era o chefe da sublevação. Acompanhavam-no Camilo de Oliveira e Cortês dos Santos, oficiais da Guarda Nacional Republicana, e o capitão-de-fragata Procópio de Freitas.

Sem possibilidade de resistência, o governo presidido por António Granjo apresentou a sua demissão a António José de Almeida, tendo Granjo procurado refúgio em casa de Francisco Pinto da Cunha Leal, o líder do ala esquerda do republicanismo e próximo da liderança do movimento revolucionário. Descoberto, foi levado ao Arsenal da Marinha, o centro revolucionário, e abatido a tiro. O mesmo aconteceu a diversas outras figuras gradas da política republicana, incluindo o almirante Machado Santos, o comandante José Carlos da Maia e o coronel Botelho de Vasconcelos, todos raptados por uma camioneta fantasma que percorreu Lisboa naquela noite.



Em 1925 os Democratas ganharam uma clara maioria. O presidente Manuel Teixeira Gomes (1923-1925) foi sucedido por Bernardino Machado. Uma revolta militar de 2 de Fevereiro, foi controlada pelo governo.

A revolução de 28 de Maio de 1926

Mas em 28 de Maio de 1926 uma revolução com maior fortuna rebentou em Braga. Bernardino Machado foi deposto, e foi formado um governo militar provisional, pelo Comandante José Mendes Cabeçadas e General Manuel de Oliveira Gomes da Costa.

Durante os dezasseis anos do regime parlamentar republicano, entre 1910 e 1916, Portugal teve quarenta e cinco governos. Portugal era conhecido internacionalmente pelo "pequeno México". O crescimento dos défices fiscais levou o país a uma super-inflação ( o custo de vida em 1926 era trinta vezes o de 1914 )e a uma moratória no pagamento da dívida externa.

Esta foi a principal razão da revolução do 28 de Maio e à instalação posterior de Oliveira Salazar por 40 anos !



A Revolução de 28 de Maio de 1926, Golpe de 28 de Maio de 1926 ou Movimento do 28 de Maio, também conhecido por Revolução Nacional, foi um pronunciamento militar de cariz nacionalista e anti-parlamentar que pôs termo à Primeira República Portuguesa, levando à implantação da auto-denominada Ditadura Nacional, depois transformada, após a aprovação da Constituição de 1933, em Estado Novo, regime que se manteve no poder em Portugal até à Revolução dos Cravos de 25 de Abril de 1974.
A revolução começou em Braga, comandada pelo general Gomes da Costa, sendo seguida de imediato em outras cidades como Porto, Lisboa, Évora, Coimbra e Santarém. Consumado o triunfo do movimento, a 6 de Junho de 1926, na Avenida da Liberdade, em Lisboa, Gomes da Costa desfila à frente de 15 mil homens, sendo aclamado pelo povo da capital.




Marechal Carmona

A Ditadura Militar

2ª República. O "Estado Novo".

O governo provisional durou muito pouco tempo ( até 9 de Julho de 1926) tomado agora pelo general ( mais tarde Marechal) António Óscar de Fragoso Carmona, que favoreceu vastas mudanças. Foi eleito presidente em Março de 1928 e reeleito até à sua morte em Abril de 1951.

Os dirigentes militares tentaram solucionar a crise financeira com um empréstimo pedido à Liga das Nações, mas as condições impostas por esta incluíam uma supervisão fiscal, que foram rejeitadas, e Carmona chamou António de Oliveira Salazar para Ministro das Finanças com poderes totais para controlar os gastos do Governo.

A Figura de Salazar



António de Oliveira Salazar, professor de economia na Universidade de Coimbra, controlou os gastos do governo de 1928 a 1948, com orçamentos com saldo positivo ( a marca do regime) e devotou-se a proceder a planos de desenvolvimento.

Tornando-se primeiro ministro em 1932, promulgou a nova constituição de 1933; como ministro das Colónias preparou o Acto Colonial, assimilando a administração dos territórios no ultramar ao seu sistema.

O direito de voto só foi concedido às mulheres em 1931desde que tivessem um grau universitário ou com o secundário concluído. Os homens podiam votar desde que soubessem ler e escrever.

No entanto já em 1910, aproveitando-se da omissão legal sobre o sexo do chefe de família, Carolina Beatriz Ângelo - médica, viúva e mãe de duas crianças faz prevalecer a sua condição de chefe de família para depositar o seu voto nas eleições para a Assembleia Constitucional.

Em consequência, a lei foi modificada de forma a estabelecer claramente que só os homens podem exercer o direito de voto.



Como ministro dos negócios estrangeiros 1936-1947), guiou Portugal durante as dificuldades causadas pela Guerra Civil Espanhola e a 2ª Guerra Mundial. Manteve a neutralidade até a Inglaterra invocar a aliança Anglo-Portuguesa para obter bases nos Açores.

No entanto - facto muito pouco divulgado - já na 1ª Guerra Mundial a aviação do " United States Marine Corps" tinha utilizado uma base na ilha dos Açores ( Naval Base 13 ) para missões de bombardeio aos submarinos alemães e proteger o abastecimento das tropas aliadas.



Portugal na 2ª Guerra mundial

O papel de Portugal na 2ª Guerra Mundial foi apenas passivo, e felizmente, pois manteve-se neutral nesse conflito. Na Europa, só Portugal, Irlanda do Norte, Suécia, Suiça e Espanha se mantiveram neutrais.

Oliveira Salazar assumira a pasta dos negócios estrangeiros desde a Guerra Civil Espanhola. Com a Segunda Guerra Mundial o imperativo do governo de Salazar é manter a neutralidade. Próximo ideologicamente do Eixo, o regime português escuda-se nisso e também na aliança com a Inglaterra para manter uma política de neutralidade. Esta assentava num esforço de não afrontamento a qualquer dos lados em beligerância.
Primeiramente, uma intensa actividade diplomática junto de Franco tenta evitar que a Espanha se alie à Alemanha e à Itália (caso em que previsivelmente os países do Eixo com a Espanha olhariam a ocupação de Portugal como meio de controlar o Atlântico e fechar o Mediterrâneo, o que desviaria o teatro da guerra para a Península Ibérica).

Com a Espanha fora da guerra, a estratégia de neutralidade é um imperativo da diplomacia por forma a não provocar a hostilidade nos beligerantes e Salazar não tolerou desvios dos diplomatas que arriscassem a sua política externa. Quando o cônsul português, Aristides de Sousa Mendes, em Bordéus concedeu vistos em grande quantidade a judeus em fuga aos nazis, ignorando instruções do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Salazar foi implacável com ele e demitiu-o.


Sofremos um duro racionamento, "blackout" nas luzes das cidades principais, papéis colocados nas janelas das casas para evitar os efeitos dos estilhaços dos vidros em caso de bombardeamento, mas não houve problemas de maior.


Timor

No entanto, ainda que Portugal fosse um país neutral, forças aliadas australianas e holandesas ( 1941 ) e forças Japonesas ( 1942 ) desembarcaram em Timor que passou a ser cenário de uma luta entre ambas as forças opostas.

Segundo informações obtidas, a ocupação japonesa foi particularmente brutal e a sua política impiedosa, no que respeita à distribuição de alimentos provocando a fome que assolou o território, causando cerca de 40.000 mortos. ( Veja-se o Drama de Timor pelo Prof. Adriano Moreira ). Mesmo assim as relações diplomáticas entre Portugal e Japão mantiveram-se intactas.

Os japoneses também meio ocuparam e administraram Macau, quando da sua invasão e ocupação da China, mas ao contrário do comportamento brutal que utilizaram em Hong-Kong, utilizaram o território apenas para lugar de prazer, de jogo e descanso para as suas tropas.



Como já se disse, os americanos ocuparam a ilha dos Açores, para cortarem as bases de apoio aos submarinos alemães, depois transformada em Base Aérea, que Portugal cedeu...aos aliados, ao abrigo da sua antiga aliança com a Inglaterra.

Vendemos tungsténio e alimentos a uns e outros, Lisboa foi famosa como local de espionagem, chegaram milhares de refugiados, e parece que Portugal foi palco de grandes tráfegos de ouro nazi, cujas histórias se começam agora a conhecer pela divulgação pública, em Washington , de antigos documentos secretos, que só agora passaram a ser do domínio público.


Morte de Carmona

Com a morte de Carmona (18 de Abril de 1958). Salazar assumiu os atributos da presidência, até à eleição do General Francisco Craveiro Lopes. Este não foi reeleito em em 1958, mas sucedeu-lhe o Contra-Almirante Américo de Deus Tomás, eleito por uma larga maioria numa eleição onde foi favorecido.



