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1,4 milhões nas ruas de Barcelona dão impulso pela independência

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Set 27, 2006
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O líder do governo catalão, Artur Mas, acabou por não participar na marcha que encheu a avenida Meridiana, mas no final deixou a mensagem: "Parem de nos ameaçar com as leis como se fôssemos quase delinquentes"


A avenida Meridiana de Barcelona converteu-se ontem no cenário da quarta manifestação maciça pelo independentismo. E desta vez teve um significado especial por coincidir com a campanha eleitoral de umas eleições vistas como um plebiscito entre o sim e o não à independência da Catalunha. Enquanto 1,4 milhões de catalães, segundo dados da Polícia Municipal, enchiam o centro da cidade, em Madrid três dezenas juntavam-se no Círculo Catalã de Madrid para ver o documentário Somiar un país, construir un somni (Sonhar um país, construir um sonho).
Depois, na Praça de Espanha, assistiram à representação da dança catalã da Sardenha, junto ao monumento de Dom Quixote e Sancho Pança. "Celebramos a parte festiva da Diada, não procuramos mais nada", explica ao DN Albert Masquef, presidente desta associação cultural sem fins lucrativos. "Hoje estamos cá os de sempre e nunca tivemos problemas. O círculo é como a Catalunha, gente de todo o tipo e há muitos sócios de Madrid", esclarece. A aspiração desta associação é ser ponte de união entre as duas cidades e suas culturas. Sobre as próximas eleições, Masquef acredita que a situação vai mudar "mas não tanto como se pensa". Não sabe muito bem o que será diferente mas lembra que para alterar as coisas "é preciso que as duas partes queiram".
No centro de Madrid ouviu-se de forma calma música tradicional da Catalunha e acabaram por cantar o hino, Els Segadors. Ninguém falava da independência, não é isso o que os une. Masem Barcelona foi tudo menos calmo, com gritos de independência como som de fundo do evento. Muitas bandeiras independentistas não só da Catalunha, também da Galiza e até da Escócia. E só uma coisa comum com os catalães de Madrid: o hino no fim do ato.
O presidente da Generalitat, Artur Mas, candidato às eleições de dia 27, acabou por decidir não participar na manifestação para preservar o seu papel institucional como líder em funções. De manhã, presidiu à tradicional oferta de flores junto a estátua do patriota catalão Rafael Casanova e, ao fim da tarde, recebeu os representantes da assembleia e da associação Òmnium, organizadores da marcha Via Lliure. Ao fim do dia, Mas saudou a manifestação e deixou um pedido para o governo de Madrid: "Parem com esta miopia política, com este orgulho imperial, parem de ameaçar com as leis como se fôssemos quase delinquentes". Numa declaração institucional, o líder catalão criticou a decisão do executivo de Rajoy de mudar a lei para que o Tribunal Constitucional possa suspender de funções quem não cumpra uma sentença judicial. E disse: "Se temos de mudar uma lei, vamos mudá-la entre todos".
Às 17:14 foi o momento alto da manifestação com o arranque da marcha. Vinte voluntários levaram pela via central da Meridiana um ponteiro enquanto os participantes formavam um mosaico de várias cores. Guerra de números sobre a participação, como sempre. A organização fala de 2 milhões, a polícia municipal de 1,4 milhões e a Delegação do Governo na Catalunha, de pouco mais de meio milhão.



dn


 
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