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África - Solução Para Crise em Portugal?

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Com a actual crise económica em Portugal, as soluções poderão vir do continente africano em geral e dos países da CPLP. A opinião é do professor alemão André Thomashausen, da University of South Africa. Numa conferência em Joanesburgo (África do Sul), o professor alemão André Thomashausen, da UNISA (University of South Africa) definiu a crise portuguesa como uma catástrofe económica, social e cultural. Relacionou também a crise com a integração do país na União Europeia; na linha de tal pensamento, as raízes de um Portugal viável estão em África e no universo português, que não tem fronteiras.

"Portugal, na história, sempre teve esta escolha, esta bipolaridade – da afinidade e da extensão para ultramar da expressão portuguesa e da sua incorporação e integração na União Europeia", avalia o jurista e professor de Direito Internacional, hoje radicado na África do Sul.

Thomashausen iniciou a carreira académica em Portugal e analisa as relações do país europeu com os países lusófonos à várias décadas.

Thomashausen afirma: "Esta União Europeia é uma visão atractiva para os jovens, só que para o crescimento da economia de Portugal – que é uma economia muito pequena para poder concorrer, a pé de igualdade, com as grandes indústrias europeias – penso que vale a pena repensar o alinhamento de Portugal com os países de expressão portuguesa".

Portugal poderá exportar mão de obra especializada!

"Grandes empresas de construção civil estão a funcionar muito bem em Angola", diz Thomashausen. "Está lá um enorme sector, especialmente ligado aos serviços, que carece de mão de obra especializada. E é aí que penso que Portugal poderá exportar ainda bastante mais o excedente de gente bem qualificada que há em Portugal".

Segundo o Professor André Thomashausen, Portugal deveria aproveitar melhor as afinidades existentes entre os países lusófonos. Afinal, perto de 50 milhões de africanos têm o português com língua e os denominados PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) regem-se por leis extraídas do sistema jurídico português.

Moçambique e sobretudo Angola são mercados naturais com perspectivas de crescimento não menosprezáveis, diz Thomashausen: "A língua portuguesa é realmente a língua que se pratica. Muito pouca gente pratica o inglês nos países de expressão portuguesa. Existe toda a indústria de processamento de dados; hoje em dia não há actividade que não passe pelo uso de um computador. E nos países de expressão portuguesa, são computadores que funcionam com base na língua portuguesa", avalia o professor. "Toda a adaptação do software passa pelo Português, e é aí que Portugal já tem uma indústria muito desenvolvida, mundialmente reconhecida, e poderá penetrar mais nos países de expressão portuguesa – possivelmente em parceria com grandes empresas brasileiras, que têm mais força para uma tal expansão", exemplifica.

André Thomashausen rejeita a ideia, propalada, conforme refere, em meios académicos de Lisboa, de que a presente crise não terá solução. Na sua opinião, as últimas eleições em Portugal puseram fim a um consulado de "socialistas românticos" – adeptos de uma diluição do país na Europa, responsáveis pela má gestão da economia, mas também pela ausência de um projecto nacional de Portugal – capaz de gerar confiança.
 
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