O Estado Novo de Salazar era constituído por uma Assembleia Nacional, com deputados eleitos de quatro em quatro anos que agia como um bloco e que se reunia pelo menos três meses por ano, e por uma Câmara Corporativa. Todos os lugares na Assembleia eram dos apoiantes do governo. A Câmara Corporativa não funcionou até serem formados os sindicatos de trabalhadores e patrões (estes grémios). Faziam-se contractos colectivos de trabalho sob a supervisão do governo.

Orientado por planos de desenvolvimento (planos de Fomento), procedeu-se à electrificação, florestação e industrialização. Logo a seguir a II Guerra Mundial, reequiparam-se os caminhos de ferro, melhoraram-se as estradas, e criou-se uma linha área nacional. Introduziu-se a produção de aço, assim como a montagem de veículos automóveis e a reparação de navios-tanques (petroleiros). As economias de Angola e Moçambique foram integradas.

A determinação do governo Indiano de anexar a Índia Portuguesa piorou as relações diplomáticas (Agosto de 1955) e a invasão em massa das possessões Portuguesas por resistentes passivos indianos. Portugal efectivamente perdeu Dadrá e Nagar Haveli para a Índia ( apesar da Corte Internacional de Justiça em Abril de 1960, ter dado razão a Portugal), e em 19 de Dezembro de 1961, a Índia tomou Goa, Damão e Diu.

Salazar tinha dito que a descolonização não fazia parte do seu plano para Portugal, e quando Angola foi cena de distúrbios, nos quais se perdeu um certo número de vidas, reforçou as tropas nos territórios Africanos ( tal como se tinha feito em 17 de Setembro de 1914), e tomou a pasta de Ministro da Defesa. Em 1964 houve um recrudescência nos movimentos para a independência.


Os ventos da História

( História de Portugal - A.H. de Oliveira Marques )


Depois da segunda Guerra Mundial, o despertar do continente africano e a generalização dos movimentos de independência exerceram o seu impacte também nas colónias portuguesas. Tanto em África como na Metrópole surgiram vários grupos, mais ou menos clandestinos, de unidade africana. Na década de Cinquenta, alguns estudantes negros e mulatos das universidades de Lisboa gritaram aos poucos um plano de independência num enquadramento africano. Perseguidos pela polícia, tiveram de sair de Portugal e de buscar refúgio no exílio.

O seu movimento era sobretudo intelectual, e escassos os contactos com as populações indígenas. Mergulhada numa vida tribal, primitiva, a esmagadora maioria dos africanos não tinha condições para reagir a activistas intelectuais nem podia compreender os seus objectivos. Mau grado as expressões enfáticas dos defensores da independência, havia pouca consciência nacional em torno de conceitos como Angola ou Moçambique, criações artificiais de finais do século XIX.

Os povos da África portuguesa, divididos por diferenciações tribais e linguísticas , dificilmente poderiam ir além dos seus horizontes agrícola - pecuários de cunho local. Uma maneira possível de promover rebeliões entre eles seria fomentar ódios racistas ( de negro contra branco ) ou explorar descontentamentos contra violências físicas por parte dos colonos. Outra possibilidade mais remota estava na junção de forças com os movimentos anti-salazaristas, no fito de desencadear uma revolução geral contra o colonialismo.

Esta hipótese parece ter sido aceite por alguns grupos oposicionistas portugueses - sobretudo entre os exilados - embora se pergunte até que ponto esses grupos aceitariam a aliança para além de uma mera estratégia política que derrubasse o Estado Novo.

Guiné

Os movimentos em S. Tomé começaram depois dos massacres de Batepá, em que exército e colonos mataram centenas de nativos.

Na Guiné em 1959 depois das reivindicações salariais de marinheiros e estivadores em Bissau, reprimidas pela polícia de que resultaram mortos e feridos.
Em Angola. em Fevereiro de 1961 algumas centenas de filiados no M.P.L.A., passavam ao ataque armado de prisões, quartéis e a estação emissora de Luanda. Em Março de 1961, tribos do norte de Angola com o auxílio ou instigação de congoleses, massacrando selvaticamente centenas de colonos e suas famílias.


Toda esta situação levou à repressão violenta por parte das autoridades e dos próprios colonos, apoiados por elas, aliás com o auxílio de não pouco indígenas.

Difundiram-se amplamente relatórios das atrocidades que se diziam cometidas pelos Portugueses. O caso português atraiu a atenção mundial.

Contudo, os insurgentes, como as nações estrangeiras em geral e outros muitos dentro do País, subestimaram a tenacidade do Governo e a capacidade da própria Nação en tentar resolver o problema por via militar e também por outros meios


Mau grado um acordo táctico entre o MPLA e a FNLA em 1972, é possível dizer-se que Angola se achava próximo de pacificada por ocasião do 25 de Abril e que Portugal dominava praticamente todo o território da colónia.

.

Em Moçambique, um incidente catalizador, o chamado massacre de Mueda em 1960, que foi uma repressão contra os que protestavam contra as cooperativas que o governo colonial procurava impor. Essa repressão foi violenta, e segundo fontes dificilmente controláveis, teria causado centenas de mortos entre os trabalhadores contestatários.

Em 1974, perto de 80.000 soldados portugueses brancos actuavam nos três territórios. Além deles, havia que contar com, pelo menos, outros tantos soldados negros. Eram no entanto, raras as confrontações abertas, e a maioria dos militares regressava à Pátria sem nunca ter visto nem ouvido o inimigo. O resultado traduzia-se no seu número relativamente pequeno de baixas de morte, avultando, em contrapartida, as baixas por desastre e os feridos.

No golfo da Guiné, as formas armadas da recém-criada República do Dahomey, expulsaram os poucos residentes portugueses da fortaleza de S. João Baptista de Ajudá, depois do gesto romântico do seu comandante, que deitou fogo ao edifício antes de se render ( 1961 ).

Na Índia, em 1954, os dois pequenos enclaves de Dadrá e Nagar-Avely foram permanentemente ocupados pelos indianos. Em Dezembro de 1961, tropas indianas invadiram Goa, Damão e Diu. Completamente submergidos por forças várias vezes superiores às suas, os Portugueses ofereceram apenas uma resistência simbólica, acabando o governador Vassalo e Silva ( depois condenado e banido do exército , em Lisboa ) por ordenar uma rendição geral.



Vista da cidade de Macau,

Em Macau, a oposição entre a ideologia oficial portuguesa e a ideologia marxista chinesa levou à intervenção da China e à sua quase ocupação da cidade. Na década de sessenta, a propaganda maoísta inundou a pequena colónia.

Quando as autoridades procuraram resistir e obstar ao facto, a China fomentou um levantamento popular ( 1966 ), que obrigou o governo local e o governo de Lisboa a submeterem-se a todas as exigências chinesas.

Macau passou a ser, em grande parte, controlada pela China



A entrada de Marcelo Caetano

Em Setembro de 1968 Salazar ficou incapacitado por uma queda e morreu em 27 de Julho de 1970. Devido a esse acidente, o Presidente Américo Tomás convidou Marcelo Caetano, um dos arquitectos do Estado Novo, para formar um governo. Caetano empenhou-se em continuar mas também para a "evolução", que incluía admitir a oposição para a Assembleia Nacional e suavizar os mecanismos de controlo económico em favor de um expansionismo.

Sob o Terceiro Plano de Desenvolvimento ( Fomento), fizeram-se vários empreendimentos mas a crise económica geral levou à inflação, à emigração do campo para as cidades e para outras partes da Europa. A liberalização moderada de Caetano dividiu aqueles que o apoiavam e estimulou a oposição Socialista e Comunista.
 
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3ª RepÚblica - Portugal Depois De 1974

A revolução dos Capitães

Em 25 de Abril de 1974, Tomás e Caetano foram demitidos por um golpe militar, que se tornou conhecido como a Revolução dos Capitães devido a ter sido levada por um grupo de cerca de 200 capitães no serviço activo que estavam descontentes com a longas guerras que se estavam levando para manter o controlo das colónias Africanas.

Estes capitães constituíam o Movimento das Forças Armadas, ou MFA, liderados pelos chefes de estado maior, Francisco da Costa Gomes e Spínola. O último tornou-se mais tarde o chefe do comando da junta. Aboliram-se as instituições do Estado Novo, e o MFA dominado por marxistas, obteve o controlo da imprensa, rádio, e educação. Então, o até esta altura, pequeno Partido Comunista Português. tomou controlo da organizações de trabalho e tomou possessão de terras , especialmente no Alentejo.


