edu_fmc
GForum VIP
- Entrou
- Fev 29, 2008
- Mensagens
- 21,260
- Gostos Recebidos
- 23
Sentei-me há muito à porta do cemitério, a beber sangria azeda, à espera…dos tais amigos que desaparecem em pleno nevoeiro na proa da tua (nossa) viagem. E já nem sei se permaneço lá ou se sou um morcego fantasma a sugar a seiva de todas as flores rubras em danças exibicionistas nos braços do vento. Sofro da mesma amnésia patética do tempo, que se apaga no nosso corpo com uma displicência cobarde.
Por isso hoje deixa que pegue na tua faca e mate a minha esperança da mesma forma como a enterras na tua carne.
Onde estão os amigos verdadeiros? Existirão?
Aqueles amigos firmes, que se entregam a nós incondicionalmente, que nos ajudam a despejar os contentores de lixo onde fermentam os nossos defeitos? Os que nunca esquecem o perfume das nossas virtudes? Não quero ser injusta, já que injustiça transborda como fossas nauseabundas em todos os ventres inchados dos meninos que não conhecerão nunca as virtudes de se ser criança. Dispensa-se por consequência e inconsequência de mais algumas…! Mas já me cansa esta obsessão de meninice, a saltar à corda nos becos mais recônditos da memória. Os pássaros dos cemitérios já não me surpreendem como já não me doem as lágrimas que se misturam com o orvalho de cada amanhecer. Valerá a pena essa espera infrutífera?
O que são amigos e onde os posso encontrar?
Às vezes… faço da minha teimosia uma gigantesca bola de sabão, subo os muros desse cemitério a ranger lamentos sepultados, e espreito por entre as flores, em busca do sorriso de todas as crianças que não chegaram a ver a luz do sol. Mais eis que a minha voracidade explode em partículas minúsculas de sabão, que irritam a minha esperança de encontrar a essência verdadeira da amizade.
Existira? Ou é um mito?
Deixas-me ir contigo por esse mar adentro para que depois de tanto cansaço eu possa flutuar?
(VÓNY FERREIRA)
Por isso hoje deixa que pegue na tua faca e mate a minha esperança da mesma forma como a enterras na tua carne.
Onde estão os amigos verdadeiros? Existirão?
Aqueles amigos firmes, que se entregam a nós incondicionalmente, que nos ajudam a despejar os contentores de lixo onde fermentam os nossos defeitos? Os que nunca esquecem o perfume das nossas virtudes? Não quero ser injusta, já que injustiça transborda como fossas nauseabundas em todos os ventres inchados dos meninos que não conhecerão nunca as virtudes de se ser criança. Dispensa-se por consequência e inconsequência de mais algumas…! Mas já me cansa esta obsessão de meninice, a saltar à corda nos becos mais recônditos da memória. Os pássaros dos cemitérios já não me surpreendem como já não me doem as lágrimas que se misturam com o orvalho de cada amanhecer. Valerá a pena essa espera infrutífera?
O que são amigos e onde os posso encontrar?
Às vezes… faço da minha teimosia uma gigantesca bola de sabão, subo os muros desse cemitério a ranger lamentos sepultados, e espreito por entre as flores, em busca do sorriso de todas as crianças que não chegaram a ver a luz do sol. Mais eis que a minha voracidade explode em partículas minúsculas de sabão, que irritam a minha esperança de encontrar a essência verdadeira da amizade.
Existira? Ou é um mito?
Deixas-me ir contigo por esse mar adentro para que depois de tanto cansaço eu possa flutuar?
(VÓNY FERREIRA)