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“Gonçalo Amaral é o alvo a abater”

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Cinco inspectores da Polícia Judiciária são julgados por tortura a Leonor Cipriano, mas o defensor da queixosa, que se envolveu neste caso às ordens dos detectives dos McCann, já tentou um acordo. "Propôs ao nosso advogado que deixássemos ‘cair’ o Gonçalo Amaral e, à troca, retiraria as queixas por tortura contra os outros quatro inspectores", denuncia ao CM Carlos Anjos, presidente da Associação Sindical da PJ. E Aragão Correia também confirma: "Se os outros quatro quiserem confessar que foi ele a dar a ordem para espancar..." (ver caixa )

Primeiro, "a estranha troca de advogado" de Leonor no início do julgamento. A seguir, "o novo defensor, que até já admite ter sido pago pelos detectives do casal McCann, atacar em exclusivo Gonçalo Amaral. Quando o que está em causa é a suposta tortura da queixosa por outros inspectores da PJ." Por último, Carlos Anjos tirou as dúvidas com a tentativa "desonesta de acordo".

Aragão Correia, segundo o presidente da ASFIC, "permite concluir que Gonçalo Amaral é um alvo a abater. Só se preocupa em julgar o inspector que participou na investigação ao casal McCann, no caso Maddie, em vez de julgar as supostas agressões à sua actual cliente..."

Carlos Anjos adianta que a resposta da ASFIC foi ‘não’. "Os cinco estão inocentes e, ou nos salvamos todos, ou caímos juntos. Este advogado trabalhou para a Método 3. Depois, conta que os McCann, ou alguém por eles, pediram que se interessasse por supostas agressões a Leonor. Que descobrisse qual o papel de Gonçalo Amaral em todo este caso. E agora esta proposta..."

"FOTOS A LEONOR PODEM TER SIDO FEITAS DEPOIS DO DIA 15"

Além de ser "claro" para Carlos Anjos que Gonçalo Amaral "é o alvo a abater neste julgamento", o presidente da ASFIC/PJ recorda que "as únicas pessoas a manterem sempre a mesma versão, porque falam a verdade, são os inspectores. Basta ouvir as contradições constantes de Leonor – assim como as indicações expressas da directora da cadeia de Odemira para alteração de uma informação de serviço feita pelo chefe dos guardas sobre o estado de saúde de Leonor. Mas, pasme-se, quem está a ser julgado por falsificar uma informação de serviço é um inspector [António Cardoso]. Já está provado que a confissão de Leonor [pela morte da filha Joana] é de 13 de Outubro de 2004, e não a 14, como diz a Acusação, e não há nada a sustentar que as fotos [às marcas de violência no corpo] foram tiradas no dia 15. Se calhar, são de dias seguintes. A PJ entregou Leonor na cadeia só com algumas escoriações."

"SE OS OUTROS DISSEREM QUE FOI ELE A ORDENAR..."

Aragão Correia, o actual advogado de Leonor Cipriano que já tinha admitido ter-se envolvido no caso a pedido dos detectives dos McCann, reconhece também ao CM ter procurado "chegar a um acordo" com a Defesa dos cinco polícias para que os restantes quatro incriminassem Gonçalo Amaral. "Confrontei o advogado dos restantes quatro inspectores [três dos quais acusados de tortura e um de falsificar a informação de serviço] e disse-lhe que, se eles quisessem confessar que foi o Gonçalo Amaral a dar as ordens para torturarem Leonor Cipriano, poderíamos tentar chegar a um acordo..." Aragão Correia diz que "isto é normal em qualquer processo" – e não admite que a perseguição a Gonçalo Amaral esteja relacionada com os McCann. Aproximou-se do caso a pedido dos detectives do casal, mas agora garante que ninguém lhe está a pagar.

PORMENORES

FUNCIONÁRIAS OUVIDAS

O julgamento dos inspectores acusados de tortura a Leonor Cipriano prossegue hoje no Tribunal de Faro, às 09h00, e são esperados os testemunhos de uma guarda prisional, dos médicos que observaram a vítima e das duas funcionárias que tiraram fotografias ao corpo de Leonor na cadeia de Odemira.

ACUSAÇÕES DIFERENTES

Apesar de Gonçalo Amaral ser o alvo do advogado de Leonor, o ex--investigador do caso Maddie responde pelos crimes menos graves de omissão de denúncia e falso testemunho. Quem responde por tortura são os inspectores Leonel Marques, Marques Bom e Pereira Cristóvão. Quanto a António Cardoso, diz a Acusação, terá falseado a informação de serviço.

"SOMOS INOCENTES"

Carlos Anjos nunca teve dúvidas do interesse que move o advogado de Leonor no processo, mas esclarece: "O único acordo que aceitamos é o de se ilibar os cinco inspectores da PJ. Somos inocentes."


Henrique Machado
 
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