Purgaram-se os serviços das forças armadas e civis, e Spínola foi retirado do lugar e substituído por Costa Gomes, que indicou o Coronel Vasco Gonçalves para formar um governo, apoiado pela ala Marxista do MFA.. As eleições para a assembleia constituinte (Abril) mostraram que este regime tinha pouco apoio, mas Gonçalves continuou a tentar impor o programa Marxista.

Garantiu-se a independência à Guiné Portuguesa ( como Guiné-Bissau) quase imediatamente a seguir à revolução, e em 1975 Angola e Moçambique tornaram-se estados soberanos, assim como o fizeram os outros territórios Portugueses na África.



Assim terminava o envolvimento colonial de Portugal no continente africano, e que tinha começado em 1415.

Em Angola, os marxistas, recebendo substancial ajuda militar de Cuba, tomaram conta do governo. Das antigas colónias de Portugal em África, regressaram a Portugal cerca de um milhão de pessoas, adicionando o problema dos refugiados à séria crise política e económica.

Em Abril de 1976 um governo de transição sob o controlo do Almirante José Pinheiro de Azevedo convocou eleições gerais, nas quais os resultados foram os seguintes:

Socialistas 107 lugares,
Popular Democrata 73 lugares
Partido Social Democrata do Centro (conservador) 41 lugares
Partido Comunista 40 lugares.

Assim o povo Português rejeitava decididamente os comunistas e o líder dos Socialistas, Mário Soares, formava um governo de minoria. O General António Ramalho Eanes, chefe do estado maior (desde Novembro de 1975, depois de ter evitado uma revolução da ala esquerda das forças armadas) foi eleito presidente da Republica com 61,5 % dos votos válidos em Junho de 1976.




Gen. Ramalho Eanes

Governando sem uma maioria, e rejeitando uma coalizão, Soares foi demitido em Julho de 1978. O presidente Eanes tentou promover um governo de técnicos, mas este durou menos de um mês, e em Outubro um professor de direito, Carlos Alberto de Mota Pinto, tornou-se primeiro ministro.

Depois da eleição de Abril de 1976 houve um rápido retorno à ordem, mas os problemas económicos continuaram sérios. Os Comunistas entrincheiravam-se na sua única organização de trabalhadores (Intersindical) e opunham-se a toda a legislação para devolver as terras de agricultura tomadas ilegalmente e para definir o papel dos trabalhadores na indústria.

O país tinha um enorme défice comercial, os preços aumentavam 30 % por ano, e a percentagem de desempregados era alta. Em 1977 o governo foi forçado pelo Fundo Monetário Internacional a aceitar um plano de austeridade para poder ficar elegível a empréstimos adicionais dos Estados Unidos, da Europa ocidental, e do Japão.

No preâmbulo da Nova Constituição Portuguesa pode ler-se "...A 25 de Abril de 1974. o Movimento das Forças Armadas, coroando a longa resistência do povo ( povo devia estar com P grande ) português e interpretando os seus sentimentos profundos, derrubou o sistema fascista".

Mas o que é um sistema fascista ?

Pedro I, João II, Pombal, ou Salazar seriam fascistas ? Ou colocariam o interesse do Pais acima dos interesses de alguns ou de alguns grupos ?



Dr. Mário Soares


Comentário ( Condensado de Portugal - A Country Study )

A experiência democrática portuguesa antes da Revolução de 1974 nunca foi particularmente êxitosa. A sua primeira República durou só dezasseis anos de 1910 a 1926. Teve 45 governos diferentes e revoltas sem conta. O anti-clericismo oficial e a falta de habilidade da República para as suas relações com a Igreja Católica, precipitaram a sua queda. As suas instituições parlamentares actuaram desastradamente e ficaram rapidamente desacreditadas.

Corrupção e péssimas administrações económicas foram a sua característica principal. Quando o golpe militar terminou com a 1ª república em 1926, poucos lamentaram o seu fim. A revolução militar, para salvar a crise económica em que Portugal se encontrava mergulhado, teve que ir buscar Salazar a Coimbra e deu origem ao estado Novo e à ditadura de Oliveira Salazar.

Em 1974, o grande problema da revolução dos cravos em Portugal, foi a forma como fez a transição da ditadura para a democracia, com as suas nacionalizações e alterações económicas feitas à pressa em "nome dos interesses" do povo, mas que só pretendiam servir uma ideologia marxista ou semi-marxista que já estava moribunda na sua pátria de origem.

A Espanha teve a mesma transição de ditadura para democracia que ocorreu em 1975, somente um ano depois da revolução portuguesa, mas em moldes totalmente diferentes. Aprenderam com os erros lusitanos e tiveram o cuidado de evitar destruir a sua estrutura económica já existente.

Para melhor apreciar as diferenças , veja-se:



Em consequência os juros aumentaram rapidamente, o preços da água, electricidade, telefones e transportes públicos também foram aumentados, e os empreendimentos estritamente controlados.

Em Junho de 1983 chegou ao poder uma coalizão entre o Partido Socialista (PS) e o Partido Social Democrata (PSD), sobrevivendo à crise de Março de 1984, quando o congresso do PSD votou permanecer na coalizão. Carlos Mota Pinto presidente do PSD teve 55% desses votos. O líder da facção opositora foi João Mota Amaral, presidente da assembleia regional dos Açores que recebeu apoio do ex-Primeiro Ministro Francisco Balsemão.

Contudo, muitos elementos do PSD continuavam a opor-se à aliança com o PS, e o controlo de Mota Pinto sobre o partido era muito fraco, porque os seus apoiantes não formavam maioria dentro do conselho nacional do PSD. Marcelo Ribeiro de Sousa, líder da pequena mas influente, ala direita do partido, era um dos maiores oponentes dessa coalizão.

No mesmo congresso, Mota Pinto introduziu com sucesso, emendas limitando o poder do secretário geral do partido, António Capucho que saiu do governo. Na crise seguinte de Junho, Mota Pinto teve também que demitir-se devido a desentendimentos e à crise económica.

O novo primeiro ministro Mário Soares teve que enfrentar forte pressão da extrema esquerda devido ao aumento do custo de vida, mas desafiou os seus adversários a propor uma melhor alternativa, pedindo uma moção de confiança na Assembleia, que lhe foi dada em 7 de Junho.

A queda da coalizão tinha causado grandes atrasos nas reformas económicas. As medidas de austeridade introduzidas nos fins de 1983, tinham ganho a confiança dos bancos internacionais, mas também tinham afectado os trabalhadores do país , com baixos salários .

A 2ª volta das eleições para a Presidência da Republica em 16 de Fevereiro de 1986 ( a primeira volta foi em Janeiro), levou Mário Soares à presidência com 51,3 % dos votos.



Eleições Parlamentares de 1979

Socialistas 74 lugares,
Popular Democrata 128 lugares
Partido Social Democrata do Centro (conservador) 4 lugares
Partido Comunista 47 lugares.



Prof. Cavaco Silva

Na cerimónia de investimento do Presidente, o Primeiro Ministro Aníbal Cavaco Silva, líder do governo de minoria do Partido Social Democrata (PSD), que tinha chegado ao poder nas eleições de Outubro de 1985, disse que evitaria conflitos com o presidente, e Soares por seu lado afirmou o seu apoio aos partidos que tivessem uma maioria na Assembleia.

Portugal tornou-se membro da União Europeia em 1 de Janeiro de 1986. Em 1986 o orçamento deficitário chegava a 11,8 % do produto bruto doméstico, comparado com o número oficial era de só 7 % para 1991. O aumento contínuo do deficit foi explicado pela necessidade de pagamentos da dívida pública de 2,5 biliões de escudos.



Eleições Parlamentares de 1987

Socialistas 60 lugares,
Popular Democrata 148 lugares
Partido Social Democrata do Centro (conservador) 4 lugares
Partido Comunista 31 lugares
PRD 7 lugares

Conflitos entre o governo central e os Açores levaram a autonomia regional em 1976. Em Setembro desse ano, Soares vetou a decisão do governo autónomo dos Açores de querer dar o mesmo estatuto de honras militares à bandeira dos Açores que à de Portugal.

Em 16 de Fevereiro de 1986 Mário Soares vence a 2ª volta das eleições presidenciais com 51,27 % de Votos.

