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“Noite das estrelas" propõe apagão para observar os céus

ecks1978

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A poluição é um problema das cidades. Mas a poluição luminosa é um problema adicional para quem quer e gosta de observar o céu nocturno. No âmbito do Ano Internacional da Astronomia, a organização deste evento vai promover, já no próximo fim-de-semana, a “Noite das Estrelas”, um apagão na iluminação pública em vários pontos do país que pretende alertar as pessoas para o problema da poluição luminosa e para a beleza do céu nocturno.

Música, palestras, sessões de observação do céu acompanhadas por astrónomos, estão programadas para várias cidades do país de norte a sul e ilhas. A iniciativa coincide também com o arranque da “Astronomia no Verão”, da responsabilidade da Agência Nacional Ciência Viva e que prolongará as actividades relacionadas com os céus ao longo de todo o Verão.

As celebrações da "Noite da das Estrelas" fazem parte do projecto internacional "Dark Skyes Awareness", que pode ser consultado em Dark Skies Awareness: Home .
fonte:publico
 

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Portugal apaga-se em nome do céu nocturno e do brilho das estrelas

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Perder a hipótese de observar um céu nocturno cheio de estrelas ou desperdiçar energia são as principais consequências da poluição luminosa, um problema que afecta a maior parte das cidades. Para sensibilizar a sociedade para este problema, astrónomos e amantes da observação dos céus juntam-se hoje em vários pontos do país para celebrar a Noite das Estrelas e para pedir legislação específica que proteja o direito ao céu nocturno.

Um bem que gostavam que a UNESCO elevasse a Património da Humanidade, começando, por exemplo, por criar "reservas de estrelas", zonas onde os interessados pudessem voltar a olhar para o lado negro do Universo.

Rosa Doran, astrónoma e investigadora do Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa, vai estar na praia dos pescadores, na baía de Cascais, com o Núcleo Interactivo de Astronomia, para mostrar aos que aparecerem como é bom observar o céu nocturno. Além de Cascais, as luzes apagam-se em dez locais de norte a sul do país, entre eles a Torre de Belém, em Lisboa, o Pátio das Escolas, em Coimbra, Moimenta da Beira, ilha Terceira (Açores) e Calheta (Madeira). Apesar de a iniciativa abranger apenas a iluminação pública, se todo o país fosse "desligado" durante apenas uma hora isso já permitiria uma redução entre os cinco e os dez por cento no consumo. Mas a ideia de hoje é mais fazer uma homenagem ao céu e exigir que este não seja ofuscado por nenhum brilho artificial.

"Quando entramos de avião em Lisboa vemos a Ponte 25 de Abril toda iluminada, mas não vemos a Ponte Vasco da Gama. É bonita de ver a ponte iluminada, mas não passa disso. É dinheiro que se gasta. Começamos a despertar para este problema da poluição luminosa que nos afecta dentro das cidades", lembra Rosa Doran sobre o problema que reduz aos planetários a hipótese de observação do céu: "As crianças perderam os céus".

"Mais do que ver as estrelas, olhar para o céu é descobrir o Universo", frisa a investigadora, recordando o mote do Ano Internacional da Astronomia, que se celebra ao longo deste ano em que se completam 400 anos sobre as primeiras observações de Galileu. Também o astrónomo Máximo Ferreira, do Centro Ciência Viva de Constância, defende um regresso às origens e sugere que se observe primeiro a olho nu. "Os instrumentos permitem ver mais longe, mas tiram a beleza do contacto directo com o céu."

Pedro Russo, astrofísico português a trabalhar no Observatório Europeu do Sul, em Munique, Alemanha, e coordenador do Ano Internacional da Astronomia, lembra que o impacto da poluição luminosa no ser humano não é grande, mas noutras espécies sim, o que leva já alguns países a aplicar legislação de protecção do céu nocturno.

"Estudos indicam que 40 por cento da iluminação é desperdiçada e nunca se provou a relação entre o aumento da criminalidade e a falta de iluminação", frisa o investigador, que aproveita para lançar o desafio a que Portugal adopte legislação específica. "Poderia até servir o turismo."
publico
 

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Coimbra: Paço das Escolas apagou-se para deixar brilhar as estrelas

Em cima de uma mesa, a apontar para um reclamo luminoso de um hotel, a vários quilómetros de distância, estava a jóia da coroa: uma réplica da luneta usada por Galileu em 1609. Pedro Feio, 30 anos, astrónomo amador, põe-se na pele do físico italiano e sugere: “Galileu deve ter-se sentido muito mal, porque já devia estar a pensar como é que iria enfrentar a Igreja Católica”.

Estamos no Paço das Escolas, junto à Torre da Universidade de Coimbra, o local escolhido para mostrar a todos os interessados uma réplica do objecto com o qual Galileu Galilei descobriu as manchas solares e as montanhas da Lua, que o remeteram para a lista negra da Inquisição romana.

O público aproxima-se da luneta, sem medos. O monitor, Gilberto Pereira, vai perguntando: “A imagem está aumentada quantas vezes? O que é que acha?”. A resposta certa é “dez vezes”. Parece pouco, mas para Galileu foi o suficiente para estudar os astros e defender a teoria do heliocentrismo, que punha o Sol no centro do sistema solar e não a Terra, como defendia a Igreja Católica. “Já conhecia a luneta. Não é muito interessante para observar, mas é interessante enquanto instrumento em si, porque foi a partir daqui que tudo começou”, diz Pedro Feio, que pertence à associação de astronomia Alpha Centauri.