Também em 19 de Março de 1987 houve um acordo entre Portugal e a China para a entrega de Macau que acabou por ser entregue à China em 20 de Dezembro de 1999, sendo o primeiro governador chinês Edmund Ho.

O - PSD - Partido Social Democrata ganhou as eleições de Julho de 1987 com 50,2 % de votos e Outubro de 1991com 50,6 % de votos, ficando portanto com maioria absoluta nas duas eleições, e Aníbal Cavaco Silva ocupou o cargo de Primeiro Ministro desde 1987 a 1995.

Também em Julho de 1987 nas primeiras eleições para o Parlamento Europeu o PSD obteve 10 mandados, o PS 6 mandados, o CDU 3 mandados, o PRD 1 mandado e o CDS 1 mandado.

Nas eleições presidenciais de 13 de Janeiro de 1991, Mário Soares é reeleito Presidente da República com 70,4 % de votos.




Eleições Parlamentares de 1991

Socialistas 72 lugares,
Popular Democrata 135 lugares
Partido Social Democrata do Centro (conservador) 5 lugares
Partido Comunista 17 lugares


Eng.º Guterres




Eleições legislativas de 1 de Outubro de 1995

PS - 44,00 % - 112 Deputados

PSD - 34,00 % - 88 Deputados

CDU ( PCP e PEV ) - 9 % - 15 Deputados

CDS-PP - 8,6 % - 15 Deputados

Em 1995 o Eng. António Guterres consegue a sua grande vitória eleitoral, pondo fim a 10 anos de governação de Cavaco Silva, e chegando ao poder numa eleição em que teve como principal adversário Fernando Nogueira.

Começa aqui a sua caminhada de seis anos à frente do Governo, que irá terminar na noite de 16 de Dezembro de 2001, ao demitir-se após a derrota eleitoral do PS nas eleições autárquicas, decisão que justificou com a necessidade de evitar que o país, "num momento de crise internacional" caísse num "pântano político".

Em 24 de Maio de 2005, António Guterres é eleito para o cargo de alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR )



Dr. Jorge Sampaio




Nas eleições legislativas de 10 de Outubro de 1999, os resultados foram os seguintes:

PS - 44,06 % - 115 Deputados

PSD - 32,32 % - 81 Deputados

CDU ( PCP e PEV ) - 8,9 % - 17 Deputados

CDS-PP - 8,34 % - 15 Deputados

BE - 2,44 % - 2 deputados

A caminhada de seis anos do Eng. António Guterres à frente do Governo, terminou na noite de 16 de Dezembro de 2001, ao demitir-se após a derrota eleitoral do PS nas eleições autárquicas.


Dr. Durão Barroso




Nas eleições legislativas de 17 de Março de 2002, os resultados foram os seguintes:

PSD - 40,15 % - 102 Deputados

PS - 37,84 % - 95 Deputados

CDS-PP - 8,75 % - 14 Deputados

CDU ( PCP e PEV ) - 6,97 % - 12 Deputados

BE - 2,75 % - 3 Deputados

O Dr. Durão Barroso é nomeado primeiro ministro. A 29 de Junho de 2004, Durão Barroso anunciou a sua demissão, para assumir o cargo de presidente da Comissã0 Europeia.

O Dr. Santana Lopes é nomeado primeiro ministro pelo presidente da República.


Dr. Santana Lopes



Dr. José Manuel Durão Barroso Presidente da Comissão Europeia

O ex Primeiro Ministro português, José Manuel Durão Barroso foi eleito Presidente da Comissão Europeia pela maioria dos membros do Parlamento Europeu. O mais alto cargo internacional exercido até hoje, por qualquer cidadão português.

Depois do Parlamento Europeu aprovar a sua nomeação, Barroso anunciou que quer apresentar a sua nova equipa na semana de 23 de Agosto. Os Comissários seleccionados serão ‘entrevistados’ pelo Parlamento Europeu de maneira a serem oficialmente aprovados. É presidente desde Novembro de 2004.



Eng. José Sócrates


O presidente da República dissolve o Parlamento e convoca novas eleições legislativas para 20 de Fevereiro de 2005

PS - 45,05 % - 120 Deputados

PSD - 28,7 % - 72 Deputados

CDU ( PCP e PEV ) - 7,56 % - 14 Deputados

CDS-PP - 7,26 % - 12 Deputados

BE - 6,38 % - 8 Deputados

Nessas eleições o Partido Socialista obteve a maioria parlamentar e o Eng. José Sócrates foi nomeado primeiro Ministro.


Prof. Cavaco Silva



Eleições Presidenciais de 2006


22 de Janeiro de 2006, Eleições Presidenciais. O Prof. Aníbal Cavaco Silva é eleito novo Presidente da Republica.
O Tribunal Constitucional anunciou os resultados oficiais das eleições presidenciais de 22 de Janeiro de 2006. O total de eleitores inscritos foi de 8 830 706 O total de votantes foi de 5 529 117 ( 62,61% ). A vitória foi de Cavaco Silva, com 2.773.431 votos (50,59 por cento dos votantes ). Resultados finais:


Cavaco Silva 50,59%
Manuel Alegre 20,27%
Mário Soares 14,34%
Jerónimo de Sousa 8,59%
Louçã 5,31%
Garcia Pereira 0,44%


Resumo do Sistema Político Português ( Cond. do Centro de Documentação 25 de Abril da U.C. )

A contemporaneidade política portuguesa [definida pela existência de uma lei fundamental (Constituição) em que se baseia o sistema de governo] teve o seu início no séc. XIX, após a Revolução de 1820. As transformações políticas e culturais então ocorridas possibilitaram a instauração em Portugal de uma Monarquia Constitucional.

Uma nova revolução, ocorrida em 1910, pôs fim ao regime monárquico. A proclamação da República, a 5 de Outubro, procura levar até às últimas consequências os princípios democráticos herdados do século anterior, substituindo no cume da pirâmide política um Rei hereditário por um Presidente eleito pelos cidadãos.

Em 28 de Maio de 1926, um golpe de estado militar de características ideológicas pouco definidas irá, porém, instaurar em Portugal uma ditadura. Na sua sequência, em 1933, uma nova Constituição marca o início do Estado Novo, regime autoritário que governará os portugueses até meados da década de 70.

A restauração da Democracia só virá a ter lugar quando, a 25 de Abril de 1974, outro golpe de estado militar põe fim à arbitrariedade que tinha caracterizado a ordem política deposta. As normas constitucionais a seguir promulgadas - expressas na Constituição de 1976 - são as que, basicamente, se encontram ainda em vigor.
 

migel

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A História de Portugal

História de Portugal


A História de Portugal apresenta diversos denominadores comuns entre as nações europeias mais antigas, cujas origens remontam ao início da Idade Média, e que, com este país, se tornaram grandes potências durante a Era dos Descobrimentos, dispondo de um vasto Império. A seguir ao apogeu de Portugal como potência mundial, este país perdeu muito do seu estatuto e reconhecimento, em grande parte devido à política dos reis da dinastia filipina (1580-1640) ao Terramoto de 1755 em Lisboa, à ocupação durante as Guerras Napoleónicas, e à independência do Brasil em 1822 como colónia. Uma revolução em 1910 iria depôr o regime monárquico e, após 16 anos de república parlamentar instável, o país foi governado por um regime ditatorial (Salazarismo) durante 48 anos. Em 1974, a ala política de esquerda liderou o Revolução dos Cravos, procedendo a grandes reformas democráticas. No ano seguinte, Portugal consentia a independência das colónias africanas. Actualmente, Portugal é um dos membros fundadores da NATO e pertence à União Europeia (incialmente designada por Comunidade Económica Europeia) desde 1986

Origem: Wikipédia
 

migel

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Povos ibéricos pré-romanos

Povos ibéricos pré-romanos



Cerca de 10 000 a.C. a Península Ibérica era habitada por povos autóctones que vieram a ser conhecidos como Iberos. Entre eles estão os Tartessos.

Quatro mil anos depois, a região passou a ser habitada por um povo indo-europeu, os Celtas que coexistiram pacificamente com as tribos Iberas até ao ponto de se fundirem, dando origem aos Celtiberos que se subdividiram em vários povos, como os Lusitanos, os Calaicos ou Gallaeci e os Cónios, entre outras menos significativas, tais como os Brácaros, Célticos, Coelernos, Equesos, Gróvios, Interamicos, Leunos, Luancos, Límicos, Narbasos, Nemetatos, Gigurri, Pésures, Quaquernos, Seurbos, Tamagani, Taporos, Zoelas, Turodos. Influências menores foram os Gregos e os Fenícios-Cartagineses (com pequenas feitorias comerciais costeiras semi-permanentes).

Rufio Avieno no seu poema Ode Marítima (século IV d.C.) relata as aventuras de um navegador grego nos finais do século VI a.C., que descreve a existência de várias etnias iberas na costa meridional atlântica que já praticavam a cultura megalítica e seriam, provavelmente, os responsáveis pelo comércio com o atlântico norte — os Estrímnios e os Cinetes (ou Cónios). A junção das tribos iberas e celtas iria ensinar aos primeiros a cultura agrária, que se juntava à vocação marítima dos nativos. São estes invasores, os celtas, os responsáveis pelos sufixos dunuum e briga em nomes de cidades, como Conímbriga (que viria a dar o nome à cidade de Coimbra), ou Miróbriga (Santiago do Cacém), Caetóbriga (Setúbal) e Lacóbriga (Lagos).
 

migel

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Invasão romana da Península Ibérica


A partir do final do século IV a.C. registra-se a ascensão de uma nova potência no Mediterrâneo Ocidental: a República Romana. A partir de então, durante três séculos, Roma constituiu o seu poderio, inicialmente nos territórios da península Ibérica e, em seguida, pelo Mediterrâneo Oriental e Ocidental, no Norte da África, até alcançar a Europa Central e a do Leste.

A invasão: Cartago vs. Roma
A invasão romana da península Ibérica iniciou-se no contexto da Segunda Guerra Púnica (218-201 a.C.), quando as legiões romanas, sob o comando do cônsul Cneio Cornélio Cipião, para ali se movimentaram taticamente, a fim de atacar pela retaguarda os domínios de Cartago na região.

De fato, a influência cartaginesa na península Ibérica permitia um expressivo reforço, tanto de suprimentos quanto de homens, a Cartago. A estratégia do Senado romano visava, desse modo, a enfraquecer as forças cartaginesas, afastando os seus exércitos da Península Itálica.

O primeiro combate importante entre Cartagineses e Romanos ocorreu em Cissa (218 a.C.), provavelmente próximo a Tarraco, embora os historiadores tenham tentado identificá-la com Guissona, na actual província de Lérida. Os Cartagineses, a mando de Hannon, foram derrotados pelas forças romanas a mando do próprio Cneio Cipião. O caudilho dos Ilergetes, Indíbil, que combatia aliado aos Cartagineses, terá sido então capturado. Não obstante, quando a vitória de Cneio parecia concretizada, acudiu Asdrúbal Barca, com reforços, que dispersaram os romanos sem, no entanto, os derrotar. Assim, as forças opostas regressavam às suas bases militares — os Cartagineses a Cartago Nova (actual Cartagena) e os Romanos a Tarraco — e já só no ano seguinte a frota de Cenio Cipião vence Asdrúbal Barca na boca do rio Ebro. Pouco depois chegaram reforços de Itália dirigidos por Públio Cipião, permitindo o avanço dos Romanos em direcção a Sagunto.

Atribui-se a Cneio e Públio a fortificação de Tarraco e o estabelecimento de um porto militar. A muralha da cidade foi provavelmente construída sobre a anterior muralha ciclópica, já que nela se observam algumas marcas de trabalho da pedra tipicamente ibéricas.

Ainda no ano de 216 a.C. há registo de combates entre Cneio e Públio contra os iberos, provavelmente de tribos a Sul do Ebro, embora sem grandes consequências para Roma. Já no ano seguinte, receberam os Cartagineses reforços, encabeçados por Himilcão, dando-se novo combate nas bocas do Ebro, segundo parece, próximo de Amposta ou Sant Carles, naquela que ficou conhecida como a batalha de Hibera, ou Ibera. Para prejuízo de Cartago, deste confronto saíram os Romanos vencedores.

A rebelião de Sifax em 214 a.C., aliado de Roma, na Numídia (Argel e Orán) obrigaria Asdrúbal a regressar a África com as suas melhores tropas, deixando o caminho livre para a progressão romana. Asdrúbal Barca, já em África, conseguiria o apoio de Gala, um outro rei númida, senhor da região de Constantina e, com a ajuda deste (e do seu filho, Masinisa), conseguindo a derrota de Sifax. Regressou em 211 a.C. à península fazendo-se acompanhar de Masinisa e os seus guerreiros númidas.

Algures entre 214 e 211 a.C., Cneio e Público regressaram ao Ebro. Sabe-se que em 211 a.C. os Cipiões incluíam no seu exército um forte contingente de milhares de mercenários celtiberos. Estes actuavam, frequentemente, como soldados de fortuna.

As forças cartaginesas estruturaram-se em três exércitos, comandados respectivamente pelos irmãos Barca (Asdrúbal e Magão) e ainda por outro Asdrúbal, filho do comandante cartaginês Aníbal Giscão, morto durante a Primeira Guerra Púnica. Do lado oposto, os romanos organizaram-se em três grupos, comandados por Cneio, Públio, e ainda por Tito Fonteio. Asdrúbal Giscão e Magão Barca, apoiados pelo númida Masinisa, conseguem derrotar Públio Cipião, matando-o. Cneio Cipião, em pleno combate a 211 a.C., assiste à deserção dos mercenários celtiberos — a quem Asdrúbal Barca ofereceu uma soma maior daquela paga por Roma — e é obrigado a retirar-se; faleceria durante a retirada, deixando os Cartagineses aptos a atravessar o rio Ebro, que só puderam ser contidos graças à intervenção de Gaio Márcio Séptimo, eleito como general pelas tropas. O cenário destes combates é, porém, incerto, embora sabendo-se que Indíbil combatia novamente do lado dos cartagineses.

No ano seguinte, 210 a.C., é enviada uma expedição dirigida por Cláudio Nerão com vista à captura de Asdrúbal Barca; não obstante, Cláudio traiu a sua palavra e fugiu desonrosamente. O Senado insistiu, e enviou novo exército ao rio Ebro, para conter o avanço das tropas cartaginesas em direcção a Itália. O líder desta nova força foi o célebre Cipião Africano, filho do general homónimo, morto em combate em 211 a.C. Cipião fazia-se acompanhar do pró-consul Marco Silano (que deveria suceder a Cláudio Nerão) e do conselheiro, Caio Lelio, chefe de esquadra. À sua chegada, os exércitos cartagineses encontravam-se instalados da seguinte forma: aquele dirigido por Asdrúbal Barca encontrava-se próximo da nascente do rio Tejo; o exército de Asdrúbal Giscão na região da futura Lusitânia, próximo à actual cidade de Lisboa; o exército de Magão encontrava-se na zona do estreito de Gibraltar. Cipião, aparentemente desprezando a importância da região do Ebro, atacou directamente Cartago Nova por terra e por mar. A capital púnica peninsular, cuja guarnição, insuficiente, era dirigida por outro Magão, foi obrigada a ceder, sendo ocupada pelos Romanos. Rapidamente, retorna Cipião a Tarraco antes que Asdrúbal atingisse as desguarnecidas linhas do Ebro.

Esta operação marcou o início da submissão de grande parte da Hispânia Ulterior. Cipião soube convencer vários caudilhos ibéricos, até então aliados a Cartago, como Edecão (inimizado com Cartago desde que a sua mulher e filhos foram tomados como reféns), Indíbel (pela mesma razão), e Mandónio (declarado inimigo por Asdrúbal Barca).

No Inverno de 209 a 208, Cipião avançou em direcção a Sul, chocando com o exército de Asdrúbal Barca (que, por sua vez, se deslocava para Norte), próximo a Santo Tomé (Jaén), na aldeia de Baecula, onde decorreu a batalha de Baecula. Não obstante Cipião reclamar para si a vitória, que permanece por confirmar, o facto é que Asdrúbal Barca prosseguiu o avanço em direcção ao Norte com a maior parte das suas tropas, atingindo o sopé das montanhas dos Pirenéus. Sabe-se que, desta forma, Asdrúbal cruzou os Pirinéus passando pelo região basca, provavelmente na tentativa de conseguir uma aliança com estes embora, em todo o caso, os bascos não dispusessem de grandes meios de oposição faze à força cartaginesa. Asdrúbal acamparia no Sul da Gália entrando na Itália em 209 a.C.. No ano seguinte Magão transladou as suas tropas para as Baleares e Asdrúbal Giscão manteve-se na Lusitânia.