Foram, precisamente, as observações de Galileu, há 400 anos, que motivaram a organização de um Ano Internacional da Astronomia (AIA), que se celebra este ano – o mesmo em que se comemoram os 40 anos da chegada do homem à Lua – e que conta com uma série de iniciativas. Uma delas decorreu ontem à noite no Paço das Escolas, que ficou às escuras para promover a acção “Noite das Estrelas”.

A Terra, vista do espaço, é uma bola azul que, durante a noite, se transforma numa esfera iluminada. Os grandes aglomerados urbanos e as grandes metrópoles mundiais projectam a sua luminosidade para o espaço, causando poluição luminosa. Ao longo das últimas décadas, os astrónomos têm alertado para este problema, que faz com que as pessoas fiquem privadas de ver a riqueza astronómica por cima das suas cabeças.

A boa e a má iluminação
A iniciativa “Noite das Estrelas” serviu para alertar para este fenómeno da poluição luminosa pedindo a diversas autarquias nacionais alguns “apagões simbólicos”. Em Lisboa apagaram-se as luzes públicas de Belém e do Observatório Astronómico. No Porto ficou às escuras a Praça Parada Leitão e, em Braga, o Santuário do Bom Jesus.

Carlota Simões, da direcção do Museu da Ciência de Coimbra – um dos parceiros do AIA –, explica ao PÚBLICO o objectivo da iniciativa: “Esta ‘Noite das Estrelas’ é uma iniciativa da Comissão Nacional do Ano Internacional da Astronomia, para alertar as populações para a poluição luminosa. Queremos pôr as pessoas a olhar para o céu para perceberem que está ali uma enorme riqueza que se está a perder. Foi por isso que se lançou o desafio a todos os países participantes neste AIA para que apagassem as luzes das cidades, em espaços emblemáticos dos municípios, para as pessoas poderem olhar para o céu dentro as próprias cidades”.

Uma grande fatia da poluição luminosa que actualmente paira por cima das cidades poderia ser diminuída com uma iluminação correcta. Em vez de apontarem para os lados e para cima, bastava que os candeeiros das cidades apontassem para baixo e iluminassem apenas as áreas pretendidas para que se diminuíssem os níveis de poluição luminosa. “A luz emitida para cima e para os lados reflecte-se e difunde-se nas poeiras e fumos em suspensão no ar, tornando o céu nocturno mais claro”, alerta a organização do AIA. As consequências deste desperdício são múltiplas, incluindo uma maior actividade das centrais térmicas (o que consome mais recursos e lança mais dióxido de carbono na atmosfera, contribuindo para o aquecimento global) e um desequilíbrio dos ecossistemas nocturnos.

“É urgente optimizar a iluminação pública, em termos energéticos, mantendo apesar disso bons níveis de iluminação no solo. A ponte Vasco da Gama é um excelente exemplo de uma iluminação adequada”, indica ainda a organização do AIA.

Convidando as pessoas a apreciarem a vista nocturna sobre Coimbra, fazia igualmente parte da iniciativa “Noite das Estrelas” uma subida gratuita à Torre da Universidade (normalmente encerrada ao público) e o espectáculo "Setestrelo" – da responsabilidade do Grupo de Etnografia e Folclore da Academia de Coimbra –, que levava os presentes a “performances culturais” em “sete actos”, tantos quantas estrelas brilhantes tem a Ursa Maior.
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Vento forte estraga Noite das Estrelas na baía de Cascais

A baía de Cascais é um dos cenários mais belos do país e tudo prometia uma noite perfeita, com as luzes apagadas, munidos de pufes brancos, sentados na areia da praia dos pescadores, prontos para admirar as estrelas. Mas um vento forte acabou por estragar a festa. Muitos ainda conseguiram resistir e ficaram para espreitar pelos telescópios, agarrados aos casacos.

O NUCLIO, Núcleo Interactivo de Astronomia, tinha tudo preparado para celebrar a Noite das Estrelas, a iniciativa, incluida no projecto Dark Sky Awarness do Ano Internacional da Astronomia, que tinha como objectivo chamar a atenção para o problema da poluição luminosa que nos rouba a hipótese de admirar a luz natural das estrelas do céu nocturno.

Telescópios montados, pufes brancos, confortáveis espalhados pelo areal da praia dos pescadores e astrónomso amadores disponíveis para dar explicações sobre o céu, com alguns pormenores projectados numa tela montada na praia. A Câmara Municipal de Cascais até deu uma ajuda, desligando a iluminação pública na baía e na Praça 5 de Outubro e desviando o trânsito do local. Até a lua estava do lado da astronomia, com quarto mimguante, tornando o céu mais escuro e oferecendo o protagonimso da noite às estrelas. Mas o vento é que não quis colaborar, levando pelos ares a tela de projecção na praia e depois afastando quem por ali passou. Os mais resistentes ou menos friorentos foram resistindo e aproveitaram para espreitar algumas das maravilhas que um céu nocturno com menos poluição luminosa pode oferecer.

O triângulo de Verão, formado pelas estrelas Vega, Altair e Deneb ou um enxame globular, a orbitar a nossa via láctea e a beleza de estrelas duplas como Albireu, foram algumas das maravilhas que ontem acabaram por poder ser observáveis naquela que era, para além da Noite das Estrelas, a primeira noite da Astronomia no Verão, a iniciativa da responsabilidade da Agência Ciência Viva, que leva a astronomia a vários locais de norte a sul do país entre Julho e Setembro.

Mesmo com as luzes do Clube Naval de Cascais de fundo, ou com o foco da cidadela, que não colaboraram com esta Noite das Estrelas, a baía apagou-se para sensibilizar o público para os excessos da iluminação e para o facto de estarmos a perder a capacidade de observar o céu e interpretar o Universo. A iniciativa estendeu-se ontem a vários locais do país, de norte a sul.
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