Em 207 a.C., reorganizados os cartagineses e com novos reforços procedentes da África e dirigos por Hannon, conseguiram recuperar a maior parte do Sul da península. Após a submissão desta zona por Hannon, uniu-se Asdrúbal Giscão na região, e Magão regressou à península. Pouco depois, as forças de Hannon e Magão foram derrotadas pelo exército romano a mando de Marco Silano, de onde resultou a captura de Hannon e a retirada de Giscão e Magão para as principais praças-fortes até receberem novos reforços desde África (206 a.C.). Entretanto recrutaram contingenes de indígenas e confrontaram-se com os Romanos na batalha de Ilipa (na zona da actual Alcalá del Río), na província de Sevilha. Nesta batalha vence Cipião sem sombra de dúvida, obrigando nova retirada de Magão e Asdrúbal para Gades. Cipião tornara-se assim dono de todo o sul peninsular, e pôde cruzar a África onde se encontrou com o rei númida Sifax, que já o havia visitado na Hispânia.

Aproveitando uma convalescença de Cipião, algumas unidades do exército aproveitaram-se para amotinar-se exigindo os salários em atraso; por sua vez, a oportunidade foi aproveitada pelos Ilergetes (a mando de Indíbil) e pelos Ausetanos (a mando de Mandónio) que iniciariam uma rebelião dirigida, sobretudo, aos pró-cônsules L. Lentulo e L. Manlio. Cipião soube conter o motim, colocando um ponto final na revolta dos ibéricos. Mandónio foi preso e executado (205 a.C.), mas Indíbil conseguiu escapar.

Magão e Asdrúbal abandonaram Gades com todos os seus barcos e tropas para acudir a Aníbal, já em Itália. Roma tornava-se assim senhora de todo o Sul da Hispânia, desde os Pirenéus ao Algarve, no seguimento da costa e, para o interior, de Huesca em direcção ao Sul até ao rio Ebro e para Este em direcção ao mar. A partir de então, iniciou-se a administração romana da península, inicialmente com o caráter de ocupação militar, com o fim de manutenção da ordem e de exploração dos recursos naturais das regiões ocupadas, doravante integradas no território controlado pela República. Assim, a porção ocupada ficava desde já dividida em duas províncias: a Citerior, a Norte, e Ulterior, a Sul, com capital em Córdoba. A administração ficava incumbida a dois pretores bianuais que, de resto, nem sempre se cumpria.


A resistência
A derrota dos cartagineses, entretanto, não garantiu a ocupação pacífica da península. A partir de 194 a.C., registraram-se choques com tribos de nativos, denominados genericamente como Lusitanos, conflitos que se estenderam até 138 a.C., denominados por alguns autores como guerra lusitana. A disputa foi mais acesa pelos territórios mais prósperos, notadamente na região da atual Andaluzia.

Nesse contexto, destaca-se um grupo de Lusitanos liderados por Viriato, eleito por aclamação. Esse grupo inflinge várias derrotas às tropas romanas na região da periferia andaluz, vindo a historiografia clássica a torná-lo um mito da resistência peninsular.

Ao se iniciar a fase imperial romana, a pacificação de Augusto também se fez sentir na península Ibérica: a partir de 19 a.C. as suas legiões ocuparam a região norte peninsular, mais inóspita, ocupada por povos cântabros e astures. Com esta ocupação, asseguravam-se as fronteiras naturais e pacificava-se essa região mais atrasada, de modo a que não constituísse ameaça para as populações do vale do rio Ebro e da chamada Meseta, já em plena fase de Romanização.


A romanização
Ver artigo principal: Hispânia.
Na península Ibérica a Romanização ocorreu concomitantemente com a conquista, tendo progredido desde a costa mediterrânica até ao interior e à costa do Oceano Atlântico. Para esse processo de aculturação foram determinantes a expansão do latim e a fundação de inúmeras cidades, tendo como agentes, a princípio, os legionários e os comerciantes.

Os primeiros, ao se miscigenarem com as populações nativas, constituiam famílias, fixando os seus usos e costumes, ao passo que os segundos iam condicionando a vida econômica, em termos de produção e consumo. Embora não se tenha constituído uma sociedade homogênea na península, durante os seis séculos de romanização registraram-se momentos de desenvolvimento mais ou menos acentuado, atenuando, sem dúvida, as diferenças étnicas do primitivo povoamento.

A língua latina acabou por se impor como língua oficial, funcionando como factor de ligação e de comunicação entre os vários povos. As povoações, até aí predominantemente nas montanhas, passaram a surgir nos vales ou planícies, habitando casas de tijolo cobertas com telha. Como exemplo de cidades que surgiram com os Romanos, temos Braga (Bracara Augusta), Beja (Pax Iulia), Conímbriga e Chaves (Aquae Flaviae).

A indústria desenvolveu-se, sobretudo a olaria, as minas, a tecelagem, as pedreiras, o que ajudou a desenvolver também o comércio, surgindo feiras e mercados, com a circulação da moeda e apoiado numa extensa rede viária (as famosas "calçadas romanas", de que ainda há muitos vestígios no presente) que ligava os principais centros de todo o Império.

A influência romana fez-se sentir também na religião e nas manifestações artísticas. Tratou-se, pois, de uma influência profunda, sobretudo a sul, zona primeiramente conquistada. Os principais agentes foram os mercenários que vieram para a Península, os grandes contingentes militares romanos aqui acampados, a acção de alguns chefes militares, a imigração de romanos para a Península, a concessão da cidadania romana.

A divisão administrativa
Finalizado o processo de conquista, a província foi integrada ao Império, dividida administrativamente em três partes:

Tarraconense, a Norte e Nordeste, até aos Pirineus;
Bética, a Sul; e
Lusitânia, com capital em Emerita Augusta (atual Mérida), estendia-se entre os rios Douro e Guadiana.
Registra-se neste período uma etapa de paz e prosperidade econômica, marcada pela construção de cidades e de uma rede de vias, talvez o elemento mais marcante da administração imperial romana. A maioria das cidades na península adquiriu progressivamente a sua autonomia, vindo posteriormente a se constituir em sede de municípios.


Aspectos econômicos
Durante a Romanização da península, a economia de subsistência das primitivas tribos foi paulatinamente substituída por grandes unidades de exporação agrícola em regime intensivo (as villae), produzindo azeite, cereais, vinho e pecuária, ao mesmo tempo em que o primitivo artesanato deu lugar a indústrias especializadas como as da cerâmica e da mineração. A atividade agro-pecuária localizava-se, particularmente, ao Sul do rio Tejo. Também houve desenvolvimento na atividade pesqueira, que por sua vez demandava o desenvolvimento da extração de sal e das atividades de construção naval.

No tocante à exploração mineral, na qual a península era particularmente rica, todas as minas passaram a pertencer ao Senado de Roma, sendo exploradas por escravos. Entre elas destacava-se a região que se estende de Grândola a Alcoutim, de onde era extraído o cobre e a prata.

Para esse desenvolvimento, muito contribuiu a circulação da moeda romana.


Aspectos culturais
Assim como em diversas outras regiões do Império, também foram erguidas na península pontes, teatros, termas, templos, aquedutos e todo o tipo de edifícios públicos e privados, civis e militares.

No campo da religião, registra-se a sobrevivência de divindades primitivas ao lado de divindades romanas, por vezes, também miscigenadas.
 

Candido

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Os meus agradecimentos a "tintinnody Super-Moderador" por este importante trabalho que nos oferece.
Vou ler tudo logo tenha um pouco de tempo.
Vou relembrar e certamente aprender algumas coisas novas.
Abraço gforum
 

migel

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Cronologia da História de Portugal

Cronologia da História de Portugal

Cronologia da Reconquista


Ano(s) Descrição


711-718 Os muçulmanos dão início à invasão árabe da Península Ibérica

718 Pelágio das Astúrias, um nobre visigodo é eleito rei e avança sobre o exército muslim, iniciando a Reconquista Cristã.

750 Os cristãos, sob o comando de Afonso I das Astúrias, ocupam a Galiza que teria sido abandonada pelos berberes.

791-842 Afonso II das Astúrias consolida as conquistas e avança para Sul do Rio Douro.

873-898 Wilfredo, Conde de Barcelona institui um reino cristão com alguma independência dos Francos.

905-926 Sancho I Garces cria o reino Basco, em Navarra.

930-950 Ramiro II de Leão derrota Abd al-Rahman III nas batalhas de Simancas, Osma and Talavera.

950-951 O Conde Fernão Gonçalves cria as fundações para a independência de Castela

981 Ramiro III de Leão é derrotado pelo Almançor na batalha de Rueda e é obrigado a pagar tributo ao Califado de Córdova.

999-1018 Afonso V de Castela reconstrói os reinos.

1000-1033 Sancho III de Navarra subjuga o condado de Aragão, toma a posse do condado de Castela e ameaça Bermudo III de Leão da sua intenção de se tornar imperador, anexando o Reino de Leão. Contudo, após a sua morte, deixa Navarra para o seu filho, Garcia III, Castela para Fernando I e Aragão para Ramiro I

1035-1063 Fernando I de Leão conquista Coimbra e impõe tributo aos mouros de Toledo, Badajoz e Sevilha. Antes da sua morte, divide os territórios entre os filhos: Castela para Sancho II, Leão para Afonso VI de Castela.

1065-1109 Afonso VI unifica ambos os reinos sob o seu ceptro e toma Toledo.

1086 A ameaça cristã alerta os reis de Granada, Sevilha e Badajoz que pedem auxílio aos Almorávidas.

1102 O seguidores de Cid deixam Valência e os muçulmanos ocupam a península até Saragoça.

1118 Afonso I de Aragão conquista Saragoça.

1135 Afonso VII de Leão restaura o prestígio da monarquia leonesa e é proclamado imperador.

1147 Conquista de Lisboa por D.Afonso Henriques aos mouros com a ajuda dos Cruzados.

1151 Os Almóadas, outra dinastia africana, depuseram os Almorávidas e retomaram Almária.

1162 Afonso II, filho de Petronila e Ramon Berenguer IV unificam o reino de Aragão e o condado de Barcelona.

1195 Os Almóadas derrotam os castelhanos na Batalha de Alarcos.

1212 Afonso VIII de Castela, Sancho VII de Navarra, Pedro II de Aragão e Afonso II de Portugal saiem vitoriosos da Batalha de Navas de Tolosa.

1229 Jaime I de Aragão, reconquista Mallorca.

1230 Afonso IX de Leão avança sobre o Guadiana, tomando Mérida e Badajoz, abrindo o caminho para a conquista de Sevilha.

1217-1252 Fernando III de Castela conquista Córdoba, Múrcia, Jaen e Sevilha. Resta Granada, a única província muçulmana.

1252-1284 Afonso X de Castela, o Sábio, continua a Reconquista e é obrigado a enfrentar a revolta 'Mudejar' na Andaluzia e Múrcia. Procura ser elegido como imperador do Sacro Império Romano-Germânico em 1257. Afonso X esboça o Fuero de las Leyes, o predecessor das Sete Partidas.

1284 Assembleia de nobres, prelados e cidadãos depõem Afonso X e passam o poder para o seu filho, Sancho IV de Castela

1309 Fernando IV de Castela toma Gibraltar.

1312-1350 Afonso XI de Castela luta o reino da Granada por 25 anos e em

1340 vence a Batalha do Salado

1369 Pedro I de Castela, o Cruel, é assassinado em Montiel pelo seu meio-irmão Henrique de Trastámara, que irá governar como Henrique II.

1385 Portugal vence Castela na Batalha de Aljubarrota

1464 Henrique IV de Castela nomeia a sua irmã para o trono, a futura Isabel I de Castela, e deserda a sua filha Joana, La Beltraneja.

1469 Isabel I de Castela casa com Fernando II de Aragão, unificando a Espanha
 

migel

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Cronologia da História de Portugal



Anos 1481 a 1499
Ano Evento

1481 D. Afonso V morre e D. João II torna-se rei de Portugal.
Cortes de Évora
Casa da Mina é instalada em Lisboa.

1482 Cortes de Santarém.
Construção do Castelo de São Jorge da Mina.

1483 Diogo Cão chega ao Cabo do Lobo, na costa ocidental de África, e descobre a foz do Rio Zaire.

1484 D.Leonor funda um hospital nas Caldas da Rainha.
Cristovão Colombo pede apoio a Castela, depois de ver negado o seu pedido de ajuda para descobrir o caminho para a Índia, pelo ocidente.

1485 Diogo Cão chega à Serra Parda, na costa africana.
D.João II acrescenta o título de Senhorio da Guiné.
As armas reais do escudo de Portugal são alteradas por D.João II.

1486 É criada a Casa dos Escravos.
A cidade marroquina de Azamor fica sob o domínio de D.João II.
João Afonso de Aveiro chega ao reino de Benim, na costa do Malabar

1487 Bartolomeu Dias passa o Cabo da Boa Esperança.

1488 Bartolomeu Dias chega a Angras dos Vaqueiros.

1490 Casamento do infante Afonso de Portugal com Isabel de Aragão.
Cortes de Évora.

1491 Morte do infante Afonso de Portugal.

1492 Viagem de Cristóvão Colombo ás Antilhas.
Criação do Hospital Real de Todos-os-Santos, em Lisboa.
Os reis católicos, Isabel e Fernando, aproveitam a vantagem sobre os últimos governadores muçulmanos da Espanha, completando assim a Reconquista, com a tomada de Granada (2 de Janeiro). A América seria descoberta a 12 de Outubro.

1493 Segunda viagem de Cristóvão Colombo à América.

1494 Assinatura do Tratado de Tordesilhas, entre Portugal e Castela em que se dividiu o mundo em duas zonas de influência, uma portuguesa, a outra castelhana.
Pêro da Covilhã chega à Etiópia.

1495 Morte de D. João II. D. Manuel é aclamado rei de Portugal.
Cortes de Montemor-o-Novo
Epidemia de peste em Évora.

1496 Expulsão dos judeus e dos Mouros. Conversão forçada.
1497 Vasco da Gama parte do Restelo à descoberta de um caminho marítimo alternativo às rotas terrestres.
O arquipélago da Madeira é incluído nos territórios dominados pela Casa Real portuguesa.
D. Manuel casa-se com Isabel de Aragão.

1498 Cortes de Lisboa.
D. Manuel é jurado herdeiro da Coroa de Castela.
Vasco da Gama chega à Índia.
D. Manuel doa a zona de Belém à Ordem de São Jerónimo, para aí ser construído um mosteiro.
A Misericórdia de Lisboa é fundada por D.Leonor.
Morre D.Isabel.

1499 Cortes de Lisboa.
Fundação de uma feitoria real em Antuérpia.
São criadas as Misericórdias do Porto e de Évora.
Vasco da Gama é aclamado à sua chegada a Lisboa.



Anos 1500 a 1599
Ano Evento

1500 Descobrimento oficial do Brasil.

1501 Descobrimento da Terra Nova por Gaspar Corte Real.
Início da construção do Mosteiro dos Jerónimos.

1502 Fundação da feitoria portuguesa de Cochim.
Regimentos e reformas de D.Manuel I.
Portugal recebe o primeiro carregamento de pau-brasil.

1503 A feitoria de Cochim é transformada em fortaleza.

1505 D. Francisco de Almeida torna-se o primeiro vice-rei da Índia (em substituição de Tristão da Cunha que se apresentava cego)

1506 Chacina dos judeus em Lisboa
Gil Vicente termina a custódia de Belém, lavrada em ouro dos tributos de Quíloa.

1507 Conquista de Ormuz por D.Afonso de Albuquerque.
Ocupação da Ilha de Moçambique

1508 Cerco de Arzila.
Conquista de Safim.
É criada a cidade do Funchal.

1509 Publicado o Regimento das Casas da Índia e da Mina.
Afonso de Albuquerque substitui D. Francisco de Almeida, como vice-rei da Índia.

1510 Conquista de Goa por D.Afonso de Albuquerque.

1511 Conquista de Malaca por D.Afonso de Albuquerque.
Os portugueses instalam-se nas ilhas Molucas.

1512 Início da publicação das Ordenações Manuelinas.

1513 Faustosa embaixada à corte do Papa Leão X.
Conquista de Azamor.

1514 Construção da Torre de Belém.

1515 Conquista de Ormuz.

1516 Publicação do Livro de Duarte Barbosa.

1517 Os portugueses chegam a Cantão na China.

1518 Casamento de D.Manuel I com D.Leonor de Áustria.

1519 Inícia-se a Viagem circumplanetária de Fernão de Magalhães ao serviço de Carlos I de Espanha.

1520 Termina a Reforma dos Forais.

1521 Morre D. Manuel I e D. João III torna-se rei de Portugal.
Fernão de Magalhães morre em combate, em Cebu, nas Filipinas.

1522 A abóbada do transepto do Mosteiro dos Jerónimos é fechada por João de Castilho.

1524 Ano provável de nascimento de Luís Vaz de Camões.
Vasco da Gama é nomeado vice-rei da Índia.
Vasco da Gama morre em Cochim.

1525 Cortes de Torres Novas.
Crescimento da exploração de sal no rio Sado
Casamento de D.D. João III com D.Catarina da Áustria.
Morte da rainha Leonor de Portugal, rainha de Portugal.

1527 D. João III ordena o primeiro "numeramento" feito à população portuguesa: 1.200.000 habitantes.

1528-1529 António Tenreiro faz a viagem por terra da Índia para Portugal.

1529 Assinatura do Tratado de Saragoça sobre a posse das Ilhas Molucas

1531 Dá-se um terramoto em Lisboa.

1534 O Brasil é dividido em capitanias por D. João III

1536 Estabelecimento do Santo Ofício em Portugal.

1537 D. João III tranfere a Universidade para Coimbra.
Tentou-se demarcar, de forma precisa, a fronteira luso-castelhana.

1539 Início da actividade do Santo Ofício em Lisboa com o cardeal D. Henrique como inquisidor-mor.

1540 Início da censura pelo Santo Ofício.
Primeiros autos-de-fé

1541 Criação do Tribunal do Santo Ofício no Porto.
Criação do bispado de Miranda do Douro

1542 Primeira viagem confirmada dos Portugueses ao Japão.
Fernão Mendes Pinto terá tomado pela primeira vez conhecimento do chá, no Japão.

1549 Tomé de Sousa é nomeado o primeiro governador-geral do Brasil

1555 Fundação de feitoria em Lourenço Marques (actual Maputo)

1557 Macau é cedido aos portugueses pelo imperador chinês Chi-Tsung.

1565 Fundação da cidade do Rio de Janeiro, por Estácio de Sá.

1578 Batalha de Alcácer Quibir onde Portugal sofre uma pesada derrota e D. Sebastião I de Portugal morre criando um problema da sucessão.

1580 Portugal perde a independência para a Espanha dos Habsburgos

1581 As Cortes de Tomar declaram Filipe II rei de Portugal, com o título de Filipe I de Portugal.

1588 Derrota da "Armada Invencível" pelos ingleses, no Canal da Mancha.

1598 Início das Invasões holandesas do Brasil, com um ataque repelido da expedição de Olivier van Noort ao Rio de Janeiro.



Anos 1600 a 1699
Ano Evento

1614 Primeira edição da Peregrinação (livro) de Fernão Mendes Pinto.

1622 Os persas e ingleses conquistam Ormuz.

1624 Os holandeses conquistam Bahia no Brasil.

1625 Uma frota luso-espanhola recupera a cidade de Bahia.

1630 Os holandeses conquistam Olinda e Recife, na capitania de Pernambuco

1637 O Castelo de São Jorge da Mina é conquistado pelos holandeses.
Revolta do Manuelinho que se desenrolada em Évora, representa um dos maiores símbolos da resistência popular ao domínio filipino.

1640 Restauração da independência de Portugal.
Coroação do Rei D. João IV de Portugal.

1641 Nas cortes de Lisboa são tomadas medidas urgentes para reforçar a defesa do reino.
Malaca é conquistada pelos holandeses.
São Tomé e Príncipe e Angola são conquistadas pelos holandeses.

1644 Derrota dos espanhóis na Batalha do Montijo pelas forças portuguesas comandadas por Matias de Albuquerque.

1648 Reconquista de São Tomé e Príncipe e Angola aos holandeses.

1654 Expulsão definitiva dos holandeses do Brasil.

1656 Morre o Rei D.João IV, D. Luísa de Gusmão assume a regência do reino.

1659 Derrota pesada para os espanhóis na Batalha das Linhas de Elvas, pelas tropas portuguesas comandadas por D.António Luís de Meneses

1662 D.Afonso VI atinge a maioridade torna-se rei de Portugal
Conquista de Cochim pelos holandeses.

1668 Fim da Guerra da Restauração, com a assinatura de um tratado de paz em Lisboa entre Portugal e Espanha.
 

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GF Bronze
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Cronologia historica

Cronologia da História de Portugal

Cronologia da Reconquista


Ano(s) Descrição


711-718 Os muçulmanos dão início à invasão árabe da Península Ibérica

718 Pelágio das Astúrias, um nobre visigodo é eleito rei e avança sobre o exército muslim, iniciando a Reconquista Cristã.

750 Os cristãos, sob o comando de Afonso I das Astúrias, ocupam a Galiza que teria sido abandonada pelos berberes.

791-842 Afonso II das Astúrias consolida as conquistas e avança para Sul do Rio Douro.

873-898 Wilfredo, Conde de Barcelona institui um reino cristão com alguma independência dos Francos.

905-926 Sancho I Garces cria o reino Basco, em Navarra.

930-950 Ramiro II de Leão derrota Abd al-Rahman III nas batalhas de Simancas, Osma and Talavera.

950-951 O Conde Fernão Gonçalves cria as fundações para a independência de Castela

981 Ramiro III de Leão é derrotado pelo Almançor na batalha de Rueda e é obrigado a pagar tributo ao Califado de Córdova.

999-1018 Afonso V de Castela reconstrói os reinos.

1000-1033 Sancho III de Navarra subjuga o condado de Aragão, toma a posse do condado de Castela e ameaça Bermudo III de Leão da sua intenção de se tornar imperador, anexando o Reino de Leão. Contudo, após a sua morte, deixa Navarra para o seu filho, Garcia III, Castela para Fernando I e Aragão para Ramiro I

1035-1063 Fernando I de Leão conquista Coimbra e impõe tributo aos mouros de Toledo, Badajoz e Sevilha. Antes da sua morte, divide os territórios entre os filhos: Castela para Sancho II, Leão para Afonso VI de Castela.

1065-1109 Afonso VI unifica ambos os reinos sob o seu ceptro e toma Toledo.

1086 A ameaça cristã alerta os reis de Granada, Sevilha e Badajoz que pedem auxílio aos Almorávidas.

1102 O seguidores de Cid deixam Valência e os muçulmanos ocupam a península até Saragoça.

1118 Afonso I de Aragão conquista Saragoça.

1135 Afonso VII de Leão restaura o prestígio da monarquia leonesa e é proclamado imperador.

1147 Conquista de Lisboa por D.Afonso Henriques aos mouros com a ajuda dos Cruzados.

1151 Os Almóadas, outra dinastia africana, depuseram os Almorávidas e retomaram Almária.

1162 Afonso II, filho de Petronila e Ramon Berenguer IV unificam o reino de Aragão e o condado de Barcelona.

1195 Os Almóadas derrotam os castelhanos na Batalha de Alarcos.

1212 Afonso VIII de Castela, Sancho VII de Navarra, Pedro II de Aragão e Afonso II de Portugal saiem vitoriosos da Batalha de Navas de Tolosa.

1229 Jaime I de Aragão, reconquista Mallorca.

1230 Afonso IX de Leão avança sobre o Guadiana, tomando Mérida e Badajoz, abrindo o caminho para a conquista de Sevilha.

1217-1252 Fernando III de Castela conquista Córdoba, Múrcia, Jaen e Sevilha. Resta Granada, a única província muçulmana.

1252-1284 Afonso X de Castela, o Sábio, continua a Reconquista e é obrigado a enfrentar a revolta 'Mudejar' na Andaluzia e Múrcia. Procura ser elegido como imperador do Sacro Império Romano-Germânico em 1257. Afonso X esboça o Fuero de las Leyes, o predecessor das Sete Partidas.

1284 Assembleia de nobres, prelados e cidadãos depõem Afonso X e passam o poder para o seu filho, Sancho IV de Castela

1309 Fernando IV de Castela toma Gibraltar.

1312-1350 Afonso XI de Castela luta o reino da Granada por 25 anos e em

1340 vence a Batalha do Salado

1369 Pedro I de Castela, o Cruel, é assassinado em Montiel pelo seu meio-irmão Henrique de Trastámara, que irá governar como Henrique II.

1385 Portugal vence Castela na Batalha de Aljubarrota

1464 Henrique IV de Castela nomeia a sua irmã para o trono, a futura Isabel I de Castela, e deserda a sua filha Joana, La Beltraneja.

1469 Isabel I de Castela casa com Fernando II de Aragão, unificando a Espanha


1143 - Tratado de de Zamora Nasce Portugal com o reconhecimento da Santa Se
 
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